Após chegar em casa, tarde Everaldo veio até mim.
- Meu príncipe o que houve, chegou tarde.
- Desculpa amor, fui com Bruno até na casa dele. Fui ajudar ele em uma coisa.
Então eu peguei e contei tudo, sobre a paixão de Bruno sobre o menino que logo descobri o nome ser Caio, falei sobre o pai de Bruno e por fim falei sobre o menino que tinha namorado por um ano, Davi. Achei que ele ficaria com raiva por eu ainda guardar a carta, mas ele simplesmente disse que sentia muito por mim e que se eu precisasse de algo que podia contar com ele, eu ficava imaginando se tudo aquilo não passava de um sonho, ele era impossível.
Disse a ele que ajudaria Bruno com o garoto e que se ele concordaria, ele disse para eu ter cuidado, pois não conhecia o pai de Bruno, eu disse que tudo bem que eu tomaria cuidado. Fomos jantar e depois dormi.
No dia seguinte, cheguei na biblioteca e encontrei Bruno no canto, chorando. Nem precisei perguntar o que tinha acontecido, as marcas me mostravam.
- Me conte o que aconteceu? – Disse abraçando-o.
- Eu contei para meus pais que sou gay, minha mãe começou a chorar e disse que eu era uma aberração e meu pai me bateu, ele só parou quando começou a sangrar.
- Que coisa horrível Bruno, me desculpe por te encorajar.
- Não tem problema, eu só queria saber se posso ficar na sua casa hoje?
- Olha, não sei, eu sei que o que seu pai está fazendo é errado.
- Por favor, por favor. – Me suplicou ele, chorando e pedindo.
Por fim, concordei com ele ir para casa comigo. Na parte da tarde Caio chegou na biblioteca, como a Leticia tinha saído, fechei a biblioteca e fui para conversar com os dois.
- Gente, olha eu sei o que vocês dois sentem um pelo outro, dá para ver em seus olhares, o jeito como vocês conversa por trocas de olhares, eu e Everaldo é a mesma coisa. Mas agora vamos ao que realmente importa, como vocês irão fazer para ficar junto?
- Bom eu pensei em ser lá em casa. – Disse Caio.
- Vai ficar muito na cara dos pais de Bruno.
- Nos de uma ideia então. – Pediu Bruno.
- Vocês podem ficar aqui. O Caio abre uma ficha aqui, e aí você vem sempre aqui, eu dou cobertura a vocês dois e agora esses dias a Leticia está saindo mais então fica mais fácil.
- Erick você é um gênio. Porque não pensamos nisso antes. Agora acho melhor reabrir a biblioteca antes que a Leticia chegue.
Fui abrir a biblioteca e deixei os dois lá conversando, por pouco Leticia não vê eu reabrindo a biblioteca. Chamei os meninos e Caio fez a ficha, por causa disso ganhei uns pontos a mais com Leticia. O que foi bom, já que ela disse que teria que sair mais vezes e talvez ficar uma semana fora e ficou com medo de deixar com Bruno a responsabilidade. Logo depois, fui almoçar e encontrei com Everaldo e conversei com ele sobre Bruno.
- Oi amor, eu deixei o Bruno dormir lá em casa hoje.
- Por que? Aconteceu algo?
- Bom é sobre o pai dele, não podia deixar ele lá para...
- Eu sei meu príncipe, não tem problema, não imagino o que ele deve estar passando, mas já ouvi muito sobre as coisas que acontecem e que podem acontecer.
- Obrigado amor, por ser assim.
- Assim como?
- Ser essa pessoa boa, ao qual coisas não tão boas aconteceu, essa pessoa gentil ao qual eu amo perdidamente.
Ele me beijou e então almoçamos. Depois voltamos a trabalhar e mais tarde fui para a faculdade, Bruno tinha ido para casa com Everaldo. Voltei para casa, Bruno estava dormindo no quarto que Everaldo tinha arrumado e ele estava dormindo no sofá. Cheguei, acordei ele e fui ver como Bruno estava, dormia profundamente. E naquele momento pensei, como alguém pode querer machucar ele, ele é um garoto bom e acontece coisas assim com ele, logo depois ele começou a tremer e falar para parar, eu corri até ele e o acordei.
- Ei, ei, Bruno. Está tudo bem, você não está na sua casa está aqui comigo.
- Me desculpe, – disse ele chorando – eu estava lembrando, tendo um pesadelo.
- Não se preocupe, aqui você não corre perigo.
Nessa hora, ouvi alguém bater na porta.
- Que estranho, uma hora dessas? Vou lá ver quem é, já volto.
Fui até a sala e abri a porta, era o pai de Bruno, bêbado.
- Eu quero que devolva meu filho!
- Acho melhor o senhor voltar para sua casa.
- O que vocês estão fazendo com ele?
- Não estamos fazendo nada, apenas protegendo-o.
- De que? Eu sou pai dele, tenho direito de fazer qualquer coisa.
- Qualquer coisa não, eu sei que é seu filho, mas você apesar de saber que não aceita seu filho ser do jeito que ele é deve pelo menos respeita-lo.
- Não me venha com esse papinho seu de viado, meu filho é homem e vai se casar com uma linda mulher e ter filhos!
- Por favor, suas palavras não me atingem e faça o favor de ir embora já esta tarde.
- Eu quero meu filho!
- Tchau.
