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História Meu Primeiro amor - O imprevisto


Escrita por: Everton1308

Capítulo 9 - O imprevisto


Acordei no dia seguinte, e lá estava o bilhetinho de “bom dia” dele. Não li, fui direto tomar banho, demorei bem mais relembrando da noite passada, nossa foi demais, aliás todas as fodas com ele é, além de ser com amor, tem aquele toque de putaria. Aí tomei café e fui ler o bilhete.

“ Bom dia meu príncipe!!! Olha se você não gostou de ontem, pode me falar, ok? Mas pelo jeito que estávamos, para mim foi mais do que especial, estávamos numa sincronia que não era preciso dizer nada e a gente já fazia, claro não será sempre daquele jeito, se não, não íamos aguentar muito tempo, e em relação a você arrumar um bico, bom conheço um lugar que você pode gostar, na hora do almoço te dou mais detalhes. Tenha um bom dia meu príncipe, meu herói, beijos.

P.S.: quando eu chegar te dou os beijos. ”

Nossa ele sabe me deixar feliz mesmo, já ouvi dizer que 99% dos primeiros relacionamentos acabam rápido, pelo que estou vendo aqui, apesar de ser cedo para falar, faço parte daquele 1% que bom. Dei uma organizada na casa, ela não ficava suja, mas em cima dos moveis dava muita poeira, então passava um pano para tirar aquilo e depois uma vassoura no chão, passar pano na casa, fazia dia sim, dia não, e depois pegava e fazia o almoço. Deu 13:30 e ele chegou, me deu aqueles vários beijos apaixonados.

- Meu príncipe, tudo bem, em relação a ontem?

- Vou dizer a verdade, fiquei com um pouco de medo no início, não imaginava que você poderia se aquele pervertido de ontem, mas eu adorei.

- Serio mesmo?

- Sim.

- Que bom - disse me dando um beijo – e em relação ao bico que você quer fazer, bom consegui um lugar, é uma biblioteca, fica um pouco longe daqui, mas pegando um ônibus você chega lá rapidinho.

- Serio amor? Eu sempre quis trabalhar em uma biblioteca, acho fantástico ficar no meio daquele monte de livros.

- Só você mesmo, – disse ele rindo – a dona é mãe de um menino que faz capoeira lá, super gente boa ela, mandei um zap para ela e ela me perguntou se você poderia ir agora a tarde?

- O que sério? Claro que posso, já arrumei a casa, não tem mais nada para fazer.

- Para que você arrumou a casa, já falei amor, não precisa, você não veio aqui para arrumar casa.

- Eu sei, mas só faço isso porque gosto.

Então ele me ajudou a arrumar a cozinha e fui passar uma agua no corpo, coloquei uma calça jeans, apesar de odiar e uma camisa vermelha, calcei o tênis e fomos para o ponto. Pegamos o ônibus, e fomos, a biblioteca não era longe da loja que ele trabalha, assim é melhor podemos ir e voltar juntos. Disse a ele que não precisava ir comigo, se não chegaria atrasado, depois de muito insistir ele concordou e eu fui para a biblioteca e ele para a loja.

- Boa tarde posso ajudá-lo? – Apareceu uma mulher, não parecia ter mais de 40 anos.

- Boa tarde, estou procurando a Leticia.

- Sou eu mesma, você é o amigo do Everaldo?

- Sim isso mesmo o amigo dele. (Ela não sabia que ele é gay)

- Bom, que bom que você veio, vamos ali dentro para gente conversar.

Então segui ela por um corredor com várias estantes de livros até uma salinha no final dele, ao passar pelo corredor vi um garoto arrumando umas prateleiras.

- Leticia, aqui desculpa atrapalhar, posso sair mais cedo um pouco hoje? É sobre aquele assunto.

- Tudo bem Bruno, mas deixe pelo menos a sessão dos mangás em ordem.

- Ok.

- Nossa aqui tem mangá?

