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História Meu melhor erro - Ya es muy tarde


Escrita por: brru

Notas do Autor


Oláaaa.
Gente, mais uma vez tô postando pelo celular, desculpem os erros!

<3

Capítulo 5 - Ya es muy tarde



Ya es muy tarde 
 

 Para la cordura...   Para decirte no... 


— Mamãe!!


Olhei por toda  cozinha a procura de Manuela e minha mãe. A casa estava em silêncio absoluto, e eu detestava quando isso acontecia.


— Tudo bem,  fique calma. - respirei fundo— Ela deve está no jardim... Não, não..  já passam das dez da noite... - sentei-me no sofá apreensiva e de repente o abajur que está ao meu lado desligou-se sozinho. — O  que está acontecendo? - sussurrei. Olhei para para o  topo da escada e  vi uma sombra, semicerrei os olhos para tentar ver algo, mas o outro abajur apagou-se. No mesmo estante ouvi um barulho vindo do segundo andar, alguém havia esbarrado em um dos jarros de flores de mamãe. 

Olhei para os lados e a casa estava praticamente sem luz, silenciosamente subi em direção ao meu quarto. 


— Manuela! Se isso for uma brincadeira, saiba que não tem graça! - gritei e rumei para meu quarto. Entrei no mesmo e senti a porta sendo fechada vigorosamente. Meu braço fora puxado, e de repente em minha frente havia um homem forte, e de ombros largos. Outra vez tentei ver seu rosto, mas havia uma sombra que me impedia de fazê-lo. — Por que esta aquí? Quem é você? - ele sorriu e empurrou-me  sobre minha cama... 


— Vai se casar comigo Letícia... Vai se casar comigo! - ele gritou. 

— Pablo? - indaguei. — O que esta fazendo? - ele tentou tocar em minhas pernas, mas me desvencilhei de seu toque. Corri para porta,  e comecei a bater na mesma intensamente. 

— Você, não pode fugir... É o seu destino, coração. - ouvi seus passos atrás de mim, e sem poder evitar, comecei a chorar desesperadamente. — Venha, vamos... 

— NÃO... -  gritei. — Eu não vou  a lugar nenhum com você! - olhei para ele, ainda sem conseguir ver seu rosto. — Vai embora! 

— Se eu for embora, você terá que ir junto. Vamos para longe Letícia... Longe da sua família, dos seus amigos e de Fernando! 

— Fernando? - murmurei. 

— ESTA APAIXONADA POR ELE! - ele gritou e puxou-me pelos pulsos. — Como pôde trair a mim? Como pôde trair sua irmã?!! 

— Você está louco! - sussurrei. — Eu vou chamar a polícia... 

— E vai dizer o quê? - sorriu sarcástico. 

— Que você invadiu minha casa! E que está me ameaçando! 

— Só estamos nós dois aqui, Letícia. Ninguém escutará seus gritos... - contra minha vontade ele beijou meu rosto. — Vamos.... 

— Não! 

— Ok, se quer do jeito difícil, então que seja! 

— Por favor, deixe-me em paz! Eu prometo que, não direi nada a ninguém... - disse chorando. 

— Como você é ingênua, Letícia. -  ele abriu a porta com facilidade e me puxou pelos braços para fora do quarto. — Rápido, antes que alguém chegue! 

— Por favor, não! Pablo! 

— Oh, céus! Cale a boca! -gritou. 

— O que  está acontecendo aqui?! 

— Fernando! - gritei. — Pablo esta louco! - aproveitei a distração de Pablo, e com as forças que me restavam soltei meus braços dele. Corri em direção a Fernando e o abracei. 

— Eu sabia! Maldita seja Letícia Padilla! - Pablo rosnou. — Esta apaixonada por ele!! ESTÁ APAIXONADA POR ELE!! - Fernando me olhou confuso. 

— Esta apaixonada por mim? - ele perguntou-me com cenho franzido. — Letícia, eu vou me casar com Manuela! - me afastei dele e olhei para Pablo. 

