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História Meu Querido Professor - Na ponta dos dedos.


Escrita por: musta1n3

Notas do Autor


Oláá leitoras lindas, não, isso não é uma miragem. Eu realmente estou atualizando rápido ashuhe
Amei todos os comentários do capítulo passado <3 Vou responder daqui a pouco
Espero que gostem desse capítulo, que é um dos meus favoritos.
Links nas notas finais.
Beijão <3
Boa leitura.
(Diana na capa)
ALIÁS, GENTE EU FIZ UM TRAILER PRA FANFICC
LINK NAS NOTAS

Capítulo 7 - Na ponta dos dedos.


Fanfic / Fanfiction Meu Querido Professor - Na ponta dos dedos.

Diana entrou na sala e sentou-se na cadeira que ficava na frente de Pirlo. Era uma situação estranha, estavam apenas os dois ali, sozinhos. Ela abriu o caderno, enquanto Pirlo levantava-se em direção ao quadro. Ele riu e mexeu no cabelo.

- Já pode fechar o caderno, Sra. Fritzenwalden. – Pirlo deixou o giz na mesa, rindo, não seria justo dar aula apenas para uma aluna, durante uma hora. A justificativa da detenção também não parecia verídica.

- Então se não vamos ter aula, o que faremos durante uma hora? – Riu junto ao professor, que sentou ao seu lado em uma das carteiras.

- Conversar, que tal? Dialogo também é uma forma de adquirir conhecimento. – Lembrou o mesmo.

- Ótimo! – Se entusiasmou. – Então, posso começar com uma pergunta? – Ela sempre quis perguntar isso. Mas, em toda oportunidade que tinha, esquecia. Ele confirmou com a cabeça. – Qual o seu autor favorito? – Diana colocou seus braços sobre a carteira, onde em cima deles descansou seu queixo, enquanto prestava total atenção em Pirlo, que se entusiasmou com o questionamento.

- É algo bem difícil para um professor de literatura responder. Amo a literatura alemã, igualmente como a inglesa. São as minhas favoritas. Admito que sou um homem de clássicos, então entre meus favoritos estão; Goethe, Shakespeare, Emily Brontë, Edgar Allan Poe, Thomas More, Aldous Huxley, Schiller... Eu poderia passar um bom tempo falando sobre eles. – Ele sorriu de canto e a jovem correspondeu.

- Seu gosto é impressionante professor. Não esperava por menos. 

- Obrigada! E você, o que a cativa na literatura? – Curioso, queria ouvir o que ela tinha a lhe dizer.

- O Que quer dizer "cativar"? – Diana exclamou e Pirlo riu.

- E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas... - Ele completou, olhando para Diana que apreciava sua voz a citar cada palavra.

-, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo – Ambos completaram a clássica cena. Ficaram calados por uns segundos, absorvendo tais frases.

- O Pequeno Príncipe. – Ambos riram.

- Amo esse livro, é uma pena que tenha deixado junto com outras obras em minha cidade Natal. Me trás tantas boas lembranças. – Um traço melancólico envolveu Diana, que pensou rapidamente em sua casa, família, amigos.

- Eu tenho uma cópia em meu dormitório, posso lhe emprestar!

- Adoraria! Prometo cuidar fielmente. Poderá levar hoje ao moinho mais tarde?

- Ah, o Erik não falou? Kroos perdeu a chave do local. Ele tem uma cópia, mas Erik perdeu pelo quarto. Então hoje não vamos ter como entrar. – Anunciou o italiano. Diana escondeu o desapontamento, já estava acostumada com a companhia dos colegas todas as noites e gostaria muito do livro. – Mas... vai estar ocupada mais tarde? – Receoso ele a questionou, com medo de que o entendesse errado.

- Creio que não.

- Não me leve a mal, por favor. Mas se você quiser, pode passar em meu dormitório mais tarde e eu o entrego. Levaria até você, mas seria muito arriscado alguém ver um professor no dormitório feminino e no bloco dos professores não tem segurança, pela noite. Meu Deus, isso era um segredo. – Ele riu. Por um momento Diana achou a ideia um pouco absurda. Mas enquanto Pirlo ia explicando, conseguia entender melhor. Mesmo um pouco receosa, ela aceitou.

- Sim. Tudo bem e relaxe, não o entendi mal. – Ela riu o deixando mais a vontade. Logo Diana suspirou e ergueu o corpo novamente para responder o questionamento principal de Pirlo.

