História Meu gatinho. - Venha comigo.

   -E ela vai vir aqui, ficar apenas alguna dias.Se puder limpar a casa para mim, ficaria eternamente grata!-Exclama a minha mãe.Ela quer que nós limpemos a casa, para uma mulher que vai vir aqui dormir, enquanto não arruma um hotel.Minha mãe disse que é uma sobrinha da família, mas que nunca a tinha visto antes.Fico um pouco perturbada, mas a ajudo.

   -Estou atrasadíssima.Seu pai já está lá embaixo me esperando.Amanhã de manhã nós chegamos,não se preocupe!-Exclama mais uma vez.Está apressada, e às vezes não sabe o que faz.Coloco uma mão em um dos ombros dela

   -Mãe, vai ficar tudo bem, sério.-Ela sorri, e abre a bolsa pegando a carteira.

   -Fique com esee dinheiro, e peça alguma comida se quiser.- Sorri e me entrega duas notas.O dinheiro suficiente para o restaurante que ela sabe que eu amo.Sorrio animada para ela, e me despeço.A Alya ainda está aqui, e amanhã de manhã vai embora.Fecho a porta, e vou para a cozinha.

   -E que horas essa tal prima chega?- Diz a Alya, se deitando no sofá.Olho para o relógio.

   -Daqui a algumas horas, obrigada por me lembrar!-Digo.

   -E o que quer fazer?-Pergunta se levantando do sofá e indo para a cozinha comigo.

   -Estava pensando em fazer biscoitos, o que acha?-Ela sorri, e balança a cabeça, afirmando.

  Fazemos biscoitos com gotas de chocolate, e antes que pudéssemos perceber, se passaram duas horas.A campainha toca, e me apresso, tirando o avental.Me olho no espelho, e sinto vontade de me bater, com o estado que estou.Não vai dar tempo de me arrumar.Tiro as luvas de cozinha, e me dirijo para a porta, tirando a farinha que caiu na minha camisa.Abro a porta, e sorrio para a mulher que está do outro lado da porta.Ela me devolve o sorriso, e a convido para entrar.
 
   -Obrigada por me receber, Marinette.-Diz sorrindo e olhando em volta, reparando em cada quadro, cada detalhe da casa.

   -Aquela é a minha amiga Alya, espero que não se importe de ela estar aqui também.-A Alya acena, e ela acena devolta, balançando a cabeça negativamente.Levo a mala dela para o meu quarto, e ela sorri impressionada com a decoração.Enquanto pouso a mala na cama, ela observa meus posters na parede.

   -Oh, você também gosta desse cantor!- Sorrio, e digo que sim.Arrumo a mala, e observo ela andar pelo quarto, quando para na minha escrivaninha, e observa os meus desenhos.Posdo notar mesmo neste ângulo,seu sorriso desvanecer, e ela olhar fixamente para o Chat Noir que fiz.

   -Quem..quem é?- Ri falsamente, levantando o desenho para que eu veja.

Merda

   -É...um personagem que..criei!-Respondo sorrindo o mais sinceramente que consigo.

   -Seu quarto tem um cheiro a alfazema, gosto disso, pensei que fosse a única.-Sorri.

Alfazema?

  Fico assustada, mas sorrio afirmando, como se soubesse do que se trata.Quem cheira a alfazema, é o Chat Noir.

   -O que é isso?- pergunta ela pegando no meu Tabuleiro Ouija improvisado.Fico com os nervos à flor da pele, e corro para a impedir, graças a Deus, a Alya entra no quarto, fazendo com que ela ponha o cartaz onde estava.

   -O que vamos fazer hoje?-Pergunta a garota sorrindo.

   -Como você se chama? desculpe.-Pergunta a Alya.

   -Pode me chamar de Tikki-Meu coração para.Tikki?Observo a Tikki, e ela por acaso, se coincide com a que vejo nos meus sonhos.Ela é loira,e tem os cabelos enrolados.A Tikki dos meus sonhos veste um vestido de joaninha, bem sombrio.Mas essa veste calças e uma blusa rosa.Sorrio para elas.

   -A Marinette desenha mesmo bem,nunca tinha visto!- Exclama a tikki, pegando no desenho do Chat Noir e mostrando à Alya.A Alya ameaça dizer quem é,mas é impedida, pelo cheiro de queimado que vem da cozinha.

