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História Meu melhor erro - Aflitos


Escrita por: brru

Notas do Autor


Olá

Capítulo 8 - Aflitos



— Não mamãe! Nós não estamos "aprontando" nada! - disse Manuela. 

... 

Minha turma aparentemente estava mais agitada que o normal. Logo no dia em que eu estava me preparando para terminar de vez com Pablo... Tudo indicava que nada sairia bem,  eu conheço seu jeito possessivo, sei que ele não irá aceitar o nosso término, mas eu já estou perdida... Não penso em mais ninguém senão em Fernando. Droga! Como pude me deixar levar de tal forma? É Fernando, e eu estou completamente louca por ele. 

— Professora Letícia... 


Ontem nós parecíamos dois adolescentes,  nossos olhos estavam ligados  e nossas palavras estavam melosas. Ele me fazia parecer outra pessoa, me fazia bem... Me fez descobrir uma nova Letícia... Em outros tempos eu jamais passaria a noite ao lado de um homem que eu mal conhecia... que ainda era um mistério para mim... Mas ele me fez ter confiança, prometeu que tudo que ele sente é verdadeiro. 

— Professora! 


Oh Deus,  eu estou a cada segundo mais perdida e apaixonada por Fernando. 

— PROFESSORA!!!! 

— Simm...que!- respondi assustada. Uma de minhas alunas me olhava com o cenho franzido. 

— A senhora está bem? 

— Sim, querida. Aconteceu algo? 

— Sim! Gabriel acaba de destruir tudo que desenhei... - ela apontou para o menininho.— Quero que chamem seus pais! Ele é um monstro! 

— Ok, fique calma... Volte para o seu lugar, eu conversarei com o seu colega! 

— Ele não é meu colega! - ela disse brava e fora para seu lugar.... Olhei para Gabriel e seus pequenos olhos estavam marejados. 

— Você tem algo a me dizer? - perguntei com calma. 

— Ela estava rindo de mim... - ele fungou triste. — Disse que sou um bebezão! - sorri e o toquei no rosto. — Está rindo de mim? 

— Não Gabo... Vem cá. - o coloquei em meu colo. — Você é o menor da turma, o mais fofo, o que temos mais cuidado... Mas isso não faz de você um bebezão... Mariana não quis dizer isso... Você me entende? - ele assentiu. — Quero que a peça desculpa por estragar seus desenhos.. -  afirmei. — Você faria isso por mim? 

— Tudo bem... - ele sorriu. — Seu celular está se movendo sozinho... - ele apontou para a mesa. Olhei para o meu celular e o mesmo vibrava e em sua tela estava o nome de... Fernando 

— Pode deixar, eu cuido disso... 


Esperei até o momento em que a ligação fora encerrada e suspirei. Se havia algo que não aprendi em minha vida, fora mentir. E eu não estava disposta a praticar isso com Fernando... Se meus planos dessem certo, logo a noite nós dois estaríamos prontos para iniciar algo,  ou melhor, uma relação. Eu só precisava conversar com Pablo, e estaríamos livres.


...


Fernando. 


O meu trabalho durou pouco, a empresa estava calma e tudo felizmente corria bem. Eu apenas estava preocupado com Letícia, a mesma não atendia minhas ligações desde cedo,  eu estava com dúvidas sobre o convite que Manuela me havia feito... Queria consultá-la sobre o mesmo. Mais tarde fui a instituição, dona Cristina não estava muito bem, entretanto eu a convenci a caminhar pelo jardim,  e tomamos um banho de sol, também a contei varias de minhas piadas sem graça. A bela senhora disse-me que  sentia falta de Letícia todos os dias, e eu a entendia... Letícia tinha a capacidade de envolver qualquer pessoa, ao mesmo tempo que era brava e teimosa, era terna e compreensiva, se importava com essas pessoas como se elas fossem de sua família. Minha Letícia era uma perfeita donzela apesar de brava.
 
– Você não tinha um jantar pra ir?- dona Cristina murmurou quando eu a ajudava a deitar-se.

– Sim...- assenti.– Mas antes, quero saber se a senhora se sente melhor.
 
– Sim meu jovem galanteador...- ela sorriu.– Não diga nada a Letícia, não quero que ela se preocupe com besteiras.

– Não sei se poderei esconder isso dela, dona Cristina. A senhora a conhece...    
 
– Ela mataria você, não é? 
 
– Com certeza...- cobri seus braços com uma manta e a beijei no rosto.– Ate logo...
 
 
...
 
