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História Meu melhor erro - Momentos


Escrita por: brru

Notas do Autor


Olá...

Capítulo 4 - Momentos


 

Duas horas com você  

 


 

Desde que havia aceitado a promoção da empresa que desejava trabalhar, Maria não tinha sossego. Seu chefe era exigente e insuportável, mas aquele cargo sempre fora o seu sonho e ela não  desistiria tão fácil.  Além de ter que aguentar o mesmo,  ela ainda tinha outro problema e esse também tinha nome. Antony. Ele era o seu maior adversário, seu sonho nunca fora ser um assistente ou mesmo chefe de alguma empresa, entretanto ele estava sem opções depois que seu pai tirou toda sua fortuna e exigiu que seu filho crescesse... 



— Pensei que tinha organizado todos livros, mas vejo que falta um... -  Fernando murmurou se aproximando de mim. Estávamos no jardim da instituição,  por um tempo ficamos distraídos com Dona Cristina e Julia,  as mesmas se deram muito bem,  porém eu não resisti a tentação de continuar com meu livro, Antony e Maria estavam cada dia piores. 

— Não, não falta. - respondi no mesmo tom. — Esse é meu... - fechei o livro e o abracei. 

— Pare com isso, eu não vou pegá-lo... - ele sorriu e sentou-se ao meu lado. — Me diga, é mais um daqueles livros clichês, não é? 

— Romance? - ele assentiu. — Esta certo... Mas esse de alguma forma é diferente... Eu nunca li ou vi duas pessoas tão distintas combinarem tanto... 

— É o que toda mulher diz quando está presa em um livro de romance, Letícia...

— Como você sabe disso? - indaguei curiosa. 

— Porque  Marcia, sempre fora apaixonada por livros, muitos deles de romance, e ela sempre ficava com cara de boba quando estava lendo, assim como você. -  disse com firmeza. 

— Eu não tenho cara de boba! - o olhei com os olhos semicerrados. 

— Tudo bem, se você acha. - ele sorriu com deboche. — Bom,  temos que ir... 

— Temos? - indaguei. 

— Sim,  você não quer uma carona? - ele levantou-se e me deu a mão ajudando-me a levantar também. 

— Não, não. Ficarei mais tempo, Dona Cristina não está bem hoje, e não quero deixá-la sozinha. -  ele assentiu. 

— Ela não tem filhos, ou outros parentes? 

— Bom,  nós não sabemos. Ela costuma dizer que perdeu a memória... 

— E você acredita? - disse ele arqueando uma sobrancelha. 

— Por que não? 

— Ora, ninguém perde a memória  de uma hora pra outra, deve ter alguma coisa por trás disso... O que acha de investigarmos? - olhei para ele boquiaberta e de repente comecei a ri. 

— Você é inacreditável... - cessei meu riso e continuei. — Acha que vou investigar a vida de uma senhora que aparentemente está feliz, e que não está nem um pouco preocupada com seu passado?

— E por que não? 

— Você é louco... 

— Ata, eu tinha esquecido que você tem esse humor de cão... - ele virou os olhos e cruzou os braços. — Se não me ajudar farei sozinho... 

— Fernando.... - supliquei. 

— Falarei com Lucrécia, e tenho certeza que ela me dará carta branca! - ele disse convencido. 

— Mas é claro, ela está claramente apaixonada por você! 

— É mesmo? - ele piscou e sorriu. 

— Como você é insuportável - bufei. 

— Vai me ajudar ou não? Não mude de assunto! 

— Tudo bem! Tudo bem!.... Mas. 

— Sem mas!... Ju, temos que ir! - ele gritou, e virou-se pra mim. — Não esqueça do nosso plano baixinha.... - baixinha? Quem ele pensa que é? 

— NãoMeChameDeBaixinha... -  falei entre os dentes. 

— Por que você é tão mal humorada? 

— Não é da sua conta! 

— Eu não acredito que já estão brigando... - Julia disse com as mãos no quadril. 

