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História Meu gatinho - Quarto


Escrita por: Buccellati

Notas do Autor


O capítulo saiu menor que os outros ;3;

Capítulo 4 - Quarto


Após o almoço, Félix teve de ir, pois havia uma sessão de fotos que teria de comparecer imediatamente. Bridgette resolveu tirar a tarde para dormir sossegada antes de ir para sua faculdade, onde estudava gastronomia. Desde que as meninas resolveram morar sozinhas é que Félix resolvera ajuda-las com as despesas. Era meio que um trato entre eles, o loiro dava certa quantia de dinheiro por mês para que pudessem manter as despesas tranquilamente, para evitar que ambas se sobrecarregassem com trabalho e estudos. Sabia o quanto Bridgette gostaria de trabalhar e poder viver sem o dinheiro do loiro, mas também precisava focar em seus estudos, e se arranjasse um emprego ela não teria todo esse tempo livre. Mesmo que o modelo dissesse e repetisse que para ele não havia problemas; elas sabiam que deviam muito a ele pelo que fazia.

Marinette sabia que o loiro faria isso e muito mais para a irmã. Félix tem um bom coração, só consegues acha-lo cavando muito a parede de indiferença e autodefesa que ele insistia em se revestir, sendo o legítimo antissocial que era.

A garota estava em sua cama, debruçada tortamente em cima de um livro de literatura, tentava a todo custo não dormir. Adrien estava em sua forma de gato, transformou-se e vestiu um blusão e uma cueca preta. Ainda não conseguia se transformar de volta sem rasgar as roupas.

Lentamente sentou-se na cama e aninhou-se ao seu lado, ronronando. Mari, ao ouvir caiu no sono de vez.

.x.

Havia se passado dois meses que Adrien estava morando ali. Alegre e brincalhão, agora ele passava a dar cantadas baratas em Marinette. Esta recusava com um sorriso, achando que era apenas uma brincadeira de gato. Brincadeiras que a cada dia se tornava mais e mais frequente.

E cada vez mais sério para o felino.

Aos poucos o loiro foi desenvolvendo uma paixão inocente pela morena. Ele não sabia o que sentia, e foi a partir daí que começou a ler os livros que havia em uma estante na sala. Eram vários, e de diversos assuntos; desde livros do colégio de Mari, romances, piadas, livros de ingredientes e receitas de Bridgette, até mesmo mais elaborados como Nietzsche e Dostoievsky. Era um garoto que tinha uma memória espetacular, tudo o que lia uma primeira vez, já havia sido gravado. Tanto que conseguiu aprender tudo dos livros dali. Félix, que ainda se adaptava com o loiro, para se redimir da burrada, comprava um livro por semana para o felino; era para ser um por mês, mas Adrien terminava de ler muito rápido.

Agora ele estava em sua forma de gato, em cima da estante, que agora era seu canto favorito de dormir, lendo um romance que ganhara do modelo no dia anterior. De alguma forma ele se identificava com tal personagem que sofria de alguns sintomas de amor. Estava muito entretido na leitura, tanto que sequer ouviu Bridgette o chamando para o jantar.

Adrien! Não morra aí em cima. — disse a jovem ao bater na lateral da estante, logo vendo as orelhas alarmadas do gato — Desça logo, o jantar está pronto, e chame a Mari, essa preguiçosa.

Félix falava em inglês ao celular. Bibi passou por ele e o puxou pela mão.

Depois da confissão de Bridgette, o modelo ainda demorou algumas semanas para tentar se convencer de que eram verdade os sentimentos dela. Atrapalhado como era, tentou ainda levar um buquê de rosas e dizer seu discurso apaixonado; no final acabou sem dizer nada depois que travou na porta da casa após tocar a campainha, o famoso branco. A garota sabia bem o que ele pretendia dizer, então o derrubou no chão em um abraço de urso. Marinette chamava aquilo de sintonia, a forma como ela sabia o que ele queria dizer apenas com um único olhar, um único gesto. Mas por causa do nervosismo dele que lhe dava uma paralisia total. Eles combinavam sim, e eram opostos.

Mas opostos se atraem, não?

Mesmo com aquele avanço no relacionamento, Félix recusou a proposta de Bridgette de morar ali. Ele tinha consciência de ter uma agenda para seguir todos os dias na empresa de seu pai, já que ele adoraria estar ao lado dela, e vigiar Adrien também, mesmo que este último tenha ficado em seus pensamentos.

— Amanhã eu irei viajar para a Itália, volto em três dias. — disse cansado enquanto seus dedos passaram rapidamente pela franja que lhe caía pela testa.

— Ótimo, e traga algumas guloseimas. — disse sorrindo a morena. Mexia na panela, preparando curry.

— Tudo bem.