 
Letícia  


Logo após sair do trabalho arrumei para casa. Eu ainda não sabia o que fazer a respeito do convite de Pablo,  não seria agradável que eu o dissesse tudo em meia a "surpresa" que ele está preparando.Talvez eu devesse ligar e marca algo. Ao abrir a porta me deparei com Manuela sobre o sofá rodeada de papéis, logo atrás dela uma senhora que eu jamais havia visto em minha vida. 


— Olá... - ela disse a mim e rumou para a cozinha. 

— Quem é  essa senhora? - perguntei a Manuela, mas ela sequer me olhou. — Manuela, o que está acontecendo? 

— Ah, oi Letícia... - ela sorriu. — Eu estou ajudando Eduardo com alguns orçamentos da floricultura. 

— Mas ela ainda não fora inaugurada... - peguei um papel em mãos. — Por que esta demitindo, Livia? 

— Ela é bonita demais para está perto do meu namorado....-a olhei incrédula. — Qual é o problema? Eu mudei... Mas não tudo,  não quero nenhum rabo de saia perto de Eduardo. Mudarei toda a decoração da floricultura e os empregados também! 

— E ele sabe disso? 

— Ainda não!- ela disse determinada. 

— Pobre Eduardo... - murmurei. — Mudando de assunto... Quem era aquela senhora que estáva aqui com você? 

— Oh,  ela é a cozinheira particular de Pablo, seu noivo. - engoli a seco. 

— O quê?- gritei. — O que ela faz aqui??!! Manuela o que está acontecendo? 

— Não grite... Pablo pediu permissão a mamãe para fazer o jantar para toda família aqui em casa... 

— E ela aceitou? - indaguei nervosa. 

— Sim! 

— Eu não posso acreditar! Onde vocês duas estão com a cabeça?? - rosnei. — Eu estou procurando há horas uma forma de terminar com Pablo, e  vocês me fazem isso!! 

— Letícia não seja dramática... Faça o jogo vira ao seu favor, termine com ele logo depois do jantar... 

— Manuela você não vê que isso seria algo terrivelmente grosseiro? 

— Oh Deus,  dai-me paciência... - ela segurou em minhas mãos me acalmando. — Pablo a traiu varias vezes, Letícia... 

— Não me lembre disso... - resmunguei. 

— Tudo bem... Mas dar um fim de vez nessa história será algo comum, isso acontece todos os dias com vários casais... 

— Ah Manuela, é tão fácil falar... 

— Bom,  esse jantar me caiu muito bem... - ela sorriu. 

— Por quê? -  sentei-me exausta. 

— Porque, eu convidei Fernando. - de imediato minha respiração falhou. — Não é um máximo? Eu termino com Fernando, você com Pablo e as duas ficarão livres... Bom,  eu não, porque tenho Eduardo! O que acha? 
 
– É o meu jantar! Você deveria ter me consultado antes!

– Me desculpe, eu não sabia que você ficaria tão brava!- disse triste.  

— Eu preciso ir para o meu quarto... 

— Lety  espera! Você esta bem?- assenti com olhar preso ao chão. — Lety?? 



Peguei minha bolsa e subi para meu quarto, fora preciso alguns minutos para eu digerir tudo o que estava acontecendo. Eu realmente tinha feito de minha vida um mar de confusões. Como eu ficaria cara a cara com Fernando e Pablo? Um banho fora minha única reação naquele momento, fiquei mais que o necessário no mesmo, lavei meus cabelos sentindo toda pressão dentro de mim se acalmar. A água banhava meu corpo e por momento eu senti paz. Vesti um vestido de cor preta, com um pequeno decote, logo depois sequei meus cabelos. Olhei-me no espelho e em meu rosto o medo estava estampado... Havia duas ligações perdidas de Fernando,  eu me martirizava por não atendê-lo.

Procurei pelas alianças que Pablo havia me dado dias atrás e as segurei firme. Eu poderia acabar com tudo antes que Fernando chegasse, poderia evitar todo uma dor. Desci com determinação em direção a sala, haviam um garçom e vasos de rosas por todo lado, olhei mais adiante e a mesa de jantar estava divina. Como essas coisas chegaram aqui?


— Mamãe?? - olhei por todos os lados a procurando. 

— Eu estou aqui.. - ela disse sorridente. 

— Mamãe, por que permiti que as coisas chegassem tão longe?!! 

— Lety você está bem? - eu abracei sentindo meu peito apertado. — Minha vida... Me desculpe, mas Manuela insistiu que eu permitisse o jantar, eu não tive alternativa... - ela me olhou terna. — Talvez seja a chance de você e Pablo se resolverem... 