— É claro que não querida... - ele a respondeu divertido. — A tia Letícia só não está de bom humor... - o olhei com os olhos em chama e engoli a seco

— Ele tem razão Ju. Mas você sabe que seu tio é insuportável... - ele me olhou com os olhos arregalados e sorri. 

— Isso é verdade! -  Julia afirmou. 

— Okay, chega! Obrigado pelos elogios... - virou os olhos. — Mas, já estamos atrasados, Marcia está nos esperando para o almoço... Júlia você tem um minuto para se despedir da Dona Cristina... -  a pequena rapidamente correu em direção a Dona Cristina e a abraçou. — Nos vemos depois baixinha... 

— Saia daqui antes que eu não responda por mim... - bufei e fechei meus punhos...


... 




Eu e mamãe amávamos passar tempo juntas, sempre nos juntávamos na cozinha e fazíamos desde doces a tortas, claro que eu era sua assistente. Minha função era observá-la e sempre está apostos quando ela precisasse de ajuda. Todas as vezes que Manuela nos via na cozinha, grunhia e sai resmungando sempre as mesmas coisas, "vocês são tão bobas" "Deviam procurar algo mais interessante pra fazer". Obviamente nós caímos na risada. Depois que cheguei da instituição, me oferecir a ajudá-la a terminar o jantar. 

— Esta tudo bem? - ela sorriu e se aproximou de mim. — Desde que chegou não disse nada além de "posso ajudá-la mamãe"... 

— Esta tudo bem mamãe, não se preocupe...

— Bom,  e como andam as coisas na instituição? - fui até a geladeira e guardei alguns legumes que sobraram e a olhei. 

— Lucrécia disse-me que ficaremos bem por três meses. -  mamãe sorriu animada. 

— Diga a ela que logo irei visitá-los, e leva algumas flores.. 

— Claro... -  respondi com um sorriso fraco. 

— Meu amor, tem certeza que está... -  antes que ela pudesse terminar sua indagação a campainha tocou. 

— Eu atendo... -  disse lavando as mãos, as enxuguei e rumei para sala. Abri a porta e respirei fundo, logo depois revirei os olhos. 

— Podemos conversar? 

— Não, tenha uma boa noite! - tentei fechar a porta, mas ele fora mais rápido e me impediu. 

— Letícia, por favor! - o olhei por alguns segundos e finalmente cedi. 

— Seja rápido, eu não tenho muito tempo Pablo. - ele suspirou e adentrou, fechei a porta e virei-me para olhá-lo. Como era de se esperar, ele estava com sua cara de cão que caiu da mudança. — Eu disse pra ser rápido... 

— Tudo bem, fique calma. 

— Eu estou calma, você que me parece nervoso... Vamos dezembucha!

— Me prometa que irá deixar eu falar... 

— Se vai me pedir em casamento outra vez, me desculpe, mas está perdendo seu tão precioso tempo... Pois a resposta é não!  — disse firme, ele me olhou boquiaberto e suspirou. 

— Bem, não é exatamente isso! - ele se aproximou de mim e segurou minhas mãos, tentei me afastar porém ele as segurou firme. — Primeiramente, quero lhe pedir desculpas por tudo, eu não devia ter a pedido em casamento daquela forma.... -  seus olhos prenderam os meus e eu já não conseguia olhar para nenhum lugar senão para os mesmos. — Você pode não acreditar, mas eu a amo... 

— Pablo eu... 

— Por favor, apenas me ouça.... - assenti. Ele enfiou a mão em seu bolso e tirou de lá  a caixinha que havia me dado antes com as alianças. — Quero que fique com elas... 

— Não, eu não o farei! - me afastei dando alguns passos para atrás. — Nós não temos mais nada a ver um com o outro! - rosnei. — Você não devia está aqui! 

