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História Meu melhor erro - Falhas e Acertos


Escrita por: brru

Notas do Autor


Olá ;)

Capítulo 2 - Falhas e Acertos



                          Falhas e Acertos
 

O meu chá esfriou pela terceira vez. Eu não costumava esperar por Manuela, porque apesar de tudo me restava um pouco de confiança em Fernando. Mas o sono estava fugindo de mim, algumas lembranças de papai me fizeram chorar... E para terminar a noite com chave de ouro meu ex noivo mandou-me outra mensagem, dessa vez me convidando para jantar. Eu estava pensando seriamente em ir, mas algo lá no fundo do meu peito dizia que seria melhor ficar em casa.

– O que faz acordada?- Manuela sentou-se ao meu lado e bocejou.

– Estou sem sono...- sorri fraco.– Como foi o jantar com Fernando?

– A mesma coisa de sempre...- ela virou os olhos.– Ele se enche de orgulho falando sobre seus novos progressos, e eu só queria esta na balada... sendo uma jovem de verdade.      

– Não seja assim Manu, ele precisa do seu apoio...

– Não Lety... ele precisa acordar pra vida e ver que o tempo esta passando e toda sua vida esta sendo perdida dentro de um escritório...- ela bufou... sem se importar bebericou um pouco do meu chá, mas pela sua expressão ela provavelmente se arrependeu.

– Isso esta horrível...- reclamou.

– Esta frio...

– E você só me avisa agora?

– Não seja dramática...- ela levantou-se e pegou uma maçã na cesta de frutas.

– Bom, eu vou dormir...

– Espera...- respirei fundo.– Acha que devo sair novamente com Pablo?

– Eu não acredito que aquele canalha ligou para você!

– Não grite!- sussurrei.– Mamãe esta dormindo...

–Oh, desculpe.

– Então, o que acha?

– Acho que você tem que sair e conhecer pessoas novas... desencana do Pablo, Letícia, ele só trouxe problemas para você. –ela me beijou na bochecha e fora dormir. Eu fiquei mais alguns minutos ali, em silencio como se só existisse a mim no mundo.

 

Não sei o que deu em meu despertador, talvez a bateria estivesse fraca demais para ele despertar na hora certa. Alguns raios de sol me avisaram que já era dia e que eu provavelmente estava atrasada. Eu odeio atrasos. Meu banho não durou mais de cinco minutos, vestir uma vestido leve e soltinho, amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo e fora o máximo que eu consegui fazer em dez minutos. O cheiro de café fez-me sentir fome, e com pressa rumei para cozinha. Mamãe cantarolava aparentemente feliz e isso era o bastante para o meu dia se colorir. Haviam bolos e panquecas sobre a mesa da cozinha; também sucos e um doce estranho. Ela sorriu para mim e seu olhar disse-me que  ela estava mais feliz e recomeçando novamente.

– Bom dia mamãe...- sorri me servindo café.– Eu amo vê-la tão bem.

– Bom dia minha vida...

Conversamos sobre coisas aleatórias, mas eu não mencionei Pablo... digamos que mamãe não gostava muito dele.

– Que tipo de doce é esse?- perguntei a ela, mas não fora a mesma que me respondeu.

– Uma tradição dos Mendiolas...- Fernando disse sentando-se ao meu lado.- Doce de leite.

– Desde quando doce de leite é uma tradição em uma família de pessoas como você ? – ele franziu o cenho e me olhou.

– E que tipo de pessoa você acha que eu sou?

– Quer mesmo que eu diga?- indaguei com a sobrancelha arqueada.

– Por favor...

– Pois bem...

– Não!- mamãe interrompeu-me.– Hoje o dia esta lindo e, vocês não vão estragá-lo com brigas!- engoli a seco e o olhei... sem perceber ele tomou todo o meu café e grunhiu.

– Isso esta frio...- disse ele sobre o café.

– Era o meu café.- retruquei furiosa.

– Ah, então era por isso que estava tão amargo...- ele sorriu de lado. Bufei e olhei para mamãe que nos olhava sob os cílios.

 

Por culpa de Manuela novamente nos atrasamos. Mas por sorte hoje eu não iria dar aula, as crianças estavam de férias, e eu teria um mês livre para fazer exatamente nada,  a verdade era que eu não tinha planos... porem havia algo que me fazia sentir muito bem, ler, e ler para uma senhorinha muito simpática.