— Sim, a senhora tem razão... - forcei um sorriso a ela. Pobre mamãe eu não poderia sobrecarregá-la com meus problemas, não quando ela ainda estava se recuperando da morte de papai. — Bom,  o que achou dessa invasão na sua cozinha? 

— Eu não vejo a hora de todos saírem de lá... - ela sussurrou divertida. 

— Ah, você está aí! - Manuela disse virando os olhos. — Você não se maquiou? Sequer passou um batom? Letícia você parece que está indo para um velório! - a olhei seria. 

— Manuela! - mamãe a repreendeu. 

— Tá me desculpa! 

— Você pode dizer a todos que adoeci? - choraminguei. 

— Você consegue, Letícia... O seu único problema é Pablo... - Manuela disse confiante. 

— Estão falando de mim? - viramos as três na mesma direção para olhá-lo. Ele trazia consigo um boque de flores e um sorriso assustador.

— Sim... - Manuela se atreveu a dizer. Ok, por que minhas pernas tremiam tanto?— Lety, ele é toda seu... - ela disse se retirando acompanhada de mamãe. 

— Gostou da surpresa? - ele perguntou. Fernando ainda não havia chegando esse era o momento para conversar. 

— Claro... Precisamos conversar. - disparei segurando em sua mão. 

— Não acha melhor, jantarmos primeiro? Eu ainda tenho uma surpresa... 

— Não, nós realmente precisamos conversar! - ele franziu o cenho confuso. 

— Querida, você está bem? 

— Vem, vamos a sala de visitas... 

Mas fora tarde demais. De repente a porta fora aberta e Fernando nos olhava sério,  logo seu olhar se direcionou para nossas mãos. Eu não sabia o que fazer, ou mesmo o que pensar. Por que diabos ele tinha que ser tão pontual?
 
 
...
 
Fernando.
 
 
Não sei se fora constrangedor, ou doloroso vê-la de mãos dadas com aquele crápula. Me perguntei seguidas vezes o que eu estava fazendo naquele lugar, e por que não seguir meus insistindo, eu poderia não ter ido a casa dela. Droga! Por que ela não atendeu meus telefonemas? 
 
Dona Julieta nos conduziu a mesa de jantar. Sentei-me ao lado de Manuela que parecia esta de bom humor... Letícia e eu não parávamos de nos olhar, mas seus olhos não diziam nada, estavam escuros e amedrontados. O jantar nos foi servido, algo sofisticado, Manuela e Pablo foram os únicos a tocaram na comida.  
   
– Então...- Pablo quebrou o silencio.– Manuela que bom, que você convidou o seu namorado...- engoli a seco.– Assim toda família saberá...

– Pablo... Antes eu gostaria de falar com você...- Leticia murmurou apreensiva.– A sós....- disse olhando para mim.

– Podem ir...- dona Julieta completou.– Manuela, eu e Fernando não vamos nos importar.

– Tudo bem...- ele assentiu.– Mas antes...- eu e Letícia bufamos ao mesmo tempo sem paciência.– Letícia disse a vocês que eu a pedi em casamento? Mostre a eles nossas alianças... 


Imediatamente Letícia olhou para mim... eu não sabia exatamente o que as palavras de Pablo me fizeram sentir, mas meus olhos marejaram ivolutariamente. Algumas idéias vieram em minha cabeça e uma delas era que tudo o que Letícia e eu havíamos vivido na noite passada, fora apenas uma ilusão.


– Pablo!- ela forçou um sorriso.

– Querida...- ele acariciou seu rosto...idiota.– Algum dia nós teríamos que dizer a eles...

– Letícia você...- dona Julieta se deteve a falar, assim como eu ela parecia não acreditar no que estava acontecendo em nossa frente. O garçom nos serviu vinho e logo se retirou... assim que, Letícia e Pablo levantaram-se da mesa o telefone do mesmo tocou, ele a olhou com um sorriso estranho e suspirou. 


– Eu preciso atender, meu amor!- ele a beijou no rosto.– Não demoro...- e saiu em direção a cozinha. 

– Bom, eu e Fernando vamos ao jardim...- Manuela disse levantando-se.– Eu também preciso falar com você...

– Ok...- murmurei.– Com licença...- olhei mais uma vez para leticia e senti uma angustia sufocante em meu peito e em minha garganta. Esperei que Manuela se afastasse e me aproximei o mais discreto possível dela, estava tão bonita, tão natural.– Por que não me disse que iria se casar?

– Fernando... eu... Eu havia me esquecido.

