– Os exames saem hoje. – A matriarca quebra o silêncio. – Tenha fé. – Põe a mão sobre a mão da filha e sorri.
Robertha tinha mudado muito nos últimos quatro dias, está sendo a mãe que nunca foi para jovem. Cuidando com carinho e mimando em todos os sentidos.
A família Rutkowisk agora é uma família de verdade, menos por Bianca que está odiando a relação que a mãe está tendo com a caçula.
Beatriz agora faz as refeições a mesa com todos os membros e participa de tudo, finalmente o sonho de ter uma família tinha se realizado. A jovem exala alegria e jocosidade.
A família desfruta de um café da manhã, mesmo sendo um dia da semana toda a família encontra-se apreciando esse momento – menos Bianca que só está sentada com todos por pura raiva e ódio – quer vigiar e destruir a irmã, não aceita que a caçula seja a queridinha de todos.
– Quanta falsidade. – Bianca diz ao revirar os olhos. – Finalmente ela vai morrer.
– Trate bem sua irmã. – Miguel repreende a mais velha. – Devia pedir perdão para sua irmã e não maltrata-la.
– Não sou hipócrita como vocês. – Levanta furiosa. – Por mim ela morra logo. – Sai pisando duro.
– Não ligue para ela. – Robertha toca a face da filha fazendo a mesma olhar em seus olhos. – Prefiro você sorrindo.
Beatriz abre um sorriso cheio de vida e de luz e ao ver a cena entre a esposa e a filha os olhos de Miguel brilham ainda mais.
– Eu vou indo. – Arthur se pronúncia. – Nos vemos mais tarde. – Levanta e vai até a irmã. – Me liguem assim que pegarem os exames. – Deposita um beijo no topo da cabeça da irmã. – Cuidem bem dela. – Beija o topo da cabeça da matriarca, acena para o pai e sai em seguida.
Beatriz volta sua atenção para a comida, mesmo sem fome a jovem é obrigada a comer, ainda mais quando seus pais estão sempre vigiando.
Vendo a filha caçula ao lado da esposa faz com que o coração de Miguel doa, ele quer que essa alegria dure para sempre, que a paz seja eterna. Nunca tinha vivido momentos tranquilos em sua casa e agora que sabe como é não quer que isso acabe, que a alegria da esposa suma.
– Bom dia. – Richard diz ao entrar o local. – Como você está, pequena? – Deposita um beijo estralado na bochecha da namorada.
– Bom dia. – Sorri envergonhada. – Estou bem, graças a Deus.
– Bom dia Richard. – Miguel se mete na conversa do casal. – Não devia estar no colégio?
– Devia, mas prefiro ficar com minha namorada. – Põe as mãos sobre os ombros da namorada. – Beatriz é muito mais importante.
– Já tomou café, Richard? – Robertha pergunta ao se levantar.
– Já. Quer dar uma volta, pequena? – Abaixa ficando com o rosto próximo ao da namorada. – Dar uma volta pela cidade.
– Quero, não aguento mais ficar dentro de casa. – Faz um biquinho. – Sinto falta da minha vida de antes. – Abaixa a cabeça escondendo o olhar triste. – Me sinto uma inútil.
– Você não é. – Richard puxa a cadeira e senta ao lado da namorada. – Agora é nossa vez de cuidar de você. – Põe a mão no queixo da jovem levantando a face da mesma em seguida. – Você merece tudo isso e muito mais.
– Obrigada. – Segura na mão do namorado e a beija. – Eu te amo.
– Eu também te amo, pequena. – Inclina para mais perto da namorada e rouba os lábios da mesma dando um beijo repleto de amor.
Miguel levanta deixando-os a vontade, mesmo não aprovando o namoro da filha e nem gostando da forma como os dois estão, ele não a proíbe de ver o rapaz porque sabe o quanto ele é importante para a jovem.
O amor que o jovem casal exala é de deixar qualquer outro casal com inveja, não tem sentimentos ruins ou desejos sujos, apenas um amor veraz e puro.
Robertha e Miguel veem nos olhos do casal o quanto ambos estão sofrendo por um amor que não irá ser desfrutado por muito tempo e Richard é o que mais irá sofrer quando a morte levar sua amada.
Esquecendo onde estão e quem está por perto o casal permanece em seu mundo particular – conectados pelo olhar – Richard faz caricias na face da namorada e a mesma sorri abertamente.
– Pequena, eu lembrei que tenho que fazer uma coisa. – Rouba um selinho da namorada assim que um bico se forma nos lábios da jovem. – Mas não fica triste, venho te buscar mais tarde.