Antes de chegar na casa de repouso tive que suporta as brigas de Manuela e Fernando... eu nunca vi pessoas tão opostas e de opiniões diferentes em toda minha vida, e o pior era que Fernando estava certo na maioria das vezes. Mas se ele estava pesando que iria mudar o jeito birrento de Manuela, ele estava totalmente enganado.

– Bom, eu vou ficar no próximo quarteirão...- disse sorridente.

– Ah não... você acordou tão cedo pra isso?- reclamou minha irmã.

– Não é da sua conta o que eu deixo para fazer nos meus horários livres Manuela, e ler para essas pessoas me faz muito bem.

– Se você acha isso...- olhei rapidamente para o retrovisor do carro e vi os olhos de  Fernando presos em mim. Ele parou o carro e sair sem me despedir de ambos, não deixaria que o baixo ânimo de minha irmã estragasse o meu dia.

Depois de ler quinze paginas de um livro para mais de dez idosos, corri para o fundo da casa onde dona Cristina já me esperava. A pobre senhora fora abandonada pelos filhos aqui, a mesma apenas lembrava de seu nome, mas sempre tinha uma boa historia para contar. Eu costumava ler para ela romances e contos de fadas, nos divertimos como se fossemos duas adolescentes.

– Você me parece cansada...- disse ela enquanto me via procurar por um  livro.

– Talvez tomar chá frio a noite não seja uma boa idéia...- sorri.– Acho que é isso que esta me causando insônia.

– Sera mesmo?- seu tom de desconfiança fez-me olhá-la.– Esta me escondendo alguma coisa?

– Por que eu faria isso?- respondi nervosa e ela balançou a cabeça de um lado para o outro.– Tudo bem...- cedi.– Pablo convidou-me para jantar...

– Aquele rapaz arrogante que fez algumas doações para cá?

– Sim...- sussurrei.– Não sei se devo ir...

– E por que não? Tentar mais uma vez nunca é demais...

– Mas é que essa é a terceira vez, nas duas ultimas eu sai muito magoada... E não quero sofrer novamente.

– Bom, tente mais essa... E você terá certeza se deve continuar ou não... a terceira vez sempre nos traz a resposta certa..- sorri e sentei-me em sua frente.– Então, o que você vai ler para mim hoje?

– Esse me chamou atenção, se chama: “Enquanto houver amor haverá esperança”. - ela sorriu.

— Acho que temos uma linda história pela frente...

— Eu espero que sim... - assenti sorrindo.

O sorriso fraco daquela mulher me despertava tantas coisas. Eu desconfiava que por trás dele haviam grandes mistérios da sua época de juventude, mas havia uma limite entre nós,  eu jamais ousaria ultrapassá-lo. Quando terminavamos um livro, ficávamos discutindo horas e horas sobre o conteúdo lido, e também como seria o nosso final perfeito.  Dona Cristina era extremamente romântica e seus finais sempre superavam os meus,  eu via tanta vontade nos seus olhos, mas também medo e decepção.

 

Sempre que eu estava deprimida ou triste por algo, seus conselhos me faziam refletir... Eu via a vida de outra forma mesmo que por alguns minutos. Ela não se esforçava muito, apenas sorria e dizia que eu era  jovem, linda e inteligente, que eu nunca deveria deixar ninguém dizer que não posso... O certo seria correr atrás dos meus objetivos,  não do homem perfeito pois ele não existia, apenas alguém que soubesse me  curar da insegurança;  alguém que me mostrasse o verdadeiro significado do amor; o frio na barriga, as mãos gélidas e a boca seca... Eu sorria por sua forma sonhadora de falar,  parecia uma adolescente apaixonada,  alguém que já vivera um amor intenso.
 

