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História Meu Segurança Particular. - Atrevimento excitante.


Escrita por: UvinhaLee

Notas do Autor


Melhor capítulo. Só digo isso.
#Nalu #Gale

Capítulo 62 - Atrevimento excitante.


Fanfic / Fanfiction Meu Segurança Particular. - Atrevimento excitante.

Gajeel continuava encarando a garota, atônito, enquanto ela dedilhava as cordas da guitarra no centro do palco ao ritmo do blues. Aquela cena era simplesmente surreal, ele não imaginou que veria algo parecido nem em um milhão de anos. Alguém tocando blues no meio de um show de rap. Ela certamente o fazia lembrar-se de Reedus, o cara que o salvou na noite em que quase morrera, que inovava sua música como bem entendia, sem se importar com as críticas. Ele não sabia se eram as luzes dos holofotes do palco ou se eram apenas seus olhos... Mas a azulada estava reluzente como um anjo.

Uma leve cotovelada na lateral de sua costela foi o que trouxe à de volta a si quando ele virou e viu Gildarts ao seu lado.

- O que está esperando, Gajeel?! Vai logo pro palco! – Disse Gildarts aproximando-se da orelha do rapaz quase cochichando. O empresário também costumava acompanhar os shows de perto, mesmo que não fizesse parte da equipe mais íntima da cantora, como Gajeel e Juvia, que estavam com a garota quase o tempo inteiro.

- Gildarts, o que raios a Levy está planejando? – Disse ele quase em pânico.

- Eu também não sei. Mas ela costuma ter ideias geniais quando age impulsivamente, então... – O moreno fitou o empresário da garota com um olhar irônico fazendo o rapaz corrigir-se imediatamente. – É. Tudo bem. Nem sempre. Mas o que está feito está feito! Vá de uma vez! Ou quer que ela fique constrangida na frente de todos?! É o que prefere?!

- Argh. – Ele vira e dá um passo em direção a ela.

- Ói. – Gil praticamente agarra o braço do rapaz, que o fita com sobrancelha franzida. – Onde pensa que vai vestido assim?! – Pergunta Gil encarando o moreno com olhos um tanto arregalados. Ele também parecia ligeiramente afobado e ansioso com a situação que Levy o colocou e estava claramente tentando pensar rápido em alguma estratégia.

Ele sempre tinha que se virar em mil para amenizar quaisquer consequências das decisões da rapper, mas ele sabia que no fim sempre tinham repercussão positiva de alguma forma. Ele ainda era seu empresário, não era à toa.

- O quê?

- Tire esse paletó! Quer que todos vejam que está aqui como segurança?!

- E não estou? – Gil começa a despir o moreno. Ao menos foi o que pareceu a quem via de fora.

- Ói, o que está fazendo? – Gil puxou a camisa do Redfox, desensacando-a bagunçou sua gola, deixando-a levemente levantada. Gajeel praticamente se debatia estranhando o comportamento do rapaz, até que ele se explicou.

- Fazendo com que pareça que foi tudo combinado. – Disse enquanto deixava o rapaz o mais “eu estava esperando por isso” possível. – Não queremos notas sobre como a Vikky McGarden resolveu subitamente cantar uma música com o seu segurança enquanto ele ainda exercia a sua função. – Ele se afasta e olha o rapaz de cima a baixo. – Ótimo. – Disse analisando o resultado de seu “trabalho” na aparência de Gajeel. – Agora desabotoe alguns botões da sua camisa e deixe o seu peitoral à mostra. Será estranho se eu fizer isso, então... – O Redfox arqueia a sobrancelha e olha para si antes de voltar seu olhar ao empresário.

- Pra quê?

- Apenas confie em mim. Quer tirar proveito da situação ou não? As garotas gostam disso, apenas faça o que eu disse. – Disse Gildarts empurrando o moreno em direção ao palco enquanto o segurança de Levy, sem saída, tratava de fazer o que Gil havia instruído e abriu ao menos três botões de sua camisa.

Ele nunca havia sentido isso, nem mesmo em sua primeira apresentação no bar da Mira. As pessoas da plateia eram incontáveis e se misturavam em um mar de mãos levantadas e pulseiras luminosas balançavam por toda a parte. Ele devia admitir: estava se sentindo um verdadeiro cantor de Blues depois da mudança alvoroçada em seu look feita pelo empresário de Levy. Enquanto andava até ela, era como se o mundo estivesse em câmera lenta e a plateia não fez outra coisa além de gritar e ovacionar sua entrada, que parecia ainda mais ovacionada à medida que se aproximava de Levy. Era como se as pessoas quisessem que eles estivessem perto um do outro e se animasse mais a cada passo que ele dava em sua direção.

