1. Spirit Fanfics >
  2. Meu Jardim é Todo Seu >
  3. Vagabundo é foda...

História Meu Jardim é Todo Seu - Vagabundo é foda...


Escrita por: Assia

Notas do Autor


Eaaeeee seus dlç
Então, claramente eSSE CAPITULO TÁ GIGANTE, UM MEGAZORD MERMO, MEU DEUS DO CÉU BERG!
Juro que eu não sei como isso aconteceu, eu só fui escrevendo de boas, toda despreocupada com o amanhã, daí quando eu terminei e fui ver o tamanho dessa jiromba tava esse tantão ai... fim
Deu preguiça até de revisar mano, sinceramente, mas eu consegui... e tenho quase absoluta certeza de que ainda deixei passar algum(ns) erro(s) hihi
Mas né, num dá pra evitar (dá sim, eu só tô com preguiça mesmo)
Enfim, boa leitura <33

Capítulo 5 - Vagabundo é foda...


O som de um celular despertando na manhã já é irritante por si só, mas dois celulares fazendo isso, e tudo na mesma hora, já era demais!

Essa, infelizmente, era a rotina no apartamento que Chanyeol dividia com sua irmã... Ou melhor, que sua irmã, Sandara, dividia com ele. Em todas as manhas, os celulares de ambos tocavam ao mesmo tempo. Uma coisa completamente irritante de se ouvir. Cruz credo...

O apartamento qual os dois dividiam era dela, mas como Sandara era uma boa pessoa, deixou que seu irmão desempregado e sem um futuro muito promissor morasse junto de si. A única condição que estabeleceu para ele foi que, pelo menos, pagasse parte das contas de lá. E isso, nos últimos meses qual morou na casa, foi tudo o que ele não fez, afinal, estava desempregado há um bom tempo.

Seu último emprego havia sido num posto de gasolina há alguns meses atrás. Ele era encarregado de tomar conta da lojinha do local, trabalhando como balconista. Sua função era a coisa mais simples do mundo: receber o dinheiro, empacotar as compras e se necessário, dar de volta os trocados que sobrarem. Seu chefe também o instruiu a dar piscadelas e sorrir bonito para as senhoras que passarem por lá, apenas pra ver se conseguia ficar com o troco usando de seu inegável charme, mas aquilo não vinha ao caso.

Qualquer idiota seria capaz de fazer aquilo corretamente, mas Park Chanyeol não era qualquer idiota, seu nível de idiotice era muito maior!

Numa bela noite de segunda-feira em seu expediente cansativo e entediante – que, incrivelmente naquele dia, parecia ainda mais cansativo e entediante que o normal – ele teve uma ideia "genial".

A ideia genial.

Como não havia pregado os olhos noite passada por ter saído para farrear, afinal, era final de semana, achou que seria uma boa 'descansar os olhos' por uns minutinhos ali, com a cabeça apoiada no balcão.

Era um idiota mesmo.

O final da historia é até que previsível: o seu "descansar de olhos" acabou viram um sono profundo a ponto de soltar uns roncos cabulosos e a loja ficou completamente sem supervisão.

O estabelecimento teve inúmeras mercadorias roubadas, além de todo o dinheiro que jazia na caixa eletrônica e mais alguns itens da dispensa também terem sidos levados. Nem seu casaco de frio escapou desse roubo em massa.

No dia seguinte ele acordou no chão da loja, não entendendo muito bem o porquê de estar ali e não em sua casa. E ficou ainda mais confuso ao fitar a figura baixinha e barriguda de seu chefe gritando consigo, coisas como o quanto ele era um orelhudo imbecil por ter dormido em pleno expediente e sobre todo e prejuízo que teve com aquele ato irresponsável dele.

Acabou sendo demitido, obviamente, e ainda por cima voltou pra casa tendo de enfrentar aquele frio desgraçado da manha por estar sem casaco. Teve também de enfrentar a irritação da irmã mais velha por ter sido tão burro em dormir no trabalho. E ela não ficou brava com o ato dele dormir, e sim por ele ter sido pego fazendo aquilo.

Meu Deus, nem pra cochilar no trampo discretamente aquele dumbo servia...

Depois dessa demissão em especifico, por algum motivo inexplicável e aparente, Chanyeol não conseguiu arrumar mais nenhum emprego sequer. E olha que ele tentou muito e por longos meses.

Dara, por muitas vezes, pensou em expulsar aquele peso morto de lá, que só servia para comer de sua comida, bagunçar seu sofá e deixar latinhas de refrigerante e cerveja espalhadas pela casa. Mas toda vez que tinha alguma conversa severa , a ponto de impor essa vontade reprimida como ameaça a ele, os olhos já naturalmente grandes do rapaz dobravam de tamanho e sua cara se contorcia em uma coisinha totalmente adorável, fofinha e inocente. Era impossível resistir a aquilo, e ela sempre caia nos caprichos do mais novo em todas as vezes que isso acontecia.

Ah, como ela queria ser mais dura e intolerante com ele...

Chanyeol se levantou com o maior desgosto do mundo e desligou o alarme inconveniente do celular. Tudo o que ele queria fazer no momento era arremessar o aparelho com todas as forças contra a parede e voltar para debaixo das cobertas, mas caso fizesse isso, sua irmã lhe esfolaria vivo. Saiu de cima do colchão e seguiu caminho até a sala do apartamento, vendo Dara sentada no sofá com o notebook sobre as pernas, mexendo tão distraidamente no aparelho que sequer notou a presença da figura alta a observando.

– Ta fazendo o quê tão entretida ai? – usou de sua voz grave e rouca (que pela manha, ficava ainda mais rouca que o usual) por natureza para assustar a mais velha, que ao ouvir aquele jato de testosterona e masculinidade em forma de som, deu um pulo de onde estava sentada e quase derrubou o notebook no chão.

Nossa, se ela tivesse derrubado, Chanyeol perderia o pinto, ah se perderia...

– Não faz isso! Eu me assustei! – resmungou, finalmente fitando o ser enorme parado próximo a si, que possuía um sorrisinho divertido na cara.

– Desculpa. – pediu totalmente da boca pra fora. Ele adorava fazer aquilo com a irmã, era hilário ver sua reação.

– Tá... E respondendo sua pergunta: eu estou procurando um emprego pra você, seu vagabundo! Porque a única pessoa nessa casa que fez algo de útil sou eu! Inclusive procurar emprego pra marmanjo folgado! – iniciou seu discurso revoltado de sempre. Estava de saco cheio! De saco cheio das brincadeiras sem graça de Chanyeol, de sua presença atrapalhada e bagunceira, e de ver todos os dias sua cara cínica e desempregada, com um largo sorriso infantil presente, exibindo suas infinitas fileiras de dentes.

– Ah não Dara... Por favor, sermão logo pela manhã de novo não... – o grandão choramingou, se jogando no outro sofá e enfiando uma almofada na cara, como se aquilo fosse o ajudar a se poupar das reclamações da mais velha.

