História Meu gatinho. - Lute comigo.

*Visão embaçada*
   -O que..aconteceu?-Resmumgo, acordando.Coço os olhos com as costas das mãos, tentando desembaçar minha visão.Sinto meu corpo doer, e não consigo me levantar.Gemo de dor, e olho em volta.A Alya está choramingando embaixo da coberta, e a Tikki está inconsciente no chão.

   -Oh meu Deus,Tikki!-Exclamo e me levanto para ir socorrê-la o mais rápido que posso.Meu corpo dói, e caio no chão, indo então de joelhos até ela.

   -Tikki, Tikki!-Abano seus ombros tentando acordá-la.Ela abre os olhos assustada, e olha desentendida e com medo para mim.

   -Tikki, você está bem!-Exclamo para ela sorrindo.

   -Tikki? Quem são vocês? Onde eu estou? Por favor, me leve para casa-Choraminga ela.

   -O que aconteceu,Tikki?-pergunto olhando no fundo de seus olhos.

   -Não me chamo Tikki, senhora.Me perdoe, me chamo Laura, mas pode me chamar como preferir..Eu..poderia fazer uma ligação por seu celular?-Observo-a detalhadamente.Seus olhos antes eram azuis, agora são castanhos.O que está acontecendo?

   -Moça?..-Me pergunta ela.Eu solto seus braços, e aponto para onde fica o fixo da casa.

   -Então..e quem é você? A prima da família, não é?-Pergunto me levantando e indo sentar do lado da Alya.

   -Me desculpe, não sei como vim parar aqui e..Alô, pai?-Ela conversa pelo telefone, e fico cada vez mais confusa.Tiro a coberta da Alya, e a abraço, tentando tranquiliza-la.

  O dia amanhece rapidamente, e quando percebo, são seis da manhã.A Alya está dormindo no sofá, e eu e a tal Laura, estamos na cozinha, esperando que seu pai a busque.

   -Falou serio quando disse que não veio parar aqui?- Pergunto.Ela toma mais um gole da água, e olha para mim.

   -Juro, que não sei como..isso é um pouco estranho..-Ri nervosa.

   -Peço desculpas, deve ter sido um mal entendido.Vou te dar o meu número, talvez uma hora possa te explicar.-Respondo entregando um pedaço de papel com o meu número.Ouvimos o som de uma buzina do lado de fora da casa, e eu a levo até a porta.Me despeço, e fecho a porta, me encostando nela, e deslizando até sentar no chão.

   -O que está acontecendo comigo Deus? O quê?..-murmuro para mim mesma.

  Acordo a Alya que está no sofá, e ela se assusta.

   -Está muito impressionada, né?-Pergunto, e ela acena afirmativamente.

   -Pode me contar o que aconteceu quando desmaiei?-

   -Você desmaiou?..-Pergunta assustada, e eu respondo que sim.

   -Não Marinette, você se levantou, vi a cor dos seus olhos, você me defendeu.Falou uma palavra estranha, e depois começaram a sair coisas verdes da sua mão.Aí você e a Tikki começaram a brigar, só que aí ela parecia ter morrido, e você começou a puxar uma coisa dela..como se fosse sua..alma.Aí você puxou a do tal espírito que estava na casa.-É incrível como ela me conta tudo.O que me preocupa agora, é o fato de eu ter feito isso e não me lembrar.

   -Vou te acalmar, você não vai ficar bem assim.Me desculpe por te envolver nessas coisas, Alya.- Olho para baixo, me sentindo mal por isso.Ela levanta a minha cabeça, e sorri.

