Tudo foi um sonho. Esse foi o pensamento que me atingiu assim que acordei e reparei que o que eu estava abraçando era um travesseiro e não o J-Hope. Pisquei os olhos algumas vezes para me acostumar com a pouca luz do sol que tentava, com algum sucesso, atravessar pela cortina presa à janela. Olhei o lugar vazio ao meu lado e constatei que, realmente, tudo não se passou de um sonho. Hobi não estava ali como eu pensara. Suspirei decepcionado e me virei de lado, fechando os olhos novamente, tentando expurgar a preguiça matinal.
Assim que convenci meu cérebro de que eu precisava levantar, abri novamente os olhos e dei de cara com o vasinho de cacto.
Espera...
Eu estava, definitivamente, no quarto do Hope!
Bem que o fato de tudo estar impregnado, inclusive meu pijama, com a fragrância cítrica do shampoo de limão dele havia me chamado atenção, mas o caso de termos dormido abraçadinhos, momentos depois de um beijo, parecia algo muito surreal para mim. Mordi o lábio e me permiti soltar um sorrisinho bobo enquanto rolava e bagunçava a cama dele.
Depois de ter criado coragem para levantar, procurei por alguma roupa simples em meio as roupas de Hope para eu usar e parti em direção ao banheiro para escovar os meus dentes de maneira muito minuciosa, pois eu esperava por mais beijos hoje.
Não encontrei J-Hope pelo apartamento. Olhei cômodo por cômodo e ele não se encontrava em nenhum. Obviamente ele havia saído e me deixado sozinho sem nenhum bilhete informando algo ou sem qualquer comida pronta.
Eu estava prestes a abrir cada armário da cozinha, procurando algo para matar minha fome quando a campainha soou. Estranhei, Hope quase nunca recebia visitas. Fui até a porta e, antes de abri-la, fiquei intrigado por não haver um olho mágico sequer para sabermos quem poderia estar do outro lado. O som da campainha soou mais uma vez, agora de forma insistente.
– Já vai, já vai! – Falei irritado.
Abri a porta apenas para dar de cara com Suga com feição de poucos amigos, mas como a típica expressão no rosto dele quase não condizia com o seu humor, agarrei o pescoço dele e o abracei forte.
– Que bom humor hoje, Tae! – Foi difícil identificar o que ele havia falado, já que eu estava esmagando o rosto dele contra o meu braço. Comecei a sacudi-lo e dar pulinhos de animação.
– Obrigado, obrigado, obrigado – apertei ainda mais o corpo dele contra o meu e comecei a dar beijinhos no topo da cabeça dele.
– De nada, de nada, de nada – ouvi ele rindo, com certeza entendendo o recado. Ele me abraçou de volta, passando os braços pela minha cintura, me apertando tão forte quanto eu o apertava. Parecíamos dois patetas surtados, rindo e pulando na porta de um apartamento em um prédio de luxo.
Ouvi um pigarro alto atrás da gente e vi J-Hope com algumas sacolas nas mãos, parado no corredor e olhando aquela cena, o rosto desprovido de qualquer expressão.
– Bom dia, Hobi – tentei me soltar do Suga, mas este apenas apertou mais os braços em volta de mim, olhando e sorrindo para o Hope de forma provocativa.
– Oh, como anda o meu amigo tão fiel a mim? Incapaz de me usar só para se safar? – Hobi apenas franziu a testa com o tom sarcástico que a frase de YoonGi carregava – oh, pelo visto ele perdeu a língua! Mas não tem problema, virarei um coala nesse gatinho aqui até que esse meu amigo fiel me responda!
– Do que está falando, Suga? – Hope pareceu ainda mais confuso e entrou no apartamento, nos empurrando até conseguir passar pela porta e a fechou – que eu saiba você deveria estar no café agora.
– Que eu saiba você deveria ser meu amigo – o branquelo falou, ainda me prendendo no abraço – sabe, eu faço tudo por você, Hope... – falou indignado.
– Não sei para que tanto drama, não me lembro de não ter feito nada de errado – J-Hope falou enquanto seguia para a cozinha carregando as sacolas, nos deixando abraçados, como se não se importasse com isso.
– Não acredito nessa cara de pau! – Suga reclamou.