— Esta vendo? Só eu a quero... - Pablo disse se aproximando de mim. — Eu sou sua única alternativa... 

— Não! - ele puxou-me em direção a escada sem dó nem piedade. — Fernando, por favor não deixe que ele me leve! - supliquei. — FERNANDO,  POR FAVOR! 


... 


— Letícia!! Letícia!! Letícia!! - Abri os olhos e vi olhar aflito de mamãe, ela segurava meus braços, assim como Pablo... Ai meu Deus! Eu estava sonhando. Graças a Deus, eu estava sonhando. — Letícia Padilla, se você não me disser nada em menos de um segundo, eu não respondo por mim... - ainda assustada, olhei para meus lençóis e um deles estava totalmente encharcado de suor. 

— E- eu... - engoli a seco e a olhei. — Eu estou bem! 

— Tem certeza? 

— Sim... - franzi o cenho. — Que horas são? 

— Oito horas da noite...

– Mamãe, por que me deixou dormir por tanto tempo?- levantei lentamente sentindo-me mais lúcida.

– Bom, você disse que estava cansada, e que queria descansar...

– Eu não acredito que dormir por quatro horas seguida... – grunhi me olhando no espelho. Estava com os olhos inchados e parte do pescoço com algumas marcas vermelhas.– Minhas férias estão acabando...- murmurei e a olhei.

– Por que disse isso tão desanimada? Ate parece que não ama aquelas crianças...- ela sorriu.

– É claro que as amo... Mas é que...

–Oh, pobre rapaz!- minha mãe disse de repente.

– Rapaz? Que rapaz?- olhei para os lados confusa.

– Fernando esta lá embaixo, a esperando...- disse ela com um imenso sorriso.

– O quê? O que ele faz aqui?!

– Eu não sei, por que esta tão nervosa?

– Ora, eu não estou nervosa, mamãe! Mas, não é tarde demais para ele esta aqui?!- ela virou os olhos. 

– São oito horas de noite, Letícia. Está tarde para uma criança de sente anos, mas para vocês jovens... a noite só esta começando...  – ela piscou para mim.

– Onde esta Manuela?

– Saiu com alguns amigos, aqueles de sempre... Não virar hoje!- sorriu.– Bom, eu vou servir um café a Fernando, enquanto você se troca...- ela me olhou da cabeça aos pés.– Não vai ver o rapaz só de pijama, não é? 

– Tudo bem...- assenti.       

Logo que mamãe se fora, voltei a me olhar no espelho. Aquele fora o pior pesadelo que tive em toda a minha vida, eu não conseguia lembrar dos detalhes...apenas de Fernando e Pablo. O que eles faziam juntos? Por que eu chorava tanto?. Toquei novamente o lençou  de minha cama e ele ainda permanecia úmido. Eu nunca havia sonhado com Fernando, talvez estejamos passando muito tempo juntos. Droga, e ele esta lá em baixo agora. 
 
O olhei do alto da escada ainda me perguntando o que ele fazia aqui. Mamãe o fazia companhia, poucas vezes eu a via tão sorridente, mas com Fernando ela parecia se enfeitiçar. Pigarrei, e os dois olharam para mim, mas Fernando fez um caminho diferente com seu olhar, olhou-me dos pés a cabeça sem nenhum cerimônia. 
 
– Eu vou deixá-los a vontade...- disse ela  afastando-se. Dei alguns passos até ficar de frente para ele, e forcei um sorriso.

– Não acha que já nos vimos demais por hoje?- indaguei me servindo um pouco de café.

– É sempre um prazer vê-la também...- ele sorriu largamente.– Ah, cuidado para não queimar a língua, o café esta quente.

– Obrigada...-virei os olhos.

– Bom, vamos ao ponto...- disse animado.– Eu encontrei isso...- entregou-me um papel.– Uma pista sobre a família de Dona Cristina.

– Um endereço?- indaguei.

– Sim... Me custou muito consegui-lo, e não me olhe com desdém.

– Fernando, você com certeza conseguiu isso com Lucrecia...- ele bufou.– Estou certa?

– Errr, sim...   