Quando estava indo embora a senhora Lucrécia, dona da casa de repouso disse-me que a situação estava cada vez pior e que provavelmente a casa seria fechada. Fora a pior noticia que recebi depois da morte de papai, eu amava aquele lugar,  amava conversar e ouvir os segredos daquelas pessoas. Lembrei que o único que fazia doações era Pablo, mas depois que terminamos ele não o fez mais. Eu poderia ir jantar com ele,  e pedi-lo que voltasse a doar. Talvez fosse uma boa ideia, porém eu ainda estava magoada com ele,  com sua falta de consideração e respeito. Não é fácil perdoar uma traição,  e é ainda mais difícil perdoa a segunda, eu ainda o via perfeitamente beijando uma, morena alta e com o corpo escultural em frente à sua casa. Eu nunca me senti tão enjoada e humilhada,  naquele dia eu havia decidido ir morar com ele,  estava feliz.... e como a água que  dissolve o açúcar a minha alegria se fora.  Três dias depois papai se foi... Fora a pior semana da minha vida.
 

Faltavam apenas dois quarteirões para chegar em minha casa quando Tomás veio ao meu encontro. Ele trazia em mãos um boque de flores e um cartão.

— É pra você... - disse tímido.

— Por que não me esperou chegar em casa?

— É um cartão de Pablo, e sei que sua mãe não  gosta dele...

Tomás tinha razão.

— Ele veio deixar pessoalmente? - perguntei animada.

— É claro que não Lety! Aquele feioso não seria tão cavalheiro... - o olhei seria e suspirei. — Então, o que diz?

— As mesmas coisas de sempre... - virei os olhos.

....


 

Fernando.

— Então o que acham? - Leticia perguntou pela terceira vez sobre o seu vestido.

— Você está linda mana... - Manuela disse a admirando. — Linda demais para aquele crápula...

— Não diga isso Manuela... Ele mudou, eu espero... -  ela murmurou cabisbaixa.  Leticia era a irmã mais velha de Manuela, mas parecia ser ao contrário. Sua insegurança exalava por seus poros. Eu sabia perfeitamente que ela não queria ir nesse jantar,  apesar de nossas discussões diárias, eu a conhecia bem. Bem até demais.

— Não é meu amor? ...Fernando! - Manuela chamou-me a atenção. Eu não percebi, mas meus olhos estavam  presos em Leticia.

— Sim, sim! - grunhi.

— Homens... - as duas disseram juntas.

— Lety se ele se atrever a qualquer coisa, que você não queira grite, e liga para mim!

— Até parece que vou sair com um psicopata.... Não seja exagerada Manu!

— Tem certeza que não quer que eu a leve? - perguntei a olhando firme.

— Sim,  o motorista de Pablo virar... - sorriu. — Obrigada.

— Se precisar de algo ligue querida... - dona Julieta disse dando-a um beijo no rosto.

— Obrigada mamãe,  não se preocupe. Pablo não é nenhum mostro. - ela acenou para mim e Manuela e saiu.

...
 

Naquela noite convidei Manuela para sair, mas a mesma disse que não queria deixar dona Julieta sozinha. Bom,  eu não fiquei triste por ela ter recusado, na verdade eu só queria ir para casa tomar um bom banho e dormir. Mas uma sensação estranha resolveu me à companhar todo percurso até minha casa. Eu não estava satisfeito, nada na minha vida  estava como eu havia planejado. Eu tinha um ótimo emprego, uma linda namorada,  mas a felicidade era algo que eu ainda não tinha alcançado. Abri a porta e meu cachorro veio até mim, se chamava Rock. Sim Rock... Minha sobrinha o nomeou assim e eu na pude fazer nada. O meu cachorro fora o assunto da família por meses, até todos se acostumarem com seu nome.

Coloquei sua comida e ele finalmente me deixou em paz, suspirei e sentei-me no sofá. Algo me dizia que minha noite seria longa.

...

 

Lety.

Se eu disser que não esperava eu estaria mentindo. Pablo se atrasou,  tive que o esperar por trinta minutos. Quando estava quase desistindo o vi chegar e entregar seu casaco para um garçom. Ele me deu um beijo no rosto e se desculpou.

Nós nos conhecemos ainda na faculdade, eu cursando letras e ele finanças. De imediato ele me conquistou, sempre fora muito alegre, e me surpreendia sempre com lindas palavras e presentes. Eis aí, o porque de tanta ilusão que carrego a procura do homem "perfeito. Pablo era o meu homem perfeito, era o sonho de qualquer garota, porém tudo que é bom,  dura pouco em minha vida. Depois que se formou como o melhor aluno da sala,  ele ganhou o mundo e dinheiro junto ao seu pai, mas perdeu seu encanto... Não se preocupava mais com as coisas simples, como me dar um "bom dia". Se tornou um homem frio e ganancioso. Quem sabe se fora ele mesmo quem me mandou flores logo cedo.