Em passos preguiçosos vinha Marinette, estava dormindo, pois na noite anterior não conseguira pregar o olho; Adrien estava atacado querendo conversar. E o dito cujo vinha em seu encalço, todo pomposo com um novelo de lã, que achara em cima da mesinha da garota, na boca.

— Mari, Adrien. O Félix vai viajar, teremos uns dias livres. — ela levantou os braços toda feliz.

— Mais o que é isso. — ele fez cara feia.

— Eu vou com Adrien comprar pipoca depois.

O modelo se emburrou com aquele complô e ficou em silêncio durante todo o jantar.

Na hora de lavar a louça o papel ficou com gato e Mari. O loiro estava enxugando os pratos ainda quando a morena terminou de lavar tudo. Retirou o avental e se encostou a mesa, observando-o atentamente.

— O supermercado do quarteirão acima está aberto, quer ir lá agora?

— Não sei…

Ele ainda era muito arisco com pessoas, tudo isso era o medo de ser tratado mal ou rejeitado, será um medo que o perseguirá pela vida. Não queria ser visto por pessoas desconhecidas.

— Está tudo bem, ninguém vai saber das tuas orelhas e do teu rabo. — sorriu e passou a mão nos cabelos loiros — Tens uma touca que lhe fiz, lembra?

Sabia que ela não desistiria da ideia, então foi o jeito segui-la até o quarto e trocar de roupa. Vestiram um agasalho, já que fazia frio do lado de fora, o que facilitou ao esconder a cauda de Adrien, este ainda pôs a touca preta com patinhas verdes que ela mencionara; que encaixou perfeitamente escondendo suas orelhas. Antes de sair ainda se depararam com Bridgette e Félix deitados juntos no sofá, pareciam cansados.

Sorrindo, Marinette fechou a porta.

.x.

Adrien a fitava enquanto a seguia pela calçada, lentamente. Em silêncio, ele se lembrava dos sintomas do protagonista do livro que estava lendo; tudo fazia sentido, tudo indicava aquilo.

— Então, my lady, que vamos comprar?

— Bom… primeiro compraremos algumas frutas e pipoca para micro-ondas. Acho que também refrigerante. — disse enquanto olhava o céu estrelado. Apertou mais seu casaco, estava mesmo muito frio — Tu queres alguma coisa em especial? Posso comprar.

— Acho que, doces.

Ela assentiu e entraram no estabelecimento. O loiro puxou mais para baixo a touca verde, escondendo muito bem suas orelhas.

Alguns minutos foram necessários para se comprar tudo o que Marinette queria inclusive os doces. Ali no caixa, já pagando tudo, Adrien, que estava do seu lado, olhou a sua volta e viu uma banca toda colorida.

— Vamos Adrien. — ela pegou as três sacolas, uma delas continha uma pesada grade com latas de refrigerantes.

— Deixe que eu leve. — rapidamente retirou as sacolas das suas mãos e as carregou com facilidade. Voltou a olhar rapidamente para a banca colorida, fez um bico desanimado. Mari seguiu seu olhar e sorriu.

— Queres um sorvete?

Sorvete? — confuso.

— Sim, nunca tomou um?

— Não, nunca.

Delicadamente ela o puxou pelo casaco e o levou até a pequena sorveteria. A moça manuseava vários copos e os entregava aos clientes. Adrien pôde ver vários tipos de sabores e coberturas possíveis, estava mais que maravilhado.

— Quer qual sabor?

Rapidamente ele voltou a olhar todos os sabores, até que resolveu ir pela escolha mesmo. Apontou sua indecisão entre o marrom, o rosa e o verde. Marinette então pegou um tipo de colher que ele nunca vira na vida e fazer uma bola de cada sabor. Ele escolheu a cobertura e ela logo pagou. A garota aproveitou e ainda fez seu sorvete.

— Como isso é bom… derrete e é gelado. — seus olhos brilhavam.

Estavam a caminho de casa, e ele carregava com apenas uma mão as três sacolas. Como se fosse um mero isopor. Marinette ponderava se ele era mais forte que aquilo. Desfrutavam seu sorvete, mesmo estando o maior frio na rua.

— Sorvete mewravilhoso, mas não tanto quanto tu. — disse com um sorriso imenso.

Marinette sabia que aquele era mais um estopim para várias cantadas naquela noite. Não dizia que eram ruins, até porque ela gostava de ser cortejada dessa forma. Ele sempre arranjava uma forma de fazer trocadilhos felinos nas cantadas, e isso era o engraçado para ela.

Sequer suspeitava do imenso carinho e amor que ele nutria.


Notas Finais


Amanhã terei prova e estudei nada, fiquei até tarde lendo fic ;-; me sinto culpada. E ainda tem um trabalho pra entregar terça, e eu?
Dormindo!
Ao menos o semestre está no fim, glória a Aoba!
Pode ser que eu atrase na postagem do próximo, mas até na quarta ou quinta teremos o 5°.
Beijos.


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