- Respondendo a sua pergunta... Eu amo qualquer forma de arte; pinturas, música, dança, poesia, etc. A literatura me encanta de uma forma que eu não sei explicar. Todo esse universo me faz viajar, me apaixonar por cada personagem, por cada obra. Os sentimentos, as metáforas, os jogos de palavras, o oculto, o profundo. Isso me cativa. – Enquanto falava parecia que a jovem viajava, passeando seus doces olhos azuis pela grande sala, vazia.

- Compartilho do mesmo pensamento. Eu tenho a teoria que o nosso corpo precisa de alimentos, mas o alimento da alma é a arte. Seriamos nos dois alimentados pela poesia? – Indagou Pirlo para aluna que parecia realmente interessada em casa palavra que o mesmo dissera.

- O homem deseja tantas coisas, e, no entanto precisa de tão pouco. – Citou Diana.

- Goethe! – Exaltou a citação da aluna. - No seu ponto de vista, o que seria o pouco?

- As coisas que realmente valem a pena. O que guardamos dentro, os sentimentos. – Sorriu docemente enquanto tirava uma mecha do seu cabelo que insistia em deslizar por seu rosto pleno. Pirlo sorriu com as palavras e com a suavidade tão verdadeira com que eram ditas.

(...)

As horas passaram rapidamente. Ambos conversaram tão animadamente, que não viram elas se passando. Gozaram da companhia um do outro, onde compartilharam gostos e desfrutaram da conversa que parecia não ter fim. Mas, perceberam que era hora de ir quando as luzes começaram a se apagar automaticamente. Diana olhou o relógio e disse:

- Olha como já está tarde, professor! – Surpreendeu-se com a duração da falácia com Andrea. – Temos que ir. – Diana levantou-se indo em direção a porta, Pirlo seguiu seus passos.

- O tempo realmente parece passar com mais avidez quando estamos desfrutando de ótima companhia. – Ele sorriu tímido.

- Concordo plenamente com o seu ponto de vista. Então, eu já vou indo professor... – Ela sorriu enquanto o professor recolhia as suas coisas.

- Ok! Então eu a vejo mais tarde, certo?

- Oi? – Diana perdida em meio a alguns pensamentos, se via perdida.

- O livro...

- Sim! O livro! Até mais tarde professor. – Ela escondeu o nervosismo e saiu da sala andando apressadamente pelo corredor. Estava um pouco escuro. Via alguma das amigas de Nina por ali, elas lhe causavam certo medo depois do último ocorrido em sala de aula. Diana voltou para seu quarto, estava cansada e precisava de um cochilo antes que a noite caísse. Mas o fato de ir até os aposentos de Pirlo naquela noite pairava em sua mente.

 (...)

As aulas já haviam acabado e os jovens passeavam pelo campus. Erik tentava animar Kroos que estava bastante cabisbaixo. Junto a Bastian e Reus, os amigos estavam deitados na grama do jardim, olhando o dia em seu fim. Toni andava evitando os corredores temia encontrar Polexia e Holger. Cada vez que os via era uma facada em seu peito. Contudo, havia algo estranho ali. Aquela Polexia que ao lado de Holger andava pelos corredores, não era a mesma mulher que conheceu em Munique. Seu semblante era triste e em nenhum momento foi capaz de ver aquele belo sorriso novamente em sua face.

O que estava acontecendo? Teria algo por trás ou isso era apenas uma ilusão da sua cabeça? Isso o fez pensar nela, nos momentos felizes que passou ao seu lado. Agora estava ali, sofrendo por uma mulher que não era sua, que estava prometida a outro. Naquele momento, um rápido desejo de nunca ter a conhecido pairou em sua mente, mas ele sabia que isso era mentira. Jamais desejaria não ter vivido aquele lindo dia.

Toni saia de sua cabine do trem que o levaria para Munique. Noite agradável e gélida. Era hora do jantar e o mesmo estava morrendo de fome, enquanto passava pelos corredores das cabines da primeira classe. Adorava viagens de trem, tinham uma atmosfera diferente. Cada vez que passava por uma cabine não poderia deixar de dar uma bisbilhotada nas diferentes vidas que ali estavam. Mas, foi na última cabine daquele longo corredor, que algo, melhor, alguém; tirou a sua atenção.

Ela penteava seus médios cabelos ruivos, presa em seu próprio mundo. Quando aqueles angelicais olhos azuis encontraram o do alemão, que automaticamente deu um sorriso leve, ela também correspondeu, deveras envergonhada. Toni seguiu seu caminho, percebendo que nunca mais a veria, já que desembarcaria na manhã seguinte. Era uma pena.