– Não vamos sair? – Seu olhar é triste.
– Sim, só que mais tarde. – Aperta as bochechas da namorada. – Não precisa ficar triste. Prometo não demorar. – Levanta, mas se inclina para ficar na altura da namorada. – Aproveite o dia com seus pais. – Deposita um beijo casto nos lábios da jovem.
– Cuidado. – Dá um sorriso triste. – Vou lhe esperar.
Richard dá mais um beijo na namorada, vira-se para os mais velhos e acena com a cabeça e sai logo em seguida, deixando os mais velhos confusos e a namorada perdida em pensamentos.
– Não fique triste, querida. – Pronuncia-se ao notar o semblante triste da filha. – Sei que quer ficar com ele, mas mais tarde vocês ficam juntos. – Acaricia os fios negros da caçula. – Não gosto de te ver assim.
– Está bem, mãe. – Sorri sem mostrar os dentes. – Posso ir para a sala?
– Claro, você não precisa pedir. – Segura na mão da caçula. – Quer ajuda?
– Não, obrigada mãe. – Desvencilha da mão da mais velha. – Com licença. – Levanta e sai em seguida.
Miguel sorri ao notar o anos nos olhos da esposa – algo que nunca pensou em ver – Robertha aproxima-se do esposo e o abraça com força.
A mais velha cai em prantos – um choro de sôfrego – Miguel apenas a abraça com força sem perguntar nada, pois sabe o motivo das lágrimas da esposa.
Beatriz senta em dos sofás da sala – a jovem não liga a televisão, pois nunca teve essa regalia – pega um dos porta-retratos com a foto de seus pais e irmãos.
A jovem não tem muitas fotografias com os pais e nem com os irmãos – apenas umas sete – os sorrisos de todos é sinceros e repleto de alegria. Finas lágrimas descem pela face da jovem, caindo em cima do porta-retratos.
– Que patético. – Bianca se pronúncia ao adentrar na sala. – Você não me engana. – Arranca o porta-retratos da mão da caçula. – Nunca fará parte da nossa família. – Diz ao olhar a foto. – Você é uma bastarda.
– Eu sinto muito por tudo isso. – Levanta ficando de frente para a mais velha. – Eu sei que você me odeia e com razão.
– Não se faça de boa moça, comigo isso não funciona. – Rosna furiosa. – Você está armando só para poder ganhar a atenção dos meus pais.
– Por que me odeia tanto? – Diz olhando nos olhos da mais velha. – O que eu fiz para merecer tanto ódio?
– Nasceu. Desde o ventre da mamãe você é a preferida deles. – Diz em um tom alterado. – É a filha perfeita e amada por todos.
– Não sou perfeita e nem amada por todos. – Senta no sofá novamente. – Eu sempre quis ser como você. Ter a sua beleza. Sempre desejei conversar com você sobre garotos e receber conselhos sobre roupas. – Permanece com o olhar fixo no chão. – A mamãe tem orgulho de você e eu gostaria de saber como é isso. Ela só sente pena de mim.
Robertha dá um passo em direção as filhas, mas Miguel a segura pelo pulso impedindo que ela continue – ambos havia chegado na sala no momento em que ouviram a voz alterada da filha mais velha – a mais velha entende o pedido mudo do esposo e volta para o lugar que ocupava segundos atrás.
Bianca encara a irmã sem saber o que responder, pela primeira vez na vida a mais velha não tem uma resposta pronta. Tenta falar alguma coisa, mas nenhuma frase coerente consegue formular.
– Sempre quis ser como você, sabe? – Continua sua confissão ao perceber que a mais velha não vai dizer nada. – Queria ter o que você tem, o amor dos nossos pais. A sua beleza. Ter muitos amigos. E ser o orgulho de todos. – Sorri sem humor. – Apesar de tudo o que aconteceu entre nós duas, eu não desejo nenhum mal para você e espero que nunca passe pelo o que eu passei. Você tinha razão, eu sou um fardo.
Miguel volta a segurar o braço da esposa, ele sabe que esse momento é só delas duas e só elas podem resolver as diferenças e sabe que se a esposa se meter as coisas ficaram piores do que já estão.
– Sinto muito por estar roubando eles, mas não será por muito tempo. Eu prometo. – Levanta a cabeça e olha para a irmã que permanece parada no mesmo lugar. – Só queria ter uma família.
– Ela tem orgulho de você. – Bianca senta ao lado da irmã. – Agora com ela cuidando de você eu acabo perdendo tudo. Antes era mais ser amada por ela, eu não precisa competir com você. – Encosta nas costas do sofá. – Você é exatamente a filha que a mamãe quer.