Ao perceber o moreno ao seu lado, a rapper para de dedilhar e abre um sorriso. Ela se levanta e o abraça carinhosamente envolvendo seu pescoço com um de seus braços já que segurava a guitarra com o outro, fazendo o rapaz inclinar-se para frente com o peso que ela fez ao quase pendurar-se nele. Ele disfarça sua surpresa pelo abraço repentino da azulada, envolvendo-a com um de seus braços, sorrindo quase timidamente enquanto tentava não encarar a multidão de pessoas que o fitavam. Levy não pareceu se importar com nada já que estava apertando seu segurança como se fosse um urso de pelúcia.

- Pirou, baixinha?... – Cochichou tentando não fazer movimentos bruscos nos lábios.

- Apenas faça o que eu disser... – Disse sussurrando em seu ouvido. Ela o solta, afastando-se para encará-lo no fundo dos olhos. Havia um brilho diferente no olhar da rapper e o rapaz sentiu seu coração acelerar mais do que já havia acelerado quando ela o colocou sob esse estresse repentino.

Muito prontamente, um assistente de palco trouxe um banco para Gajeel e o pôs ao lado de Levy. O moreno agradeceu silenciosamente assentindo com a cabeça e pressionando levemente os lábios e voltou-se à Levy que já havia começado a falar com o público.

- Essa pessoa sentada ao meu lado é... Realmente importante pra mim. Acredito que boa parte de vocês já deve saber que ele também é meu atual segurança. – Ela deu uma risadinha enquanto a plateia fazia barulho em resposta, silenciando-se em seguida para que a azulada concluísse. – Mas deixando os detalhes de lado, o que vocês precisam saber é que... Ele é bom em mais do que apenas me proteger. O mão de ferro é um verdadeiro gênio musical. Ele me inspira como artista. – O moreno a encarava quase em choque enquanto a plateia ovacionou e fez barulho novamente. Levy não o encarava propriamente enquanto falava, como se estivesse fazendo uma confissão de amor pública. – Por isso, Tóquio... Essa música será especial... Porque farei uma versão inédita de mais uma das minhas músicas novas, introduzindo-a no blues do Mão de ferro. Espero que estejam prontos para isso.

Gildarts assistia tudo como quem presenciava um acidente de dois caminhões de gás colidindo. Ele não estava entendendo absolutamente nada, e Gajeel muito menos. Aquela era a segunda vez que Levy fazia o Redfox perder o controle da situação. Ele não sabia o que fazer.

- Isso não foi ensaiado, então iremos improvisar. – Disse ela. Gildarts imediatamente pareceu entrar em pânico ao ver todo seu plano estratégico ir por água abaixo. Percebendo a aflição de seu empresário, ela tratou de corrigir-se. – Ahn... – O fitou com o canto do olho enquanto tornou-se à plateia. – M-Mas é c-claro que isso foi totalmente planejado. Afinal, eu gosto de desafios e preferi fazer ao vivo. – Ela deu um sorriso sapeca em direção à plateia que respondeu da mesma forma de sempre. Levy estava incrivelmente à vontade no palco, apesar da tensão de seus companheiros.

As luzes se apagaram enquanto eles se preparavam.

- Rap e blues? Tch... Você realmente é excêntrica... – Ele cochichou. O moreno encara a plateia ainda em meio à escuridão. – O que vem agora? – Perguntou o moreno, no intuito de descobrir os planos da azulada. Ela, no entanto, mantinha-se misteriosa.

- Cante a sua música... Quando o momento certo chegar, eu apenas cantarei o meu rap ao toque da sua guitarra elétrica.

Dois holofotes localizados acima dos dois se acendem, destacando-os em meio à escuridão do lugar. A plateia estava em silêncio; dava quase para sentir a energia e a expectativa dos fãs que não tiravam os olhos do casal. Gajeel se ajeita sobre o banco e respira fundo enquanto põe-se em posição para tocar. Levy parecia apreciá-lo enquanto o observava mudar aos poucos à medida que se transformava no verdadeiro mão de ferro. O rapaz eleva o olhar e a encara seriamente enquanto ela ainda o fita com um sorriso. Ele também parece admirá-la, mesmo em meio a sua seriedade. Ele quase podia dizer, pelo seu olhar, que ela estava orgulhosa dele...

Não demorou para que ele começasse a tocar.

 

~Dudum durun, dudum durun, dudum durun..
 

Mmmmm…
Black snake all in my room

 

~Dudum durun, dudum durun, dudum durun..
 

Mmmmm…
Black snake all in my room

Cobra negra em todo o meu quarto
 

Yo pretty mamma

You better get this black snake soon..