  Rezamos alí, e faço o mesmo de sempre.Controlo a respiração dela, e a acalmo.É como se eu tivesse um poder, mas é apenas um controle da mente.A Alya vai embora, e subo para o meu quarto.As malas da Tikki desapareceram.Talvez fossem apenas uma iluzão, ou algo do tipo.Coloco um bilhete na porta, pedindo para que minha mãe não me acorde.Limpei os vestígios de sal da casa toda, juntei as velas, e joguei tudo fora.Quando chego no meu quarto, bloqueio todas as entradas de luz do meu quarto.Me forço a dormir, mas é inútil.Vejo apenas uma solução, tomar um daqueles remédios para dormir da minha mãe.Corro para o quarto dela, e pego um, tomando rapidamente e voltando para o meu quarto.Preciso falar com o Chat Noir.

 
  Estou novamente na água.Olho para cima, e vejo uma luz.Sigo-a e nado para cima, antes que me afogue.Estou com o mesmo vestido, e agora posso sentir uma máscara no meu rosto.Suspiro com falta de ar quando chego na superfície.E vejo no fundo deste lugar escuro, uma fogueira.Curiosas chamas verdea queimam no meio do nada, e vou na direção delas, para me secar.Ao meio do caminho, olho para baixo, e vejo que estou absolutamente seca.Bom, isso não me assusta, visto que estou na minha mente.Na frente da fogueira, está o Chat Noir.Está de costas, e parece perceber minha presença, mas não se vira.

   -Oh..me encontrou my lady.-Diz ainda vira para o outro lado.Me aproximo dele sorrindo.Tentando fazer com que me note.Ele vira a cara para o outro lado, como se não quisesse que eu a visse.

   -Chat Noir, o que foi?-Pergunto assustada.

   -Nada..eu só..Desculpe, pode voltar mais tarde?-Pede ele num tom triste.

   -Preparei tudo para ficar mais tempo falando com você, não vou embora.-

  Viro o rosto dele para o meu, e seus olhos abrem de surpresa.Um dos seus olhos está com um arranhão, como se fossem unhas de gato.E ele está sem a máscara, provavelmente por conta disso.A parte da frente do peito dele está rasgada, rasgaram quase a blusa toda dele.Sua expressão é de desespero, e desilusão.

   -Chat Noir, o que aconteceu?!- Grito preocupada.Tiro a mão que ele usa para tapar seu rosto, e passo os dedos por seu rosto.Ele geme de dor, e eu a tiro rapidamente.Olho para ele de cima a baixo, e reparo que está sem seu sino dourado, e sem uma bota, está..está..destruido.

   -Eu...só estava te defendendo.-Ri,fechando os olhos.

   -E por que ficou nesse estado?!-Começo a chorar.

   -Preferia ficar sem um braço, do que te ver assim! Você é idiota?-Grito e vejo seus olhos ficarem cada vez mais tristes.Pulo no pescoço dele, o abraçando.Soluço de tanto chorar, e peço:

   -Nunca mais faça isso, Chat Noir-Choramingo.Ele me abraça fortemente, e me levanta no alto.Quando volto para o chão, olho seu rosto machucado mais uma vez, e passo os dedos por seu rosto.Encosto a cabeça no peito dele, e lamento o que ele tem feito e sofrido por mim.Sinto minhas mão quentes, quentes demais.Me afasto, e o rosto dele brilha.Fico assustada, e começo a me desesperar.
  Logo, seu rosto para de brilhar, e está curado.Ele sorri, ri, fica imensamente feliz, e corre para me abraçar.

   -Você é mágica, Marinette!-Grita feliz.Ele me abraça novamente, e começa a rodar, me fazendo voar, e sentir o vento fresco, que não sei de onde vem.Quando me solta, nos olhamos, e sinto vontade de beijá-lo.Seria uma má escolha?Me aproximo dele, fechando os olhos, e ele pega na minha cabeça com as duas mãos, e beija a minha testa.

   -Seja paciênte, My lady.-Ele ri e eu sinto minhas bochechas ferverem de vergonha.Uma árvore surge, e nos sentamos no galho mais alto dela.

   -Chat Noir, o que aconteceu hoje?-pergunto.

