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História Meu passado não condena só a mim - Um dia qualquer (Extra)


Escrita por: Piers564

Notas do Autor


A história já está encerrada, mas me pediram um extra por mensagem e quis atender ♡
Confesso que fiquei perdida com o que fazer, então acabei escrevendo o que deu na telha
Enfim! Boa leitura ^.^

Capítulo 18 - Um dia qualquer (Extra)


     Mais uma vez o vento gélido passa por ela, fazendo seus negros cabelos balançarem no mesmo sentido em que o ar passava, deixando-a sentir a brisa fria daquele fim de madrugada durante seu nostálgico momento.

     sentada por cima das panturrilhas, Kennedy encarava uma velha lápide que conhecia bem, porém, não era do seu costume visitá-la com alguma frequência ou dia específico. Eram raros os dias em que poderia se dar o luxo de visitar aquela pessoa... Aquela ainda amada pessoa.

     A própria não sabia há quanto tempo estava ali, olhando o lugar de descanso do seu único irmão, lugar esse que havia sido providenciado às escondidas por Jones depois de se mudarem já que o garoto deveria está descansando em algum cemitério do estado de que vieram, entretanto, o homem, após pelejar bastante, conseguiu transferir o canto de repouso do pequeno Kennedy para próximo de onde morariam, afinal, ele era o único parente da mulher em que ela amava incondicionalmente. Torimo manteve o segredo consigo até julgar que era a hora correta de contar à Codley sobre seu feito e a partir do dia em que ela ficou sabendo, passou a visitá-lo quando podia.

     Sorrindo nostálgica, Kennedy estica sua mão direita à pedra que possuía o nome de Amari cravado, sem foto, pois não tinha qualquer fotografia do menino dada a situação em que estavam na infância. Alisando a lápide pela milésima vez, ela decide abrir a boca:

  --Você brigaria comigo por está acordada à essa hora, não é? -Solta um riso nasalado- Espero que me perdoe por tudo o que fiz e continuo fazendo, maninho... -Respira fundo, para assim evitar derramar lágrimas que julgava ser desnecessárias para aquela ocasião. Não precisava chorar após anos novamente para comprovar a saudade sentida, constata- Mas ainda assim, sei que se orgulharia de mim, de alguma forma. -Passa a ponta dos dedos por cima do nome dele- Descanse em paz, mano. -Sussurra.

     Após essa curta "conversa" com o irmão, a mulher se levanta mantendo os olhos direcionados à lápide, permitindo que um novo discreto sorriso se faça presente em seus lábios. De fato ainda era doloroso relembrar o que ocorreu com Amari, mas esforçava-se para lembrar apenas dos bons momentos que tiveram juntos e no que aprendeu com aquela criança que mesmo sendo bastante imaturo, quis tomar o peso da responsabilidade em criá-la sozinho, se preocupando, ajudando, acreditando e sempre sorrindo... Não seria justo pensar nos momentos ruins tendo tantos outros bons...

     De pé, Codley respira profundamente com o mesmo ar nostálgico, então ela leva a mão esquerda à sua orelha, puxando o próprio lóbulo, logo pondo a língua para fora como tanto já fez quando o outro era vivo. As lágrimas davam indícios de uma aparição, porém a dona de negras malenas não permitia tal coisa.

     Depois de seu ritual, Kennedy põe as mãos nos bolsos frontais da calça jeans, dando dois passos para trás ainda mirando aquela pedra, e antes de dar as costas na finalidade de voltar à sua casa, ela sorri de modo infantil, bobamente... Logo ela ruma à saída, isso com a imagem do irmão chamando-a de "Pequena polegar" em mente, indo de encontro à sua fiel moto.

                              ~//~

  --Kennedy... -Chama uma voz firme e masculina que parecia um tanto distante dos ouvidos da mulher- Kennedy! -O tom saiu mais alto, seguido de um incômodo encostar em seu ombro- Acorda logo, garota! -Brada mais próximo de si, fazendo-a despertar.