Fechei a porta e ele ficou lá batendo, chamando Bruno, até que algum vizinho chamou a polícia e levaram ele. Bruno tinha voltado a dormir, e com isso fui para o meu quarto dormir. Acordei no dia seguinte, já era sábado, já tinha arrumado tudo para a festa. Combinei com o patrão do meu namorado dele trabalhar, ou seja, acordei e ele já tinha saído. Era só uma desculpa para manter ele longe até a hora da festa, combinei do patrão dele levar ele quando chegar a hora com a desculpa que eles iam buscar produtos novos para loja. Bruno também acordou e fomos tomar café.
- Bom dia.
- Bom dia, desculpe pelo meu pai ontem. Causei problemas.
- Não quer nada, depois que voltei para o quarto Everaldo me falou para dizer que se você quiser ficar aqui será bem-vindo.
- É sério?
- Sim, a gente só teria que arrumar um jeito de pegar roupas suas.
- Isso é fácil, nos sábados meus pais vão na casa de meus avos almoçar e a casa fica vazia podemos ir e pegar minhas coisas. Eles saem as onze em ponto.
Deu 10:45 e saímos de casa, levamos uma mochila e lá íamos pegar outra, chegamos lá 11:10 e os pais dele tinham saído, Caio nos encontrou e deu um beijo na boca de Bruno, um beijo demorado e apaixonado, para então não perdemos tempo, interrompi eles e fomos pegar as roupas. Quando estávamos prestes a sair, o pai de Bruno estava voltando.
- Que droga, porque fui esquecer esse presente, e aquele moleque ingrato não voltou daquela casa nojenta.
Eu e Bruno escondemos debaixo da cama e Caio no guarda roupa. O pai dele ainda ficou murmurando algumas coisas e depois saiu. Esperamos mais um pouco e saímos também, Caio foi com a gente, o pai dele me pediu se ele poderia ficar lá em casa, porque ele e a mulher iriam numa viagem de negócios e não queriam deixa-lo sozinho, eu disse que não haveria problemas, e os meninos adoraram a ideia. Com isso voltamos para casa, fiz almoço e fomos almoçar, os dois não paravam de trocar caricias um com outro, achava aquela cena linda, ainda mais na idade deles, isso me lembrava um pouco de Davi, e me fazia pensar em Everaldo também, eu sei que é um pouco errado lembrar de um ex assim, mas é totalmente diferente, com Davi foi uma coisa especial, apesar dele ter câncer eu gostava muito dele, já com Everaldo é mais intenso, ainda mais que moramos juntos, com Davi foi uma descoberta algo que nunca imaginaria, com Everaldo é um sonho.
- Erick? Está tudo bem? – Perguntou Caio.
- Oi? Sim está tudo bem, só estava pensando em como vocês dois se conectam bem, e estava pensando no meu namorado.
- Nervoso? – Perguntou Bruno.
- Um pouco, na verdade nunca preparei algo do tipo para ninguém e estou receoso por ele não gostar.
- Não pense nisso, ele vai adorar tudo, ele te ama! – Disse Pedro entrando, seguido por Mateus.
- Oi vocês dois, porque não disse que estavam vindo?
- E precisamos disso? Mas não importa quem são os boys aí? – Perguntou Mateus.
- Ah esses são Caio e Bruno – disse apontando para cada um – e esses são Mateus e Pedro, Bruno trabalha comigo na biblioteca e vai ficar aqui em casa, problemas em casa e Caio é o namorado dele. E esses dois invasores aqui conheci no hospital, o Pedro sofreu um acidente de carro.
- Bom chega de conversa fiada e vamos para o salão para ver como está. – Disse Mateus.
Duas horas depois...
Já estava tudo arrumado para a festa, os convidados já haviam chegado, não tinha muita gente, só eu, Bruno, Caio, Pedro, Mateus e os alunos dele da capoeira, logo chegaria Everaldo e o seu patrão. Apagamos as luzes, o carro do patrão dele chegou e os dois entraram, começamos a cantar parabéns e Everaldo ficou boquiaberto não acreditava naquilo e eu fui abraça-lo.
- Parabéns amor!
-Mas o que é isso tudo? Amor não precisava gastar dinheiro assim comigo.
- Você não gostou?
- Sim, eu adorei só que ninguém nunca fez uma festa assim para mim, aliás nunca tive festa de aniversário. E como você descobriu o dia do meu aniversário?
- Bom, em relação a isso eu meio que vi na sua identidade.
Ele me olhou com os olhos semicerrados e me beijou, todo mundo aplaudiu e ficamos lá se divertindo. Algumas horas depois, íamos realmente cantar os parabéns e partir o bolo, só que.
- Bruno! Cadê você?
- Ah não meu pai, não.
- O que o senhor estava aqui? Não me lembro de tê-lo convidado.
- Não quero saber o que você pensa, vim buscar meu filho, para ele voltar para casa comigo.
- Ele não vai voltar com você, ele já sofreu muito na sua mão.
Ele tirou uma arma e apontou para mim.
- Eu quero meu filho agora!
Everaldo veio para perto de mim.
- Calma senhor, não queremos problemas.
- Bruno! Venha aqui! E vocês dois para trás!
- Tudo bem pai, estou aqui.
Ele se soltou da mão de Caio e foi andando em direção ao pai dele. Todo mundo olhando aquilo assustado. Eu então segurei bruno.
- Ele não vai em lugar nenhum com você.
- Você acha que eu estou brincando?
- Erick, me solte, é melhor assim.
- Claro que não, esse homem é um monstro, não merece você como filho.
E aconteceu tudo muito rápido, o pai de Bruno puxou o gatilho, iria matar o próprio filho, eu entrei na frente...antes de tudo ficar escuro, só lembro da gritaria, o Everaldo gritando e acho que batendo no pai de Bruno, meus amigos me cercando inclusive Bruno e depois eu sorrindo nos braços de Everaldo e fechando os olhos...
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