— Bom,  o que você pediu?

— Apenas água... - sussurrei dando atenção ao cardápio.

— Você está linda...

— Obrigada...

O olhei e respirei fundo,  eu não queria está ali e isso estava ficando cada vez mais evidente.

— Eu sei que está chateada por minha demora, mas é que... - o seu celular soou tão alto que todos que estavam em nossa volta nos olharam. Ele forçou um sorriso e  o desligou. — Me desculpe...

— Eu entendo,  são os negócios... - suspirei.

— Sim, os negócios... - assentiu. — Leticia, eu sei que sou um brutamontes e que devia ter me comportado melhor antes... Mas eu estou disposto a mudar,  por você, quero voltar a ser aquele homem de antes o que você se apaixonou, lembra? - automaticamente eu assenti e ele segurou minha mão por cima da mesa.

— Eu não sei se posso acreditar novamente em você Pablo... - murmurei.

— Em prova do meu amor eu quero... -  novamente seu celular tocou.  Mas nada fora pior do que aconteceu depois. Ele o atendeu e disse:— Só um estante. - ele olhou para mim rapidamente e colocou uma caixinha em cima da mesa... A abriu e havia duas alianças. — Você quer casar comigo? - o olhei sem reação. — Não precisa dizer agora,  eu vou lá fora preciso atender essa ligação e quando voltar você me dar resposta... Tudo bem?

De imediato meus olhos marejaram, olhei para as alianças e simplesmente comecei a chorar. O que eu havia feito para merecer isso? O garçom se aproximou e perguntou-me se eu estava bem, mas eu apenas me levantei e sai dali. A cada passo que eu dava uma lágrima caia no chão. Pablo me feriu pela terceira vez,  e dessa vez com uma coisa que eu sempre sonhei em viver,  MAS NÃO DESSA FORMA,  como se pedir alguém em casamento fosse algo tão simples. Era para ser uns dos momentos mais magníficos da minha vida... Mas fora mais um para minha listras de piores dias da minha vida.

Eu caminhei por duas quadras até percebe que estava tarde demais para está sozinha na rua. Liguei para Tomás, mas o mesmo não atendeu,  mamãe já estaria dormindo e Manuela provavelmente mataria Pablo.  Meu celular descarregou então, andei mais um pouco e entrei em um bar,  um senhor simpático deixou-me usar o telefone e em cinco minutos um rádio táxi chegara. Foram os cinco minutos mais longos da minha vida,  entre lágrimas e os olhares do motorista confuso e apreensivo. Abri a porta e me joguei no sofá, como se eu fosse apenas um corpo cheio de hematomas. 

— Leticia!

— Manuela! - limpei minhas lágrimas por vezes. — Eu pensei que não fosse deixar mamãe sozinha...

— Me desculpe, eu não resisti  Eduardo me convidou para uma das melhores festas da minha vida! - ela deu pulinhos de alegria. — Mas porque está em casa tão cedo?

— É uma longa história... - desviei meu olhar do seu sentindo outra vez meus olhos marejarem.

— O que ele fez? O que aquele troglodita fez?! - gritou furiosa.

— Ele me pediu em casamento... - sussurrei.

— Aí meu Deus,  e você aceitou?

— Não... -  estranhamente ela respirou aliviada.

— Então?

— Então,  eu sai e o deixei... Na verdade ele me deixou sozinha primeiro. - disse confusa. — Eu jamais me casaria com esse  Pablo...  -  ela veio até mim e me abraçou fortemente.

— Você merece algo melhor Leticia... Pablo não faria você feliz... -  assenti. — Vamos, eu ajudo você a tirar essa maquiagem...

— Fernando sabe que você saiu com seu ex?

— É óbvio que não!

Ela sorriu travessa e juntas subimos para nossos quartos.

Acordei exausta e com profundas olheiras. Eu certamente havia  chorado mais do que dormindo na noite passada. Abri minhas mensagens e haviam várias de Pablo e uma de Lucrécia. Fui ao quarto de Manuela e fui expulsa, ela estava horrível e não iria a faculdade. Eu teria que inventar uma boa desculpa para Fernando, já que todos os dias íamos os três juntos.