– E eu não acredito que ele não sinta nenhum pouco de ciúme de mim – acrescentei magoado. Eu realmente estava dolorido, tanto por Suga estar apertando com força a minha cintura, como por Hobi não ter nem ao menos se manifestado diante ao fato do garoto que ele beijou estar sendo esmagado por outro bem na cara dele – Sempre soube que era um insensível mesmo, um monstro sem coração...
– Não fala assim do meu amigo! – Suga levantou a cabeça para me olhar fingindo uma expressão brava, apoiando o queixo em meu ombro.
– YAAA!! Sai de mim! – Empurrei ele, que fez força para ficar, mas depois desistiu e se soltou, gargalhando daquele jeito provocativo que só ele conseguia fazer.
– Só porque tem um namoradinho agora não me quer mais, né, gatinho? Pelo jeito eu só sei ser usado pelas pessoas – fingiu tristeza dessa vez enquanto falava.
– Cala boca, fala baixo! – Eu corri para tampar a boca dele antes que ele começasse a insinuar mais coisas sobre mim e J-Hope para nos constranger, mas ele usou a língua para me lamber – Eca! – Gritei, tirando imediatamente minha mão sobre a boca dele e limpando na bermuda que eu usava.
– Só não fico chateado por você me trocar porque é para o bem do meu OTP – eu ri e desferi um soquinho no ombro dele.
– Besta!
Arrastei Suga até a cozinha, onde J-Hope se encontrava retirando alguns mantimentos das sacolas que havia trazido e guardando no devido lugar.
– Bom dia, Hobi – repeti o cumprimento que eu havia feito quando o vi, mas que eu não obtivera resposta antes.
– Boa tarde, Tae – corrigiu ele um pouco mal-humorado, meu nome saindo quase cuspido de sua boca. Me entristeci um pouco, eu estava tão feliz! Por que ele estava assim?
Inflei um pouco as bochechas e estufei o peito em sinal de irritação. Não sou obrigado a ser maltratado. Suga, percebendo a minha mágoa, me envolveu em um abraço de lado.
– Larga de ser babaca, Hope! – YoonGi proferiu – Tae não tem culpa da sua irritaçãozinha chamada ci...
– Por que você está aqui, Suga? – Hope o interrompeu de repente e o Min apenas tombou a cabeça para o lado, debochado.
– Sei lá, apenas senti que hoje teria almoço na sua casa e fiquei com vontade de vir aqui, já que não venho há dias – encolheu os ombros – ah, e vim tirar uma satisfação com você enquanto comemos.
– Chega de indiretas, me diz o que eu fiz logo – Hope respondeu e eu apenas ficava em silêncio. Meus olhos ora indo para Suga, ora para Hobi. Eu nunca havia presenciado uma discussão entre os dois, apenas provocações momentâneas aqui e ali. Apesar de aquilo não ser uma briga de fato e até parecer engraçado, estava se prolongando demais.
– Ah, é mesmo! Esqueci que você são sabe pegar uma indireta, tamanha é a sua lerdeza! – o branquelo ao meu lado rebateu e eu vi a expressão no rosto de Hope mudar de confuso para irritado.
Ele estava prestes a abrir a boca para rechaçar Suga quando eu me manifestei:
– EEEI! – Elevei minha voz – o que está acontecendo aqui? – Os dois me olharam, mas só Suga me respondeu.
– Ele que começou! – Ele riu quando viu minha cara de aborrecimento pela resposta dele – Viu? Eu me sentia assim quando vocês começavam a brigar na minha frente. Com licença, preciso usar o banheiro. Me chamem quando a comida estiver pronta!
Ele saiu, nos deixando sozinhos. Hope voltou a guardar as coisas que havia comprado e eu já estava prestes a sair do cômodo também quando ele me chamou.
– TaeTae, você me desculpa? – Me virei para ele e o vi procurando por algo entre as sacolas.
– Pelo que? Por ter me maltratado enquanto eu estava sendo fofo? – Ergui uma das sobrancelhas, desafiando-o.
– Sim... – ele se aproximou de mim com uma sacola nas mãos – como o Suga disse, eu sou um babaca – ri divertido com o que ele disse, a expressão no rosto dele era tão deplorável e ele parecia tão sincero em admitir que era um bobo, que chegou a ser engraçado.