— É claro que devia! - ele aumentou seu tom. — Nós temos algo, uma história... - sorri com deboche. — Droga! Eu sei que pisei na bola, mas é você quem eu amo.. E não vou desistir fácil. 

— Não perca seu tempo! 

— Sim eu vou, eu perco o tempo que for necessário por você Letícia. - ele colocou a caixinha em cima do sofá e suspirou. — Me procure quando estiver pronta... Eu sei que ainda vamos nos casar... Cuide bem delas... - disse ele sobre as alianças. Silenciosamente ele abriu a porta e saiu fechando a mesma. 

— Lety, esta tudo bem? - mamãe gritou da cozinha. De imediato peguei a caixinha em mãos e a coloquei no meio dos meus seios, mamãe me olhou confusa e com cenho franzido. — Quem era? 

Sem olhá-la respondi. — Engano.... Er, tenho que ir ao meu quarto, logo desço para jantarmos.... -  subi a escada praticamente correndo e rapidamente escondi as alianças dentro de minha gaveta de lingeries.
 
 
...
 


 
Manuela não havia aparecido para jantar, então eu e mamãe deduzimos que ela provavelmente estava com o Fernando, eles costumavam sair para jantar todas as sextas. Mas pelo que eu me lembrava ela nunca fora de dormir fora, ou chegar tão tarde da noite quando estava com ele. Resolvi me recolher ir para o meu quarto, o dia fora totalmente exaustivo, e a visita repentina de Pablo  fechou o mesmo com chave de ouro. Eu ainda estava digerindo essa idéia de casamento, já que havia prometido para mim mesma que nunca mais o veria. Mas ele veio me procurar, estava tão abalado eu nunca havia o visto tão nervoso, nem mesmo quando o peguei me traindo. Papai com certeza deveria esta decepcionado comigo, mas parece que meu destino já fora traçado junto a Pablo.     

– Lety!!- ouvi fortes batidas na porta do meu quarto.– Lety! Eu sei que você esta ai!

Sonolenta levantei-me e abri a porta.– O que aconteceu?

– Ele esta me traindo!- Manuela bufou.– Mas isso não vai ficar assim!- passei minhas mãos por meu rosto e sentei em minha cama.

– Fernando esta traindo você?!- perguntei surpresa.

– Não, não!- ela exclamou.

– Então de quem estamos falando?- indaguei.– Porque, que eu saiba ele é o seu namorado...- ela virou os olhos e sentou-se ao meu lado.

– Não Lety...- seus olhos marejaram, e eu não estava acreditado na cena que estava presenciando... Manuela estava tão destroçada. De repente ela me abraçou e começou a chorar.

– Manu, o que esta acontecendo?- ela fungou e me olhou limpando suas lagrimas.

– Eduardo tem outra...- seu murmuro fora totalmente doloroso. A olhei confusa e me levantei ficando em sua frente.

– Ok, me explique isso direito!- cruzei os braços.– Como Eduardo pode esta a traindo se vocês não esta mais juntos?

– Eu sei, eu sei... Mas é que... – ela grunhiu e deitou-se em minha cama colocando seus braços debaixo de sua cabeça.– Eu não consigo vê-lo com outra...

– Não me diga que fora procurá-lo?

– Sim, e por sua culpa! Fora você quem me induziu a procurá-lo para pedir desculpas...

– Eu apenas disse para procurá-lo e pedir desculpa pela cena que protagonizaram... Não para você o procurá-lo com outras intenções.- respirei fundo.– Você não vê que o magoa?  E que ele a ama?

– Eu não posso ficar com ele Letícia. Eduardo não tem nada a me oferecer...

– É claro que tem, Manu...- sorri com lagrimas nos olhos.– Ele é maravilhoso...- me aproximei dela e toquei seu cabelo.– Ele se dedica em tudo que faz, sabe usar as palavras certas para resolver os problemas...- sorri.– Alem de tudo é lindo, mamãe o adora... Ah, e ele esta preste a abrir sua própria empresa. Não seria um máximo vocês construírem isso juntos?