Já era o terceiro dia consecutivo em que mal despertava e já tinha que escutar a mesma baboseira de sempre. Cruzes! Tudo aquilo era um saco! Será que Sandara não se cansava de sempre falar sobre a mesma coisa com ele? Custava mudar o disco pelo menos aquela vez?! Bem que eles podiam conversar sobre qualquer outro assunto, por exemplo, o quanto esquimós são legais... Enfim, qualquer coisa menos aquilo!

– Sermão logo pela manhã de novo sim, Chanyeol! Já faz meses que você ta vegetando aqui em casa, passando o dia todo deitado no sofá só coçando o saco e comendo meus salgadinhos, e nunca pagou por nenhum deles até hoje! – exaltou-se de vez, deixando o notebook de lado para se levantar e por as mãos na cintura, fazendo sua típica pose de irmã zangada. – Eu te deixei morar aqui porque não queria te ver debaixo de uma ponte pedindo esmola por não ter um lugar pra ficar e um emprego pra se sustentar! – apontou com seu dedo indicador para o orelhudo largado no sofá e com a almofada sobre o rosto. Não tinha certeza se ele estava a ouvindo ou não, mas era melhor estar, porque caso contrário, as ruas de Seul teriam pelo menos uma parte do corpo morto de Chanyeol jogada lá, dentro de um saco de lixo preto e bem amarrado. – E sou eu quem banca a maioria das suas farras também, lembre-se disso! Você me deve sua vida, Park Chanyeol! Tudo o que eu te peço no momento é que pare de ser um morto de preguiça e comece a trabalhar logo! Porra será que você é tão imprestável a ponto de nenhum estabelecimento querer te contratar? Não é possível isso! – continuava, começando a andar de um lado para o outro enquanto apontava os defeitos do irmão. – Não me ajuda com nada aqui, só desorganiza e espalha o caos pela sala. – listou com os dedos da mão enquanto falava. – E o pior, não limpa nada dep...

A garota teve de se interromper imediatamente assim que virou em direção ao irmão, e parou apenas porque ficou extremamente chocada com o cinismo e a cara de pau que existiam naquele moleque. Ele estava com o braço direito completamente erguido acima de si, fazendo movimentos de fala com a mão, imitando de forma debochada as palavras duras que Dara dizia a si, como se não estivesse nem ai para quem estava falando, e quisesse mais é que tudo se fodesse.

Sandara não queria se estressar muito naquela manha, não queria mesmo, mas Park Chanyeol não colaborava, e aquele ato deveras desrespeitoso de sua parte foi a gota d'água para ela.

– SEU FILHO DA PUTA INSOLENTE! VOCÊ VAI VER SÓ! – gritou, indo com a fúria de um touro para cima do mais alto.

Sim, Dara havia chamado seu próprio irmão de filho da puta. A raiva que lhe invadiu no momento a impediu de refletir sobre isso e que aquele xingamento não só afetava a ele, como a si mesma e a sua queria mãezinha.

Senhora Park estava se revirando no tumulo depois daquela.

Na verdade, ela não havia morrido ainda, mas caso tivesse, com certeza se reviraria.

Subiu encima do corpo deitado do irmão, sentando sobre o abdômen dele e o imobilizando por completo. Pressionou a almofada que jazia em seu rosto contra o mesmo, com a leve intenção de sufocá-lo até, no mínimo, ele desmaiar. Não seria uma boa ideia matá-lo logo ali, pelo menos não naquele momento.

– Que é isso Dara?! Pra que falar mal da nossa mãe?! – mesmo estando numa situação complicada como aquela Chanyeol precisava por lenha na fogueira e curtir mais daquele momento.

Ver sua irmã perder a paciência consigo era algo raro. Poucas foram as vezes que ele obteve essa proeza, e quando conseguia, se divertia imensamente com o resultado de sua persistência – afinal, era um trabalho deveras difícil tirar aquela careta e certinha do sério.

– VOCÊ CALA ESSA SUA BOCA, ORELHUDO, SABE QUE EU NÃO FALEI COM ESSA INTENÇÃO! – defendeu-se, só então se dando conta da gravidade de sua ofensa.

Com isso, se sentiu uma péssima filha.

E tudo era culpa de Chanyeol.

Por tanto, era necessário que ele sofresse muito.

Mas não era bem aquilo que estava acontecendo, porque pelas gargalhadas abafadas que soltava em meio aquele “ataque”, ele estava passando por tudo, menos pelo sofrimento que merecia.

Aquilo irritou muito a moça, ah, se irritou...

 Decidida a levar dor e sofrimento de verdade a seu irmão mais novo, passou a socar com força moderada a almofada, como forma de evoluir sua tortura.

Chegava a ser impressionante Chanyeol ainda continuar vivo, porque as gargalhadas abafadamente escandalosas que dava lhe tomavam boa parte do pouco ar que tinha, e a almofada em seu rosto junto dos socos de sua irmã não colaboravam muito com sua respiração também. Se aquilo continuasse como estava, o rapaz certamente desmaiaria como Sandara tanto queria que acontecesse.

Numa tentativa de melhorar sua situação perigosa, levou ambas as mãos de encontro a cintura da mais velha, na intenção claramente maldosa de fazer cócegas. Ela detestava cócegas, e infelizmente, ele sabia disso.

Chanyeol era um homem morto.

– P-PARA COM ISSO, SEU BABACA! – pediu entre risos, se debatendo para se livrar da investida do irmão e espancando ainda mais forte a almofada.

 Seu apelo não foi atendido, muito pelo contrario, foi ignorado. Chanyeol continuou com as cócegas na irmã, fazendo-a se desconcentrar das tapas e focar nas risadas sofridas que dava. Cócegas definitivamente eram péssimas. E, de alguma forma, o som de suas gargalhadas, em algum universo alternativo bem louco, eram soluços de choros desesperados. Essa era a teoria da conspiração criada por ela para explicar o mal que as cócegas faziam para a humanidade.

Os dois Park estavam tão distraídos entre si, trocando soquinhos fracos e cócegas satânicas, que nem notaram quando a porta da frente do apartamento foi aberta e uma moça de cabelos loiros levemente acinzentados entrou no local, segurando três sacolas e com uma mochila nas costas.

A loira, ao ver aquela cena "fofa" (ela achava uma graça o jeito que os dois se matavam) entre irmãos acontecendo, deu um sorrisinho mínimo antes de intervir. Por mais que gostasse de barraco, se tratava de Dara ali. Nenhuma briga era legal quando sua namorada estava metida nela.

– Ei! Park Orelha e Park Mozona, já chega disso né! Logo pela manha já é demais... – comentou, fechando a porta e se dirigindo até o balcão da cozinha, deixando as sacolas lá encima junto da mochila.

Sandara, ao ouvir o som melodioso da voz da mulher de sua vida, Chaerin Lee (CL para os íntimos... No caso, apenas eles), parou com a tentativa de assassinato e saiu de cima do irmão, indo em direção a loira para cumprimentá-la devidamente com um selinho.

Seu namoro com CL não era do tipo meloso, com carinhos excessivos e apelidinhos extremamente exagerados, tudo ocorria dentro dos 'conformes', e Chanyeol agradecia aos deuses dos quatro elementos naturais por isso, assim não teria que ficar aturando sua irmã de frescurinha junto da namorada. Até porque seria bem inconveniente. Porem, apesar de não ser meloso, era um tanto quanto grudento. Chaerin passava mais tempo no apartamento da namorada do que na própria casa. Dos 7 dias da semana, ela estava lá 8.

