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História Meu querido autor (VHope TaeSeok) - Presentes


Escrita por: _spritecola

Notas do Autor


Ah, queridos leitores! Quanta saudade de vocês!
Me perdoem por não ter aparecido domingo, mas o capítulo não estava terminado (apesar de quase). Minhas aulas começaram com tudo e eu já tenho vários trabalhos para me dedicar além da fic. Mas eu sei que vocês entendem 😘

O capítulo de hoje não tem interação do OTP, infelizmente, mas eu precisava fazer a história andar! Porém, há partes fofinhas!

Boa leitura, nos vemos nas notas finais!

Capítulo 30 - Presentes


J-Hope

No momento, debruçado sobre a escrivaninha, J-Hope se via como a pessoa mais desesperado do mundo, e não era apenas porque não conseguia agir quando estava com TaeHyung quando este estava por perto, mas também porque precisava terminar de escrever um livro e havia acabado de perceber que estava com bloqueio criativo. Ao mesmo tempo que Tae o enchia de inspiração, ainda mais agora que estavam mais próximos do que nunca, Hope não conseguia colocá-la no papel. Ele queria adicionar tudo sobre a relação deles naquela história, sem velar absolutamente nada. À princípio, TaeTae apenas seria o herói daquela história, e Hope escreveria seguindo minuciosamente a famosa fórmula de infanto-juvenis em que o mocinho acaba se apaixonando por uma menina admirável em paralelo ao enredo principal, que é salvar o mundo de alguma ameaça. A famosa história sobre O Escolhido. Porém, HoSeok percebeu ao longo do andamento da história, que tudo o que havia planejado para o desfecho do livro havia se esvaído sem ao menos ter se dado conta. O Jung havia até mesmo se introduzido na história como um personagem não humano que seria capaz de fazer tudo o que ele não conseguia fazer na vida real. E J-Hope sabia: não seria apenas um personagem que ajudaria o herói V em suas aventuras, mesmo que essa fosse sua intenção no começo, mas seria o par romântico dele, porque HoSeok não achava correto que fosse outro. Até porque V era TaeHyung na cabeça dele.

Agora, pensando nisso, Hope sabia o verdadeiro motivo de seu desespero: A editora nunca permitiria uma história com esse pequeno detalhe, uma relação homoafetiva entre os personagens nunca seria aceita pela Jung Edições. Ele sabia que o livro dele era necessário para a empresa, porque se fosse publicado sob a direção de seu pai, este herdaria a editora sozinho. Era essa a condição no testamento de seu avô. Mas o pai de HoSeok nunca aprovaria a obra dele sabendo que o personagem principal é homossexual, ainda mais em um livro para jovens, e, mais do que ninguém, Hope sabia que o livro seria modificado a fim de censurar algo que deveria ser incensurável. O livro seria publicado mesmo assim e a liberdade de expressão seria arrancada do autor. Autor este que iria concordar e abaixar a cabeça, já que sabia que TaeHyung, como seu editor, seria pressionado ou até mesmo demitido se não convencesse HoSeok em concordar.

A Jung Edições era suja. Nem os direitos autorais protegeriam Hope do preconceito do próprio pai, que tinha até o fim do ano para conseguir fazer o filho assinar o contrato, senão o irmão assumiria a direção mais uma vez e a troca de cadeiras nunca iria terminar. Cada um dos irmãos dirigiam a editora a cada dois anos com a missão de lançar Hope como autor, por isso a administração e as finanças da empresa estavam um grande caos de alguns anos para cá. No entanto, nenhum dos dois herdeiros conseguiam abrir mão do império que vovô ChungHo havia construído ao longo de quarenta e cinco anos para o bem da empresa.

Jung HoSeok se perguntou por muito tempo, após a morte de ChungHo, se ele era odiado pelo avô também. Como a pessoa que parecia ser a que mais amava Hope no mundo poderia ter feito algo assim com ele? Jogando-o, ainda adolescente, na briga entre os irmãos e fazendo-o passar por tanta pressão! Mas ele sabia que o sonho do avô, desde quando descobriu o talento e afinidade do neto com a escrita e literatura, era que Hope fosse um famoso escritor, e que ChunHo teria o maior orgulho se a estreia dele fosse na Jung Edições. 