– Quer me impressionar?- perguntei rindo.

– Mas é claro que não!- cruzou os braços e desviou seu olhar.– Por que acha isso?

– Não vem ao caso...- suspirei.– Bom, temos um endereço, e em que isso nos ajuda?

– Lucrecia disse que, há uma senhorinha que mora nesse endereço e que pode nos ajudar...- beberiquei meu café e o olhei. Ele estava tão animado com isso, parecia ate uma criança antes de receber um presente.

– Você não tem amigos? Alguém que você possa sair e se distrair?- o provoquei e ele lentamente se aproximou de mim.

– O meu único amigo, mora na Espanha e minha namorada esta sei lá deus onde...- suspirou.– Isso é o máximo que consegui para me distrair, por enquanto.

– E eu tenho que esta envolvida?

– Você concordou em me ajudar! Não se lembra?

– Não!

– Letícia! 

– Ok... Bem, você já viu onde esse endereço nos leva?- ele assentiu.– São quase uma hora, ate chegarmos no mesmo...

– Não comigo no comando..- convencido.– Esta pronta? Podemos ir?

– Claro...



Muitos depois estávamos fora da cidade. Algumas vezes tive que ameaçá-lo, ou provavelmente voariamos com toda a velocidade que ele estava dirigindo. Conversamos sobre a instituição, e de repente ele estava me dizendo tudo sobre seu trabalho, situações que havia vivido, e as vezes que  brigava com Márcia. Ele se vingava escondendo suas bonecas, e ela destruía toda sua coleção de carrinhos. Eu passei a imaginar, por que Manuela não gostava da companhia de Fernando, apesar de suas piadas sem graças, que eu não posso negar que me tiravam risadas as vezes... Ele era uma ótima companhia, estava sempre animado e sorria para qualquer coisa, era determinado, amava a família e tem um cachorro chamando Rock. Que tipo de pessoa, nomeia um cachorro com esse nome? Só alguém como Fernando. Confesso que queria ter um pouco de sua felicidade, olhar para vida com mais ânimo, mas eu não tinha motivos. Estava preste aceitar  casar-me com um homem que, eu não tinha a mínima idéia se realmente amava. Minha irmã provavelmente seria infeliz, e eu já não tinha papai comigo, para aconselhar-me do seu modo brincalhão e ciumento. 


– Esta tão desanimada...- ele murmurou.– Eu prometo que calo a boca... Mas sorria.- limpei uma lagrima sorrateira e sorri para ele.

– Por que o seu cachorro se chama Rock?

– Não me culpe, foi Julia quem  escolheu...- assenti.– Que bom que, eu não estava falando sozinho... Você pelo menos
 prestou atenção em algo.

– Eu não sou tão mal eduacada, as vezes me interesso por seus assuntos...- ele olhou para mim, e logo depois voltou sua atenção a rua.

– Estamos quase chegando...

– Não acha que esta tarde?- perguntei.– Ela pode esta dormindo...

– Ela não se chama Letícia, para esta dormindo oito  da noite...-olhei para ele com olhos semicerrados, e o soquei no ombro.– Ai! Esta maluca?

– Foi sem querer...- sorri. Estávamos em uma área cheia de pequenas casas, parecia um vilarejo... haviam poucas pessoas nas ruas,  aparetemente era um lugar tranquilo.

– Estamos procurando por??

– Uma casa vermelha, de numero 408.- disse olhando para o endereço em minhas mãos.– Eu acho que é aproxima...- apontei para rua lhe guiando. Ele estacionou o carro e descemos do mesmo...  nos deparamos com uma pequena casa. Havia uma luz acesa e varias flores em sua frente.– Uau, Eduardo precisa conhecer esse lugar, ele ficaria encantado com esse jardim.

– Não acha uma ofensa, mencionar constantemente o ex da sua irmã para mim? -  indagou ele com as mãos na cintura. 

– Não...



Andamos mais, ate finalmente atravessa todo jardim, no meio do mesmo encontramos uma poça d’água e nos molhamos. Tocamos a campainha por três vezes.