– Só de vez em quando que você é – ele sorriu minimamente e retirou uma lata da sacola.
– Comprei pra você – ele falou me estendendo uma embalagem retangular e achatada, do tamanho de uma folha sulfite – não sei se você gosta, mas acho que sim.
– Uau, chocolate! – Assim que peguei da mão dele, pude identificar melhor a lata azul cheio de arabescos adornados. Era dos caros. Mas eu não me importava com isso, porque eu já me encontrava derretido no chão só por ele ter lembrado de mim enquanto fazia compras – eu amo chocolate! Quem não gosta de chocolate?
Abri a caixa e peguei um bombom, desembrulhando-o na mesma hora. Coloquei inteiro na boca, sentindo o doce macio derreter em pela minha língua, não pude evitar fechar os olhos em prazer.
– Você sabe me comprar... hmmmm – levei mais um outro a boca – estou com tanta fome que vou comer essa lata toda, não tomei café da manhã, não tinha nada preparado para mim nessa casa! – Cutuquei o peito dele em acusação. Mas pareceu forte, porque depois da cara de dor de Hope, vi ele esfregando o ponto onde eu acertei.
– Quando eu saí para fazer compra já nem era mais de manhã e você ainda estava dormindo – se defendeu – fui comprar algumas coisas e o nosso almoço também. Sorte que comprei bastante, já que que o Suga apareceu de repente.
– Você disse almoço? – Perguntei tentando olhar por cima das costas dele as sacolas na bancada – onde?
– Calma – ele riu e chegou mais perto e acariciou meu braço. Meu coração já começava a acelerar com a aproximação.
– Podemos nos beijar de novo? – Eu e a minha (às vezes) querida capacidade de mudar completamente de assunto perguntamos. Ele pareceu chocado e sem fala por alguns segundos, depois apenas soltou um riso de nervoso.
– Agora? O Suga está aqui... – ele sussurrou e eu larguei a lata de bombons no balcão.
– E daí? Você namora o Suga por acaso? – Falei já me exaltando. Como esse cara era escorregadio! Tentei segurar o pescoço dele, mas ele desvencilhou rapidamente.
– O que eu quero dizer – ele falou sussurrando novamente e se afastando para trás conforme eu me aproximava – é que o Suga está realmente aqui! Ele está na porta! – Ele apontou para além das minhas costas e eu me virei.
Aquele branquelo safado estava parado no batente da porta com um celular em mãos, mirando para a gente e rindo de forma que mostrava toda a gengiva, obviamente estava nos filmando ou tirando fotos. Senti minhas bochechas arderem em vergonha. Em desespero, procurei por algo para arremessar nele. Olhei para o balcão e tinha uma faca de cozinha, um pano de prato e a caixa de chocolates.
Fiquei muito tentado a pegar a faca, mas como não sou adepto a violência, peguei o pano de prato – já que desperdiçar meus bombons não era uma opção – e fui em direção dele, que percebeu o que iria acontecer, virou as costas e saiu correndo.
Desisti de correr atrás, só queria ameaçá-lo e meu plano era outro. Voltei até Hope e segurei as bochechas dele com as duas mãos, apertando tão forte uma contra outra para formar um biquinho fofo. Apesar de surpreso, ele não tentou se afastar.
– Eu vou beijar, hein? – Avisei e ele apenas tentou balançar a cabeça para negar – ah, qual é?! – Reclamei ainda sem soltá-lo – é só um selinho... eu prometo.
Nessa condição, ele aceitou. Puxei mais o rosto dele e encostei meus lábios nos dele, que ainda formavam o biquinho ao ter as bochechas apertadas. Assim que uma sensação prazerosa em ondas – como um arrepio desde a nuca e um acalento no peito e estômago – se espalhou pelo meu corpo quando nossas bocas se encontraram, pensei em não cumprir a promessa, eu queria mais! Eu trocaria chocolate por ele!