Toda manhã a rotina era assim: ela chegava, trazendo o café da manhã para os três, geralmente um kimchi e mais alguns suquinhos saborosos, e as vezes umas guloseimas para Chanyeol, mas só quando estava afim.

A sua companhia era até que agradável de vez em quando, seu bom humor tornava o ambiente bem mais descontraído, principalmente as piadinhas de mau gosto que fazia a respeito dos outros vizinhos desagradáveis. Nem os bonzinhos escapavam das ofensas dela.

Lee, assim como os Park, adorava falar mal da vida alheia, era tão divertido para quem não tinha nada melhor pra fazer, por isso mesmo que eles gostavam tanto.

A presença da moça só era irritante – ao ver de Chanyeol, é claro – nas vezes que chegava na hora que o rapaz estava recebendo um sermão, porque por ser a namorada de sua irmã, automaticamente concordaria com cada palavra dita por ela. Mas não era apenas por isso, CL realmente achava um absurdo aquele vagabundo se aproveitar da bondade de sua mozão e abusar do privilegio que tinha. Ele, no mínimo, devia ajudar a pagar alguma coisa com ela, só que nem isso fazia. Mas também, como faria se nem empregado estava?

Por isso mesmo que apoiava e atiçava Dara quando ela começava com a sessão de reclamações com Chanyeol sobre isso, tanto pelo fato de adorar ver a cara de raivoso revoltado do rapaz quanto por concordar plenamente com o que a namorada dizia.

– Bom dia Chae. – a mais velha do local disse, dando um abraço forte na loira e sendo igualmente correspondida por ela. Enterrou o rosto na curvatura do pescoço da moça e inspirou o cheirinho gostoso que tanto amava sentir, e que apenas sua namorada possuía.

– Bom dia Dara. – respondeu sorridente, levando a mão direita em direção aos seus cabelos castanhos e fazendo um leve carinho ali, os bagunçando um pouco mais, até porque já estava um ninho de rato mesmo, não faria diferença nenhuma aquele seu gesto. Na verdade, a finalidade dele foi demonstrar afeto, e não arrumar os cabelos da outra, porque se esse fosse o caso, não conseguiria de qualquer jeito. A situação tava tensa ali... Tadinhos dos cabelos...

– Pelo visto, trouxe nosso café da manhã... – afastou-se da mulher e foi até o balcão, pegando uma sacola e retirando sua comida de dentro.

– Lógico, meu deus do céu, ela sempre faz isso Dara... – Chanyeol rebateu, se intrometendo na 'conversa' qual não havia sido chamado. Chegou na voadora mesmo e sequer se importou. Ligou o foda-se e pronto.

Ele não costumava agir assim normalmente, muito menos com a irmã e a namorada dela, de jeito nenhum! E não fazia aquilo tanto por ser um menino educado – na medida do possível – quanto por ter medo de ser ferido fisicamente por elas, caso as tratasse com ignorância ou de forma que não as agradasse. Tratar mal Dara perto de Chaerin – ou vice versa – não era recomendável para ninguém. 

Sua fala poderia ter sido facilmente interpretada como mais uma de suas típicas implicâncias, com a intenção de torrar a paciência da mais velha, para vê-la o atacar pela segunda vez só naquele dia, mas o tom surpreendentemente rude e mal humorado que usou complicava um pouco aquela ideia óbvia.

Chanyeol não era de se estressar tão facilmente, assim como sua irmã e seus pais, era meio que uma coisa de família. A tranquilidade dos Park era tamanha que até rendeu uma 'frase reflexiva' para CL, e ela era o seguinte: "Se um Park, que é conhecido por ser a coisa mais de boas do universo, se irritar com você, quer dizer que tu é chato pra caralho e precisa parar, porque ta feio."

Sempre que a loira falava isso, Sandara complementava com um "Chaerin Lispector", arrancando uma risadinha da mesma e selando seus lábios, parabenizando uma a outra pelo belo trabalho em equipe.

Que casal feliz!

Enfim... Continuando...

Pode até ter parecido desnecessária a exaltação repentina do rapaz, mas vendo pelo lado dele – que possuía fontes de informação questionáveis –, aquilo não era um absurdo, muito pelo contrario! O papinho de sempre sobre seu desemprego havia estourado sua cota de tolerância e afetado sua noção de paciência, sendo assim, a mais simples das falas já era o suficiente para irritá-lo.

A mais velha apenas se limitou a olhar feio em direção ao rapaz, pois não estava afim de brigar com ele de novo.

– Para de ser chato e vem logo pegar sua comida! – CL falou, tentando evitar mais um barraco que ela sentia que provavelmente viria. Se dirigiu até o balcão novamente e pegou uma das sacolas, indo sentar-se a mesa junto de Dara, que ainda fitava Chanyeol com ódio reprimido. A única coisa que ela queria naquele momento era acabar com a raça dele.

Ele, de alguma forma, conseguia sentir o olhar pesado e carregado de raiva sobre si, e sabia que ele vinha de sua irmã. Esse pequeno fato fez com que toda sua irritação sumisse num piscar de olhos, por que apenas saber que ela estava se segurando para não o assassinar mudava totalmente seu humor, fazendo com que a cara de poucos amigos morresse e fosse substituída por um sorrisinho provocante e satisfeito.

Ergueu-se do sofá e pegou a sacola que restou para si, indo para a mesa onde as duas já se encontravam comendo. Quando se sentou juntou a elas, novamente o olhar desagradável de Dara caiu sobre si, e para provocá-la mais uma vez, deu uma leve acenadinha com a mão e piscou.

Aquele sim gostava de brincar com o perigo e não tinha o menor amor à vida.

– Toma cuidado Chanyeol... – A morena avisou, de forma ameaçadora e contendo a vontade que teve de jogar o primeiro objeto que visse em sua frente na direção da cara do irmão. Numa tentativa de evitar fazer isso, desviou o olhar dele e se concentrou na comida, que era bem mais importante do que ele, obviamente.

Park apenas deu uma risadinha baixa e satisfeita, finalmente começando a comer e deixando de ser irritante por pelo menos um momento.

Chaerin, por sua vez, ficou quieta em seu canto observando a tretinha dos dois acontecer e não ousou, em nenhum momento, se meter naquilo. O que fez o tempo todo foi apenas sorrir contido e negar com a cabeça algumas vezes, impressionada com a infantilidade deles.

Visitar os irmãos era quase como passar um dia na creche, chegava bem próximo a ser isso, alias.

 

★~(◠︿◕✿)

 

Para a infelicidade de Chanyeol, após aquele silencioso café da manhã junto das meninas, o assunto qual ele já estava de saco cheio novamente voltou à tona. E, obviamente, Dara quem havia começado com aquilo tudo.

Sempre ela! Mas será possível?! Ele não podia ter um minuto de paz sem que fosse importunando por conta de seu desemprego?! Cruzes...

De uns meses para cá, aquilo era algo raramente comentado entre eles, mas ai, de uma hora pra outra, vira a coisa mais citada naquele apartamento nos últimos dias. Que porra era essa? Ela fazia aquilo apenas para irritá-lo ou de fato tinha algum motivo aparente?