Yo, gatinha

É melhor capturar essa cobra negra logo
 

~Dudum durun, dudum durun, dudum durun..
 

Ela começa.
 

Uh.. Yeah. Yeah.
 

You let me win, you let me ride

You let me rock, you let me slide

And when they looking you let me hide

Defend my honour, protect my pride
 

Você me deixa vencer, você me deixa seguir

Você me deixa balançar, me deixa ir bem devagar

E quando eles estão olhando, você me esconde

Defende minha honra, protege meu orgulho
 

The good advice I always hated

But looking back it made me greater

Know when I'm lying, know when I’m crying

It's like you got it down to a science

Why am I trying, no you ain’t buying

I tried to fight it, back with defiance
 

O bom conselho que eu sempre odiei

Mas olhando pra trás, me fez melhor

Sabe quando eu estou mentindo, sabe quando eu estou chorando

É como se você fizesse disso uma ciência

Por que eu ainda estou tentando? Não, você não está se convencendo

Eu tentei lutar contra isso, de volta com o desafio
 

Apesar de não ter havido nenhum ensaio prévio, a sintonia e a harmonia dos dois era incrível, assim como quando compuseram a música do dueto que Levy faria em breve com Rogue. O moreno continuava dedilhando e brincando com as notas em sua guitarra enquanto acompanhava o ritmo das rimas da azulada, que disparava e gesticulava como uma petulância sensual e imponente.
 

You make me laugh, you make hoarse

From yelling at you and gettin' at you

Pickin' up dishes throwing them at you

why are you speaking when no one asked you?
 

Você me faz rir, me faz ficar rouca

De gritar com você e ir pra cima de você

Pegar os pratos e jogá-los em você

Por que você está falando se ninguém te perguntou?
 

~Dudum durun, dudum durun, dudum durun..
 

Black Snake is evil… Black Snake is all I see

Cobra negra é do mal, cobra negra é tudo o que vejo
 

~Dudum durun, dudum durun, dudum durun..

 

O moreno dedilha e repete a frase mais algumas vezes, encarando a azulada, antes de ela continuar suas rimas, sem desviar o olhar do moreno.
 

What are we doing, could you see through me?

Cause you say “Levy” and I say “who me?”

And you say: no you. And I say : screw you

Then you start dressing, and you start leaving

And I start crying and I start screaming

The heavy breathing but what’s the reason

Always get the reaction you wanted

I'm actually frontin', I'm asking you something,

YO!
 

O que você está fazendo, você pode ver dentro de mim?

Porque você diz Levy, e eu digo "quem, eu?"

E você diz "não, você" e eu digo “vai se ferrar”

E aí você começa a se vestir e começa a ir embora

E eu começo a chorar e começo a berrar

O ar fica pesado, mas por que motivo?

Você sempre consegue a reação que você quer

Na verdade estou defrontando, estou te perguntando algo,

YO!
 

Answer this question, class is in session

How can you do it, teach me the skill, you

Control my mind, capture my soul

You know what? Right, just let it go

Okay you got it, its in the can

Then like a black snake, you just sneak in

Boy, you read me, it is out of control

Moaning while you crawl deep down to my soul
 

Responda essa pergunta, agora é hora da aula

Como você faz isso, me ensine a habilidade, você

Controla a minha mente, cativa minha alma

Quer saber? Certo, deixa pra lá

Tudo bem você conseguiu, está à sua disposição

E como uma cobra negra, você apenas invade sorrateiro

Garoto, você me lê, isso está fora de controle

Gemendo enquanto rasteja fundo até minha alma
 

Aquela letra... Ele não se lembrava de escutá-la enquanto a garota ainda estava compondo as músicas para seu álbum. De alguma forma, elas pareciam se referir a relação dos dois. Em algumas frases a azulada o olhava diretamente nos seus olhos, como se não estivesse se apresentando para o público, mas secretamente falando dos seus próprios sentimentos.  Mas no fim, o que são as músicas, além de representações da alma?

 

~Dudum durun, dudum durun, dudum durun..

 

Woke up this morning... Black Snake moved in on me...

Acordei esta manhã… Cobra negra se instalou em mim

 

~Dudum durun, dudum durun, dudum durun..

 

A garota cantarola com ele a última parte do refrão.

 

Mmmmmm...

Black Snake all in my room...

Uh. Yeah.

 

Black snake all in my room…

Black Snake all in my…

 

~Dudum durun, dudum durun, dudum durun..

~Dudum durun, dudum durun, dudum durun..

~Dudum durun, dudum durun, dudum durun..

