História Meu gatinho. - Não se vá.

   -Ooohhh, uma girafa!-Grita a Alya apontando para uma, no fundo do parque.O parque está vazio, por que o dia hoje está escuro, e frio.Hoje choveu, e por isso ainda estamos aqui.Nos abrigamos enquanto a chuva não passava, e continuamos vendo os animais que ainda estavam para fora de suas tocas, enquanto a chuva abrandava.Andamos tranquilamente pelo parque, enquanto os raios de sol voltavam a aparecer lentamente.

   -Aaahhh, estou com fome!-Reclama o Nino.A Alya olha para mim, e eu olho para o Adrien.Ele pensa um pouco, e depois sorri.

   -Com certeza deve ter algum lugar para comer por aqui, vamos procurar.-Responde ele, seguindo caminho.Sinto meu corpo ser puxado também, e me lembro de que estamos com o mesmo cachecol.Sinto minhas bochechas ferverem novamente, e me apresso para ficar ao seu lado.
  Entramos no restaurante, e eu tiro o cachecol, dobrando o macio tecido nas mãos.Nos sentamos em uma mesa, e esperamos que o garçon chegue.Tivemos um jantar muito divertido, os quatro, e queria que tudo isso durasse para sempre.Andamos pelo zoológico, e vemos alguns animais que ainda estão lá.Fico animada quando vejo os pandas, e corro para vê-los de perto, puxando o Adrien pelo pescoço.

   -São tão fofos!-Exclamo me segurando no corrimão que separa os ursos do parque.

   -Sim-Responde ele sorrindo.

  Observamos os ursos por algum tempo, e noto que já está de noite, faltando apenas alguns minutos para fechar o parque.Ele fecha às 21:00 horas, e faltam trinta minutos, então decido relaxar, e aproveitar o passeio.O Adrien olha para cima, como se observasse algo, olho para ele, e o observo novamente.Seus fios loiros de cabelo voam conforme o vento leve bate, e seus olhos brilham diante da luz da lua que vem chegando, marcando suas covas que revelam um gentil sorriso.É um garoto realmente bonito, e delicado, gosto dele..
  Sou pega no flagra, quando ele olha para mim, e me fita.Demoro um pouco para desviar o olhar, e me sinto quente novamente, de tanta vergonha.Ele ri, e coloca a mão na frente da boca para abafar o riso, e eu não posso me conter, com o calor que sinto.

   -Gosto de observá-las -Diz ele.

   -Observá-las? Quem?-Pergunto desentendida.

  Ele olha para cima, e aponta.

   -As estrelas-Diz suavemente.Olho para cima, e reparo em quão bonitas estão.

   -São lindas-Digo rindo.Ele olha para mim, e depois para o cachecol.

   -Ele está muito aberto.-Fico confusa, mas logo depois, vejo ele tirar o cachecol do pescoço dele, e colocá-lo novamente, se juntando a mim, e enrolando-o novamente.Ele estica um braço atrás de mim, e segura no meu ombro, nos juntando o máximo possível.
  Sinto que meu coração vai sair pela minha boca a qualquer momento, de tão forte que pulsa.Me dou conta de que a Alya e o Nino desapareceram.

   -Eles, sumiram?-Diz o Adrien olhando para os lados, como se tivesse lido minha mente.

   -Pois é..estava..pensando nisso a..agora..-Gaguejo, estou nervosa, alguém me ajude!

  Seus braços são quentes, e reconfortantes, sinto que nunca mais quero sair daqui.Pego na mão dele que está presa no meu ombro, e recuo um pouco, está fria.

   -Você tem as mãos frias, está morto?-Troço dele rindo.Ele ri também, e olha para a mão dele, depois busca a minha.

   -As suas estão quentes, andou no forno?-Troça também e eu lhe dou um tapa na barriga, rindo.

  Ele pega na minha mão, e a aperta.

   -Você podia compartilhar, não?-Ri.Seguro na mão dele, como se fosse algo pecioso, para aquecê-la.

Isso é demais para mim.

  Nunca havia sentido isso antes, e acho que não sei lidar, estou quente, e não é por uma boa razão.Estou com vergonha, sinto minha barriga andar às voltas, e meu coração bater mais forte que o normal.Olho para ele, para decidir o que faço, e ele olha para mim, novamente.Estamos perto demais, e já me sinto um tanto quanto desconfortável, com tantas emoções.Ele se aproxima de mim, mas para, quando ouve um galho quebrar atrás de nós.

   -Droga Nino, você estragou tudo!-Diz a Alya susurrando um pouco alto.O Adrien começa a rir descontroladamente, mas depois para quando vê que eu estou passando mal, e inconsciente.