– Como Letícia? Ninguém se esquece que esta noiva...

– Pablo se precipitou, eu não o disse nada... Por favor.- suplicou.– Acredite em mim...

– Fernando??- Manuela chamou-me. 

— Venha comigo até meu quarto...- Letícia murmurou. 

— Como assim? Letícia,  você está raciocinando? O SEU noivo está lá na cozinha, a qualquer momento ele pode voltar! 

— Ele não é meu noivo... - ela sussurrou brava. 

— Sua mãe está nos olhando... - sussurrei. — E eu não quero falar com você, não até você terminar com o Pablo! 

— Por favor... - ela suplicou. — Eu -  eu amo voc...  

— Não, não! Não diga isso por favor... Não é o melhor momento - respirei fundo.— Eu tenho que ir... 

—  Fernando... - ela segurou em meu braço e me olhou angustiada. — Por favor dei-me uma chance... - dei de ombros e segui para o jardim. Terminaria com Manuela e seguiria para casa... o resto de noite parecia não esta ao meu favor.

... 


Letícia                        


Pablo teve que ir embora as pressas, e não tive nenhuma chance de impedí-lo. Ele estava pálido, parecia que algo sério havia acontecido. Assim que ele saiu, corri para o jardim na esperança que Fernando ainda estivesse conversando com Manuela, mas fora tarde demais ele já havia ido embora. 

— Aí eu não posso acreditar!! - Manuela gritou e abraçou-me. — Eu nunca pensei que terminar com Fernando me faria tão bem!! 

— Hmmmm.... -  forcei um sorriso. 

— Bom,  eu preciso ir à casa de Eduardo para dizê-lo!! 

— Não acha que está tarde demais mocinha? - mamãe disse com o cenho franzido. 

— Mamãe! - Manuela choramingou. 

— Você tem que está logo cedo em sua faculdade, Manuela... Deixe para esbanjar sua felicidade amanhã.. - mamãe continuou. Ela olhou-me aflita e desviei meu olhar do seu. 

— Ok.... Nada estragará meu bom humor! - Manu esbanjou felicidade novamente. — E você Letícia? 

— Eu?? - indaguei. – Eu estou aqui, sem  sair do lugar e na mesma... 

— O que houve? - indagou preocupada. 

— Manuela, deixe Letícia em paz... - mamãe reclamou. — Venha, me ajude a tirar a mesa. 

— Você vai ficar bem? - Manuela perguntou-me, e assenti. 



Logo que elas saíram busquei meu celular em meu quarto e liguei para Fernando. Liguei uma, duas, três vezes até que resolvi deixá-lo um recado. 


"Eu sei que está chateado... Me desculpe por eu ser tão confusa e insegura. Fernando, eu não quis brincar com você e muito menos com seus sentimentos... Precisamos conversar... Você é importante pra mim..."

Depois de alguns xícaras de chá eu adormeci no sofá. 
   

... 


Fernando 


— Ela está noiva?? 

— Bom,  é o que parece... - resmunguei a Márcia. — Eu não sei o que está acontecendo comigo... Eu nunca fiquei assim por ninguém! Droga! 

— Então você caiu no feitiço do amor? - disse divertida. 

— Isso deboche mais de mim... -  respirei fundo. — Você precisava vê-la, Márcia... A forma que seus cabelos estavam penteados, o seu perfume que eu identifiquei em meio a todos que estavam no ar... - Suspirei. — Eu só posso está ficando louco! 

— Esta apaixonado, Fernando... - ela ofereceu-me  uma xícara de café. — Tenha cuidado, as maiores loucas já cometidas  foram feitas pelos apaixonados... Isso é quase uma doença. 

— Onde você anda lendo  essas coisas? - indaguei esperando meu café esfriar. 

— Esta todos os dias nos jornais... - ela sorriu. — Olha, eu acho que você deve dar um tempo a Letícia... Ela está sendo pressionada  por todos os lados. 

— Você acha? 

— Sim... A dê tempo... 

— Mas, eu a quero agora, Ma... Não quero esperar... Tive que me segurar para não beijá-la na frente de todos... 

— Esta vendo?  Os jornais estão certos, essa gente apaixonada é louca... - virei os olhos e bufei. 

— Eu vou embora, está impossível conversar com você hoje... - a beijei no rosto. — Diga a Julia que estou com saudades... 

— Tudo bem... - ela murmurou. — Fernando... Pense melhor em tudo...

— Não há espaço para outra coisa em meus pensamentos... Eu só consigo pensar nela, Márcia.



.... 
 
    

 


Notas Finais


bjss

-bru


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