– Ela deve esta dormindo..- murmurei.

– Por acaso você tem uma bola de cristal?- perguntou ele enfurecido por seus pés estarem encharcados d'agua. 

– Não seja grosso!- o repreendi.

– Você escolheu o caminho errado, é por isso que estou assim!- ele apontou para seus pés.

– Só havia um caminho ate aqui, e eu também estou com os pés molhamos!

– Teimosa...- grunhiu ele.    
   
– A gora a culpa é minha...- virei os olhos.

– Quem são vocês? E por que não param de brigar?- olhamos em direção a porta, e uma senhora nos olhava enquanto segurava um gato,  em sua outra mão havia uma vassoura. Fernando passou por mim empurrando-me para o lado, e estendeu a mão para senhora.

— Me chamo Fernando.... - a senhora sorriu assustada. — E essa é... 

— Com licença. -  empurrei ele. — Me chamo Letícia... - sorri pra ela. 

— O que estão fazendo aqui, há essa hora? - ela deu alguns passos para atrás. — São da polícia? O que querem? -  eu e Fernando nos olhamos surpresos. 

— Não, não senhora!- Fernando a acalmou. — Só  queremos fazer algumas perguntas. 

— Sobre quem? 

— Uma senhora chamada Cristina... - murmurei e meu queixo tremeu. 

— Tem certeza que não são da polícia? - assentimos. — Podem entrar, mas sem esses sapatos molhados... -  Fernando olhou para mim furioso, e sem explicação nenhuma senti vontade ri. Ela se chamava Sônia, e já morava sozinha alguns anos. Gentilmente, nos deu toalhas para secarmos os pés, e  serviu nos  chá, para apaziguar o frio que estávamos sentindo. — Então, o que querem saber? 
         


Descobrirmos apenas que Dona Cristina tinha um filho, que  morava na Espanha,  e um neto. Mas Sônia, não soube nos informar seu paradeiro. Chegamos em minha casa tão  exaustos,  que não tivemos tempo de nos provocar, logo Fernando fora embora, e eu simplesmente desfaleci em minha cama.

...




Na manhã de domingo, eu e Manuela formos ao mercado a pedido de mamãe. Compramos tudo que estava na lista e voltamos pra casa. Manuela estava aparentemente desanimada, e eu sabia muito bem o porque. Eduardo, tinha acabado de nos entregar o convite para a inauguração de sua floricultura. Ela confessou que estava feliz por ele, mas jamais disse  o que sentia. Eles se olharam por um tempo,  perdidos e angustiados, era tão óbvio que se amavam, se Manuela não fosse tão cabeça dura, eles com certeza seriam felizes. Sentei a mesa e comecei a fazer os cronogramas para as próximas aulas, minhas férias não foram muito distintas das demais, entretanto fora menos tediosa.  Eu tentava organiza-me o mais rápido possível, eu ainda pretendia visitar Dona Cristina, e todos outros antes que minha rotina começasse de vez. 



" O que acha de almoçarmos juntos hoje?- Pablo. "

" Desculpe, mas estou ocupada... Podemos marcar depois? - Lety"

" Por favor...  É só um almoço. Quero vê-la, sinto sua falta. -  Pablo" 

Respirei fundo. Eu precisava está pronta para dar minha resposta a ele,  e um almoço não seria má ideia. 

"Tudo bem... - Lety"

"Obrigado! Eu passo em sua casa em alguns minutos. - Pablo"



Ele me trouxe a uns dos restaurantes de sua companhia. Pablo além de comandar uma empresa de publicidade, tinha vários negócios pela cidade. Ele está diferente, mais paciente e carinho. 


— Eu não gosto  de vê-la tão  quieta.... - ele tocou minha mão por cima da mesa e sorriu fraco. — Não está a vontade? Podemos ir para outro lugar. 

— Não se preocupe... Eu estou bem! 

— Não está! -  seu olha fora sério e firme. — Antes, quando nos encontrarmos... Você... Você sorria mais. Parece que está sendo obrigada a esta aqui, Letícia. 