E Jung ChungHo sempre fora um homem capaz de conseguir tudo o que queria. Tanto que, mesmo morto há oito anos, está conseguindo fazer com que HoSeok publique o primeiro livro, mesmo que isso esteja sendo algo extremamente penoso para o neto. Não que publicar uma obra não fosse o sonho de J-Hope, na verdade, isso era tudo que mais queria também, só que não nessas condições. Ele gostaria de fazer a diferença na vida de seus – futuros – jovens leitores. Queria preenchê-los de esperança com uma história que pudesse fazê-los se amarem como são. Algo que Hope estava conseguindo fazer aos poucos, desde que TaeHyung se aproximara dele. Tae estava ensinando-o a se amar como verdadeiramente é.

E J-Hope tinha medo, pois sabia que, no fim, o livro não significaria esperança alguma para ninguém.

***

TaeHyung

– Tae – ouvi a voz de JiMin longe atrás de mim. Parei e olhei para trás, ele vinha correndo pela calçada e se aproximava rápido – Me espera... – falou ofegante, tentando controlar a respiração e finalmente chegando até onde eu estava. Tomou ar por alguns segundos antes de dizer algo – eu... uff, corri de mais, espera... – descansou mais um pouco enquanto eu esperava pacientemente pela fala dele – eu queria falar com você... está ocupado agora?

– Humm, não realmente, estava indo para o shopping comprar algo, quer me acompanhar? – Hope havia me dito que eu não precisava ir hoje (e nem nos dias anteriores) depois do trabalho para a casa dele. Disse que estava atrasado com o livro e que não precisava de distração. Eu havia ficado magoado quando ouvi isso, mesmo ele tendo sido extremamente carinhoso e cuidadoso ao dizer tais palavras. Porém depois eu entendi o lado dele e eu não poderia atrasar o andamento do livro, já que eu mesmo usei essa desculpa com JiMin para ele não ficar no pé de Hope. Era o famoso feitiço sendo jogado contra o feiticeiro.

Além disso, significava que eu me tornara uma distração para ele, e eu estava feliz por isso porque, de alguma forma, eu mexia com ele.

 – Sim, se você não se incomodar – o Park respondeu e eu sorri.

– Claro que não me incomodo, ChimChim – falei – e me desculpe por ter sido grosso com você aquele dia – pedi.

– Ah, vamos deixar isso quieto, eu estava te importunando enquanto trabalhava e eu não sou nenhum santo também – JiMin soltou uma risadinha – eu estava querendo me achar, porque ele estava falando comigo e com você não.

– Hum, você conseguiu me irritar aquele dia – nós rimos e ele deu batidinhas nas minhas costas e se desculpou. Ficamos em silêncio e a cada passo que dávamos, nos distanciávamos cada vez mais da editora.

– Hoje foi bem puxado, né? – Ele quebrou o silêncio e deixou escapar um suspiro cansado – Jin estava uma fera! Só sabia pegar no meu pé! Eu estou cheio de ilustrações do J-Hope para terminar e ele ainda me manda mais um projeto, agora de um livro infantil – assobiei, livros infantis eram praticamente feitos de ilustrações, daria muito trabalho.

– Qual ilustrador contrataram? – Perguntei e ele me olhou manhoso, fingindo um choro.

– Esse é o problema, Jin insiste que a editora tem que cortar gastos e ele quer que eu ilustre, mas eu não vou conseguir! Não vou dar conta! – Ele me parou e me abraçou – eu estou desesperado, Tae! Não vai dar tempo! – Acariciei os cabelos de JiMin e sorri em constatar que ele era uma pessoa que perdoa fácil. Fico feliz que ele não esteja mais chateado comigo. Eu gostava muito dele e não queria me afastar.

– Calma, ChimChim, converse mais uma vez com Jin, ele vai entender. Ele deve estar desesperado também, se ele te pressiona é porque está sendo pressionado igualmente. Talvez ele consiga mais tempo para esse livro e te deixe com mais tempo para se dedicar com as ilustrações do Hope.

– Eu queria entender o porquê de o livro do J-Hope ter um prazo tão pequeno! – Falou se desprendendo de mim e voltando a caminhar – Você sabe que não vai dar tempo, né, Tae? – Ele me olhou compadecido e eu me senti abater.

– Não seja pessimista, ChimChim – falei cabisbaixo, mas no fundo eu sabia que ele tinha razão.

– Estou sendo realista! Logo julhos está aí, só temos um pouco mais dois meses e não existe projeto editorial algum, porque nem pronto o original está!

– Eu sei – agora foi minha vez de pará-lo e abraçá-lo, fingindo choro. Mas a vontade de chorar de verdade, sair correndo ao puxar os próprios cabelos era enorme – será que eu vou ser demitido por causa disso? Digo, se não conseguir o original pronto para ser lançado ainda nesse semestre?