  --Hm...? -Murmura durante o abrir de seus olhos, reparando que Torimo estava em sua frente, trajando apenas uma bermuda e tinha uma blusa posta nos ombros.

  --O que faz toda torta no sofá? Ainda mais de jeans? Saiu de novo, não foi? -Sequer espera a outra despertar devidamente, a enchendo de perguntas.

  --Bom dia pra você também, Tori. -Senta-se no móvel e se espreguiça- Só fui dá uma volta, estava sem sono. -Boceja, coçando seus fios desgrenhados, omitindo as coisas.

  --Hm. -Balbucia como resposta, arqueando a sobrancelha, deveria dar-lhe uma bronca por ter saído durante a madrugada, entretanto a julgava adulta o suficiente para decidir-se do que queria- Bom, melhor você levantar e se arrumar logo, já já os garotos e a doutora chegam aqui. -Pega sua vestimenta do ombro e a põe.

  --Ah, é mesmo... havia esquecido que era hoje. -Levanta-se, esticando-se por completo, estalando as costas; Ele revira os olhos.

  --Só agilize, garota. Pontualidade, por favor. -Foi a vez da mulher rolar os olhos.

  --Certo, certo. -Resmunga, rumando ao seu quarto que dividia com o homem.

     Em poucos instantes Codley já estava debaixo do chuveiro, sentindo vários calafrios percorrer-lhe o corpo devido a água gelada que batia em sua cabeça e molhava-a por inteiro, conseguindo dispensar o sono sentido. Maldita seja sua incapacidade de dormir bem as noites...

     Logo ela saía do banheiro, nua e de cabelos emaranhados que ainda escorria água, sem importar-se em molhar seu cômodo pessoal. Após escolher o que vestir para o dia de hoje e separar algumas coisas que achava ser necessário, Codley volta à sala, vendo seus três melhores amigos reunidos, todos rindo de algo.

  --Olá, Kennedy. -Pronuncia Scott ao perceber a presença alheia.

     Asuki, que estava em pé escorado na passagem da sala para a cozinha, apenas acenou, lançando um sorriso à ela.

  --Olá... -Responde arqueando a sobrancelha, desconfiada, respondendo o aceno do outro com um leve meneear de cabeça- Quanto bom humor. -Observa.

  --Problema? -Indaga Walker.

  --Não. -Retruca de imediato.

     Antes que pudessem continuar o diálogo monótono, a campainha soa, fazendo-os desviarem as atenções para a porta.

  --Eu atendo. -Verbaliza Jones, já direcionando-se a caminho da entrada, abrindo-a- Oh, é você, doutora. -Sorri- Entre.

  --Bom dia, Jones. -Diz com sua simpatia habitual, adentrando na moradia alheia.

  --Bem, estamos todos aqui, então? Vamos? -Sugere Valentine.

  --Scott e sua pressa. -Kennedy fala, rindo, recebendo algum resmungo em troca- Mas você está certo, bora? -Bate as mãos.

     Entre os risos de Torimo pela implicância feita, todos concordam com a mulher, deixando Scott boquiaberto pois havia sido ele a propor a saída antes dela.

     Codley caminha até a morena que se encontrava sorridente e a abraça, olhando-a de perto durante alguns poucos segundos antes de roubar-lhe um beijo rápido, logo a segurando pela mão para finalmente saírem do apartamento assim como os outros fizeram.

                             ~//~

     Descendo do grande carro preto pertencente à Walker, os outros quatro riam de algum assunto recém encerrado, levando acessórios que julgavam servir para aquela manhã que certamente seria deveras relaxante. Ou apenas prometia tal coisa.

  --Como é bom está aqui novamente... -Diz Kennedy, observando o horizonte azul.

  --Você costuma vir aqui? -Indaga Loeny desconfiada por nunca ver a outra saindo para tal lugar, descendo os óculos escuros dos cabelos aos olhos.