 

Assim, o Redfox dedilha as últimas notas da guitarra suavemente, encerrando a melodia e recebendo as palmas da plateia que pareceu receber muito bem a maluquice de Levy, misturando Rap e Blues. A azulada abaixou o olhar com um sorriso diferente dos que Gajeel estava acostumado a ver. Ela parecia tímida e satisfeita. Ela eleva devagar seu olhar para fitar seu segurança, sentado em frente a ela, apenas para perceber que ele estava a encarando com desejo. Ela cora levemente e continuam trocando olhares até as luzes apagarem novamente.

 

...

 

Levy sorria consigo enquanto se lembrava do momento que havia compartilhado com Gajeel no palco. A sensação de cantar um dueto com ele havia sido incrível. Tê-lo tão perto, tocando para ela e cantando com ela... A mistura de suas vozes criou uma sintonia harmônica em conjunto. A rouquidão de sua voz grave masculina se destacou ao ressoar junto à sua voz macia e suave. Foi difícil não beijá-lo quando ele a encarou com aquele olhar.

A garota estava perdida em seus pensamentos brincando com uma mecha de cabelo em frente ao espelho do seu camarim quando escutou batidas na porta.

- Ah... S-Sim?... – Ela se virou e ajeitou sua postura, corando levemente, como se quem quer que estivesse prestes a entrar pudesse ler seus pensamentos.

- Vikky?

- Gil?... – Ela sorriu e se levantou para ir até ele enquanto ele adentrou o local, fechando a porta atrás de si.

- Arh... – Ele expirou e massageou a testa dando uma pequena risada, depois de um tempo balançando a cabeça negativamente. – Eu juro que um dia você irá me matar por exaustão psicológica.

- Desculpe, Gil... – Ela abraça o empresário pondo os braços em volta de sua cintura e inclinando-se para trás para ver seu rosto. Ele, no entanto, não a abraça. – Mas aquilo foi incrível, não foi? Admite! – Ela continuou fitando o rapaz que tinha uma sobrancelha arqueada enquanto olhava para baixo encarando a rapper com olhos pidões. O empresário não consegue manter a seriedade e acaba rindo, abraçando a garota e erguendo-a ligeiramente do chão.

- Argh. Você sempre faz o que quer, não é, Vikky? – Disse enquanto espremia a garota contra seu peitoral. – É, você e o Gajeel foram incríveis. – Admitiu; ele a pôs de volta ao chão.

- E aquela mudança no look do Gajeel ficou incrível! Já pensou em seguir carreira na moda? – Brincou a azulada.

- Muito engraçada, Vikky. Não sabe quão desesperado alguém tem de ficar para bancar o conselheiro de moda de um cara como o seu segurança. – Levy deu uma risada um tanto culpada por fazer Gildarts passar por tanto estresse. – Portanto, tente avisar na próxima vez que quiser surpreender a todos novamente.

- Mas aí não seria mais surpresa. – Brincou ela, encostando-se à penteadeira. Gildarts fez uma cara engraçada e a rapper riu, rendendo-se. – Brincadeirinha, Gil. Prometo tentar te avisar quando quiser fazer algo na última hora.

- Assim é melhor. – Disse ele satisfeito. – De qualquer forma, eu vim realmente para dar os parabéns. Não sei muito bem que estilo musical aquilo se tornou, mas... Deu muito certo. Deveriam fazer mais vezes. – Ela pareceu surpresa e encarou o empresário com boca entreaberta.

- Sério? Tipo... Um show inteirinho? – Ela questionou ficando um pouco animada demais.

- Uou, calminha aí. – Ele levantou as mãos. – Vocês acabaram de se apresentar juntos, vamos dar um tempo para que o público se acostume com essa... Mistura de estilos. Não é como se fossem sair por aí fazendo uma turnê juntos de repente. – Disse Gil fitando a garota, mas ele percebeu que ela estava com a mente um tanto longe, provavelmente planejando mais mil apresentações inesperadas que o deixariam em pânico. – Ói. Não pareça tão animada.

- Só um pouco?

- Não me faça surtar. – Ela riu. – Está na minha hora. Nos vemos por aí. – Ele deu um beijo na testa da garota antes de virar e sair do camarim, deixando-a pensativa e com um sorriso.

Perdida em tantos pensamentos e cenas hipotéticas das quais ela estaria sobre o palco com Gajeel, ela caminha até o sofá e se joga de bruços sobre ele, dobrando os joelhos, balançando os pés no ar enquanto checava algumas fotos em seu celular.

Ela escuta a porta se abrir novamente e imagina que Gildarts havia mudado de ideia sobre um show inteirinho de “Vikky e Mão de Ferro”, mas ao levar seu olhar em direção à entrada de seu camarim, lembrou-se que apenas uma pessoa entrava nos lugares sem bater na porta.

- Ah. Gajeel? – Ela se estende, apoiando-se em uma das mãos.