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  Acordo com luzes na minha cara, e alguns barulhos de gritos, e risos.Me assuto, e me levanto rapidamente.Estou em um lugar feito de madeira, e uma cama no canto da sala, não sei onde estou.Olho para o lado, e vejo o Adrien dormindo sentado no chão, com apenas os braços e a cabeça, apoiados na cama.

   -Vai alya, você não sabe jogar?!-Grita alguém, do outro cômodo da casa, é a voz do Nino, e isso me tranquiliza.

   -Cala a boca, vou atacar agora!-Responde a Alya no mesmo tom de voz.Tomo consciência, e vejo que estamos na casa do Nino, e aqui é o quarto dele.O Quarto é enorme, e tem dois cômodos.Já fazia quase um ano que não vinha aqui.

   -Adrien..-Susurro empurrando o ombro dele levemente, para o acordar.Ele levanta com um susto, e olha para mim,pegando na mão que eu estava usando para empurrá-lo.

   -Marinette, é você?-Pergunta sorridente, segurando a minha mão.

   -Sim, e você? É o Adrien?- Brinco, e ele ri.Ele chega mais perto de mim, e olha para os lados, como se fosse dizer algo que ninguém pode ouvir.

   -A Ladybug falou comigo, Marinette, falou com eles- Susurra ele para mim, e começo a entrar em desespero.

   -Ela o quê?!-Grito e a Alya e o Nino param de falar por um momento.Posso ouvir seus passos se aproximando, e sinto vontade de me bater por ter tirado eles da distração.Agora já não podemos falar sobre isso.

   -Marinette, você está bem?-Pergunta a Alya preocupada, chegando perto de mim.Ela encosta a mão na minha testa, e eu olho para ela.

   -Sua febre passou..-

   -Minha..febre?-Pergunto desentendida.

   -Sim, você estava quente e vermelha antes de sairmos de lá-Responde o Nino.Começo a me lembrar do porquê do meu estado quente, e coro novamente.

   -Ahh, está ficando vermelha denovo-Completa o Adrien, acabando com o resto de consciência que eu tinha.

   -Que nada, ela só estava envergonhada, por que gosta muito de você, Adrien-Diz a Alya, e juro que senti meus olhos fulminarem ela, de tanta raiva que senti.

   -Alya!-Grito e o Nino começa a rir.

   -Eu também gosto muito de você, Marinette.-Diz o Adrien, e minha garganta se fecha, me impedindo de respirar.

   -Uuuhhh, e de que jeito você gosta dela, hein? Adrien.-Responde a Alya.Ele cora um pouco, e olha para baixo.Sinto vontade de bater na Alya naquele momento, mas ela me fez um grande favor..

  O Adrien olha para mim, e percebo que ainda segura a minha mão, pois ele a aperta um pouco mais forte.Percebo o quão grandes são suas mãos, como seus dedos são largos, e cobrem a minha mão, como se não fosse nada.Ele usa um anel prateado que eu nunca havia visto antes.

   -Bem..eu..-Começa ele, ainda olhando para as nossas mãos, que estão entrelaçadas.Começo a ficar nervosa com tudo isso, mas todos olhamos atentamente para ele, esperando uma resposta.

   -Bem..eu amo a Marinette, gosto imenso dela.-Assume ele com firmeza na voz.Não sei por que, mas sinto uma mistura de alívio, e felicidade, e posso ouvir meu coração, de tão forte que ele bate.Por quê?

Por que você também o ama..

  Ouço uma voz dizer isso para mim, na minha cabeça.Fico pensativa.Não sei o que é amar, e nem sei o que é tudo isso que sinto quando o Adrien faz..tudo.. Qualquer coisa que ele faz, me atrai, até mesmo quando está parado.É adorável observar o seu rosto liso, e seus cabelos voando com o vento, suas mãos largas e frias, e seu sorriso feliz, e amigável.

   -E você, Marinette, também o ama?-A Alya simplesmente, fez o que não podia ter feito.Estou confusa demais para responder a isso, e sinto um pouco de vergonha.Olho para o Adrien, que me olha atentamente, com as bochechas tão vermelhas, quanto as minhas.Olho para baixo, e penso.No momento em que vou falar, uma música alta nos interrompe, me fazendo saltar de susto na cama.

   -É a sua mãe-Diz a Alya.

   -Oh não! Esqueci completamente de avisar ela!-Respondo desesperada.

   -Não se preocupe, eu tratei disso, e dei a desculpa de que me machuquei, e precisava muito que você ficasse em casa comigo.-Responde ela.Fico grata por ela ter feito isso.Ela me entende, é mesmo minha melhor amiga.
  A minha mãe briga um pouco comigo no telefone, por que estava preocupada.Me despeço dela, e desligo o celular.