   -Bem..-

   -Pode me contar.-

   -É uma história meio longa..Aquela tal " prima" na verdade era a Tikki, o demônio que não consegui pegar daquela vez, ela usou aquele corpo, para tentar descobrir coisas sobre você, e invocar o demônio Plagg, mesmo eu o tendo matado.Felizmente, ela só conseguiu..um contacto fraco.Não sei te explicar.Mas não se preocupe, eu acabei com tudo aquilo.Roubei a alma deles também.-Sorri e me assusto.

   -E por que demorou tanto?-pergunto

   -Estava tratando do assunto que eu ia "tentar" se lembra?-

  Um sorriso toma o meu rosto,estaria ele tentando se comunicar comigo pelo outro plano? E como será que ele vai fazer isso? A ideia me deixa super impogada, e não posso deixar de sorrir.Fico tão feliz, que quase caio da árvore.O Chat Noir começa a rir, mas me segura na cintura na mesma hora que escorrego.Ele me segura colocando uma mão no meu outro ombro, e eu seguro na cintura dele, me fixando alí.Ele começa a traçar linhas imaginárias nas minhas pernas novamente.

   -Gosto das suas meias.Você se importa quando faço isso?-Diz ele, e eu balanço a cabeça negativamente.Seus dedos encapados com as luvas de couro passam por todas as linhas da minha meia-calça.Ela é daquelas cheias de buracos, então posso sentir cada toque.E cada toque que ele dá, é um novo arrepio.

   -Chat Noir, por que é tão bom comigo?-Decido perguntar.Ele olha para mim, e sorri.

   -Eu te conheci na minha vida passada.E você fez algo muito bonito para mim, Marinette.-

   -Então..já nos conhecíamos?-Pergunto, e ele afirma.

   -E por que não renasceu, como eu?-

   -Bem..eu..preciso fazer algo, para renascer, como você.-Faço uma cara de quem entendeu, e prossigo com as perguntas.

   -Por fica vestido de gato?-

  Ele sorri, e e beija na testa novamente, sorrindo.

   -Fui um gato em 3 vidas seguidas, na verdade, fui um animal em todas as vidas que tive.Mas sinto falta de ser um.Me deram a oportunidade de ser humano uma vez, mas falhei na tentativa, e agora,tento ser um humano melhor, cumprindo a tal missão de que te falei.-É incrível como ele se abre facilmente para mim.

   -E você Marinette, por que é tão boa comigo?-Pergunta.Essa pergunta realmente me faz pensar bem.

   -Não sei..talvez eu goste imenso de gatos!-Brinco, e ele sorri.

   -Devo gostar imenso de você, mesmo nascendo denovo.-Vejo seu rosto ficar sério, e seus olhos brilharem, como se fosse chorar.

   -Chat Noir?-Pergunto preocupada, olhando para ele.

   -Obrigado por tudo, Julliet.-Diz ele chorando.

   -Julliet?-Pergunto e ele acena afirmativamente com a cabeca, limpando as lágrimas.

   -Era o seu nome- ri

  Fico triste por ele se sentir assim, mas me sinto feliz, por poder estar com ele, nos momentos em que ele mais precisa.Eu que te agradeço, Chat Noir.

  Ele olha para mim, e sorri, mais uma vez.

  Descemos para o chão novamente, e ele avisa que precisamos nos despedir.

   -Mas já?!-

   -Você tem escola amanhã, Marinette.E seu despertador vai tocar em 5 minutos.-Diz ele arrumando meu cabelo atrás da orelha.

   -Queria tanto te fazer mais perguntas..Tenho tanto para saber..-Digo

   -Oh, vou te mandar um carta, não se assuste.Há uma biblioteca em sua cidade, onde há um livro contando sobre nossa história.-Diz ele, e fico maravilhada.Antes que pudesse falar, ele me abraça, tapando meu rosto com seu braço grande e macio.Seus músculos me apertam, como todas as vezes, e sinto seu cheiro a alfazema, que me atrai todos os dias.

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