- Ah sim, e Bruno esse aqui é o Erick, ele talvez venha trabalhar aqui também.

- Oh prazer, espero que fique, estou mesmo precisando de ajuda. – Disse ele rindo.

- Prazer, bom então tentarei fazer o possível para ajudar.

- Quer dizer que você quer mesmo aceitar o cargo? – Perguntou Leticia.

- Sim.

- Então vamos lá conversar, e estamos conversados não é Bruno?

- Sim senhora.

Fomos então em direção a salinha, ela me ofereceu uma cadeira para sentar e se sentou na minha frente.

- Bom Erick, pelo que pude ver, você quer o cargo?

- Sim senhora.

- Não me chame de senhora, pode me chamar de Leticia, o Bruno é um engraçadinho e fica me chamando assim.

- Sim sen... Leticia.

- Muito bem, bom a biblioteca abre as 6:30 horas, abrimos cedo por causa dos alunos da escola aqui em frente. Fechamos as 20:00 horas, aqui não tem mistério nenhum, as estantes estão classificadas por letras e em cada prateleira está por ordem alfabética, as únicas estantes que são maiores são as da letra A e as da letra B. tem uma estante só para mangás e uma seção restrita que só podem entrar maiores de 18 anos, além disso quantos anos você tem?

- 20.

- Ah que bom, essa seção vai ficar por sua conta, o Bruno tem 16, e eu não deixo ele entrar lá. O balcão redondo é onde eu fico, mas as vezes tenho que dar uma saída então eu deixo o Bruno lá, mas agora que você está aqui vocês podem revezar, não tem nenhum mistério também e tudo feito no computador, a pessoa vai te dar a ficha ou vai te falar o número você digita no computador e lá vai mostrar tudo, se a pessoa está devendo livro, o ultimo que ela pegou, vai ter a foto e dados da pessoa. Mas se for uma pessoa querendo abrir uma ficha também é fácil, você clica no ícone de “abrir nova ficha”, pede os dados da pessoa, tira uma foto com a webcam e imprime a ficha no final com o número da pessoa, aí você pega o livro de fichas, escreve o nome completo da pessoa, a data de nascimento, a data de quando abriu a ficha e o número da ficha. Eu faço isso, para que se caso aconteça algo no computador eu tenha uma “copia” salva. Alguma pergunta?

- Quando eu começo?

- Bom se você já quiser começar.

- E aqui tem uniforme ou algo do tipo?

- Ah sim temos a camisa da biblioteca e o avental, se quiser não precisa vir de calça pode ser bermuda, desde que seja do joelho para baixo.

- Tudo bem.

- Qual é o tamanho da sua camisa?

- GG.

- Acho que tem uma aqui.

Ela foi num armário, pegou uma camisa e me mostrou o banheiro, para poder trocar, depois a gente foi para os corredores novamente e ela foi me mostrando os lugares e a seção reservada, tinha algumas estantes pequenas, com revistas, livros e uma mesinha comprida com três computadores, ela me entregou a chave e disse que no final do expediente, deveria ou entregar a chave a ela ou deixar na segunda gaveta a direita da entrada do balcão.

- E aí como foi sua admissão? – Perguntou Bruno.

- Foi tranquila, ela me deixou com a chave da seção restrita e me pediu para ver com você quais estantes ainda faltam.

- Eu nunca entrei na seção restrita, e as estantes falta da letra M à Z. são as estantes menores.

