Ele sempre fora uma pessoa fechada, às vezes violenta e escura. Possuía poucos amigos, a maioria péssimas influências, mas o que dizer sobre isso se ele conseguia superar muitos deles? Bebia, se drogava, participava de brigas ilegais e muitas vezes amanhecera em portas de estabelecimentos cheirando a álcool e urina, sendo expulso a chutes pelos proprietários, como se fosse um cão de rua, em toda a vida já fora chamado de vagabundo incontáveis vezes. Todos o julgavam por ser um delinquente, um mal criado, um gângster, diziam que era culpa de sua mãe que não soubera educa-lo, xingavam-no de todos as coisas ruins que pode ser imaginado, mas ninguém nunca soube da real verdade. Sua mãe, de quem todos manchavam a imagem, estava morta há uns cinco anos, assassinada pelo marido que escolhera para passar a vida, coitada, nunca pôde prever o homem abusivo que a aguardava no futuro, mas Yoongi sempre soube a luta que sua vida foi, viu o esforço que fazia protege-lo, para bancar seus estudos e necessidades enquanto desejava que ele crescesse e se tornasse um homem sucedido, o merecido filho prodígio. Morrera jovem aos 32 anos, após ser espancada cruelmente pelo marido bêbado.
Mesmo sabendo que o sonho de sua mãe era vê-lo sendo uma boa pessoa, desviou do caminho que a convinha, após o pai ser preso precisou morar em um orfanato e foi lá onde as coisas mudaram. Preenchido pela raiva, ódio e rancor enturmara-se com "gente da pesada" e pra assumir a posição de líder da gangue não precisou muito tempo, mas também afinal o que seria da sua vida? Ninguém adotaria um adolescente da sua idade, tudo já estava perdido e caso piorasse não faria diferença. Aos poucos foi se tornando a pior das pessoas, manchando as mãos de sangue, andando pelas ruas como um maltrapilho usando um sorriso maníaco no rosto e abusando do poder e fama que adquiriu com o tempo, mas no fundo, bem no fundo tudo que queria era um pouco de paz e se não fosse pedir muito, queria sentir algo que há tanto não sentia, AMOR.
A última esperança, ou melhor, a última chance de mudar a situação veio-lhe em forma de um belo ser carregado de luz, que esbanjava alegria e um sorriso perfeito no rosto. Como não se lembrar do dia em que o conhecera? Era um dia bonito, dependendo da perspectiva de mundo que cada um possui, por exemplo, para muitos o clima ameno estava maravilhoso, o sol fraco embelezava o céu e as poucas nuvens davam um ar de tranquilidade, mas para ele nada estava bem por que pela primeira vez o reinado de Min Yoongi havia caído, ele se encontrava escorado em um muro envelhecido pelo tempo, sem fôlego após precisar fugir como um covarde de uma luta, o rosto cercado de hematomas arroxeados davam um contraste ainda mais sombrio junto às olheiras escuras sob os olhos, o sangue escorria livremente do nariz quebrado e de um corte profundo acima da sobrancelha, seu corpo latejava e com certeza amanheceria com marcas de mãos fechadas. Havia sido uma armadilha, seu "braço direto" organizara tudo, simplesmente para poder ocupar o "trono" e conseguira; sentia-se fraco, enojado por sua tamanha burrice. E então chegara a luz que lhe faltava, usando uma calça de couro escura e uma blusa branca de um tamanho bem maior que o necessário, estampava no rosto uma expressão preocupada, uma que há muito não lhe era direcionado e que aquecera seu coração de tal forma; o cabelo "ruivo cenoura" e as grandes bochechas davam lhe um ar infantil, uma graça cativante. Era um anjo que viera trazendo a paz e salvação para seu corpo e principalmente, sua alma exausta.
A vida deu a ele uma segunda chance, que veio em forma de um certo Park Jimin e dessa vez nada o faria desistir disso. No começo foi até difícil conviver com uma pessoa que não queria nada além de seu próprio bem, mas a pedra que lhe ocupava o peito foi aos poucos se quebrando e dando lugar a um coração humano, que pulsava a cada vez que via seu Anjo, a cada vez que escutava sua voz, sua risada. Talvez tudo aquilo não passasse de um sonho, ele poderia muito bem ainda estar escorado naquele muro morrendo aos poucos e sonhando com uma oportunidade melhor, mas ele aproveitaria cada momento independe do quão real aquilo poderia ser .
“O amor me ensinou que amar não é tão perigoso quanto viver.”
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