Depois do jantar seguiu caminho até a plataforma sem cobertura do trem, queria tomar um ar fresco. O vento era frio e a noite solitária, mas sentiu uma presença e ao olhar para o lado, aquela mesma ruiva ali estava, olhando na mesma direção que ele olhava há segundos atrás.

- Não é engraçado? – Ela simplesmente disse, com aquela voz que parecia o mais belo canto de uma sereia.

- O que seria engraçado? – Toni respondeu, esperando qual seria sua bela resposta.

- Tudo passa tão rapidamente. A paisagem vista de um trem. A própria vida. – Ela virou-se para ele, com aqueles olhos, aqueles olhos que mais pareciam retirados de uma pintura renascentista, com cores que ele mesmo não se arriscaria a dizer. Como lindas janelas, com a mais bela paisagem que poderia observar por toda a vida. – Prazer, Polexia. – Ela estendeu a mão para o loiro que a segurou com delicadeza.

- Toni. Toni Kroos. – Deu um sorriso que foi correspondido imediatamente.

E ali se iniciou um papo que duraria a noite toda. Toni a convidou para tomar um café no pequeno restaurante do trem. Ela era curiosa, o questionava sobre sua vida. Entretanto, não falava muito sobre si. Ele apenas sabia que a mesma também estava indo para Munique encontrar uma amiga, Penny Lane.

- De onde você vem? – Toni acendeu o cigarro da ruiva que estava sem fogo.

- Você nunca descobrirá! – Ela riu, fazendo segredo.

Enquanto Toni pensava nos momentos passados, tudo fazia sentido para ele naquele momento. Não sabia mais de nada, tudo estava tão perdido em sua cabeça. Mas sabia de uma coisa, que iria apagar todos esses momentos de sua mente, custe o que custar.

O céu começava a ficar escuro e os amigos viram que era hora de ir. Bastian também estava chateado naquela tarde. Talvez fosse pelo fato de que Sarah, sua namorada, ainda não tivesse voltado da sua longa viagem. Não disse quando retornava e isso estava matando o alemão, que era cegamente apaixonado pela loira. Ao chegarem à ala masculina, Zlatan disse que havia um telefonema para Bastian.

- É a Sarah, eu acho. – Zlatan deu de ombros e voltou para o seu quarto. Bastian correu até o telefone e atendeu entusiasmado.

- Sarah! Meu amor! Eu estou morrendo de saudades, suas férias chegaram ao fim? – Esperançoso, o alemão a questionou.

- Bastian, meu amor. Eu liguei para avisar que demorarei mais uma semana. Houve um problema aqui em Paris. Liguei apenas para não deixa-lo sem notícias, espero que entenda. Eu amo você, docinho. – Mesmo triste com a notícia, Bastian queria ver sua menina feliz.

- Tudo bem, meu amor. Apenas estou com muitas saudades, espero vê-la em breve.

- Logo eu estarei ai. Um beijo, eu te amo.

- Eu também te amo. – Logo o telefone se fez mudo, deixando apenas Bastian calado e pensativo.

O loiro entrou para seu quarto, sem ter muito que fazer. Estava tarde e todos estavam indo para seus aposentos. Erik e Reus estavam na sala de jogos, disputando uma partida de bilhar enquanto Toni ficou no quarto, tentando melhorar seu humor, mas batidas na porta tiraram a sua concentração. Talvez fosse Erik que esqueceu sua chave ou Reus, a procura do seu caderno. Mas não, não era nenhum dos dois. Ao abrir a porta, com seu olhar cansado, levou uma grande surpresa. Então novamente aquele mesmo olhar que o encantou em um trem para Munique estava o olhando novamente. Dessa vez era um olhar diferente.

- Posso entrar, Toni? – Polexia pedia acesso ao loiro. – Precisamos conversar.

(...)

Diana arrumava-se diante ao grande espelho que havia no quarto. Retocou seu rímel e sorriu, estava bom. A jovem usava um belo e simples vestido amarelo bebê com mangas e um discreto decote. Passou seu perfume favorito e deu uma última arrumada no cabelo, estava pronta e com medo. Medo de que alguém a encontrasse pelos corredores, que principalmente a encontrassem na porta do professor.

A jovem suspirou fundo e saiu de seu quarto para ir até Pirlo. Estava nervosa e não sabia o porquê, afinal ela apenas buscaria um livro com o mesmo. Mas não poderia negar que o mesmo causava arrepios em seu corpo. Pirlo era um homem bonito, charmoso e inteligente, como não poderia despertar o seu interesse? Entretanto, não alimentava qualquer esperança com o mesmo, pois era obvio que a via apenas como uma aluna que gostava de sua matéria. E ela também não se via além disso.