Bufei,  e soltei minha mão da sua. — Como posso está como antes, Pablo? 

— Bom,  eu não sei. 

— As coisas mudaram, você mudou... Você traiu o sentimento que sempre tive por nós! Não exija de mim o que você nunca fora capaz de sentir... -  desviei meus olhos dele e senti os mesmos marejados. 

— Me desculpe... Eu pensei que iríamos conversar com calma. Mas... 

— Não, não vamos conversar com calma! Não até eu sentir tanta raiva de você! - ele me olhou com os olhos avermelhados e suspirou. 

— Err...

— Tenho ir... -  disse levanto. 

— Posso deixá-la em casa? 

— Não, Obrigada pelo almoço. -  ele assentiu. — Com licença. 


... 

— O que esta fazendo? - perguntei a Tomás vendo-o carregar latas de tinta. 

— Mendiola e eu, estamos pintando algumas partes da instituição... 

— Fernando esta aqui??! - disse surpresa. 

— Não só ele, mas toda família dele! -  fiquei por alguns segundos em choque, e tentando imaginar o que a família de Fernando faria aqui. 

— Ele está ficando louco!- murmurei. 

— O que disse? 

— Nada, nada.  Onde ele está? - perguntei ansiosa. 

— Na biblioteca. 

... 



Ele estava em cima de uma escada, tentando alcançar os cantos que ainda estavam sem tinta. Sorri. Ele realmente estava determinado a fazer daqui um lugar melhor, eu só me perguntava por qual motivo ele estava fazendo isso. 

— Você realmente  não faz nada da vida, não é? - eu disse com os braços cruzados. Ele olhou pra mim e sorriu. Seu rosto tinha algumas marcas de tinta, e toda sua roupa também. 

— Daqui de cima você parece ser mais pequena.... -  provocou. Ele desceu da escada e se juntou a mim. 

— Fernando, hoje é domingo... Você devia descansar, sair com Manuela. - sugeri. 

— Pra começar, eu e Manuela brigamos... - antes que eu pudesse pergunta o motivo, ele interrompeu-me. — E não me pergunte, o porque... Eu ainda estou mal por isso. 

— Não parece. 

— Eu sei disfarçar bem... - ele tocou meu nariz com a ponta do dedo o sujando de tinta. — E você,  o que faz aqui? 

— Bom,  amanhã eu volto a lecionar... Queria me despedir de todos antes,  minha rotina não me permite vir  aqui todos os dias.... 

— Hmmmm... -  ele tocou minhas bochechas as sujando assim como meu nariz.— E por que estava chorando? - ele murmurou. Me afastei um pouco, e olhei para um lugar qualquer. 

— Eu não.... - engoli a seco e olhei para ele. — Como você sabe? 

— Eu conheço você, Letícia...- suspirou –Mas do que você imagina... 

— Eu devo sentir medo por isso? - sussurrei voltando a me aproximar dele. 

— Talvez... - ele olhou para minha boca, e deu um passou a frente. Tocou sorrateiramente o meu queixo e prendeu seu olhar em mim. De repente senti uma paz;  uma que nunca havia sentindo com Pablo; uma paz, com uma mistura de sensações jamais sentidas por mim. Meu olhar nunca ficou tão preso como estava ao dele,  minha garganta nunca secara tão prontamente como naquele estante. Faltavam milímetros para nossos lábios  se tocarem... 

— Mendiola,  aquí estão as...- Tomás fora diminuindo seu tom, e rapidamente pigarrou. Eu de imediato sai do transe e me afastei de Fernando. 

— Eu... Eu vou falar com seus pais... - sussurrei a ele. — Com licença. 



Sai pelos corredores totalmente atordoada, ouvindo cumprimentos de algumas pessoas. Entretanto o máximo que eu conseguia era acenar com a cabeça. Eu  já estava quase no fim do corredor, quando vi a placa do banheiro de visitas. De repente fui do céu ao inferno,  estava com a vista embaçada e me faltava o fôlego. Esbarrei em alguém e deixei minha bolsa cair no chão, fora a gota d'agua para que minhas lágrimas viessem à tona. 