– Seria injusto se fosse, você tentou o que pode e conseguiu convencer o Hope, você não tem culpa se o livro que eles querem publicar não existe ainda! Você é editor e não mágico.

– Obrigado, ChimChim – apertei ele um pouco mais antes de soltá-lo.

– Vamos logo para o shopping, vamos esquecer um pouco o trabalho! – Ele pegou minha mão e saiu me arrastando por entre as pessoas no caminho, em direção à estação.

***

– Por que quer esse cacto, Tae? – JiMin falou pegando o vasinho da minha mão e o analisou.

– Ah, é só um presente... – eu estava louco para espalhar para Deus e o mundo que estava rolando algo entre mim e Hobi e que o cacto era para ele, mas o Park não precisava saber disso agora, não queria ferir os sentimentos dele mais uma vez. Não saberia como ele iria reagir. Eu ia esperar que J-Hope obedecesse Suga e conversasse com ele primeiro.

– Para quem? – Perguntou curioso e eu já estava prestes a mentir quando ele acrescenta – para o Hope?

– O que? Não...

– Ah, para de mentir! – Ele me interrompeu – eu sei que é para o Hope, já vi um igual no quarto dele! – eu o olhei indignado ao ouvir que já esteve no quarto do J-Hope, mas ele continuou falando, sem me deixar questionar – já faz quase uma semana desde que vi vocês abraçados daquele jeito, caí na real que eu nunca teria chance alguma, chorei o que tinha que chorar e estou superando super bem – saber isso fez meu coração ficar um tantinho mais leve, mesmo ouvindo que ele havia chorado por causa de apenas um abraço que viu, mas JiMin estava me dizendo também que estava desistindo, e parecia compreender.

Suspirei longa e profundamente antes de falar o que eu queria. Eu o arrastei até um banco que havia no pavimento do shopping e o puxei para se sentar ao meu lado.

– JiMin, eu gosto muito de você, de verdade, você é um ótimo amigo e eu deveria ter sido sincero com você. Me desculpe por não ter falado antes, quando me perguntou se eu gostava dele também. A resposta era sim, mas naquele momento eu nem havia me dado conta ainda... eu negava até para mim mesmo, mas eu sentia muito ciúme quando vocês estavam juntos, se dando bem – eu falei tudo de uma vez e quando cheguei na última parte, ouvi uma risadinha maldosa vinda do Park.

– Eu sei, eu notava, eu disse que não era santo... gostava de te provocar e esfregar isso na sua cara, mas eu fazia essas coisas porque achava que você estava tentando algo com ele pelas minhas costas! – Eu arfei e arregalei os olhos em surpresa, mas ele não me deixou explicar – eu sei, eu sei, depois eu notei que você era só um tapado... 

– Ei! – O repreendi e formei um bico com os lábios.

– Vai dizer que não é? – me desafiou, com as sobrancelhas arqueadas e um sorriso de lado, sarcástico – você mesmo disse isso, só não com essas palavras.

Ponderei mais um pouco e tive que concordar. Eu era realmente um tapado, ainda sou. Ele riu com a minha derrota e se levantou, estendendo a mão para me ajudar a levantar também.

– Vamos, eu também quero comprar uma coisa... – anunciou e saiu andando, me fazendo ir atrás.

– Que coisa? – Indaguei curioso.

– Um presente.

***

Suga

Assim que avistou a pessoa que entrara pela porta do café, Suga quis se abaixar e se esconder atrás do balcão. Queria fingir que não estava ali, talvez o rapaz fosse embora desse jeito. Porém, já era tarde demais, JiMin já lhe sorria, acenava e vinha em sua direção com pulinhos graciosos, chamando a atenção de quase todos os clientes que tomavam seus cafés gelados em mais uma tarde abafada de primavera.

Pelo sorriso do Park, Suga soube que Hope ainda não havia conversado com ele e desmentido aquela história sobre YoonGi ter algum tipo de interesse romântico pelo garoto fofo de cabelo rosa desbotado. Por mais que naquela noite de sexta-feira, o Min tenha tentando dizer a verdade, que nunca teve qualquer sentimento por ele, JiMin não quis acreditar, e ainda disse rindo para que Suga parasse de ser bobo, pois não precisava se envergonhar por conta disso.

– Anneyo, Suga hyung! – JiMin ainda estava com um grande sorriso no rosto.

– Olá, JiMin – Suga se certificou de lembrar para não chamá-lo mais de gatinho e agora iria se controlar com os flertes bobos que fluíam facilmente de sua boca para qualquer pessoa que conversava. Ele não queria mais desentendimentos – qual o seu pedido? – Disse já com uma caneta e um bloquinho em mãos para anotar, tentando não criar brechas para conversinhas.