Deu umas rápidas olhadas, estava vazio, ótimo. Correu pelos corredores com cuidado até que chegasse ao bloco masculino. O andar dele era o primeiro, logo chegou ao quarto 21. Respirou fundo e bateu levemente na porta do italiano, que rapidamente abriu. Diana perdeu o ar por alguns segundos, ele estava lindo com aqueles óculos de leitura e suéter azul escuro. A convidou para entrar e ela o respondeu com um sorriso.

Pirlo por outro lado, tentava não mostrar como estava encantado com a beleza dela naquela noite, não era apropriado. A forma como o vestido amarelo caia sobre suas curvas discretas e os seus traços delicados estavam mais destacados do que nunca.

- Por favor, sente-se. Não repare na bagunça. – Ele riu e ela o correspondeu. – Ainda estou na procura do livro. Professores de literatura. – Ironizou seu próprio jeito.

- Leve o tempo que quiser.  - Seu olhar pairava observando cada detalhe daquele canto que era tão característico dele.

A jovem sentou-se na poltrona de couro perto da mesa do mesmo. Enquanto Pirlo continuava a procurar, ela observava o seu quarto, que era bem grande. Tudo ali era bem a cara do mais velho; a vitrola que tocava algumas músicas francesas, a grande prateleira cheia de livros, que o mesmo vasculhava, sua cama impecavelmente arrumada e a mesa bagunçada, cheia de provas, livros, anotações aleatórias. Era tudo muito interessante. Ela também observou que entre muitos papéis, escondida no canto da mesa, havia uma máquina de escrever.

- Também escreve? – Surpresa ela se dirigiu a mesa, tirando os papeis de cima do objeto, delicadamente.

- Sim, um pouco. – Logo Pirlo se fez presente atrás da jovem, que sentiu um arrepio percorrendo toda a extensão do seu corpo com a aproximação, por mais que estivesse de costas, com aquela voz grossa que dizia cada palavra suavemente.  – Gostaria de ler? – Ela consentiu.

Pirlo pegou algumas coisas em que estava trabalhando e entregou a Diana, que junto ao professor, sentou em um dos dois bancos que ficavam pertos da mesa. A moça de cabelos claros começou a folhear as páginas, muito curiosa para saber sobre o que se tratavam tais obras. A música soava pelo ambiente, ele era de um gosto incontestável para músicas. Havia muitas coisas interessantes, filosofia e romance. Diana estava encantada com tal sensibilidade com que ele descrevia suas personagens. Seria sobre alguma namorada? Esposa? Não sabia quase nada sobre a vida intima do professor, o que era compreensível. Tudo o que se passava em sua mente não passara de suposição, ou mera idealização.

- É simplesmente... lindo! – Ela sorria para o professor encantada com cada palavra das obras.

- Obrigada. Sua opinião é muito gratificante para mim. Eu escrevia muita filosofia, algumas pesquisas e outras coisas. Romance eu estou explorando atualmente, tenho uns projetos futuros, mas ainda não me sinto preparado para iniciar.

- Conte-me mais sobre tais projetos. – A curiosa Diana novamente direcionava meus belíssimos olhos para o charmoso professor. Pirlo mexeu nos cabelos, um pouco envergonhado.

- Bom, não acho que é apropriado. É um pouco... erótico. – Ele abaixou o olhar, estava ruborizado.

- Não tenho qualquer problema com isso, Pirlo. – Ela também riu, riu de sua ousadia em dizer tais palavras. O professor se surpreendeu com a resposta, não esperava. Mas não poderia dizer que não gostou.

Diana voltou sua atenção novamente para os escritos. Estava fascinada com o talento do mais velho. Deixou uma das folhas em cima da mesa, mas quando percebeu, seus dedos tocavam a mão de Pirlo que sentiu o toque. Ela olhou de relance para o italiano que também a observava. Era impossível não olhar. A jovem deixou os papéis em cima da mesa e aos poucos seus olhares se encontravam.

- Por que razão, Romeu, és tu “Romeu”? – Pirlo em quase um sussurro citou enquanto desviava o olhar de Diana. Citou Shakespeare, pois nunca pareceu tão certo. Por que razão ela era tão... ela?

- Eu tomo a tua palavra. Não mais serei “Romeu” daqui em diante, Batiza-me de novo como “amor”. – Ela completou, fazendo ele a encarar novamente. Mas dessa vez era um olhar diferente

Em um silencio constrangedor ambos se olhavam, como se esperassem alguma coisa. Algum gesto, algo que sinalizasse qualquer coisa. Era inapropriado que qualquer uma das partes o fizesse. O peito da jovem alemã batia forte, lábios trêmulos e quase inexperientes.  A música ironicamente criava o clima perfeito, mas a as circunstancias não poderiam ser piores. Uma aluna. Ia totalmente contra toda a sua ética. Ela sorriu de canto, seria esse um sinal?