  --Morávamos aqui perto, doutora. -Verbaliza Jones- Tínhamos o costume de passear por aqui. -Sorri, olhando para a morena, desejando passar uma boa impressão do local à ela, pois não era necessário relembrar momentos tristes e/ou tensos envolvendo aquela bela praia.

     Sem precisar responder a namorada, Codley volta a encarar o horizonte, respirando fundo antes de retirar o calçado usado, jogando-o dentro do veículo ainda aberto do amigo. Logo um braço passa pelo ombro da mulher, puxando-a em direção à areia mais próxima ao mar. Ela o olha, percebendo que se tratava de Valentine, sorrindo amarelo, deixando-a sem entender.

     Entretanto, ao olhar de soslaio para trás, visualiza Walker resmungar alguma coisa de cenho franzido enquanto pegava algo dentro do carro e fechava as portas com certa impaciência, concluiu que Scott fugia para não ajudar o outro por ele se encontrar um tanto stressado sem motivo aparente. Ela desconfia, levantando a sobrancelha.

     Yago observa aquela cena com total desentendimento... O que houve e porque Scott carregava sua parceira? Antes que caminhasse por conta própria até os dois e indagar suas questões, Torimo segura seu pulso, a puxando também, quase correndo, o que quase causou em um tombo de ambos.

  --E-ei! -Protesta ela, ainda sendo puxada.

  --É a nossa deixa, Yago, só vamos. -Fala sorrindo, acompanhado a outra dupla.

     Em determinada área perto do mar, na areia ainda seca, Valentine solta-se da amiga, sentando ali mesmo, induzindo-a a repetir seu gesto.

  --O que há com Asuki? -Indaga com um sorriso de canto.

  --Nada. -Retruca, passando a encará-la- Só que ele fica puto quando o deixam para trás fazendo as coisas sozinho, sabe disso. -Sorri.

     Quando ela iria abrir a boca para soltar a primeira implicância com os amigos nesse dia, Loeny senta ao seu lado, seguida de um sorridente Torimo.

  --Fui arrastada. -Diz a morena, um tanto ofegante.

  --De nada. -Verbaliza Jones- Cadê o emburrado? -Pergunta, arrancando um breve riso de Kennedy.

  --Queria ver se fosse contigo! -Brada Asuki, atrás do grupo formado na areia, os assustando- Emburrado é o caralho! -Conclui, largando três grande guarda-sóis ao lado do quarteto.

     Os quatro olhavam para o semblante impaciente de Walker, recuperando-se do pequeno susto que levaram com a aparição súbita do homem, porém, todos, com exceção de Yago, iniciaram uma crise de risos devido a cara de chateação sustentada por Asuki, fazendo-o revirar os olhos dada a reação que seus amigos tiveram.

     Logo, após Asuki decidir sentar-se também, eles começaram uma nova conversa banal enquanto dividiam e passavam protetor solar, tendo todos pedindo ajuda para espalhar o protetor nas costas sem se importarem realmente com o número do fator ou levar em consideração as nem tão diferentes tonalidades de pele.

  --Vou entrar. -Diz Torimo, após longo minutos de conversa- Alguém me acompanha?

  --Eu. -Responde Yago docemente, levantando-se, limpando a incômoda areia na parte traseira de sua roupa.

     Sem cerimônias, tanto Jones quanto Loeny, retiravam suas roupas, tendo ele começado a tirar a blusa e ela o short jeans, logo um descendo a bermuda e a outra subindo a camiseta, ficando apenas com roupas de banho.

     Loeny, depois de despir-se, trata de ajeitar a parte inferior de seu comportado biquíni vermelho, olhando para o que fazia, mas ao juntar suas vestimenta e retirar o óculos para estendê-las à sua namorada, percebe que esta lhe fita intensamente sem sequer se dá ao trabalho de disfarçar que devorava seu belo corpo curvilíneo com o olhar, mordendo o canto esquerdo do lábio inferior, ostentado um sorriso que lhe soava sacana, o que somente deixava a doutora constrangida, sentindo o rosto esquentar.