– Me desculpe, mas eu não posso me casar com um jardineiro!

– Manu...

– Não, não! Me casarei com Fernando...- ela respirou fundo e levantou-se de minha cama.– Fora apenas um momento de fraqueza... A propósito você pode me fazer um favor amanhã?- assenti.– Fernando ira em um café da manhã beneficente, pode acompanhá-lo? 

– Eu não sei... Bom, eu não tenho nenhum vestido adequado para esse tipo de evento, e Fernando com certeza não vai querer minha companhia...

– Tolice, ele não para  de falar de você para Márcia...-ela virou os olhos.– Acha sua atitude de cuidar de velhos, muito nobre e blá, blá, blá...- a olhei sem acreditar que Fernando havia dito algo bom sobre mim. – Tenho um vestido que ficará perfeito em você, mamãe só precisará fazer alguns ajustes. - ela estranhamente sorriu.– O deixarei no seu quarto pela manhã...

– Por que você mesma não vai? Seria mais adequado afinal vocês são...

– Namorados...- ela bufou.– Tenho coisas mais importantes para fazer... Por favor,  é você quem gosta dessas coisas de fazer caridade...- suspirei e assenti.

– Ok, eu não tenho nada melhor pra fazer...- ela deu pulinhos de alegria e me abraçou.– Mas, não pense que serei sua cobaia sempre...

– Tudo bem! Eu te amo...- Manuela beijou-me na bochecha e saiu desejando boa noite. Olhei para o relógio e eram três da manhã, eu estava totalmente sem rumo, sem expectativas, e não seria um café da manhã beneficente que iria me animar... Mas, como eu já havia dito, eu não tinha nada melhor para fazer. Só espero que ela não vá se meter em nenhum problema. Olhei para a gaveta que as alianças estavam e fechei os olhos...          
 

...




Fernando.
 


Olhei para meu relógio e vi que Manuela e eu estávamos atrasados. Eu estava preste a tocar a campainha quando ouvi resmungos vindos de dentro da casa, algo como “Não esta justo demais?” “Acho que não devo ir!” “Cale a boca, você esta linda!”. Pude identificar apenas a voz de Letícia, outra parecia fanha e falha.

– Por que você esta parado ai?-  Tomás indagou olhando-me com os olhos semicerrados.

– Er... 

– Toque a campainha logo Mendiola...- rapidamente o fiz.– O que faz aqui tão cedo?

– Eu e Manuela temos um compromisso...

– Ah...- de repente a porta fora aberta. Manuela estava enrolada em um coberto, me permitindo apenas ver seus olhos, os mesmo um pouco avermelhados.

– Não esta pronta?- perguntei frustrado.   

– Me desculpe, meu amor. Mas estou resfriada...- franzi o cenho.

– Mas ontem mesmo você estava ótima....- ela tossiu estranhamente e fungou.

– Eu não sei o que aconteceu...

– Bom, você precisa de algo? Eu posso ficar com você se quiser...

– Não se preocupe, mamãe cuidará de mim...- suspirei e olhei para Tomás.

– Então, terei que convidar Tomás para me acompanhar...- Tomás virou os olhos e passou entre nós.

– Ah, isso não é problema...- ela saiu e de repente voltou empurrando Letícia pelos ombros.– Letícia se ofereceu para acompanhá-lo.

– Eu não fiz...

– Ela é muito gentil...- disse Manuela interrompendo Letícia.


Letícia olhava para um canto qualquer, suas bochechas estavam coradas  e sua postura totalmente incorreta. Eu sorri surpreso e me aproximei dela, nos olhamos e sorri mais largamente. Ela estava diferente, parecia nervosa, segurei sua mão e ela lentamente caminhou ao meu encontro. Desviei meu olhar para o fundo da sala e Dona Julieta nos olhava sorrindo, eu acenei para a senhora e voltei minha atenção para a nova Letícia em minha frente, digo nova porque nunca a vi tão calada.