Se tratando de Dara, tinha altas probabilidades de ser não apenas um, mas sim os dois ao mesmo tempo. Não tinha como ter 100% de certeza, e isso irritava muito Chanyeol.

De qualquer forma, ela deve ter voltado a discutir aquilo só porque agora tinha o apoio moral de Chaerin. Era bem a cara dela fazer isso...

Mas, surpreendentemente, toda aquela ladainha acabou de forma civilizada e racional, com ambas compreendendo o lado preguiçoso de Park e se oferecendo para o ajudarem na procura de um emprego, mesmo que no momento ele não estivesse procurando por algum. Sandara havia percebido, com a ajuda de CL, que ficar apenas xingando e reclamando com o rapaz todo santo dia não iria o ajudar em nada, e percebeu isso enquanto madrugava naquela noite junto da namorada, falando de assuntos variados com a mesma. Por acaso aquele assunto veio à tona e por acaso Sandara quase acordou o irmão por conta da força qual teclava respostas indignadas às perguntas da namorada.

No final das contas, acabou se deixando levar pelo poder de persuasão da loira e cedeu a ideia dela, que basicamente era de ambas começarem a ajudar Chanyeol a procurar um emprego. Qualquer um.

E, no exato momento em que ele acordou e foi importunar a pobre coitada na sala, ela não havia pregado o olho ainda.

– Sim Chanyeol, eu e a Chae vamos te ajudar a achar um emprego e ponto final. – a morena ditou convencida, voltando para a sala e recolhendo o notebook de volta para seu colo. Yeol estava pronto para protestar pacificamente mais uma vez (até porque se gritasse, uma briga iria certamente começar, pois o tom que Dara usava consigo era manso e calmo, porem ainda assim autoritário.), e quando abriu a boca para fazer, a moça se prontificou em continuar para interrompê-lo. Propositalmente. – E nem adianta negar, já está decidido!

– Ah mano, fala serio... – murmurou, desistindo de tentar recusar a "ajuda" que não pediu. Estava escorado de costas no balcão, então apenas se debruçou ainda mais sobre o plano, jogando a cabeça para trás e suspirando forte por um breve momento.

– Você deveria nos agradecer seu dumbo, e não reclamar. – CL se pronunciou, sentada no chão com as costas coladas a parte de baixo do sofá qual Sandara também estava. Possuía seu próprio notebook (que trouxe junto de si na mochila, justamente para essa "ocasião especial") sobre as pernas, assim como ela – Estamos fazendo isso de bom agrado, e aposto que com a nossa ajuda, vamos te arrumar um emprego logo, logo. – assegurou, abrindo o Google e digitando "empregos disponíveis e não muito complicados para idiotas preguiçosos" na barra de pesquisa.

Sandara viu o que a loira escreveu, dando uma risadinha rápida e empurrando o ombro da outra levemente com o joelho, como se dissesse para parar de brincadeira.

É justamente disso que eu tenho medo: que vocês consigam... O rapaz pensou, preocupado. Fitou as duas com uma cara surpresa e pesarosa, de fato temia que elas tivessem sucesso, pois estava adorando ser um desempregado sustentado pela irmã.

Por mais patético que isso fosse, ele não se importava.

Antes um ‘patético’ com o dia todo livre para fazer seus inúmeros nadas do que um ‘bem sucedido’ ocupado e escravo do trabalho.

Pois é, ser patético tinha lá suas vantagens no ponto de vista retardado de Park Chanyeol – que era igualmente retardado.

– Ahn... Sim, me arrumar um emprego, vocês vão conseguir, yay! – deu um pulinho vergonhoso e levantou o punho direito fechado, deixando aquela cena ainda mais vergonha alheia.

Sua empolgação era tão fingida que chegava a dar pena, e por trás de toda ela, jazia o desespero de um homem irresponsável em cogitar a possibilidade de começar a trabalhar num futuro próximo. Era assustador se ver acordando cedo para sair de casa e enfrentar o mundo lá fora, ainda mais ter de trabalhar nele.

As moças não precisaram desviar os olhos das telas para verem a cena vergonhosa feita pelo orelhudo. Só pelo tom forçado de voz dele já dava pra ter uma noção, o que acabou arrancando risadinhas rápidas delas.

– Sabe... Você deveria fazer a mesma coisa que nós, só que no computador lá do seu quarto. – a mais velha da casa sugeriu ainda focada em seu notebook. – Fazer algo de útil de vez em quando é bom pra saúde. – provocou, até porque não podia perder a chance.

O rapaz apenas se limitou em cerrar os olhos para cima da irmã e seguiu caminho para o quarto, mantendo o contato visual intenso e raivoso com Sandara até finalmente chegar ao corredor, mesmo ela não correspondendo, pois estava concentrada no que fazia.

De qualquer forma, ela tinha lhe dado uma boa ideia. Aproveitaria que já estava em seu quarto e iria tirar um cochilo maroto, que, com toda certeza, era mil vezes melhor do que procurar por uma coisa que não precisava, vulgo trabalho.

Estava muito bem sem um emprego e vivendo debaixo do teto de Dara, obrigado.

Adentrou o quarto com pressa, animado com a ideia de dormir mais um pouco e se jogou com tudo encima daquela bagunça confortável, fechando os olhos e se aninhando melhor sobre o colchão.

Se Deus quisesse, e ele tinha que querer, Park iria dormir até a hora do almoço sem nenhuma interrupção durante seu processo de soneca linda e maravilhosa.

Amem.

 

( ̄。 ̄)~zzz

 

– Ei seu poste, acorda! – uma voz irritantemente conhecida, vinda de uma Chaerin inconveniente e estraga cochilo, ecoou pelo quarto.

Chanyeol se encontrava com o rosto enterrado no travesseiro, estava em seu 5º sono e não queria ser acordado naquele momento, porém querer não é poder.

– Não, só mais 5 minutinhos... – pediu ainda sonolento, se remexendo sobre a cama e virando o rosto para o lado da parede, ainda mantendo os olhos fechados.

Claro que a loira não cairia na dele, não era trouxa como Dara a ponto de fazer a vontade daquele pirralho preguiçoso. Se ela falou pra ele acordar, era pra acordar mesmo!

– Nada disso! Anda! Levanta logo, a gente precisa falar com você sobre uma coisa, e isso não vai ser possível se continuar ai deitado que nem um inválido. – apontou para a 'carcaça' de Chanyeol largada sobre a cama.

– Eu não sou um inválido... – pôs um biquinho magoado nos lábios, mesmo que CL não pudesse ver seu rosto tristonho e se comover com ele.

– Então levanta Chanyeol! Vai, vai, vai! – puxou uma de suas pernas para fora. Se não levantasse por vontade própria, então iria a força.

– Tá, tá, calma... – e foi com muito pesar e má vontade que ergueu o próprio tronco, apoiando-se no colchão e sentando-se sobre o mesmo, esfregando os olhos com as costas das mãos, visando espantar o sono que ainda lhe rondava . Esticou-se o máximo que conseguiu, abrindo a boca exageradamente num longo bocejo, espantando o sono de vez, ou quase isso.

