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História Meu país das maravilhas - Um filme


Escrita por: AVibeDaEscrita

Notas do Autor


Hello queridos
espero que curtam essa minha nova história

Capítulo 1 - Um filme


Fanfic / Fanfiction Meu país das maravilhas - Um filme

* Buffalo, NY, 13 anos antes *

 

Joseph sempre foi uma criança peculiar, criativa, digamos assim. Gostava de desenhar escadas sem final, de se pintar com tinta, vestir as roupas dos pais e andar pela casa, tirar o doce do embrulho e pôr uma bolinha de papel no lugar, forrar o chão do quarto com balões de ar.

Ele demorou a amadurecer, e certas vezes ainda aparenta ser um crianção, daqueles que brinca com a espuma da banheira, finge que a vassoura é um cavalo, corre pela casa com uma coberta amarrada dizendo ser sua capa.

Nunca foi uma criança muito chegada a filmes e desenhos, daquelas que passam horas na frente da TV. Ele preferia gastar seu tempo construindo labirintos para carrinhos. Poucos eram os filmes que ele assistia até o final, sem parar para fazer algo mais divertido ou reclamar da ausência de pipoca. E poucos ainda são os filmes que ele assiste até o final. Mas aquele, em especial, era diferente.

- Joe querido, cheguei ! - Sua mãe, Sra. Cushing dissera, já adentrando o quarto onde um Joseph de dez anos anotava detalhes quase imperceptíveis sobre seu ''planeta particular'', Joeland.

O pequeno correu para a abraçar após um dia exaustivo no trabalho,e aproveitou para pegar um misto quente que a mãe trouxera.

- Querido, sabe que dia é hoje ?

- Sexta da família ! - Ele gritou contente. Sim, havia um dia na semana destinado a reunir a mãe e seus dois filhos numa noite para jogarem, lerem, assistirem filmes e outras coisas que se faz em família.

O Sr. Cushing falecera uns anos antes, caindo no vão da obra que ajudara a programar, e quebrando o pescoço. A Sra. Cushing, Aurora, era professora de várias turmas infantis e nunca tinha tempo, pois passava o dia na escola e aproveitava a noite para programar as atividades do dia seguinte, por isso havia a sexta em família, onde ela se esquecia do trabalho e aproveitava com os pequenos.

Os pulos de Joe pela escada foram ouvidos assim que ele terminou seu sanduíche. Seu irmão, Leonard, já estava correndo pela sala e derrapando no tapete. Leo tinha quatro anos, e embora não fosse tão criativo quando o irmão, aparentava ser nais hiperativo que o tá, não ficando parado um segundo.

- Hoje vamos ver um filme – Aurora disse, sendo respondida por vaias infantis – Ah… Vamos lá meninos, já jogamos na semana passada. Prometo que se se esforçarem para ver, faço jantar temático semana que vem.

- Ebâ ! - Eles gritaram em coro, pulando para o sofá.

A mãezona pegou uma jarra de suco, distribuiu entre os meninos e se esparramou no sofá, tomando-os nos braços.

- Alice no país das maravilhas, o filme.

Leo pegou o controle e ficou batucando enquanto o filme não começava, e Joe ficou abraçado à mãe.

O filme começou. Leonard, pouco tempo depois, já estava brincando com carrinhos, mas Joseph permanecera parado, encostado no ombro da mãe, assistindo ao filme, sem reclamar nem levantar, com seu mais profundo olhar de analisador. Durante o filme, Joe convencera seu irmão a assistir, e a família permaneceu sentada até o fim dos créditos.

Leo levantara e já fora correndo para o banho. Os pequenos sempre competiam por quem tomaria banho primeiro, pois quanto mais tarde, mais rápido deveria ser o banho, e ambos adoravam perder intermináveis minutos brincando na banheira.

- Mãe… Adorei esse filme- Joseph disse, adentrando a cozinha, onde sua mãe lavava os copos de suco.

- Que bom meu amor – Ela respondeu delicada, o acariciando com sua mão ensaboada.

- Eu sou o chapeleiro mamãe. Você é a rainha branca, e Leo é o coelho.

- Aquele que apressa a Alice ?

- Não… O meu amigo. Amigo do chapeleiro.

- A Lebre.

- Isso. Lebre. Isso que ele é.

A mãe assentiu, contente. Ficara feliz em ver que o primogênito aprovara o filme.

- Agora vai lá se ajeitar para o banho – Disse assim que ouviu Leonard cantando na banheira.

Joseph subiu correndo e foi para o quarto. Separou suas anotações sobre Joeland e as pôs numa caixa, deixando sua mesa vazia para futuras ideias. Pegou sua toalha que secava no quintal por uma geringonça que ele mesmo inventara, uma corda que ligava a janela do quarto ao varal. Pôs um boné em cima da mesa, juntamente com uns papéis, cola tesoura e pedaços de tecido velho. Ouviu a porta se abrir, e seu irmão entrou vestindo a camiseta do pijama. Joe pegou sua roupa que o esperava dobrada em cima da cama e foi para o banheiro.

Normalmente, passaria todo o banho, mesmo que por pouco tempo, inventando histórias com os bonecos, ou se imaginando um pirata. Mas aquela noite foi diferente, não afogou bonecos, nem gritou sons de luta, muito menos nadou pela banheira fugindo de monstros marinhos. Joseph ficou parado, sim, parado. Se apressou em se banhar e no tempo restante permaneceu parado, encostado na banheira, quase submerso, com o nariz para fora, encarando o nada, pensando Deus sabe no que.

- Filho, não demora ! - Aurora falara na porta, o apressando.

Ele se vestiu e foi para o quarto. Seu irmão brincava de escalar o beliche. Ele subiu para sua cama e se deitou, encarando a mesa. A porta se abriu, e imediatamente Leonard desceu pela base da cama e se deitou.

- Boa noite meninos – A mãe falara, beijando-os na testa.

- Boa noite – Responderam em coro.

Ela se apoiou na porta e os observou enquanto se cobriam.

- Durmam bem – Finalizou, apagando a luz e encostando a porta.

Joe ouviu o irmão se virar.

- Leo ?

- Oi.

- Oque achou do filme ? - Joseph perguntou, contemplando as estrelas adesivas que iluminavam o teto de seu quarto.

- Ah… Igual aos outros, meio chato. Por que ?

- Nada… Sabe… Esse filme parece que foi feito pra gente.

- Como assim ?

- Ó… - Joe disse, interessado na conversa – Eu sou o chapeleiro, afinal, todos me chamam de maluco na escola… Você é a lebre, amigo do chapeleiro, porque você é bem elétrico, tipo ele e não fica parado um segundo. Nosso pai está no país das maravilhas. Ele está vivo. Nós somos os personagens nesse mudo. Os do real país das maravilhas estão lá com papai. Ele não morreu na obra, ele caiu no buraco do coelho, e a morte foi só uma desculpa. Mamãe é a rainha branca, linda e boa. Só não sei ainda quem papai era.

- Mas Joe… para irmos para o real país das maravilhas, precisamos da Alice. Quem é a Alice ?

- Não sei… - Falou, parando por um segundo, pensativo – Mas garanto que um dia eu encontro.      



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