- Eu estava esperando o Gildarts sair... – Ele disse fechando a porta atrás de si. Ela deu um risinho, um tanto tímida, e corou ao lembrar-se de como se entrosaram no palco enquanto cantavam juntos.

Não era como se ele nunca a tivesse visto em cima de um palco! Ela tratou de disfarçar a vergonha puxando assunto.

- Então, como se sente após uma apresentação de verdade? – Brincou ela. – Estive ansiosa pra falar com você. – O rapaz fecha a porta atrás de si e gira a chave no trinco da porta. O som da fechadura faz a garota parar de falar. Na verdade, agora ela percebera que o moreno estava estranho. – Hm? Gaj—

- Não me leva a mal, Levy... – Ele começou a falar ainda de costas enquanto terminava de trancar a porta do camarim. Ele vira lentamente e encara os olhos confusos que o fitavam. – Mas não quero falar disso agora.

Ela pisca algumas vezes em silêncio, enquanto ele anda rapidamente em sua direção.

- Eu apenas preciso fazer isso primeiro.

Ele agarra as coxas da azulada envolvendo a própria cintura com suas pernas e deita sobre ela no sofá no mesmo estofado que ela deitara há pouco, beijando-a intensamente como se estivesse se contendo há muito tempo.

 

...

 

A delegada Scarlet analisava alguns papeis em sua mesa e parecia prestes a sair novamente quando recebe uma ligação.

- Hah. – Ela responde sem parar de ler o documento. Poucos segundos depois e a garota parece receber uma notícia que a tira do foco e ela arregala os olhos, levantando-se prontamente de sua cadeira. – O quê?! – Ela exclamou.

A voz da ruiva podia ser ouvida nos corredores próximos e seus subordinados conversavam entre si.

- Arh... Parece que a Erza-sama está mais estressada que o normal esses dias, não é... – Comentou o pequeno Eve, um pouco preocupado por seu bem estar físico e mental.

- Mas é claro... Você não ouviu? O pai dela foi visto novamente em outro bairro dos arredores... – Comentou Ren, cochichando. Hibiki se aproximou  carregando uma xícara de café.

- Bom dia, rapazes. Do que estão falando tão escondidos?

- Algo perigoso demais para ser dito em voz alta... – Respondeu Ren sentindo um breve arrepio em sua nuca ao imaginar o que seria de sua vida se a ruiva os pegasse conversando sobre seu recente estado temperamental.

- Não me diga que é a tirana novamente. – Disse Hibiki, não tendo amor pela existência.

- Ói, ficou maluco?! – Cochichou Eve, dando uma tapa na nuca do rapaz. – Não a chame assim quando ela está tão perto!

- Que seja. Não é como se ela fosse me dar um tiro por isso. – Ele toma um gole do seu café.

- Eu não teria tanta certeza.

Ao ouvir a voz do rapaz, Hibiki se engasga com a bebida enquanto os outros dois se põe em fileira como se cumprimentassem a um general das forças armadas.

- S-Simon! – O loiro vira e sente seu corpo suar de nervosismo imediatamente ao ver o rapaz o encarando.

- Não precisa tremer como um vibrador, garoto. – Ele põe a mão sobre o ombro do rapaz. – Eu sei que a Erza é carne de pescoço. Mas não saia por aí testando a paciência daquela ruiva. Nunca se sabe quando ela irá ter um ataque de fúria. – Disse ele ironicamente pouco antes do “assunto” abrir a porta de seu escritório aos berros derrubando um rapaz que passava com uma baita pancada.

- SIMON! – Ela não pareceu se preocupar com o homem semi inconsciente no chão.

- Como eu disse. – Cochichou ele ao ouvido do rapaz antes de erguer-se e caminhar até a garota. – O que aconteceu dessa vez?

- Preciso de você agora. Vem comigo. – Ela começa a caminhar até o fim da sala.

- Vocês. – Apontou. – Façam algo sobre o cara caído ali. Ren, você assume na nossa ausência. – Instruiu Simon antes de seguir a companheira.

- Sim!

Erza e Simon entram na viatura e a ruiva sai rapidamente com o automóvel, fazendo barulho nos pneus pela velocidade.

- Uou, isso é mesmo sério, pelo visto. – Comentou o moreno fitando a ruiva.

- Eles viram o desgraçado em um flat não muito longe daqui. Parece que ele esteve hospedado lá nos últimos dias.. – Ela soca o volante e parece irritada.

- Devo admitir. Ele sabe como não ser encontrado.

- E eu sei exatamente como ele pensa... – Disse ela sem tirar os olhos do caminho. – E ele sabe disso. Por isso, provavelmente, está tramando algo para fugir do país antes que eu o encontre.