Encarou Chae com uma cara de drogado de sono e fez um sinal confirmativo com o polegar, tentando dizer que já estava um pouco mais capacitado, sendo que não estava.

– Muito bem, agora vem comigo. – acreditou na confirmação do rapaz e agarrou seu antebraço, o arrastando quarto a fora, indo para a sala onde Sandara jazia sentada no sofá mais próximo da TV, assistindo a mesma. – Aqui, trouxe a criatura obediente. – avisou, chamando a atenção da namorada para si e empurrando Chanyeol para o centro da sala.

– Ótimo. – a mais velha falou, olhando para o irmão.

– O que vocês têm de tão importante pra me falar? – perguntou mal humorado, indo se sentar ao lado da irmã com raiva.

– Ah, então... – Chaerin começou, tendo que se contentar em ficar isolada no sofá vago que lhe restou. – Achamos um emprego bom pra você...

– Hum... Acharam é? – debochou desacreditado. Na verdade, ele estava bem frustrado, pois não queria que elas tivessem realmente conseguido, mas não iria demonstrar aquilo na frente delas, então precisava se fazer de inatingível.

– Sim! – responderam empolgadas e em uníssono.

– E de que é exatamente?

– De jardineiro. – a moça a seu lado falou simples.

– Ah ta, de jardineiro. – reafirmou ainda com o tom debochado, falando aquilo mesmo não tendo realmente prestado atenção no que havia ouvido. – Perai... – parou um pouco para refletir e arregalou os olhos ao compreender o fato. – De jardineiro?! O que?!!

– Sim, de jardineiro! – Chae retrucou, de forma óbvia.

– Mas... Mas, jardineiro? Por que?? – não compreendia o motivo delas terem encontrado aquele emprego para si. Park tinha certa experiência e conhecimento com plantas e flores em geral, já havia feito um curso de jardinagem há um tempo atrás e não se lembrava muito bem o porquê, mas devia ser por conta do mesmo motivo de sempre: a falta de emprego. Trabalhou apenas uma vez naquilo, e foi demitido no segundo dia.

É... Sua experiência como jardineiro não foi muito boa.

– Porque sim! – a loira revirou os olhos e se inclinou para perto dele. – Ainda não é certeza que você vá de fato trabalhar de jardineiro, nós apenas vimos a proposta e enviamos seu currículo. – explicou.

– Exatamente. – sua irmã confirmou, acenando com a cabeça.

– E vocês fizeram isso sem me perguntar, obviamente, né? – alternou o olhar revoltado entre as duas.

– Sim... – Dara confirmou, como se estivesse respondendo a uma pergunta nem um pouco importante. E realmente, não era, pelo menos não pra ela.

– Sua irmã mandou você ir procurar um emprego no computador, mas você acabou dormindo ao invés de fazer isso... – CL apontou, dando de ombros e sorrindo ao ver a expressão desgostosa do outro.

– Não precisa jogar isso na minha fuça, Chaerin. – fez cara feia para a loira. – Pelo menos vocês deviam ter me acordado para saber o que eu achava, se eu iria querer aquilo ou não. – fez birra, cruzando os braços e se emburrando um pouco.

– Poupe-me Chanyeol! – Dara resmungou, dando uma leve empurradinha nele com o braço. – Não precisa de tudo isso! Trabalhar como jardineiro não é o fim do mundo, e caso você consiga a vaga, vai receber muito bem por isso, porque vai ser empregado na mansão dos Byun, uma família bem rica e poderosa, você sabe...

Ele conhecia aquela família por nome, já ouviu falar deles algumas vezes. Fofocas básicas que corriam por ai.

Nunca havia visto um deles pra valer, a não ser em matérias de revistas ou em noticias de jornais, e a maioria delas era apenas dedicada ao pai da família.

Tanto coisas boas quanto coisas ruins vinham acompanhando o nome dos Byun. Sabia que eles eram compostos pelo senhor Byun, sua esposa e dois filhos, sendo que o mais novo era, ainda assim, um ano mais velho que si.

– Verdade, e por serem uma família toda trabalhada no luxo e na riqueza, não deixaram de oferecer benefícios de trabalho para quem ocupar o cargo de jardineiro. – complementou Chaerin. – Não sei bem o que aconteceu para precisarem de um empregado novo, mas deve ser um babado daqueles. Aish, queria tanto saber do que se tratava... – fez um biquinho decepcionado. Gostava de "se manter informada" sobre tudo o que acontecia ao seu redor, por mais que não lhe conviesse. Essa ai é outra que adora uma fofoca. – Enfim, é uma oportunidade boa. Sortuda será a pessoa que for contratada pra isso... Imagina que maravilha seria se essa tal pessoa fosse você, Chanyeol. – sorriu confiante, fazendo o rapaz se animar também e entrar em seus pensamentos fantasiosos.

Realmente, até que não seria tão ruim trabalhar novamente como jardineiro na casa do “senhor Byun todo poderoso", desde que não fosse demitido no segundo dia, é claro...

Cara! Imagina que delícia quando for receber seu primeiro salário!

Nossa, sua mão já coçava de ansiedade por cogitar a possibilidade de ter posse de toda aquela grana que certamente lhe pagariam por aquele trabalho simples. Iria ostentar horrores! Farrear com o dinheiro de seu próprio suor, sem ter irmã mais velha e chata lhe limitando sobre o que comprar ou não, melhor coisa...

Mas, espera um pouco ai! Ele já estava pensando alto demais, como se a vaga já fosse sua. E as possibilidades de um traste como ele consegui-la eram quase que nulas. Com toda certeza, pessoas mais capacitadas e experientes com jardins e coisas do tipo enviariam seus currículos também, o que faria todas as estatísticas – que de fato eram bem poucas – que tinham a seu favor, sumirem.

A realidade dói, e Chanyeol sabia muito bem disso. Tanto que seu sorrisinho sonhador até sumiu de seu rosto, e os olhinhos pararam de brilhar também. Dava até dó...

– É... Tanto faz. – desconversou seco, dando de ombros e perdendo toda sua empolgação momentânea. – O que vamos ter pra almoçar hoje? – questionou, mudando o assunto. Não que estivesse interessado na resposta, até porque se fosse uma comida deliciosa, a devoraria tão rápido que sequer sentiria o gosto.

– Não to afim de cozinhar hoje, então vamos comer numa lanchonete. – Dara avisou, se levantando do sofá que dividia com o irmão. – E vai se arrumar Chanyeol, ta parecendo um bicho do mato desse jeito. Irmão meu não anda desarrumado por ai, não! – a moça sempre se importou com a aparência do rapaz e cuidava para que ela fosse a melhor possível.

Ele já era um tanto quanto vaidoso por natureza. Mesmo sem as influencias da irmã, gostava sempre de estar bem vestido e decente (resumindo, todo gatoso). Se capaz, passaria horas e horas se namorando na frente do espelho quando fosse se vestir. Era gostoso e irresistível demais para passar batido por si mesmo.

Mesmo com todo esse cuidado com a aparência, para Sandara, ainda não era o suficiente e no final das contas ainda parecia o mesmo "bicho do mato" de antes.