 E assim foi meu dia arrumava livro ali, livro aqui, não é um trabalho chato, gosto de livros, a hora foi passando, não veio muitos clientes, o Bruno saiu as 18:00, e eu fiquei arrumando, já estava na letra X e Z, quando escuto na caixa de som: “senhores adeptos, gostaria de agradecer, mas faltam apenas 15 minutos para fechar, por gentileza puderem retornar os livros as prateleiras ou coloca-los no carrinho de recolhimento agradecerei”, só ouvi uns passos e terminei de arrumar os livros, não tinham livros com K, W e Y, então eram menos três letras, porem tinham 25 estantes mais uma estante pequena dos mangás e as quatro outras da seção restrita ou reservada (ainda não sabia como chamar), duas da letra A, duas da B e uma para cada letra restante do alfabeto, voltei para perto do balcão e Leticia me pediu para guardar o restantes dos livros que estavam no carrinho, por sorte eram apenas dez. Estava indo guarda o último dos livros, quando escuto passos atrás de mim, olho e não vejo ninguém, deveria estar ouvindo coisas. Fui andando de volta para o balcão quando sinto uma mão me agarrar.

- Estava com medo príncipe?

- Amor, o que você está fazendo aqui?

- Vim te busca, eu saio meia hora mais cedo que você, fui correndo numa floricultura e lhe trouxe isso.

Ele me entregou um buquê de anis, disse que a floriculturista falou que significa promessa, de casamento, amor eterno, as flores eram bem delicadas pareciam violetas com pétalas maiores e brancas e tinha algumas que pareciam estrelas, chamadas de anis estrelada. Dei um abraço bem forte e nos beijamos apaixonadamente.

- Agora vamos príncipe, tenho que dar capoeira.

Nos despedimos de Leticia e fomos para o ponto, pegamos um ônibus que ia direto para a quadra onde ele dava capoeira, eu fiquei lá sentado no banco, enquanto ele ensinava para as crianças, ele é bastante clamo e paciente com todas elas, fiquei imaginando nós dois com um filho ou filha, eu adoro criança e pelo visto ele também. Meu celular toca, número desconhecido, atendi.

- Alô?

- Erick é você?

- Sim, quem está falando?

- É a sua tia Carmem.

- Oi tia, como você está, eu não estou em casa não, estou viajando, você quer o número da minha mãe?

- Não meu filho, eu sei que você está de viagem e não queria ter que te falar isso por telefone, mas ontem sua mãe passou mal e teve que ser internada no hospital.

- Espera minha mãe o que?

- Calma está tudo bem, ela está sendo cuidada aqui, não quero estragar sua viagem pode ficar tranquilo, ela já foi medicada e está...

- Alô tia? Tia? TIA??

Todos estavam me olhando, Everaldo veio até mim.

- Ei, ei o que foi? O que houve?

Só abracei ele e chorei, ele ficou ali me confortando, disse para as crianças que a aula terminaria mais cedo esperou que todos saíssem, me deu um beijo e perguntou:

- O que foi amor?

- Minha... minha mãe, está num hospital, minha tia falou que estava tudo bem, mas ela estava estranha, ela não queria me contar, e de repente a ligação caiu e não consegui retornar à ligação, estava dando que o número está desligado.

- Calma, se ela disse que está tudo bem é porque está, e talvez a bateria dela tenha acabado e não conseguiu ligar de novo.

- É deve ser isso amor. – Falei em meio a soluços.

- Se quiser, eu tiro uma licença no trabalho e vamos, eu tenho mesmo minhas férias para tirar.

- Mas e lá na biblioteca? Acabei de começar.

- A Leticia vai entender e era só um bico mesmo, só nas suas férias.

- É verdade.

- Vamos lá amanhã conversamos com a Leticia e depois vamos para a rodoviária ok?

- Não vai ter problema para você não amor?

- Não nenhum.

Fomos para casa, deixamos as malas prontas e ele ficou me abraçando o tempo todo até que eu pegasse no sono. Acordei no dia seguinte com meu namorado já de pé, olhei no relógio eram dez da manhã.

- Amor a gente perdeu a hora!

- Não tudo bem, já fui lá na loja e pedi 20 dias de férias e falei com a Leticia, ela disse que vai estar tudo bem com sua mãe e que se precisar de algo é só falar com ela, ela disse também que você pode ficar tranquilo que sua vaga ainda vai estar lá se você resolver voltar.