- Chegaremos antes que ele consiga. Estamos cada vez mais perto de achá-lo. – Disse Simon, tentando tranquiliza-la. Ele põe sua mão sobre a mão da garota que o fita. – Vamos encontrá-lo. Erza.

Ela assente seriamente, voltando seu olhar para o caminho à frente.

 

...

 

A assistente de Levy estava curtindo seu pequeno tempo de folga. Levy não podia pedir que ela trabalhasse depois do que havia acontecido, por isso, ela esteve apenas em casa por alguns dias. De tempos em tempos Gray e Lyon mandavam mensagens, flores ou e-mails. Quanto mais eles eram gentis, mais a garota parecia não saber como reagir com aqueles dois. Era apenas muito para lidar e ela nunca pensou que um dia fosse estar no meio de um triângulo amoroso.

Ela observa a chuva fina pela janela enquanto toma um chocolate quente, abraçando os joelhos encolhida sobre a poltrona. Seu pensamento estava distante e seu olhar parecia desfocado enquanto sua mente a levava de volta àquelas cenas. Seu coração acelera ao lembrar-se do beijo repentino de Gray, e do abraço ousado do perolado que havia deixado seus lábios a poucos centímetros de distância enquanto ele se confessou.

- Oh my.. – Ela sacode levemente a cabeça tentando espantar as imagens de sua mente.

- ... Peeeensando na morte da bezerra? – Disse a irmã no ouvido da branca, que deu um pequeno pulo. Wendy começou a rir e ajoelhou-se ao tapete fofinho que forrava o chão de todo o cômodo, apoiando os braços sobre o assento da poltrona em que a irmã estava sentada.

- Estou apenas... Observando a chuva, Wendy. – Juvia respondeu, recuperando-se do breve susto, ajeitando-se novamente no estofado.

- Ah... – A garotinha silenciou-se, mas parecia esperar o momento certo para continuar algum assunto. A branca não parecia perceber que Wendy ainda estava lá. – Juvia?... – Chamou a irmã. A branca desviou seu olhar e encarou a pequena ajoelhada perto de suas pernas. Ela arqueou uma sobrancelha.

- Hm?... Sim, Wendy.

- Você gosta mais do Gray ou do Lyon?

Direta como uma flecha.

- Gh... – A azulada mal teve tempo para engolir propriamente o resto de chocolate quente que havia em sua boca. Ela tosse e passa o dorso de sua mão sobre seus lábios, fitando Wendy com sobrancelhas franzidas. – Gostar mais do Gray ou do... – Ela pareceu desconfortável e resolveu questioná-la. – M-Mas por que está perguntando isso, afinal?

- Ué, porque é óbvio que os dois estão gostando de você, mana. – Ela disse revirando os olhos, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Juvia cora com o comentário.

- É o que parece. – Ela desvia o olhar e continua fitando a chuva.

-... Então? – A azulada volta a encarar a irmã mas não manteve seu olhar na garota.

- Arh... Wendy, você é muito pequena para entender dessas coisas. Talvez nem eu mesma entenda... – Sussurrou quase inaudivelmente a última frase enquanto a irmã já começava a questioná-la novamente.

- E como se sabe quando você ama alguém? – Juvia a encara e olha para o lado, pensando em uma resposta.

- Bom... Isso é algo realmente complexo, Wendy. Mas a verdade é que o amor talvez seja mais simples do que parece. Por exemplo, eu sei que amo você. – Ela aperta levemente o nariz da menina, que sorri. – Porque é minha irmãzinha, me preocupo pela sua segurança, quero que seja feliz e que sempre esteja comigo. – Elas se olham com um sorriso no rosto.

- Aww... Eu também te amo, Juvia nee-chan! – Ela se joga no colo da azulada que ri.

- Wendy! Cuidado com o chocolate quente!

- Ei, Juvia... Acho que o Gray também sente tudo isso por você. Então... Ele te ama, certo?

- Eu... N-Não sei, Wendy... – A branca parece desconfortável ao voltar para o mesmo assunto.

- Mas afinal, você gosta mais do tio Gray ou do tio Lyon? – A garota expira e põe sua xícara sobre a mesinha ao lado da poltrona.

- Eu gosto... – Wendy a fitou com olhar ansioso. – É de fazer muitas cócegas na minha irmã mais nova!

- O q—AHH!

A azulada ataca a garota em seu colo e cutuca suas costelas enquanto a garota se debate quase chorando de tanto rir. Pelo visto, não era dessa vez que Wendy ia descobrir quem estava mais perto de vencer a aposta.

 

...

 

Mais um dia de ensaios chegava ao fim e a loira estava se aprontando para ir à clinica para realizar seu primeiro ultrassom. Virgo, Yukino, Aquarius e Natsu estavam à espera da estilista que não demorou muito para sair com uma bolsa que parecia estar pesada.