– Espero que se divirtam...- Manuela disse com a voz rouca.– Tenho que me deitar...

Assim que Letícia ficou do meu lado cruzei nossos braços e engoli a seco, eu também estava nervoso, o que me deixou intrigado. Andamos lentamente ate meu carro e abri a porta para que ela pudesse entrar, logo dei a volta no mesmo e me juntei a ela.

– O jardim esta lindo...- murmurei ligando o carro.

– Eduardo faz um bom trabalho...- ela me respondeu olhando para frente.

– Ah, obrigado por me acompanhar...- sorri e ela me olhou.

– Eu não tinha nada melhor para fazer...- cessei meu sorriso, e virei os olhos.

– Sim, essa é a Letícia que eu conheço...- ouvi seu grunhido e mordi o lábio prendendo o riso.– Esta pronta para me aguentar por duas horas?

– Eu já o suporto por meses, duas horas eu tiro de letra...- ela piscou para mim e finalmente sorriu.               

      
 ...



Lety


O lugar que estávamos não me era estranho,  eu conhecia muito bem aquela casa.

 — Manuela não me disse que,  seria aqui. - murmurei para Fernando o observando entregar a chave do carro para o chófer. 

— A casa de Marcia sempre é um bom lugar para eventos. - ele me ofereceu o braço e aceitei.

— Parecemos um causal do século passado... -  sussurrei. 

— Eu gosto de conduzir as mulheres que acompanho dessa forma... - nos olhamos e ele arqueou uma sobrancelha. — Papai sempre me ensinou  à tratá-las como damas... - ele prendia o riso descaradamente. 

— Você é tão ridículo... Argh! 

— Você não cansa de me elogiar, não é? - virei os olhos e voltei minha atenção para a entrada da casa de Marcia. De repente cessei meus passos e soltei o braço de Fernando. — Esta tudo bem? 

— Eu não sei se estou vestida adequadamente para ocasião Fernando.... -  disse apertando meus punhos. — Eu acho melhor você seguir sozinho, não se preocupe eu posso pedir um táxi. 

— Aí Lety... - ele disse sem paciência. — Você está linda, talvez seja a mulher mais linda desse lugar... -  ele segurou minha mão e sorriu fraco. — Vamos?! 

— Tudo bem... -  sussurrei. — Só não minta de novo para mim... - voltamos a caminhar e em segundos avistamos uma sala cheia de mesas e ao fundo um pequeno palco. A decoração era impecável e as pessoas conversavam quase em sussurros. 

— Eu não menti... - disse sem olhar para mim... De repente seu olhar estava sério e preso em mim. — Você está linda... -  eu não soube reagir as suas palavras, e dei graças a Deus quando uma senhora de cabelos vermelhos se aproximou de nós. 

— Finalmente Fernando! -  a mulher o abraçou e o beijou nas bochechas. — Você está bem? Pensei que estivesse morto... 

— Não exagere mamãe... -  a senhora sorriu e olhou para mim. — Mamãe essa é... 

— Manuela! - a mãe de Fernando exclamou e todos olharam para mim. – Bom,  até que enfim resolveu apresentá-la para mim... Ela é... - senti todo meu corpo rígido e minhas bochechas esquentarem. — Linda, Fernando....  Por que a escondeu tanto tempo de nós? 

— Mamãe, deixe-me falar... - ele suplíciou rindo de mim. 

— Espere um momento, preciso encontrar Humberto no meio de toda essas pessoas... Ele também está ansioso por conhecê-la... 

— Na verdade, eu sou... - tentei interrompê-la,  mas fora tarde demais. Olhei para Fernando furiosa e rangendo os dentes. 

— Me desculpe, ela é assim...totalmente explosiva. -  tentou ele se explicar 

— Não se preocupe meu bem, quando saímos daqui eu arranco seu fígado e o corto em pedaços... - forcei um sorriso. 