– Mas no final é você que terá ela para sempre. – Encosta nas costas do sofá também. – Papai e mamãe iram esquecer de mim, então não se preocupe.
– Os dois te amam muito. – Olha para a irmã que está distraída olhando para o teto. – Você é a preferida deles. Perfeitinha.
Beatriz olha para a irmã e vê um sorriso sincero nos lábios da mesma – sem nenhum resquício de ódio ou raiva, apenas um sorriso puro – de uma forma estranha Bianca havia pedido perdão e Beatriz havia entendido.
Um ódio que havia iniciado de uma forma errada e sem nenhum propósito, afinal Bianca só odiava a irmã por causa da mãe.
– Eu não sou perfeita. – Defende-se como de costume. – Obrigada.
– Eu que agradeço. – Segura na mão da irmã. – Mas eu ainda vou implicar com você.
– Tudo bem. – Um sorriso repleto de alegria surge nos lábios da jovem. – Posso lhe pedir um favor?
– Se for minhas roupas, a resposta é não. – Sorri divertida ao ver a cara de espanto da irmã. – Brincadeira. O que que de mim?
– Cuide da mamãe e do papai. – Sua expressão se torna séria. – Principalmente da mamãe, por favor.
– Eu prometo. – Joga-se no pescoço da irmã dando-lhe um abraço. – Vou cuidar deles para você.
– Obrigada. – Abraça com força a mais velha.
As duas caem em prantos – assim como os mais velhos que assistiam a cena em silêncio – finalmente a família está completa e livres de mágoas e rancores.
Beatriz está colocando sua vida no eixo, sendo sincera consigo mesma e com os outros, pois sabe que o fim está próximo e quer resolver tudo antes de sua partida.
Uma família enfim em paz, mas a custa de um preço muito alto e sem volta.
✟ ✟ ✟ ✟ ✟ ✟ ✟
O dia já está chegando ao fim, mas para a jovem Beatriz parecia que tinha demorado uma eternidade.
Após passar uma tarde longe do namorado – e nem receber uma ligação do mesmo – faz pensar coisas ruins. O rapaz havia saído sem dizer para onde ia e se iria demorar.
Depois de ter lanchado com os pais Beatriz se tranca no quarto – prefere ficar sozinha com sua dor, do que ter que dividir suas inseguranças com seus pais – a jovem observa uma foto do namorado.
Algumas gotas de lágrimas caem na foto, é inevitável não chorar quando se trata de Richard. O amor que sente para com o rapaz é maior do que tudo e só de pensar em partir seu coração dói.
Natália adentra o quarto – após bater várias vezes e não obter resposta – seu sorriso some ao ver a amiga chorando, larga as sacolas ali mesmo e corre ao encontro da amiga.
– O que houve? – Agacha-se diante da amiga. – Por que está chorando?
Beatriz não percebe a cunhada diante de si – por estar perdida em sua dor – mesmo a amiga estando bem próxima e com as mãos em suas pernas.
– Beatriz? – Chama aflita.
– Natália? – Diz ao notar a amiga. – O que faz aqui? – Pergunta ao enxugar as lágrimas.
– Por que está chorando? – Levanta e senta ao lado da cunhada.
– Saudade do Richard. – Suas bochechas ganham uma coloração avermelhada. – Mas o que você está fazendo aqui?
– Vim buscar você. – Sorri sapeca. – Richard está te esperando.
– Então vamos logo. – Um sorriso sincero surge nos lábios da jovem. – Vamos logo. – Levanta exasperada. – Anda, Natália.
– Calma, Trice. – Ri do entusiasmo da amiga. – Primeiro vamos arrumar você. – Levanta e corre para a porta pegando a sacola que deixara ali minutos atrás. – Você precisa estar linda.
– Não precisa disso, só quero ir vê-lo. – Seus olhos brilham de alegria. – Vamos logo, por favor.
– Acalme-se, ele não vai fugir. – Diz risonha. – Vamos por um vestido e arrumar seu cabelo.
Natália segura na mão da amiga e a põe sentada na cama. Coloca a sacola ao lado da amiga.
Beatriz não esconde sua alegria e o quanto está ansiosa para ver Richard.
Seus olhos brilham ainda mais ao ver o vestido aberto na mão da cunhada – um vestido longo branco com uma fita de cetim na cintura e com um corte em V com um bordado e mangas longas – algo simples para os outros, mas belíssimo para Beatriz.