- Ói, eu seguro isto. – Disse o rosado, tomando a bolsa das mãos de Lucy.

- Obrigada... – Ela expirou. – É... Acho que estou pronta para a primeira foto do meu bebê. – Ela parecia um pouco nervosa. – Espero que esteja tudo bem aqui dentro.

- É claro que está! Esse pirralho tem sangue de um Dragneel correndo nas veias! – Disse Natsu com um largo sorriso orgulhoso.

- Está insinuando que o sangue dos Heartfilia é menos forte? – Questionou a loira, emburrando-se.

- Bom, é verdade que nunca conheci a sua família... – Respondeu o rosado pondo a mão sobre o queixo. – Por enquanto, apenas posso falar do meu lado da genética—AU!

- Idiota! Não contrarie uma gestante! – Disse Aquarius depois de dar uma tapa na cabeça do rosado.

- Tch. Que belo namorado eu fui arrumar. – Brincou ela.

- Aye... Eu sei que você me acha realmente atraente, mas não faça elogios na frente dos outros. Ficarei encabulado. – Disse ele, puxando sua cintura e apertando seus lábios contra a bochecha da garota, que deu uma risada tentando empurrá-lo.

- Não seja palhaço, Natsu!

- Arh. Realmente odeio recém-casados. – Disse Aquarius revirando os olhos enquanto Virgo e Yukino os achavam incrivelmente fofos.

- Ei, não há ninguém casado aqui, Aquarius. – Observou Lucy enquanto caminhavam em direção ao carro.

- Não é uma má ideia. – Disse o rosado fazendo a loira corar.

- Eu já disse que sou muito nova! Espera que eu vire uma dona de casa quando nem mesmo completei trinta anos?! – Comentou a loira.

- Quer dizer que estou velha? – Aquarius lançou um olhar sinistro e irritado para a loira que riu um tanto preocupada.

- Heh.. Bem... N-Não foi isso—

- Ói, Aquarius-san, não contrarie uma gestante. Se ela diz que você é velha, então apenas aceite! – Disse Natsu, provocando a azulada.

Graças a esse comentário, Lucy teve de proteger o pai do seu filho durante todo o caminho até a clínica, porque Aquarius desejava arrancar sua cabeça por chamá-la de velha. Fora isso, não houve mais problemas e todos chegaram ao local pouco tempo depois para acompanharem a estilista até que depois de alguns momentos de espera, ela foi chamada. No entanto, quatro pessoas eram simplesmente muita gente para entrar em uma sala pequena, sendo assim, Natsu foi o único que entrou com a garota.

- Pode se deitar ali. Eu voltarei em um segundo! Fiquem à vontade. – Disse a assistente, saindo da sala com um sorriso.

- Mal posso esperar para ver o pirralho. – Disse Natsu, em pé ao lado da loira que já havia deitado na maca cuja parte superior estava levantada, permitindo que ela pudesse esperar pela médica parcialmente sentada.

- Pare de chamá-lo de pirralho! E se for uma menina?

- Já podemos saber? – Ele se animou e a garota pareceu pensar.

- Hm... Não sei. Acho que ainda não.

- Arh.. – Ele expirou decepcionado. Ele realmente estava ansioso.

- De qualquer forma, não é como se já tivesse alguma forma... Eu acho.

         A conversa do casal é interrompida ao ouvirem o som da porta se abrindo. Uma mulher simpática entra e cumprimenta o casal, indo em direção ao aparelho e começando a preparar.

- Lucy Heartfilia, certo? Você está com nove semanas... – Disse ela lendo o prontuário.

- Hm. – A loira confirmou.

- Nove semanas? – O rosado raciocinou por um momento. – Isso quer dizer que você está grávida há dois meses e uma semana, certo?

- Exatamente isso, papai. – Disse a médica com um sorriso.

- Por que apenas não dizem em meses ao invés de nos obrigar a fazer cálculos... – Cochichou o rosado no ouvido da loira enquanto a médica estava distraída preparando o gel lubrificante para o aparelho. A garota riu e cochichou.

- É coisa de médico...

- Muito bem, Lucy. – Ela vira e o garoto parece se assustar com a forma do aparelho que parecia um... – Algo errado, senhor Dragneel?

- Oh. É que eu pensei que esse aparelho fosse... Diferente. – Percebendo a confusão do rosado, a ginecologista riu.

- Ah... Você está estranhando porque esse não é um ultrassom comum. – Ele arqueou uma sobrancelha. – Porque ainda está muito cedo, será um ultrassom transvaginal. Precisarei que vista uma bata, senhora Heartfilia.