     Kennedy admirava o corpo da parceria sem vergonha alguma na presença dos amigos. Aliás, apenas dos amigos já que a praia encontrava-se deserta e inabitada como era de se esperar dada a fama que o local adquiriu há quase um ano. No entanto, sua vistoria particular foi interrompida por duas cotoveladas consecutivas que levou de Valentine, seguido de um pigarreio do mesmo.

  --Kennedy, ela vai explodir de tão vermelha, contenha-se. -Censura, meneando negativamente enquanto ria da cena; Ela, em resposta, desvia o olhar, dando de ombros.

  --Vamos, Yago, antes que você desista e vista uma burca. -Brinca Torimo, trajando uma sunga-calção cinza.

     Assentindo em positivo ainda tendo a sensação de que suas bochechas ardiam, a morena ruma ao mar juntamente com o responsável pela sua descarada amante.

  --Bom, eu também vou aproveitar a maré baixa. -Anuncia Scott, levantando do chão calmamente.

  --Beleza, depois vou lá também. -Diz Codley.

    Walker apenas murmura um "hm" ao amigo, o olhando realizar sua ação.

     De pé, Valentine encara o mar, mais precisamente fixando seu olhar nas duas figuras que já mergulhavam em um ponto distante dos demais. Após sua pequena análise, pôs-se a retirar sua regata branca, expondo seu torso trabalhado, não tardando em desabotoar sua folgada bermuda camuflada, a abaixando, mostrando-se apenas com uma sunga preta lisa, e tão logo ele joga suas roupas por cima do amotoado de peças feita próximo dos outros dois.

     Passando uma mão em garra por dentro de suas prateadas madeixas, Valentine se pronuncia:

  --Tem algo de errado aqui? -Indaga em um arquear de sobrancelha diante os olhares que ainda lhe era lançado.

  --De errado? -Retruca ela- Absolutamente nada, não é, Asuki? -Sorri, desviando seu olhar para o outro amigo que passou a mirá-la com desentendimento. Ou melhor, querendo crer que não entendia.

  --Nada mesmo, cara. -Reforça a resposta dada pela mulher- Estávamos no automático, relaxa. -Desvia o olhar, esticando as pernas enquanto inclina-se para trás, usando as mãos como apoio, não se importando com o olhar debochado que recebia de Kennedy.

  --Hm. -Balbucia Scott- Vou lá. -Termina, andando tranquilamente durante um alongar de braços, contraindo os músculos das costas, não tardando em mergulhar assim que se tornou possível.

     Asuki respira fundo, observando a paisagem do mar calmo e céu no seu claro tom azul com algumas nuvens passeando e se expandindo por ele, aproveitando o fraco calor do sol enquanto Codley olhava os outros três trocando algumas palavras antes de voltarem a mergulhar, então ela passa a encarar Walker, percebendo-o aéreo. Logo ela sorri de lado, pronta para azucriná-lo como era de seu costume.

  --Asuki. -Chama inocentemente, recebendo a atenção alheia, porém seus olhos agora fitavam os outros novamente.

  --Diz. -Rebate, vendo-a sorrir de maneira travessa.

  --Gostoso, né?

  --O quê? -Observa onde ela mirava, deparando-se com Valentine sorrindo enquanto jogava seus cabelos molhados para trás.

  --O Scott. -Alarga seu sorriso, recebendo um olhar incrédulo de Walker que virou seu rosto de imediato para o seu lado.

  --Hãm?! Tá ficando louca?! -Arregala os olhos, descrente.

  --Estou ficando analítica. -Retruca, controlando-se para não rir loucamente das caretas feitas pelo outro- Eu vi como você o observava, sempre desconfiei mesmo, então não me impressionei.

     Por alguma razão, Walker acaba por perder o equilíbrio de um dos braços, quase caindo totalmente no chão se não tivesse impulsionado seu corpo para frente no segundo que sentiu que cairia, evitando a queda. O que merda ela falava agora?! Esse tipo de implicância estava piorando, pensa ele.