   -Bom, preciso ir.O dia hoje foi muito divertido, obrigada mais uma vez-Digo a todos sorrindo.Coloco minhas sapatilhas, e visto o meu casaco.A Alya me segue até a porta, e diz que vai ficar mais um pouco.Me sinto um pouco mal, por ir sozinha à noite.Tenho medo.

   -Ei, me espera!-Grita o Adrien do oufro lado da porta, correndo para perto de mim.Ele chega ofegante de ter corrido, e segura aquele cachecol que dividimos nas mãos.

   -Vou te levar em casa-

  Andamos por um longo caminho, calados.A parte boa, foi o momento em que ele colocou o cachecol em volta do seu pescoço, e do meu, dividindo-o novamente.Andamos juntos entre a noite escura, e fria, apenas iluminados por alguns postes, e pela luz da lua.

   -Marinette-Me chama ele, me fazendo sair dos meus pensamentos.

   -Sim?-Respondo.

   -Sei que não deveria..mas.. o que você ia responder, antes do celular tocar?..-Demoro um pouco para lembrar do que ele está falando, mas logo me lembro, e já me sinto nervosa outravez.

   -Eu..estou confusa.Nunca amei ninguém antes, não sei o que é amar.Mas acho que posso ser sincera com você.Sempre que te vejo, o meu coração muda seu ritmo, e..eu me sito corar..e...eu..-Respondo, mas logo me atrapalho.Ele ri, e coloca um braço em volta do meu ombro, como sempre faz.

   -Isso é amor.Pelomenos até onde eu sei.-Responde ele, se juntando a mim.

   -Então..eu te amo?-Olho para cima, e seus olhos se encontram com os meus, nos fazendo parar no meio da calçada, embaixo de um poste de luz.

   -Desculpa..-Ri

   -Fiquei um pouco nervoso..-Diz ele num tom abafado, colocando a mão na boca.Continuamos andando, e me lembro de uma pergunta que queria muito fazer.

   -O que a LadyBug disse?-

   -Ah, ainda bem que me lembrou.Ela veio rapidamente, e apenas olhou para mim, e disse "Está fazendo um bom trabalho". A Alya e o Nino ficaram meio confusos, e eu lhes disse que você não estava muito bem, achei melhor não contar.Conversei um pouco com ela também, depois que eles sairam.-Diz ele sorrindo.

   -Oh..-É tudo que posso responder.

  Chegamos rapidamente na minha casa, e sinto uma ponta de tristeza, por não poder ficar mais tempo com ele.Olho para a lua, e ele percebe e olha também.Adoro a lua, e o brilho que ela tem, é bonito.

   -Bom..Adeus..-Se despede ele, puxando o cachecol do meu pescoço.Puxo seu braço, e abraço a barriga dele, o mais forte que consigo.Não sou muito alta, então foi o máximo que consegui chegar.

   -O..o que foi?-Pergunta assustado,passando as mãos por meu cabelo, como se estivesse fazendo carinho.

-eu te amo-

Ladybug..olhe para mim..

vou estar te vigiando..

Preciso cumprir uma missão,para poder ir embora...

Falta pouco..

  Frases, e frases ecoam por minha cabeça, e sinto meu corpo cair.Me ajoelho no chão, vejo algo branco, e brilhante aparecer na minha frente.

   -Marinette, você conseguiu,conseguiu mesmo!-

   -Chat Noir?!-

  O Chat Noir aparece na minha frente, e brilha, brilha como se fosse explodir, e me cegar com sua luz.

   -Chat Noir o e está acontecendo?!-Grito deseperada.

-Eu consegui completar a missão, Marinette, agora, posso subir, e renascer, como você.-

  Comeco a chorar descontroladamente, e não se o que fazer, estou muito confusa, isso é demais para mim.

-Não chore my lady, venha.-Ele me estende os braços, e eu me levanto rapidamente para o abraçar.Não consigo parar de chorar, e o abraço o mais forte possível.

-Vou estar te vigiando-

  Ele beija a minha testa, e eu soluço de tanto chorar.Abraço-o fortemente, e ele me segura em seus braços.Antes que eu pudesse falar, sinto-o desaparecer, e o vejo desvanecer.Borboletas brancas voam separadamente, como se ele fosse constituido por elas.Elas desaparecem pelo céu, deixando então a rua fria, e escura.

   -Me perdoe, Chat Noir-

  Choro e soluço, vezes sem conta.Estou ajoelhada no chão, e me sinto horrível.Sinto que agora estou sozinha, e sem rumo.

  Sinto algo quente me cobrir pelas costas, e me envolver me confortando, e me deixando segura.

São os braços do Adrien.

  Ele me abraça, me cubrindo, e me consolando.Alí estamos nós, no meio da rua, abraçados, naquela noite fria.

   -Você fez bem, Marinette, você fez bem.-

Ele te fez uma coisa tão boa, quanto a que você fez para ele naquele dia.