Eu queria que ele me segurasse também, queria que os braços longos dele envolvessem minha cintura ou que as mãos delicadas segurassem o meu rosto, ou que os dedos finos se enroscassem em meus cabelos, qualquer toque além dos lábios. Mas J-Hope não se mexia e as mãos dele pendiam inutilmente ao redor do corpo. Ele parecia uma pedra ao passo que eu queria espremê-lo, mordê-lo, cheirá-lo! Mas como fazer isso com um ser inanimado que era Hope nesse momento? Impossível!
– Você é mau – falei quando desgrudei nossas bocas, ele ia responder algo, mas minha barriga roncou alto, talvez até ele tenha ouvido, mas não importava, eu estava com muita fome – eu estou com muita fome!
– Vou esquentar nossas comidas – ele falou soltando o ar, as bochechas que eu estava apertando estavam vermelhas quando eu as soltei.
– Tá – virei as costas, cruzei os braços e saí da cozinha mal-humorado, mas não sem antes pegar meus chocolates.
Entrei na sala e Suga estava sentado encolhido no sofá, com as mãos que seguravam o celular apoiadas nos joelhos dobrados na altura do peito. Despenquei ao lado dele e desembrulhei mais um chocolate.
– Quer? – Ofereci e ele balançou a cabeça e pegou um bombom – me diz uma coisa Suga, mas promete que não vai levar na brincadeira.
– Eu não prometo nada – ele falou sem tirar os olhos do celular e eu bufei, ele iria caçoar – anda, fala logo o que você quer saber.
– Ele é gay ou bi? – Perguntei de uma vez, antes de perder a coragem.
– Por que isso importa? – Suga riu e me olhou.
– Só quero saber, curiosidade.
– Ele nunca me falou, mas um dia a Da-Da disse que ele é gay para mim. Ela falou que ele que pediu para contar para mim, porque não tinha coragem – eu ergui as sobrancelhas diante dessa informação. Bem a cara do Hobi fazer isso – então, respondendo à sua pergunta, ele é gay. E você? – Perguntou casualmente e eu ri.
– Sou gay... e você? – Agora foi a vez dele de rir.
– Gay... – ficamos sem falar por alguns instantes, até que YoonGi voltou a falar, quebrando o silêncio – era só isso que você queria saber mesmo? – Me olhou com uma expressão intrigada. Soltei o ar que estava prendendo.
– Não... eu queria saber como perguntar o que eu quero perguntar de verdade...
– Pergunta de uma vez! – Falou sem paciência.
– Como era o ex dele? – Falei e Suga apenas me olhou de lado e ficou me encarando e piscando sem entender.
– Que ex? – Falou por fim e eu fiquei sem resposta.
– Ué...
– Ele nunca namorou, Tae... não que eu saiba – ele olhou para o teto tentando se lembrar – ah, eu nem preciso fingir me lembrar – ele riu – ele nunca namorou ninguém, nem homem, nem mulher – eu teria cuspido se eu estivesse tomando algum líquido. Como assim J-Hope, em toda a sua maravilha e perfeição, nunca havia namorado ninguém? Como um homem desses ficou livre por tanto tempo? – E você, Tae? – Olhei para o branquelo ao meu lado. Por que tudo o que eu perguntava sobre o Hope se voltava para mim?
– Não...
– Então por que a cara de surpresa ao saber que o Hope nunca namorou?
– Porque é diferente, Hobi é lindo e perfeito, todos querem ele, olha o JiMin como exemplo! Já eu ninguém quer.
– Larga de ser bobo, o Hope te quer! Você é um gatinho fofo, miau, miau – Suga miou sem entonação alguma na voz e beliscou minha bochecha – não conta para ele, mas quando te conheci, me interessei por você...
– É, você deixava isso claro, mas mesmo assim pensei que era brincadeira sua, já que você parece flertar com qualquer um – eu ri.
– É porque você é lerdo – ele falou pegando mais um bombom da minha caixa – mas eu realmente flerto com qualquer um – ele colocou o doce na boca e nós dois rimos.
– Vocês viraram tão amigos assim desde quando? – Nos viramos para J-Hope, que vinha em nossa direção carregando com pouca dificuldade as embalagens de comida empilhadas.
– Desde que você resolveu que não queria mais a nossa companhia, faz um pouco mais de três semanas, caso não se lembre – Suga jogou na cara. Hope fez uma careta para ele e se sentou no chão, próximo à mesinha de centro, dispondo a comida ali. Depois disso, puxou minha mão para que eu me sentasse ao lado dele.