– Aish, tá bom... – o rapaz bufou, se levantando também e indo para o quarto novamente. Tinha que se arrumar mesmo, porque depois daquele cochilo estava parecendo um pedinte. Mas também, o que poderia fazer para evitar aquilo? Afinal, sempre que dormia, se movimentava demais na cama, consequentemente desarrumando não só a si mesmo quanto ao móvel.

– VÊ SE NÃO DORME DE NOVO PARK, OU ENTÃO SAIMOS SEM VOCÊ! – a matraca irritante da porra, mais conhecida como Chaerin, gritou, apenas para provocar mesmo. Uma coisa que ela amava fazer com o irmão da namorada.

Ele achou melhor não respondê-la e fazer logo o que devia, pois estava começando a ficar com fome. Quanto antes acabasse mais rápido poderia comer.

 

(≖‿≖)"

 

Você até pode ser uma pessoa que recebe olhares tortos e julgadores a beça, mas garanto, você nunca será Park Chanyeol. Tai uma pessoa que é deveras mal encarada pelos outros quando anda na rua ou em locais públicos e movimentados. E o pessoal não poupava o rapaz de seus olhares desaprovadores e as vezes de nojo, não faziam nem questão de disfarçar, olhavam feio na cara de pau mesmo, afinal, se fosse pra se indignar com o que viam, pelo menos que demonstrassem né... Mas aquilo não o incomodava nem um pouco, muito pelo contrário, o divertia horrores, isso sim.

E o motivo de toda essa atenção simplesmente se dava a forma com que ele, Dara e CL andavam por ai. Chanyeol ia prensado entre as duas garotas, com as mãos passadas por suas cinturas de forma possessiva e propositadamente forte. Com o consentimento de ambas, é claro. Isso já era mania entre eles, uma coisa simples e que não tinha nada de mais, porem, ao ver dos entrosados, aquilo era um absurdo do tamanho do mundo. Que exagerado esse povo viu...

De primeira, quando aquilo tudo começou, eles não entendiam nada... Por que estavam todos os olhando com tanto espanto e desaprovação daquele jeito, como se soubessem o que haviam feito no final de semana passado? Cruzes, nem conheciam aquelas pessoas, então o que elas tanto olhavam?! Era deveras inconveniente e desconfortável aquilo...

Só depois de um tempo que foram ter noção do real motivo de tudo aquilo: o modo como Park estava agarrado nas garotas e vice versa. Tá, realmente era uma razão bem merda e não justificava nada, mas quem disse que as pessoas precisam de um motivo lógico como desculpa para julgarem umas as outras, não é mesmo? Só porque o Park andava com uns jeans rasgados – por puro "estilo" –, tinha uma cara de mau deveras medonha (perfeitamente explicada pelas brincadeirinhas e comentários de mau gosto vindos das duas a seu lado) e sempre andava acompanhado de tal modo por elas não significava que fosse uma pessoa ruim, muito pelo contrario, era um amorzinho (de vez em quando, é claro).

Diante disso, como não tinha jeito mesmo, eles decidiram aproveitar e se divertir um pouco mais com aquilo. Já que as pessoas acreditavam no que viam, então por que não tornar tudo um pouco mais real? Com teatrinhos de triângulo amoroso e crises de ciúme? Ah, perfeito! E o melhor de tudo: realmente funcionava.

E depois de toda a cena, eles iam embora rapidamente e começavam a rir, se parabenizando pelo bom trabalho, e olha que nem ensaiavam nem nada, mas sempre parecia bem real. Quem sabe Chanyeol não se desse bem no ramo da atuação, porque ele conseguia se fingir de hetero (coisa que ele não era) muito bem, e o mesmo vale para Chaerin e Sandara, mas elas já tinham seus próprios empregos.

Dara trabalhava num Pet Shop em alguns dias da semana, fazia um pouco de tudo no local, como cuidar de alguns dos bichos – tinha certa experiência com isso, era quase como cuidar de Chanyeol, só que com um ser mais inteligente – e gerenciar o caixa eletrônico.

A dona do local era amiga de longa data de sua família, por isso tinha confiança em deixá-la exercer tal tarefa, alem, é claro, de pagar uma quantia a mais para a moça, até porque ela merecia... Amigos, amigos, negócios a parte não se aplicava aquela situação... Mas apenas naquela...

Já Chaerin era gerente em uma loja de joias e mais algumas dessas coisas de valor alto. Também recebia uma excelente quantia por seu emprego e usava parte da grana para ajudar nas despesas da namorada em seu apartamento. Cobria a parte que Park deveria pagar, e fazia tudo isso sem reclamar por um momento sequer, mas claro, era inevitável não jogar tal fato na cara do poste quando fosse ajudar a dar o sermão. Não que fizesse aquilo por desgosto, era apenas para vê-lo se irritar. Ah, não tinha preço ver aquela carinha de bravo com as orelhas levemente vermelhas, totalmente hilário.

Enquanto os três comiam descontraidamente e conversavam entre si sobre variados assuntos, sentados a mesa mais distante possível do aglomerado esfomeado de pessoas do restaurante que havia sido escolhido por Chae dessa vez, esclareciam um pouco mais para Yeol os detalhes e benefícios do emprego que haviam visto da mansão dos Byun.

O trabalho já oferecia tudo: vale transporte – o que era bom para ele, que não possuía veículo próprio. –, almoço com direito ao que quiser, liberdade para levar a comida já pronta, uma carga horária aceitável de trampo e de quebra ele ainda tinha um quarto só dele já reservado, caso fosse necessário passar a noite. Condições excelentes, o mínimo que se podia esperar de uma das famílias mais ricas das redondezas. 

– Ah cara, isso seria maravilhoso. – concordou de boca cheia, jogando a cabeça para trás e idealizando tudo aquilo para si. Uma maravilha só...

– Sim... – CL acenou positivamente com a cabeça, sorrindo do sonhador a sua frente. – A casa deles deve ser enorme, linda, cheirosa, limpinha e maravilhosa. Ai que tudo! – a loira era uma pessoa que amava esse tipo de coisa: o luxo.

Gostava de ostentar mesmo! Sair por ai com roupas caras de marca (que levou meses de suor e dinheiro juntado para serem finalmente compradas) e casacos de pele sintética, (afinal, não gostava de fazer mal aos animaizinhos indefesos), toda elegante e finíssima! Gostava também do estilo "badass" da coisa, como correntes de ouro e anéis preciosos. Uma pessoa completamente estilosa. Chaerin, de vez em quando, aproveitava quando a loja estava consideravelmente vazia para pegar algumas joias e por em si mesma, só para tirar foto e ostentar nas redes sociais! E o mais delicioso de tudo isso era que ninguém descobria, nem mesmo seu chefe. Ah, a vida não podia ser mais deleitosa...

– Tratem de sonhar menos e comer mais! – Dara, a chata e estraga prazer, avisou, apontando para o prato de comida de ambos, indicando para eles acelerarem o processo.

Park apenas revisou os olhos e deu um leve sorrisinho, levando outra porção de comida a boca igualmente com Chaerin. Não demorou muito para que todos logo acabassem de comer, e consequentemente tivessem que pagar a conta.