Natsu ainda tentava assimilar como aquela coisa comprida entraria dentro de Lucy quando a garota deu leves tapinhas em seu ombro.

- Não se preocupe, Natsu. Não é como se você já não tivesse introduzido algo parecido em mim antes. – Cochichou ela fazendo o rapaz corar. Ele não estava acostumado com esse tipo de comportamento malicioso. Talvez os hormônios dela estejam muito alterados.

Depois de algum tempo, a loira já havia retornado com a bata e se deitado na maca para começarem o procedimento. O aparelho ao lado mostrava uma tela escura com alguns rabiscos brancos e algumas coisas escritas em branco que apenas a médica entendia.

- Certo, eu irei introduzir agora. Me diga se sentir algum desconforto. – Disse a médica observando a tela enquanto movia o aparelho dentro da loira.

Ela assentiu e Natsu, mesmo um tanto desconfortável, parecia ansioso e não tirava os olhos da tela do pequeno computador enquanto a médica analisava as imagens borradas que não faziam sentido algum para eles, mas ela parecia estar entendendo absolutamente tudo, já que digitava algo enquanto continuava movendo lentamente o aparelho.

- Disse que está com nove semanas, certo? – Disse a médica, que parecia estar confusa sobre algo. Ela checou as imagens e leu o prontuário novamente.

- Sim... – Ela começou a ficar preocupada ao ver a reação da ginecologista. Natsu notou a expressão da loira e questionou a médica.

- Há algo errado, doutora?

- Só um minuto... – Ela não quis se desconcentrar enquanto olhava as imagens na tela. Natsu e Lucy pareciam preocupados ao observar a médica. – Vamos escutar os batimentos cardíacos, certo?...

- Hm... – A loira assentiu observando a tela.

A doutora apertou alguns botões e configurou a máquina e logo em seguida... Bam! O silêncio tenso da sala deu lugar a uma enxurrada de batimentos acelerados que tomou o ambiente levando embora qualquer ansiedade que ambos estavam sentindo. A médica fitou o casal com um sorriso satisfeito e a loira não conseguiu segurar as lágrimas ao perceber quanta vida havia dentro dela. Natsu segurou a mão da loira e beijou sua testa, voltando a fitar a tela da máquina.

- Não há dúvidas. Esses batimentos confirmaram minha suspeita. – A médica retira o aparelho da loira e tira as luvas das mãos, anotando algo em uma ficha.

Eles encaram a ginecologista que finalmente se pronuncia com um sorriso.

- Há dois bebês no seu útero, senhora Heartfilia. – O casal arregalou os olhos, estáticos. A médica continuou. – Vocês terão gêmeos. Parabéns!!

A loira põe uma das mãos sobre a boca e troca olhares com Natsu que a fitou igualmente em choque.

- Não pode ser... – Ele disse com semblante sério. Lucy e a médica encararam o rosado e pareceram receosas. – Isso é...

Ele ficou em silêncio por um momento, dando as costas e abaixando a cabeça como se estivesse assimilando a notícia. A loira pareceu preocupada por um momento. O rapaz não se movia, teria sido aquela notícia um baque grande demais? A garota sentiu um frio na barriga pela ansiedade quando percebeu alguns soluços quase imperceptíveis.

- Natsu? – Lucy o chama quando percebe que ele estava... Chorando?

O rosado vai até a barriga de Lucy e a abraça, encostando sua bochecha perto do umbigo da estilista.

- Isso é demais! Dois pirralhos de uma vez? – Lucy demora alguns segundos para expirar aliviada e sorrir.

A médica e a loira pareceram aliviadas com a reação positiva do pai dos bebês.

- Eu estou realmente feliz, Lucy... – Disse o garoto, molhando a bata com suas lágrimas enquanto afundava seu rosto na barriga da loira. A médica saiu da sala para dar espaço aos dois.

A loira pôs sua mão sobre o braço de Natsu que logo a abraçou forte, chorando mais que a própria estilista. Em seus braços agora estava toda sua família.

E naquele momento a loira teve certeza. Ninguém mais podia ser o pai dos seus filhos além dele. Natsu Dragneel. 


Notas Finais


Cara, quantas vezes eu quase deixo escapar um plural quando estava falando dos BEBÊS da Lucy! Finalmente estou livre desse segredo!! Bom... Parte, né. Porque ainda tem o sexo dos bebês, HOHOHOHOHOHOHOHO...

Maaaaaaaas enfim!
Não tenho previsão para o próximo capítulo, como sempre! Minhas aulas voltam dia primeiro e não sei se vai dar pra postar logo! De qualquer forma, espero que tenham gostado do capítulo! Até a próxima família #MSP! ♥


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