  --Vai se foder, Codley! Tá vendo coisa onde não tem! -Retruca, batendo as mãos para limpá-las.

  --Hm, ficou nervoso? -Solta uma gargalhada, não conseguindo conter-se no fim das contas.

     Ele a lança um fuzilando olhar, tentado a retrucar aquela nova implicância, no entanto, resolve engolir todos os palavrões e argumentos impacientes que estava prestes a proferir, achando melhor levantar-se dali, e assim o fez. Logo Asuki arrancava sua blusa e bermuda abruptamente sem dirigir um novo olhar à mulher que estava em meio a uma de suas crises de risos.

     Estando agora apenas de sunga azul escuro, ele bufa devido o comportamento da outra, qual o problema dessa garota?! Antes que sua paciência se esgotasse de vez, ele corre em direção aos amigos que conversavam no mar, deixando Kennedy para trás sem remorso algum.

     Sozinha, Codley cessa o riso, mantendo seu característico sorriso zombeteiro nos lábios, olhando a cena dos amigos e namorada papeando alegremente, vendo a rápida chegada de Walker no grupo formado na água. Sem que se desse conta, a mulher suspira de forma prazerosa devido um bom calor que lhe subiu o peito, constatando pela enésina vez após sua vida se estabilizar que é maravilhoso sentir-se completamente feliz e liberta...

     Em meio a sua breve divagação, Kennedy ouve seu sobrenome ser chamado e ao voltar a realidade, percebe que se tratava de certa doutora que lhe chamava enquanto gesticulava um "vem para cá" com uma das mãos.

     A doutora... Aquela mulher só poderia ser louca, constata Codley, afinal, quem em sã consciência namoraria uma mercenária ativa que já a pôs em um perigo real?! Entretanto, por mais que não entendesse como os sentimentos alheio superava esse fato, não conseguia se ver sem a outra mulher ao seu lado. "Que meloso, Kennedy...", pensa, "Isso que dá se apaixonar.", sorri para a outra que ainda lhe fitava.

     Rapidamente ela se levanta, tratando de tirar suas roupas, puxando sua camiseta cavada de forma lenta ao perceber que era observada pela namorada, então retira seu jeans enquanto retribuía o olhar, fazendo uma espécie de "mini-show" para a companheira que parecia acompanhar cada pequeno movimento de suas mãos e corpo.

     Livre das peças, ela as joga por cima das demais, levando sua mão direita à cabeça, efetuando uma ação não muito comum: desfazer seu quase sagrado rabo-de-cavalo, balançando a cabeça para espalhar suas malenas e enfim organizá-las de uma melhor forma usando ambas as mãos.

     De biquíni tomara-que(não)-caia violeta e madeixas negras a solta, Kennedy deixa os pertences do grupo para trás e caminha sem pressa alguma para onde eles estavam, porém, rumava especificamente para onde a doutora boquiaberta estava.

     Chegando em seu almejado destino, ela trata de segurar a cintura da outra mulher e a puxou para mais perto de si, quase colando os corpos que eram banhados até a altura do peito sem incomodar-se em fazer tal feito próximo aos demais.

  --O sol não está tão quente pra te fazer chegar nessa coloração em tão pouco tempo, mulher -Sussurra, analisando as bochechas alheia que possuía um tom claro de vermelho.

  --É-é que... a c-culpa foi... -Tentava argumentar, porém a aproximação e a cena recém vista embaralharam as palavras em sua cabeça, fazendo-a desistir de prosseguir com a tentativa, bufando dada a incapacidade.

     Abrindo mais um pouco o sorriso, Codley aproxima seu rosto ao do dela, selando os lábios ternamente, sentindo e compartilhando o calor das peles. Então Kennedy trata de entreabrir os lábios, insinuando transformar o toque em um devido beijo, porém a morena toma a sua frente e realiza tal feito em seu lugar, iniciando o ósculo à sua maneira. Logo as macias e delicadas mãos de Yago estavam na nuca alheia, sentindo a cintura ser segurada com um pouco mais de força.