Suga viu Park desfazer quase que completamente o sorriso radiante de antes e manter um bem mais sem graça, tentou não se sentir culpado pela rispidez, mas, a essa altura, já estava se sentindo o pior monstro do mundo por ter feito o sorriso do outro se apagar.

– Ah, deixa pra lá – Suga continuou em um tom brincalhão desta vez, tentando consertar o que havia dito – só dou essa cortesia para sorrisos bonitos – mentiu sobre a bebida gratuita, mas ao ouvir isso, JiMin voltou a sorrir, porém timidamente desta vez.

– Então eu gostaria do mesmo daquela vez – Suga concordou com a cabeça e colocou-se a preparar o café, se mantendo em silêncio nesse tempo.

– Hyung, isso é pra você – o Park estendia uma caixinha azul marinho em papelão, envolto com um lacinho branco arrematado no topo – obrigado por aquele dia, você foi muito gentil e atencioso.

O Min ficou sem reação por alguns segundos, encarando aquela caixinha de presente sendo segurada por dedos pequenos e roliços. Isso não vai dar certo, pensou antes de pegá-la da mão de Park.

– Eu procurei o menos feminino possível – ele sorriu sem jeito e Suga ficou curioso quando ouviu o que o outro falou sobre a lembrancinha. O que poderia ser?

 – Wow! Isso é muito fofo – enfim se manifestou quando abriu a caixinha e encontrou um pingente prateado de um gatinho esticado agarrando um novelo de lã, representado por uma pedrinha arredondada branca. Suga não usava esse tipo de coisa, mas não podia negar que era muito amável, tanto o pingente quanto a atitude de Park – obrigado, JiMin.

– Que isso – o rosado negou com a mão – que bom que gostou! O Tae me ajudou a escolher! Ele disse que nunca te viu usar algum acessório, mas, mesmo que não use, quis dar porque achei que combinava com você...

– Eu não sou de usar essas coisas mesmo, mas seria legal como um chaveiro – Suga balançou o pingente, sorriu e piscou para JiMin, que lhe devolveu um sorriso ainda maior.

YoonGi, deixou o gatinho dentro da caixinha sobre o balcão e voltou a atenção para o café que preparava. Sorriu novamente, só que sem perceber que o fazia, enquanto pensava.

Ter JiMin por perto não parecia ser uma ideia tão ruim afinal...

***

TaeHyung

– Ah, não está tão tarde! – Falei sorrindo para o Kookie que andava ao meu lado. Estávamos siando da faculdade, as aulas da noite já haviam acabado e andávamos até os dormitórios.

– Engraçado que quando é para fazer algo comigo, está tarde, mas quando é para correr atrás do J-Hope, ainda é cedo, né? – Falou irritado e empinou o nariz, pisando duro e apertando os passos, virando-se para a direção oposta de onde eu iria. No intervalo das aulas, JungKook me chamara para assistir alguns episódios de animes depois da faculdade, mas eu havia recusado.

– Desculpa, Kookie – gritei para que me ouvisse – vamos marcar outro dia! – vi ele balançar a cabeça em negação, mas se dando por vencido – amo você!!!

Ele se virou e gritou em resposta:

– Só que eu não te amo mais – mostrou a língua – mas aproveite então! – Me lançou um beijo soprado, risonho, e voltou a andar em direção onde os dormitórios estavam, enquanto eu seguia até a estação.

Já era tarde e eu não havia avisado Hobi que eu estava indo para o apartamento dele. Talvez ele se chateasse comigo por atrapalhá-lo a escrever, mas já era noite e ele teve o dia todo para isso. Ele teria que ter um tempinho para mim.

Eu estava com saudade e tinha um presente para ele. Era a vez dele de pintar um vaso. 


Notas Finais


Ah, Hope... espero que um dia aprenda que ninguém é obrigado a nada e para tudo sempre tem uma saída!

Pois então, acho que vocês notaram, mas estamos nos encaminhando para o desfecho :( Calma, não vai acabar de repente, tem algumas coisas que ainda vão acontecer e pontas soltas que precisam ser arrematadas! Mas é que muitos me pediram para eu avisar quando o fim se aproximasse e, bom... o fim está cada vez mais próximo!
Sobre o próximo capítulo, provavelmente, não sairá no domingo, porque não tenho nada escrito. Acho que não conseguirei manter duas atualizações por semana, mas sempre tentarei!!

É isso! Beijinhos, não me abandonem e até mais!!
٩(♡ε♡ )۶


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