   -Alya, os biscoitos!- Grito e ela corre para baixo.Olho para a Tikki,e a chamo.Ela olha mais uma vez para o desenho, e me segue.

   -Os biscoitos queimaram..-Choramingo.

   -Me desculpe Marinette-bufa a Alya.Toco no ombro dela tranquilizando-a.A Tikki apenas ri, e por um momento sinto vontade de bater nela, mas sou educada.

   -Que tédio..Vocês acreditam em espíritos?-Pergunta a Tikki.Aquela pergunta me deixa alerta.

   -Como assim?- pergunto, e ja posso ver os olhos medrosos da Alya, pedindo para que eu não concorde.

   -Ah,vamos brincar com eles.-Diz a tikki.

   -Que tipo de brincadeira?-Sei que provavelmente o Chat Noir vai acabar "brincando" connosco, então não tenho medo.Concordo com ela,e pisco para a Alya,como se tivesse tudo sob controle..

   -Quero fazer uma coisa estrondosa.Já volto.-Olho para a Alya assustada, e ela abraça o travesseiro, sem dizer nada.Esperamos pela Tikki na sala, e ela volta com uma bolsa fechada.

  Ela se senta no chão.

   -Esse é o meu kit de comunicação com o além.-

   -Oh..-respondo olhando atentamente para as coisas que ela tira.

   -Queria mostrar para vocês, o que eles podem fazer.-Diz ela.Isso está ficando cada vez mais interessante.

   -Pegue um banco por favor,Mari-Diz ela.Nunca tinham me dado um apelido, e não me agrada nada.

  Vou na cozinha e pego um banco, quando volto, ela fez um círculo de velas no meio da sala.Meu queixo cai, nunca havia feito nada tão louco.A alya está aterrorizada, e olha para mim com desespero.

   -Coloque o banco alí no meio- Diz a tikki,apontando para o meio do círculo.Ela olha para a Alya, e ri.

   -Não se preocupe Alya, passei sal grosso pelas entradas, e estarei aqui.-Diz ela tentando tranquilizar a Alya,mas ela continua abraçada ao travesseiro.

  Fechamos todas as entradas de luz da casa, deixando a sala totalmente escura, sendo iluminada apenas com a luz das velas.Colocamos velas nos lugares que estão sem o sal grosso, para vermos o que acontece.Escrevemos os nossos nomes em papéis, e queimamos nas velas.A Alya não ia participar de início,mas não queria ficar sozinha.

   -Chat noir, Chat Noir, Chat Noir..- susurro chamando-o.

   -O que disse?- Pergunta a Tikki me pegando de surpresa.E eu sorrio abanando a cabeça.Nos sentamos em volta do círculo, e a Tikki fecha os olhos,

   -Ostende mihi faciem tuam, si te non-

  Fico confusa, são como as coisas que o chat Noir diz.Penso em lhe perguntar o que significam, mas ela pediu para que não dissésemos nada.Alguns segundos depois do que ela disse, o banco se mexe.

   -Cá está ele!-Exclama ela.Sinto um ar frio, e desconfortável.Não deve ser alguém bom.Sinto que o conheço, mas ainda não posso identificar, pois não vejo nada, apenas a cadeira se mexe.

   -Q-quem?..-

   -Meu objetivo é chegar a um dos 5 comandantes.-Um dos cinco comandantes..Penso em lhe contar, mas ela provavelmente vai rir na minha cara.

   -Chat noir, é você?-pergunta ela, e sinto meu corpo gelar.Ela o conhece?

  O banco se mexe novamente,tentando sair do circulo de sal que fizemos.Me assusto com a presença que sinto aqui.É desconfortável, e fria.Ambas as três, começam a ouvir vozes.A Alya está encolhida,tapando a cara para não ver nada.

Marinette, é?

  Uma voz pergunta, e eu me arrepio.Conheço essa voz, é o Plagg, o demônio que o Chat Noir não conseguiu apanhar.Os espelhos da casa começam a quebrar, e coisas caem pelo chão.Fico imóvel, a Tikki sorri, e a Alya grita de medo.

   -Cataclismo..-Digo, e sinto meu corpo cair no chão.Minha visão fica escura, e eu perco a consciência.