Ugh, a conta... Que hora horrível era aquela. Horrível para o bolso da meninas, é claro, porque Chanyeol sequer tinha dinheiro pra pagar pela própria comida.

– Então... Como eu sei que vocês vão pagar tudo que foi gasto aqui, incluindo as minhas coisas também né, vou esperar lá fora, ok? – deu a tentativa de um sorrisinho sincero e amigável e apontou com o polegar para a saída, esperando a confirmação das moças, porem foi apenas lindamente fuzilado por elas.

– Some logo daqui antes que eu dê uma porrada em você! – Dara rosnou, levantando um punho fechado em direção a ele, fazendo menção de ataca-lo ali mesmo.

Como o orelhudo não era besta nem nada, ralou peito de perto dela. Não duvidava nem um pouco que, se permanecesse próximo das garotas, apanharia bonito de qualquer uma delas (se não das duas). Se afastou da mesa rapidamente, sorrindo cinicamente e não ousando olhar para trás em momento algum, porque vai que Dara ainda continuava com aquele olhar de morte sobre si...

De qualquer jeito, já estava satisfeito mesmo. Havia conseguido irritar a irmã novamente, a ponto de quase fazê-la partir pra agressão física. Nossa, que conquista magnífica era aquela! Sentia-se orgulhoso de si mesmo por ser o filho da puta do ano, uma honra tremenda, merecia um premio por isso!

Estava tão estupidamente distraído e imerso em seus pensamentos que nem reparou no pobre rapaz que vinha em sua direção, que estava no mesmo estado de distração que ele. A única diferença era que, no caso dele, aquilo já era uma coisa natural.

Claro que não deu outra né: os dois se esbarraram com tudo um no outro. Park Chanyeol foi para um lado, rapaz avoado foi para o outro, e o prato de comida que ele levava cuidadosamente nas mãos foi para o chão, melando tudo nas proximidades. Que ótimo...

O baque da tigela – que por sorte era de plástico – contra o piso chamou a atenção de algumas das pessoas que estavam perto da cena, e causou raiva em outras que tiveram seus pés e partes das pernas molhadas pelos respingos daquilo que seria o almoço do rapaz. O indivíduo permaneceu imóvel na mesma posição, sem mexer um músculo sequer, alternando seu olhar entre as mãos vazias e o chão completamente coberto por sua preciosa comidinha. Literalmente dinheiro jogado no lixo.

Chanyeol se desesperou ao perceber a merda que havia feito. Céus! Como que pode deixar isso acontecer?! E se aquele cara exigisse que lhe pagasse um prato novo? Dara e CL não ficariam nem um pouco felizes em saberem que teriam de gastar mais dinheiro com um desconhecido por conta de sua idiotice... Que ótimo mesmo...

– MEU DEUS MOÇO, ME DESCULPA! EU NÃO TINHA TE VISTO! – gritou praticamente em desespero, mesmo que sua reação tenha sido um pouco exagerada para a situação. Só o fato de pensar em sua irmã brigando consigo por ter dado mais despesa a ela já o deixava nervoso.

O outro acabou se assustando um pouco com o grito desnecessário do mais alto, pois estava muito ocupado ainda olhando de forma viajada e tristonha a lagoa de comida formada próximo a seus pés.

Sorriu doce em direção a ele, achando um pouco de graça o exagero dele, mas a ideia principal foi passar um pouco de tranquilidade e conforto, coisa que aquele ser alto e de orelhas engraçadas estava precisando.

– Tudo bem, não tem problema. Acidentes acontecem, não é? – exibiu-lhe mais um sorriso lindo, fazendo uma covinha charmosa aparecer em sua bochecha ao comprimir os lábios levemente. 

O modo manso e calmo com que o desconhecido falou consigo foi adorável, ele tinha que admitir. Não era todo dia que alguém perdoava uma de suas burradas, ainda mais se tratando de comida. A convivência com a irmã o fez pegar certos traumas sobre isso, afinal, todo dia era uma reclamação diferente sobre alguma coisa. Aquilo cansava a beleza de qualquer um.

Todos que observavam a cena tinham a esperança de um barraco daqueles acontecer ali mesmo, com direito a sangue, puxão de cabelo e xingamentos a mãe, apenas para animar o ambiente, sabe... Ou então só para saciar a sede deles, porque é fato que todo mundo adora uma boa treta. Porem, o barato foi totalmente cortado com a fala gentil da "vitima", o que fez a maioria dos curiosos perder totalmente o interesse em continuar acompanhando aquilo. Mas esse povo não toma jeito...

– Ah, é s-sim... – finalmente se pronunciou um pouco sem jeito, tanto pela situação chata em que se meteu quanto pela beleza e doçura daquele a sua frente. Ele possuía cabelos escuros e bem penteados, com a franjinha lindamente jogada para o lado e algumas mechas rebeldes indo contra a direção das demais, coisa que poderia ser considerada como mais um de seus vários charmes. As feições eram belas e delicadas a um ponto que chegavam quase a ser angelicais, ornando perfeitamente com o rosto fino e bonitinho que possuía. Na verdade, tudo nele era bonitinho. Usava roupas simples, apenas uma blusa lisa de cor azul e com mangas, junto de uma calça jeans de lavagem preta e um par de tênis brancos (muito convidativos a serem manchados... Mas ele não era filho da puta a esse ponto). – Se você quiser eu posso te pagar outro prato, também não tem problema... – na verdade tinha sim, e era um bem simples: sua falta de dinheiro. Mas o rapaz não precisava saber disso.

– Não precisa se incomodar, eu mesmo pago. – recusou de maneira educada, negando com a cabeça e com as mãos simultaneamente, para o alivio e a felicidade de Chanyeol. Ah, que cara gente boa, o mundo precisa de mais pessoas assim, e não como aquelas que desviaram o olhar quando notaram que nenhuma ação aconteceria ali.

Sim, ele reparou naquilo. Que abutres!

– Certo, então vou ali chamar um faxineiro para limpar isso... – sua gentileza não acabava. Precisava transparecer para o moço bonitinho que era um cavalheiro digno e cuidadoso, quem sabe não conquistava o coração dele assim né. Dava certo nos filmes românticos...

– Também não precisa ok?! Você já fez muito por mim. – foi só impressão de Park ou o tom de voz dele mudou de doce para levemente irritado? E tudo isso apenas naquela frase...

– Uh... Então tá bom... – recuou alguns passos discretos para trás, receoso e preocupado em relação à própria segurança. A "raiva" do moço foi repentina e suspeita demais. – E me desculpa novamente. – disse por fim, pronto para se retirar de fato.

Recebeu apenas um aceno de cabeça como resposta e saiu, deixando o desconhecido fofo, porem bravinho para trás.

Já do lado de fora do estabelecimento, encontrou suas graciosas acompanhantes lá, esperando pacientemente (ou nem tanto) por ele.

– PUTA QUE PARIU CHANYEOL! VOCÊ DISSE QUE IA ESPERAR DO LADO DE FORA! MAS QUANDO A GENTE CHEGA AQUI, APRESSADA PRA IR EMBORA, CADÊ A PORRA DO DUMBO?! EXATAMENTE, EM ALGUM OUTRO LUGAR MENOS AQUI! – Sandara, a mais graciosa e recatada das duas, o recebeu com seu jeitinho delicado e amoroso bem característico.