— Não diga coisas tão carinhosas, meu bem. Eu posso me apaixonar de vez por você! - bufei desviando meu olhar do seu... 


Fomos direcionados a uma mesa, onde estavam os pais de Fernando, Márcia e outro senhor. Fernando logo esclareceu que eu não era sua namorada o que me causou um alívio. Seus pais eram muito graváveis e brincalhões,  foi então que eu entendi esse interminável bom humor de Fernando. Me foi servido algumas frutas, além de  chá e algumas torradas com uma espécie de creme, mas  não me atrevi a experimentá-las. 

— Esta esperando o chá esfriar? - ele murmurou. 

— Não! -  respondi. 

— Então, o tome... - ele me olhou desconfiado. 

— Não posso tomá-lo quente... - afirmei. 

— Eu sei que está morno... 

— Fernando! - Marcia rosnou. — Deixe Letícia em paz... 

— Eu só estou preocupado Márcia, ela não comeu nada até o momento.- o olhei com os olhos arregalados  e logo depois para meu prato que estava praticamente vazio. 

— Algum problema querida? - a mãe de Fernando olhou-me preocupada. 

— Esta tudo bem Dona Terezinha, Fernando só está exagerando... -  forcei um sorriso para ela e de repente tive uma ideia. Me acomodei em minha cadeira e novamente pisei em seu pé. Logo agi  como se nada tivesse acontecido, e o olhei disfarçadamente . 

— Você está morta... -  ele murmurou quase sem voz. O toquei no abraço fingindo preocupação. 

— Fernando, você esta bem? - mordi o lábio para não ri. – Você parece que engoliu uma pimenta... -  seu olhar fora perverso e totalmente doloroso. 

— Oh sim, eu estou perfeitamente bem... - ele respondeu aproximando seu rosto do meu. — Talvez você não esteja daqui alguns minutos... 

— Esta me ameaçando? 

— Fernando é a sua vez!! - ouvimos a voz de Márcia e nos afastamos. — É sua vez de discursar! 

— Oh,  eu havia me esquecido... -  ele levantou-se arrumando seu paletó e rumou para o palco ao fundo. Fernando fora fortemente aplaudido. — Bom,  esse é o  sétimo ano do nosso café beneficente, e graças a todos, a cada ano temos mais investidores e retorno dos nossos esforços... Quero agradecer ao meu pai por... -  ele continuou a falar e algumas vezes a fazer suas pidas sem graça. Por um estante parecia que apenas eu e Fernando estávamos naquela sala,  sempre que ele fazia uma piada seu olhar se direcionava para mim, e eu sem  me conter virava os olhos e sorria. 



Logo ele voltou para a mesa e seguimos nos provocando, mas dessa vez seus pais estavam envolvidos, e naquele momento eu descobrir vários segredos de infância de Fernando. Há algum tempo eu não me divertia tanto. Exatamente duas horas depois nós estávamos na porta de minha casa. 


— Eu subiria para ver Manuela, mas estou atrasado para o trabalho... - assenti. 

— Não se preocupe, eu cuidarei dela... - ele olhou para mim e começou a passar sua mão por seu peito. — O que está fazendo? 

— Só checando se ainda estou com meu fígado... 

— Se o achou, acho bom sair daqui antes que eu mude de ideia... 

— Ok... -  disse se afastando. — Até logo, meu bem.... -  dessa vez eu não pude conter o meu sorriso. 


Sentei-me  a mesa da cozinha mais exausta  do que o normal. Senti meu celular vibrar e vi o nome de Fernando na tela. 

"Ah,  meus pais adoraram  conhecê-la...-Fernando. "

— Lety?! LETY!!! 

— Ãn?? - respondi sem tirar os olhos do celular. 

— Como foi o café da manhã? 

— Bem mamãe, tudo bem.... - sorri pra ela. — Preciso de um banho... 


... 















 

 

 

 


Notas Finais


sorry, mas tive que editar pelo celular ...
Bjs

-bru


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