— Lety? - eu imediatamente identifiquei aquela voz,  era Marcia. — Você está bem? 

— Oh sim... - limpei minhas bochechas que estavam úmidas reparando as pontas dos meus dedos sujas de tinta. — Só um pouco resfriada... 

— Hmmm. - ela sorriu e correspondi. — Fernando, lhe contou a novidade? 

— Novidade?!! - indaguei mais calma. 

— Papai irá comprar a instituição... - franzi o cenho. — Ele está pensando em construir outra de nossas empresas aqui... 

— Marcia, você tem certeza? - perguntei ainda sem acreditar. 

— Simm, não é maravilhoso?! 

— Aah,  você está aqui... -  ouvi a voz de Fernando atrás de mim e todo meu corpo ficou rígido. 

— Bom,  eu preciso ir... Júlia caiu no sono,  e mamãe tem suas massagens rotineiras marcadas.- ela disse beijando-me no rosto. — Até logo. -  ela sorriu para Fernando e se afastou.  

— Podemos conversar? -  perguntei sem olhá-lo. 

— Claro...



Entramos em um dos quartos livres e encostei a porta. Eu poderia ri dele, do seu nariz totalmente sujo de tinta,  ou até mesmo do jeito atrapalhado.  Mas eu estava muito furiosa para isso. 

— Por que não disse que seu pai pretendia comprar a instituição? - indaguei com a voz embargada. 

— Você pode se acalmar? - disse preocupado. — Está tremendo. 

— Você não tem o direito de fazer isso, Fernando! - solucei. — Esse é  o único lugar que me sinto bem,  é o lugar que tenho boas lembranças de papai! 

— Letícia por Deus! Papai ainda está analisando toda a situação... -  ele colocou as mãos na cintura e suspirou. 

— Não minta para mim! 

— Eu não estou mentindo, droga! - ele aumento seu tom de voz. Pela primeira vez estávamos realmente brigando, estávamos gritando um com o outro. — Você está descontando sua frustração, em uma coisa que nós não temos certeza que dará certo.... Esta com raiva de algo... -  ele andou até mim, e me olhou angustiado. — O que aconteceu? 

— Não é da sua conta! - rosnei. — Só me escute. Você, nem o seu pai vão destruir a família que construímos aqui. 

— Que droga, Letícia! Eu jamais faria isso... Quem pensa que eu sou? 

— Um filhinho de papai, que pensa que pode fazer tudo o que quer! Mas isso não vai funcionar,  não comigo aqui!  ESTÁ ME OUVINDO?! - gritei.  Ele segurou meus pulsos assim como Pablo fez em meu pesadelo, e  me empurrou sobre a parede. 

— Olha para mim... - sussurrou. — Por favor... -  o olhei de lado. — Eu jamais quis isso... Falarei com papai, e direi que não é uma boa ideia separá-los... Eu não sabia que seu pai estava envolvido nisso. Eu não quero mágoa-lá, Letícia. 

— Obrigada... - murmurei. — Me descul... 


Não pude terminar de falar, ou mesmo tive tempo para respirar.  Ele simplesmente tomou meus lábios para si. Suas mãos entrelaçaram em meus cabelos puxando-me para ele. Talvez naquele momento eu  poderia ter me afastado; talvez gritado, ou mesmo fugido como fiz estantes atrás. Mas não pude, não pude deixar de corresponde-lo, o meu corpo fora o pior dos traidores, os meus lábios? Distribuíram toda a sensação que estavam sentindo por meu corpo esguio e cansado. Meus olhos pesaram e meu coração disparou sem rumo algum... Minhas mãos ficaram sem saída,  e envolveram-se em sua cintura, pude rapidamente sentir seu peito e ao tocar seus braços a maciez de sua pele. Ele ofegou, e parou lentamente o beijou encostado sua testa na minha. Naquele momento raciocínio era talvez uma coisa impossível de se ter... 


— Fernando, você está aí? - era a voz de Manuela. 






 


Notas Finais


Bjs
- bru


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