- Mas é claro que volto, só quero ver minha mãe, eu nunca fiquei tanto tempo assim sem ela, ela deve ter passado mal de preocupação já faz um bom tempo que não ligo para ela.

- Então vai tomar um banho e se arrumar, comprei as passagens o ônibus vai sair de Novo Rio as 13:00 horas.

- Novo Rio?

- A rodoviária que você veio.

- Ata.

Levantei rápido então, tomei um banho rápido e fui tomar café, ele já tinha arrumado tudo para mim, ele é o melhor namorado do mundo. Fomos então pegar o ônibus para ir para o Rio e lá pegamos o ônibus para voltar a Juiz de Fora. Ele ao contrário de mim veio dormindo a viagem inteira, também não é para menos, ficou acordado até tarde e acordou bem cedo, fiz ele deitar nos meus braços e fiquei acariciando-o. escutei música, terminei de ler meu livro e finalmente chegamos. Fomos direto para o hospital, lá a atende disse que ele não poderia entrar, mas fazendo um grande apelo e quase brigando ela deixou, fomos para o quarto que ela estava, da janela deu para ver, estava com soro na veia, e uma máscara de oxigênio, ele segurou forte minha mão, pois eu estava tremendo muito e entramos no quarto fui direto para cama dela, ela abriu os olhos e sorriu ao me ver.

- Mãe o que aconteceu?

- Bom tem um prontuário aqui amor, quer que eu leia?

- Sim, por favor.

- Aqui está escrito que estava desidratada, com princípio de pneumonia, possivelmente com depressão e imunidade bem baixa, aí fala dos medicamentos que ela tomou e algumas coisas que não estou entendendo a letra.

- Isso é culpa minha.

- Não é não amor, olha você não tem culpa em nada, sua mãe só se sentiu sozinha, ela poderia ter saído...

- Eu poderia ter ligado para ela...

- Filho...

- Mãe, o que foi?

- Você não tem culpa em nada, eu que fui uma idiota...e olha onde eu estou agora, toma isso aqui é para vocês dois.

Peguei a carta e entreguei ao Everaldo e pedi para ele ler.

- Está escrito assim: “ Esse testamento, de Elisa Aparecida de Oliveira, datado no dia 20 de dezembro de 2015. Refere-se as suas posses e bens. Sendo de totais responsabilidades de seu filho Erick de Oliveira e ao seu companheiro Everaldo da Silva Paes. Está depositado no banco um valor de 300 mil reais, adquirido durante sua vida e através dos bens deixados pelos seus pais, além disso a casa em seu nome pode ser vendida se quiser e ficar com o dinheiro dela, e para Everaldo, tenho apenas um pedido: Cuide do nosso príncipe.”. E está assinado aqui pelo advogado da sua mãe.

- Mas eu não quero nada disso mãe, eu quero você indo ao meu casamento, cuidado do nosso filho ou filha, quero você comigo.

- Tudo bem, meu filho eu vou estar no seu casamento, na sua vida toda, bem aqui. – Disse colocando sua mão em meu coração. – Obrigado Everaldo, por trazer felicidade a mim e ao meu filho, você é o melhor genro que alguém poderia pedir, cuide bem do nosso príncipe.

E naquele momento, meu mundo caiu, a mão da minha mãe caiu e os aparelhos apitaram mostrando que a vida dela se esvaia daquele corpo pequeno e frágil, todas as lembranças com ela, a primeira vez que andei de bicicleta, apesar dela não saber me ensinou, meu primeiro dente que caiu e ela se vestiu de fada e me deu dinheiro, minha primeira vez na escola em que fui de mãos dadas com ela, e o momento em que eu, ela e meu namorado estávamos sentados à mesa almoçando. E possíveis memórias do futuro, ela indo no meu casamento de braços dados comigo me deixando com meu futuro marido, ela brincando com nossos filhos e contando histórias para eles dormirem e nós vivendo juntos como uma família que ela sempre sonhou...

 


Notas Finais


me desculpem pelo final, fui influenciado por George R.R, Martin.


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