– Gostou? – Pergunta mesmo vendo a resposta nos olhos da amiga. – É seu. Richard que escolheu. – Vê o sorriso da amiga ficar maior ainda.
– Eu amei. – Toca com delicadeza o bordado do decote. – Eu posso usar? – Pergunta com o olhar fixo no vestido.
– Deve usa-lo. – Coloca o vestido ao lado da cunhada. – Vamos logo arrumar você, se não iremos nos atrasar.
Beatriz apenas acena com a cabeça. Natália pega uma cora de flores brancas de dentro da sacola e a põe em cima da cama.
A jovem não sabe o que vai acontecer, mas não se importa, pois sabe que Richard estará ao seu lado.
Natália penteia os cabelos da amiga – que estão maiores que antes – o silêncio é agradável e nenhuma das duas ousa quebrar esse clima. O tempo as tornaram amiga e mesmo sendo forte, Natália sofre com a morte da amiga.
Após pentear os cabelos da amiga, Natália lhe entrega o vestido e Beatriz pega de imediato e vai para o banheiro – a jovem detesta se trocar na frente de outras pessoas – Natália sorri com a atitude da cunhada.
O celular de Natália vibra assustando a jovem que dá um pequeno pulo. Ela bufa irritada, sabe muito bem que está lhe importunando, pega o celular de dentro do bolso do blazer e desbloqueia o mesmo, vendo inúmeras mensagens e ligações do irmão.
– Irritante. – Disca o número do irmão e leva o celular até o ouvido. – Não sabe espe...o que você quer? – Pergunta assim que o mais velho atende. – Calma ai. Ela está se trocando. – Revira os olhos. Odeia quando o irmão age como um idiota. – Não contei nada a ela. Não começa com suas paranoias. – Afasta o celular do ouvido para não ouvir as reclamações do mais velho. – Chard, ela não vai te deixar. – Fala ao aproximar o celular novamente de seu ouvido. – Ela quer ficar lin...nossa! – Diz ao ver a cunhada sair do banheiro. – Depois a gente se fala. – Desliga o celular e o joga em cima da cama. – Você parece um anjo.
Levanta e se aproxima da cunhada, segurando na mão da mesma – o vestido lhe caiu como uma luva, está perfeita – gira a cunhada fazendo o vestido dar uma leve levantada.
– Está lindíssima. – Solta a mão da cunhada e vai até a cama e pega a coroa, voltando para o lado da amiga. – Vamos por isso aqui e você estará pronta. – Põe a coroa na cabeça da cunhada.
Beatriz caminha até o espelho e fica surpresa em ver seu reflexo – o vestido mesmo sendo branco combinou perfeitamente com a pele da jovem e a coroa deu destaque aos olhos da mesma – seus olhos brilham, nunca imaginou que poderia ficar tão bela.
– Calce as sapatilhas e vamos. – Joga as sapatilhas na frente da jovem. – O Chard está te esperando. – Sorri sapeca.
– Obrigada. – Levanta um pouco o vestido e calça as sapatilhas. – Vamos?
Natália assente, mas antes de saírem ela pega o celular de cima da cama, desbloqueia o mesmo e põe na câmera e tira uma foto da cunhada.
Beatriz sorri constrangida com a atitude repentina da amiga e acaba tendo outra foto tirada.
– Vamos logo, Nati. – Sem esperar uma resposta a jovem segura na mão da amiga e a sai puxando para fora do quarto. – Eu quero ver o Richard.
Natália deixa ser puxada até o lado de fora da casa, mas como Beatriz não sabe para onde ir acaba parando no portão da casa.
– Agora é comigo. – Natália desvencilha da mão da cunhada e pega uma venda do bolso interno do blazer. – Vou precisar vendar você. – Põe a venda sobre os olhos da amiga e a amarra com força. – Está vendo alguma coisa?
– Nada. – Tenta alcançar a mão da cunhada, mas falha por causa da visão tampada. – Me segura.
Natália segura Beatriz pelos ombros e juntas começam a caminhar em direção ao local. Confia plenamente na cunhada e sabe que a mesma irá lhe guiar e cuidar de si.
O sol ainda não havia se posto – deixando o céu em tons de rosa, laranja e vermelho, deixando o fim de tarde ainda mais belo – a rua está quieta demais e isso deixa Beatriz intrigada, pois nesse horário sempre tem crianças na rua brincando.
A cada passo que a jovem dá seu coração falha uma batida, suas mãos soam e suas pernas tremem por ansiedade e nervosismo.