Olhei para Suga e vi que ele sorria ao ver Hope me puxar, não era um sorriso provocativo dessa vez, ele parecia realmente feliz.
– Vocês são fofos – YoonGi fez um biquinho e eu corei, olhei de esguelha para Hope e a as bochechas dele também possuíam um tom róseo.
– Aish, vamos comer logo – disse e comecei a atacar a comida. Meu estômago chorava e clamava por algo além do chocolate.
***
– Sobre o que quer puxar minha orelha, Suga? – Hobi perguntou depois que terminamos de almoçar.
– Sobre você me usar para se safar do JiMin! – Falou o Min com um olhar questionador e descontente.
– Ah, é isso... – murmurou Hope parecendo arrependido, fechando os olhos com força – me desculpe, Suga, de verdade... mas como soube? –Hobi olhou para mim, com certeza desconfiando que eu havia o dedurado. Apenas levantei as mãos em rendição, deixando claro que a culpa não fora minha.
– Não interessa, peça desculpas para o JiMin também! – O branquelo o cortou – Assim que você o ver, quero que desminta! – Falou autoritário. Eu concordava com o Suga sobre Hope dizer a verdade para o ChimChim, mas no fundo eu tinha um pouco de medo de que JiMin, sabendo que era mentira do Hope, começasse a insistir mais nele.
– Mas... – Hobi começou, porém o outro o cortou novamente.
– Eu sei que algumas coisas que parecem simples são mais difíceis para você, Hope. Mas diga a verdade para ele, diz que você não o quer e diga o motivo, por mais que ele saiba do motivo e saiba que você não o quer. Você tem que dizer! – Suga encarou Hope nos olhos para dizer aquilo. Se Suga me olhasse assim também, de forma tão autoritária, eu obedeceria, não me arriscaria a fazer o contrário.
– Okay, me desculpe... eu vou conversar com ele... – Hope olhou para o tapete envergonhado. Tão fofo, parecia um garotinho levando bronca da mãe por alguma travessura.
– Agora se beijem – falou Suga mirando o celular para nós dois – AAAAAAI – gritou assim que sentiu o meu chute em sua coxa – doeu! – Falou gemendo e acariciando o local onde eu havia acertado.
– Era a intenção – respondi ríspido.
– Eu só queria uma foto de vocês dois! Não é pedir muito! – disse sentido – vai, por favor, só uma – ele implorou e indicou o número um com o dedo.
– Aish, tudo bem – concordei e Hope me olhou indignado, suspirei desgostoso – mas sem o beijo – completei e a expressão no rosto do Hobi pareceu aliviar.
– Eu não gosto de tirar foto – ele anunciou e Suga revirou os olhos juntamente comigo – não sou fotogên...
– Tira logo, Suga – eu interrompi a fala de Hope apenas para grudar no pescoço dele, colando nossos rostos e Suga, esperto como é, tratou de colocar no disparo automático. Pelo menos, de todas as fotos captadas por segundo, uma talvez sairia fofa, já que Hope tentava me desprender a qualquer custo e colocava a mão na frente do celular a fim de tentar se esconder.
Ficamos nessa por mais algum tempo até eu virar meu rosto e encher a bochecha dele de beijinhos. Hope parou por um momento e eu sorri contra a pele dele, eu sabia que, naqueles poucos instantes, eu teria uma boa foto agora.
– Own, você está vermelhinho! – Gritei, me esquecendo completamente que o Min estava nos assistindo e quando me lembrei, notei que Hope estava ainda mais corado.
Antes de ir embora naquela tarde de sábado, Suga me enviou as fotos. Todas ficaram fofas, mesmo com J-Hope apertando a cara em uma careta ao fazer força para me empurrar. Mas a mais fofa de todas era aquela que Hobi estava recebendo beijinhos meus. Ele estava claramente envergonhado, olhando para baixo, mas os cantos da boca dele estavam flexionados para cima em um sorrisinho tímido.
Depois daquele dia, eu descobri o meu mais novo hobby: deixar J-Hope desconcertado.
Ele ficava fofo.
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