     Um beijo calmo, molhado e demorado... Mas tiveram de cessar o ato, tendo os lábios em uma tonalidade visível de escarlate, ambas se encarando nos olhos.

  --Começou. -Diz Scott em um suspiro.

  --A tendência é piorar. -Pronuncia Jones, meneando em negação.

  --Temos mesmo que aturar a agarração dessas duas? -Indaga Asuki, sorrindo abertamente.

     Yago observa os homens durante as falas dos tais, entretanto, não conseguiu manter algum contato visual por muito tempo, sendo obrigada pelo seu automático a encarar a calma água que batia e rebatia de forma amena em seus seios. Codley apenas revira os olhos negros sem desmanchar o seu sorriso.

  --Não podemos?

  --Não, leite ninho, não pode. -Diz Torimo, chamando-a pelo novo apelido que o próprio deu de tanto ser chamado de "velho caduco" sem revidar no mesmo nível- Assim vocês destroem o programa.

     Kennedy estreita o olhar devido o estranho e infantil apelido que ganhou há uns dias. Era só o que lhe faltava mesmo, aturar o outro com essas coisas...

  --Leite ninho...? -Murmura Loeny, não evitando rir o mais baixo possível, fazendo a impaciência da outra mulher ficar mais aparente.

     Soltando palavrões e o corpo da amante, Codley ainda trocou algumas outras farpas com os demais, porém, tal tola conversa foi dispensada, fazendo os presentes apreciarem o mar de uma forma mais correta.

     Após bastante mergulhos, conversas amenas e alguns amassos por parte do casal do recinto, eles decidem voltar à areia tanto pelo longo tempo que estiveram ali dentro quanto pela maré que estava ficando mais alta.

     Asuki juntamente com Torimo foram ao carro do primeiro para buscarem algum lanche qualquer que trouxeram para "disfarçar a fome" por enquanto que não saiam da praia deserta. Durante isso, Scott pôs-se a abrir todos os guarda-sóis um ao lado do outro devido o aumento de temperatura.

     Logo os cinco estavam reunidos novamente, vestidos com as peças inferiores das vestimenta que foram deixadas para trás, sentados na areia debaixo da proteção contra um contato direto com o sol, estando Jones sozinho em um, Kennedy e Yago noutro e por fim, Valentine e Walker no último.

     E assim ficaram durante a tarde, curtindo a calmaria do dia, aproveitando as presenças e ouvindo os sons da novas ondas formadas se chocando...

                               ~//~

  --Pronto, agora é só esperar uns vinte minutos. -Diz Kennedy após pôr uma pequena travessa de vidro contendo uma lasanha, feita por ela, no forno, ajeitando o temporizador do próprio fogão para avisá-la quando atingir o tempo selecionado.

     Depois do programa com os homens naquela significante praia, em que saíram somente ao final da tarde, as mulheres optaram por passar um tempo a sós no apartamento de Loeny. Elas, por já está de noite e pela fome sentida, resolveram fazer algo para saciar a necessidade de alimentação.

     Então Kennedy propôs fazer uma pequena lasanha, pois a outra já possuía os ingredientes necessários para montar a massa, sendo que Codley teve de fazê-la praticamente sozinha pela falta de habilidade de Yago na cozinha.

     Loeny, que cortava alguns legumes em que costumava comer em suas refeições, estava de costas para a namorada e a respondeu:

  --Finalmente, minha barriga já está roncando há um tempo. -Reclama.

     Codley acaba por se escorar na pia que ficava próxima ao fogão, cruzando os braços, observando a outra realizar lentos movimentos com as mãos, provavelmente com medo de se cortar.

  --Teria saído mais rápido se tivesse tido ajuda. -Implica, vendo-a parar a ação praticada por míseros segundos, liberando um bufar.