Natália avista a praça da cidade – que está repleta de luzes que enfeitam as árvores e o coreto, mesmo estando claro ainda é nítida as luzes acesas – ela para de frente ao coreto fazendo Beatriz parar também.
Richard aparece na escada segurando um violão – o rapaz também está todo de branco, calça e blusa e um chinelo – seu sorriso fica maior ainda ao ver a namorada parada diante de si.
A família de ambos estão presente – eles ajudaram a preparar a surpresa – e alguns amigos e conhecidos de ambos também.
– Chegamos. – Natália diz ao tirar a venda dos olhos da amiga. – Surpresa.
Richard começa a tocar assim que encontra os olhos da namorada – que agora estão marejados – a música que ele toca espessa todo o amor que sente em relação a jovem.
Beatriz leva a mão até a boca, tentando conter os soluções – seu choro é de pura alegria – Richard aproxima-se cada vez mais da namorada. Sua voz não é a melhor, mas para a jovem é como ouvir o canto dos anjos.
Richard não se importa com ninguém, somente com a namorada e ver aquele olhar compensa muito. Todos presentes choram de emoção.
– I love you. – Diz a última frase ao parar diante da namorada. – Gostou?
Beatriz tenta falar, mas nenhuma frase coerente sai de seus lábios e sua única opção e assentir para o namorado.
– Eu sei o quanto você é uma menina sonhadora e tentei realizar um dos seus sonhos. – Limpa as lágrimas da face da jovem. – Isso tudo só faz parte do seu sonho.
Richard entrega o violão para Natália que sai dali rapidamente. Ele segura na mão da namorada e a conduz até o coreto, parando na entrada do mesmo.
– Beatriz, nós somos jovens e as vezes até imaturos, mas sabemos que o que sentimos um pelo outro é real e verdadeiro. – Sorri ainda mais ao ver o brilho dos olhos da namorada ficarem mais intenso. – Eu não sou nada sem você. Você me salvou de mim mesmo, me fez ser alguém melhor e me ensinou o verdadeiro significado da palavra amor.
– O que...que é tu..tudo is..isso? – Pergunta entre soluços.
– Um dia uma moça me contou seus sonhos. – Diz alto o suficiente para todos ouvirem. – Infelizmente não terá todos realizados, mas vou realizar o mais importante no momento. – Ajoelha-se pondo apenas um joelho no chão. – Beatriz, eu só sou um rapaz imaturo e muito ciumento, mas que te ama muito. Não tenho nada para lhe oferecer além desse amor e aqui diante de todos lhe faço um pedido. Quer casar comigo? – Sorri nervoso.
Beatriz arregala os olhos surpresas e todos abrem a boca formando um O perfeito. A face da jovem volta a ser banhada pelas lágrimas.
Quando Richard pediu ajuda para preparar uma surpresa para a namorada, ele não contou a ninguém qual era o real motivo da surpresa – de fato foi uma surpresa – o silêncio paira no ambiente.
– Então, Beatriz? – A insegurança é nítida no rapaz.
– Ri..Richa..chard... – Respira fundo e solta devagar o ar pela boca. – Eu aceito.
A insegurança dá lugar a um lindo sorriso. O rapaz levanta e abraça a jovem com força.
– Eu te amo. – Gira a namorada no ar. – Seremos felizes eu prometo. – Põe a mesma no chão. – Iremos nos casar agora mesmo. – Segura a mão da jovem e a puxa para fora do coreto indo em direção a igreja. – Farei como você sempre sonhou.
– Calma. – Para fazendo o rapaz parar também. – Ainda tenho tempo.
– Eu sei. – Segura a face da namorada com ambas as mãos. – Nós iremos conseguir.
Beatriz encosta a testa na testa de Richard e fecha os olhos apreciando o calor que emana do namorado. Ao ver ela tem entregue Richard sela seus lábios nos dela, iniciando um beijo repleto de amor e carinho.
Os dois sabem muito bem aonde estão e as pessoas que estão presentes, mas não se importam, apenas se entregam ao momento.
A família de ambos não disseram nada, por estarem em público, mas nenhum deles gostaram disso – menos Natália, ela está adorando tudo – o casamento não é visto com bons olhos pelos mais velhos, mas nenhum dois estão se importando com isso no momento.
O amor de Richard e Beatriz com certeza é mais forte do tudo, pois o rapaz sabe que felizes para sempre para eles é impossível, mas há algo dentro do rapaz que diz ao contrário – esperança? – e ele irá pagar para saber o que é. Richard não irá desistir de sua amada e nem Beatriz irá desistir do amor deles.
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