Je ne sais pas qui tu peux être, je ne sais pas qui tu espères. Je cherche toujours à te connaître et ton silence trouble mon silence.

Eu não sei quem você pode ser, eu não sei quem você espera. Procuro sempre te conhecer e seu silêncio perturba meu silêncio.

Pirlo retirou aquela mecha que descia lentamente por seu rosto. Era arriscado. Diana estremeceu com o toque a acariciar seu rosto. Naquele momento, nunca quis tanto tocar tais lábios que pareciam tão rosados e convidativos. Lábios que deveriam ter gosto do mais doce vinho. Um delicioso vinho italiano.

Je ne sais pas d'où vient le mensonge, est-ce de ta voix qui se tait. Les mondes où malgré moi je plonge, sont comme un tunnel qui m'effraie.

Eu não sei de onde vem a mentira, é de tua voz que se cala. Os mundos onde, contudo eu mergulho são como um túnel que me assusta.

Aos poucos se aproximou do rosto, tão puro e pleno, da jovem. Seus olhares estavam conectados e os lábios. Ah, os lábios, tão nervosos e implorando por um contato. Uma linha tênue entre o clamor e o temor. Suas testas coladas evidenciavam o que estava por vim. Os lábios que agora tão próximos que se roçavam, os deixando a margem do pecado.

De ta distance à la mienne, on se perd bien trop solvente. Et chercher à te comprendre c'est courir après le vent.

De sua distância em relação a mim, se perde sempre muitas vezes. E procurar-te entender é como correr atrás do vento.

Diana fechou os olhos lentamente, igualmente a Pirlo, que finalmente os uniu definitivamente. Os selando e logo dando espaço para um beijo, Oh Deus, um beijo de verdade. Sentia-se um adolescente, era como ela o fazia sentir. Doces lábios da jovem donzela, lábios compostos das mais belas frutas vermelhas. Suas bocas dançavam o mesmo ritmo, uma bela canção cheia se sensualidade. Diana tocou com seus finos dedos levemente sobre a barba de Pirlo, aquele rosto que guardaria com carinho.

Je ne sais pas pourquoi je reste dans une mer où je me noie. Je ne sais pas pourquoi je reste dans un air qui m'étouffera.

Eu não sei por que eu fico em um mar onde eu me afogo. Eu não sei por que eu fico em um ar que me sufoca.

Sua língua percorria toda a extensão da boca macia de Diana, que chupava levemente dos lábios do professor. A troca de carinhos com a união das bocas fluía perfeitamente, fazendo com que ambos desejassem que aquele momento nunca tivesse seu fim de fato. Mas não poderiam passar a noite inteira naquele sonho proibida. Na verdade, talvez pudessem.

Tu es le sang de ma blessure, tu es le feu de ma brûlure. Tu es ma question sans réponse, mon cri muet et mon silence.

Você é o sangue da minha ferida, você é o fogo da minha queimadura. Você é minha pergunta sem resposta, meu grito mudo e meu silêncio.

Ambos se afastaram delicadamente, fazendo o gesto com dificuldade. Pirlo não se conteve e roubou-lhe mais um pequeno beijo, que a menor não recusou. Mas agora definitivamente separados, se olhavam, novamente no mesmo silencio de antes. Pirlo acariciou a bochecha ruborizada da jovem, envergonhada, e disse:

- Por que razão és tu, Diana? – Em um sorriso tímido, ela o tocou a mão.

 

Horas profundas, lentas e caladas
Feitas de beijos rubros e ardentes,
De noites de volúpia, noites quentes
Onde há risos de virgens desmaiadas...

 

Os meus lábios são brancos como lagos...
Os meus braços são leves como afagos,
Vestiu-os o luar de sedas puras...

Sou chama e neve e branca e misteriosa...
E sou, talvez, na noite voluptuosa,
Ó meu Poeta, o beijo que procuras!

Florbela Espanca no "Livro de Sóror Saudade"


Notas Finais


ATÉ QUE ENFIM!!!
O OTP SE BEIJOU <3
O que acharam? Obrigada por acompanharem, beijão. Até o próximo. (não vai demorar tbm).
Link: https://www.youtube.com/watch?v=suHf_o5RQ-Q - Françoise Hardy - La Question.
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=TGdh5VWENvc


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