  --Eu tentei, mas... quase queimei o molho branco. -Sussurra, ouvindo a outra rir.

     Revirando os olhos por perceber que era o alvo da atual piada de Kennedy, a doutora cessa seu ato novamente, mas permaneceu de costas e com a faca na mão, tentada a sanar uma dúvida. Desde os primeiros dias de namoro, ela mantia uma questão consigo, porém nunca a sanou por falta de oportunidade. Não era o melhor momento para tal, porém resolve perguntar e acabar com a tola incerteza:

  --Kennedy. -Chama, ouvindo-a murmurar um "Hm?" em resposta- Você já... teve outros relacionamentos? -Vira o rosto, ficando de perfil a fim de fitar o rosto alheio que arqueou uma sobrancelha.

     Codley passa algum tempo encarando a outra, ainda de braços cruzados, estando desentendida e surpresa pela repentina indagação. Ao perceber o semblante sério da amante, resolve respondê-la antes que ela iniciasse as suas suposições sem eira nem beira:

  --À sério, apenas uma vez. Porque?

  --Curiosidade. -Rebate, apertando os lábios- Era uma mulher?

     O que deu em Yago? Pensava a mulher de malenas pretas, porque diabos ela estava desenterrando isso? Desenterrando, mesmo que sem saber, o Christopher? Aquela conversa estava deixando-a desconfortável...

  --Não. Foi com um cara, mas ele viajou... pra nunca mais voltar. -Murmura a última parte, suspirando- Vai me dizer que nunca namorou ninguém além de mim? -Resolve contornar a situação para evitar situações desnecessárias com o tema da conversa.

  --Já... no colegial e na faculdade. -Ri brevemente- Com homens também. -Deu de ombros- Então não sou a única a nunca ter tido nada com mulheres até então... -Comenta, voltando sua atenção aos legumes a serem cortados.

  --Hm? -Balbucia, tombando a cabeça. Ela quis dizer que era a primeira mulher na sua vida? -Disse que namorei um cara, mas já tive uns rolos com outras mulheres. -Alfineta, sorrindo.

     Loeny arregala os olhos diante a revelação ouvida, tendo o descuido de desconcentrar-se por ínfimos instantes, porém foi tempo suficiente para conseguir acertar a faca em seu dedo médio, fazendo um pequeno corte graças a forma cirúrgica que manuseava a lâmina.

  --Merda! -Brada baixo, largando o objeto cortante, segurando a mão machucada, analisando o ferimento.

  --O que foi ? -Pergunta Kennedy, desescorando da pia.

  --Me cortei. -Assume em um suspiro, virando-se, levando um breve susto ao ver que a outra estava na sua cola.

     Sem pedir permissão, Codley pega a mão que havia sido cortada a o olha, levando o dedo dela em frente aos seus lábios, sem fazer qualquer cerimônia ao pôr a língua para fora, lambendo o pouco de sangue que saía do ferimento já que a maior parte atingida pela faca foi na região de carne morta. Kennedy insere a ponta do dedo alheio em sua boca, sugando-o levemente para retirar os resquícios de líquido carmesim enquanto olhava para o que fazia.

     Loeny fica sem reação diante a ação da outra, pois foi algo súbito e inesperado.

     Ao julgar que o ferimento estava "limpo", a mulher de olhos escuros solta a mão da outra e trata de aproveitar a situação, pondo suas mãos na mesa, prendendo a morena entre seus braços e a encurralando entre seu corpo e o móvel, passando a sorrir largamente. Não tardou para as mãos da doutora serem postas na mesa também, inclinando o corpo para trás.

  --O-o que está fazendo? -Pergunta Yago, sem conseguir desviar sua atenção das orbes alheia.

  --Sou a primeira, certo? -Rebate, visivelmente em diversão; A outra não responde por perder momentaneamente a capacidade de formular uma frase coerente sem gaguejar.