Deu um peteleco deveras maldoso na orelha do poste acompanhado de um pescotapa, pra ver se com isso ele aprendia a não atrapalhar seus compromissos com sua vagabundagem!

– Ei! Sossega o facho, eu já voltei! – segurou sua pobre orelhinha agredida com uma mão enquanto mantinha a outra em seu pescoço, acariciando para diminuir a dor. – Só precisei dar uma passadinha no banheiro para mijar. – mentiu na cara dura. Nem sua irmã e nem Chaerin precisavam tomar conhecimento do que havia realmente acontecido, para o seu próprio bem e de sua outra orelha.

– Jesus Cristo... – revirou os olhos e de as costas, rumando o caminho de casa sozinha e na frente, não fazendo questão nem de esperar Chaerin. Estava brava mesmo. Brava e apressada.

– Que bicho mordeu ela? – Park questionou, se virando para a loira que assistiu a tudo aquilo sorrindo, como se estivesse vendo a melhor coisa do mundo.

Barracos... Ela amava mesmo... Sério, era descomunal um negócio daqueles...

– Enquanto íamos para o caixa pagar a conta, ela recebeu uma mensagem da chefe dela no celular, avisando que precisava urgentemente de ajuda no pet shop. – esclareceu, fazendo os mesmos passos da namorada e a seguindo para o apartamento, com Chanyeol indo junto.

– Nossa, só isso?! Fala sério... – bufou nem um pouco contente. Apenas aquilo não justificava um peteleco doído daqueles junto da tapa! Sua orelha quase caiu e seu pescoço podia ter quebrado!

– Nem adianta reclamar Chanyeol, você não entende o compromisso que sua irmã tem com o emprego dela... Nem um emprego você tem pra falar a verdade, então não tem moral pra abrir essa sua boca! – deu sermão em publico mesmo! Não se importando com as pessoas que passavam ao lado e olhavam com desdém para eles.

Mas o rapaz se importava, e muito. Não admitia nem um pouco que ninguém passasse ao seu lado e risse de sua situação deplorável, aquilo fervia o couro dele! Já não bastava o julgarem por conta da forma que andava com CL e Dara, ainda tinham que olhar feio para sua situação profissional também... Seria tão bom se todo mundo cuidasse apenas das próprias vidas...

– Aish, eu só comentei... – se emburrou e fechou a cara, ficando assim o resto do caminho inteiro.

Era injusto o fato de não poder falar nada sem levar uma lição de moral daquelas depois, e a tal da liberdade de expressão, onde que ficava hein?!

Chegando novamente ao apartamento, encontrou sua irmã andando para lá e para cá que nem uma louca, e assim que ela o viu, correu em sua direção.

– Chany! Eu preciso urgentemente da sua ajuda e isso é muito sério! – agarrou levemente a gola da camisa do rapaz, sem nenhuma intenção maldosa de esganá-lo ou algo do tipo, e era a primeira vez que aquela proeza acontecia.

O orelhudo já desconfiou da situação toda a partir do momento em que ela o chamou de "Chany", um apelido carinhoso demais para quem estava quase o espancando há alguns minutos atrás. Franziu o cenho e torceu os lábios, afastando calmamente a irmã de si pelos ombros.

– Precisa da minha ajuda em que ou para que? – arrumou rapidamente o amarrotado que as mãos de Dara fizeram em sua roupa.

– Lá no meu trabalho no pet shop... – falou afobada e tensa por tamanho desespero. Antes que o orelhudo pudesse negar seu pedido (coisa que certamente faria, pois era um puto vingativo e ranzinza) se apressou em continuar. – E se você for comigo hoje, prometo que divido esse meu salário do mês contigo e nunca mais peço reembolso! Promessa de irmã! – apelou.

"Promessa de irmã" era o termo que adotou com ele para assegura-lo de que realizaria o que havia proposto, independente do que aconteça. Uma coisa quase que sagrada e tão forte quanto "jurar de dedinho"!

Yeol, só pra fazer cena de difícil, pôs a mão no queixo e fingiu pensar bem, deixando Sandara ainda mais tensa e ansiosa com o que ouviria dele.

– Hum... Vai me dar dinheiro é? – ela assentiu freneticamente, quase voando encima de si novamente. – Tentador... Tudo bem, negócio fechado!

– OBRIGADA CHANY! TE AMO PRA CARALHO SABIA?! – de fato voou pra cima dele, o abraçando forte.

– Claro que sei. – sorriu convencido, correspondendo o aperto com a mesma intensidade. Abraçar Dara era reconfortante e agradável.

– Sabem... É até que raro ver vocês dois juntos assim sem estarem brigando ou se matando. Por um momento achei que tinha entrado na casa errada. – Chaerin deu o ar da graça no recinto, já chegando com seus comentários 10/10 e super convenientes.

Chanyeol se desvencilhou da irmã e revirou os olhos, lançando um olhar reprovador em direção a acinzentada.

– Muito obrigado por estragar o clima bonito daqui, Chae. – resmungou cruzando os braços.

– Disponha. – sorriu cinicamente.

– Falsa... – murmurou para si mesmo, realmente tomando todo o cuidado do mundo para que não fosse ouvido por aquela qual atacou verbalmente.

– Mozão, e você pode ajudar também né?! – Sandara pediu para a outra em expectativa, indo a sua direção.

– Nem sei do que você tá falando, mas ajudo sim bebê. – a puxou pela cintura, colando ambos os corpos e lhe dando um breve selar nos lábios. – Faço tudo que for possível por ti. – deu um sorriso encantador e típico dos apaixonados para a morena. 

Naquele momento, Chanyeol não poderia estar mais entediado. Não suportava essas interações fofas ppr parte delas, era terrível. Se recusava a entender que ambas namoravam e tinham todo o direito de fazer aquilo... Que menino difícil...

– Então, vamos logo né... – passou propositadamente entre elas para separá-las e agarrou a mão de ambas, as guiando para fora do apartamento. – Não podemos nos atrasar! – deu uma desculpa merda qualquer que as fez gargalhar. Dessa vez a mentira não colou.

Foram andando até o pet shop, afinal, nem era tão longe assim, totalmente dispostos (no caso, apenas CL) e felizes em ajudar Dara com as mil e uma tarefas que ela tinha que realizar por lá.


Notas Finais


Se você chegou até aqui sem dormir no caminho, meus mais sinceros parabéns fera!
Sério, merece um premio kkgjdjfsjd :v

Finalmente o Parkinho Chanyeol deu as caras! glória deus!1!
Coloquei a Dara como irmã dele porque sim, achei que seria interessante fazer isso (mesmo sabendo que ele já tem uma irmã na vida real)... hehe. E coloquei ela pra namorar com a CL porque sim também, amo muito essas duas (ou juntas, ou separadas ou comigo... kfjdjkgh) <3

Sim, esse capitulo foi quase todo só de enrolação, sorry kfkjhkh, me empolguei no processo, hehe.
E é isso... até mais né? ou não(?)... Enfim
Beijosssss ^~^


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...