Ele estava encostado no seu carro distraído com um cãozinho que passava na rua. Quando me viu deu um sorriso fraco e correspondi.

— Eu sei que, eu não sou a primeira pessoa que você quer ver depois de  acorda,  mas não precisa agir assim... - eu disse enquanto acariciava o cãozinho que se juntou a nós.

— Antes de vê você,  eu vi o meu cachorro e ele estava com uma cara melhor...

— Como você é agradável... - forcei um sorriso.

— Eu só respondi na mesma moeda... - sorriu. — Onde está Manuela?

— Ela não está se sentindo bem,  então hoje só será você e eu...

Ele balançou a cabeça e logo depois abriu a porta do carro para mim. Como não tínhamos muito assunto comecei a ler minhas mensagens, claro que pulando todas de Pablo. Lucrécia também estava preocupada com a falta de doações de livros. A biblioteca estava quase vazia,  alguns dos melhores livros fora pedidos em um incêndio meses atrás. Ninguém sabe a causa, alguns dizem que a casa estava velha demais, igual seus moradores.

— Algum problema? - Fernando perguntou quando paramos no sinal vermelho.

— Nada que você deva se preocupar!

— Não seja grossa e me responda mulher gelo... - brincou ele.

— Estamos sem bons livros na casa de repouso... E  também doações financeiras... - olhei para rua triste.

— Oh, espero que as coisas mudem... - ele não parecia nem um pouco interessado, então não o respondi. O silêncio pairou sobre nós, até ele dar uma tossida discreta e olhar para mim. — Como foi o jantar?

Ele tinha que me pergunta logo sobre isso? Engoli a seco e me manti forte para não chorar outra vez.

— Bem...

— Não parece... - o olhei com fúria e o fiz frear o carro. — Você está louca? Podíamos ter batido! Você está bem? - fechei meus olhos e senti as lágrimas molharem minhas bochechas.

— Me desculpa... -  tirei o cinto de segurança e sai do carro caminhando sem olhar para atrás.

— Leticia! - ouvi seus passos atrás de mim e comecei a andar mais rápido. Mas fora em vão, ele correu e passou de mim ficando em minha frente. Segurou meus ombros e fez-me olhá-lo. — Eu não devia ter perguntado sobre o jantar, afinal não tenho nada a ver com isso... Me desculpa. - assenti. — Podemos voltar para carro?

— Não se preocupe, só faltam duas quadras eu consigo ir sozinha... -  respondi ainda sentindo suas mãos sobre meus ombros. Ele percebeu e se afastou dando um passo para atrás... logo colocando as mãos nos bolsos.

— Ok, espere eu estacionar o carro, o deixo aqui e a acompanho até o seu destino...

— Fernando não precisa...

— Por favor!

— Tudo bem... Mas prometa que não fará piadas sobre idades.... E..

— Você pode pelo menos uma vez na vida confiar em mim?! - disse chateado.

Nós andamos por dez minutos sem dar uma palavra, apenas sentindo os ventos fortes se setembro. Ele deixou-me na portaria e fora embora. O agradeci com um mísero "tchau"  e o vi sumir entre as pessoas. Bom,  eu tinha que aceitar que Manuela tinha feito uma boa escolha.  Sem livros novos eu e dona Cristina apenas conversamos.

...

— Mamãe? -  disse depois de fechar a porta atrás de mim.

— Eu estou na cozinha... -  sorri ao sentir o cheiro maravilhoso de sua comida. Ela veio até mim e me abraçou fortemente, aquele era o melhor abraço do mundo. — Venha o almoço está pronto...

— Eu preciso de um banho,  prometo que não vou demorar... - sorri para ela.

— Tem uma surpresa para você no seu quarto...

Subi as escadas totalmente curiosa. Em cima de minha cama havia uma caixa e do lado um cartão. Abri a mesma e estava cheia de livros, livros de todos os gêneros.  Rapidamente abri o cartão e junto a ele havia outro papel.

" Você não me disse exatamente de que livros gosta de ler...pra falar a verdade você sequer me deixa falar. Então eu pedi a minha mãe esses, espero que sejam úteis  para você e a instituição. Também há um cheque... Eu sei que você fará a coisa certa" Fernando.

Eu li e reli aquele cartão, como se não pudesse acreditar no que acabara de acontecer.


Notas Finais


Bjsss

-bru


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