     Logo Codley prende a outra ainda mais, aproximando seu rosto do dela, mas desvia sua atenção para o pescoço, depositando um singelo beijo ali enquanto fazia sua mão direita percorrer lenta e carinhosamente pelo braço alheio, soltando uma baixa risada rente à pele da morena ao senti-la arrepiar-se.

     Guiando seus beijos pela extensão do pescoço da outra e sua mão à nuca da mesma, Kennedy diz:

  --Sabe o que está faltando, mulher? -Indaga entre risos, ouvindo tanto um baixo ofego quanto o aviso do temporizador, então conclui sussurrando na orelha dela- Pôr a lasanha nos pratos. -Se solta de Loeny, deixando-a corada e com cara de tacho para trás enquanto se dirigia ao fogão para desligar a boca responsável pelo forno.

     Frustrada e constrangida pela falsa espectativa que lhe foi dada, a morena suspira longamente, sentando em uma de suas cadeiras, tapando o rosto com ambas as mãos. Legal! Agora Codley brincava com a sua facilidade de fazê-la ficar desejosa, lamenta Yago.

     Antes que pudesse divagar mais sobre a sacanagem aprontada contra si, a morena ouve o colidir do prato com o tampo da mesa, fazendo-a descobri os olhos e encarar a louça com uma fatia de lasanha e legumes crus.

  --Bom apetite. -Diz Codley, sentando-se ao lado de sua companheira.

  --Isso foi sério? -Indaga ainda embasbacada.

  --O quê? Você não estava com fome? -Finge inocência, levando um garfo com comida à boca.

     Desistindo de lutar contra o cinismo da namorada, Yago meneea negativamente e resmunga um "esquece" de forma ríspida antes de passar a comer seu jantar, encarando o prato.

     Entretanto, tal clima entre elas não permanece no ambiente por muito tempo já que Kennedy iniciou uma de suas famosas crises de risos, chamando a outra de "sentida" e Yago a respondia no mesmo tom de brincadeira, tão logo ambas conversavam normalmente durante a refeição.

     Depois do jantar, elas limparam a bagunça naquela cozinha, indo para o quarto da doutora assim que concluíram o serviço, trocando de roupas.

     Logo as mulheres estavam deitadas uma de frente para a outra, se encarando sob a pouca e confortante iluminação que a lua fazia através da janela aberta.

  --Essa folga foi divertida e... louca. -Comenta Loeny após certo tempo de silêncio, sorrindo.

  --Procuro realizar dias assim mesmo, para nos divertimos ao máximo. -Responde, correspondendo ao sorriso- Afinal, nunca se sabe quando surgirá um novo inimigo. -Conclui no mesmo calmo tom.

  --Pensar assim não é nada motivador. -Baixa o olhar.

  --Ei. -Chama, segurando ternamente o queixo alheio para fazê-la lhe encarar e não virar o rosto enquanto isso- Mesmo se acontecer, não vou simplesmente permitir que alguém quebre nossa relação. Eu te amo, mulher, não esqueça disso. -Diz com um belo sorriso nos lábios.

     Embasbacada pelo o que foi dito, Loeny pisca algumas vezes seguidas, assimilando as palavras ouvidas, pois a outra não costumava dizer esse tipo de coisa. Porém, acaba por voltar a esbanjar seu bobo sorriso apaixonado, tendo mais uma vez a certeza que amava aquela complicada mulher.

    Em resposta, a morena balbucia um "te amo" enquanto se aproxima da outra, sendo acolhida nos braços dela, pondo a cabeça encostada no tórax alheio, sentindo-a pousar o rosto virado por cima de suas malenas.

     Ambas procuraram dormir para revigorar as forças, sustentando aqueles tolos semblantes apaixonados, estando cem por cento dispostas a persistir naquele perigoso amor.


Notas Finais


Foi isso, apenas um dia descontraído e divertido pra essa galerinha
Bom! Agora a fic chegou ao seu fim realmente, desculpe qualquer erro no português
Fui 2.0 ^^/!


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