História A garota do calendário - CAMREN - Capitulo 1

Amor verdadeiro não existe. Passei anos imaginando que existisse. Na verdade, achei que tivesse encontrado. Quatro vezes, pra ser mais exata. Vejamos:

 Thomaz. Meu namorado do colégio, ficamos juntos durante todo o ensino médio. Ele era a estrela do time de beisebol. O melhor que a escola já teve. Grande, tinha mais musculos que cérebro e o pinto do tamanho de um amendoim com casca. Ele me abandonou na noite da formatura, fugiu com a minha virgindade e a chefe das líderes de torcida. Ouvi dizer que ele largou a faculdade e está trabalhando como mecânico em uma cidadezinha sem nome, com dois filhos e uma mulher que não torce mais por ele.

Depois teve o assistente do professor na minha turma de introdução à psicologia na faculdade comunitária de las vegas. Seu nome era Josh eu achava que ele era o cara, acontece que ele sapateou em cima do meu coração, por que pegava uma garota de cada turma em que ele era assistente. Na verdade ele prestava assistência a peitos e bundas. Ele acabou engravidando duas meninas na mesma época e foi expulso da faculdade por má conduta. Aos vinte anos já tinha duas mães na sua cola, exigindo que ele pagasse pensão. Pensando bem havia algo muito poético nisso. Graças a Deus, sempre exigi que ele usasse camisinha comigo.

Aos vinte, dei um tempo. Passei o ano todo servindo mesas no MGM Grand, na las vegas strip. Foi aí que conheci o afortunato número três, Nick só que nem eu, nem ele tivemos sorte. Tivemos um romance que nem foi tão romântico assim. Ele desapareceu, no primeiro ano do seu desaparecimento, fiquei desesperada. Então descobri que ele tinha sido espancado quase até a morte. Ele passou um bom tempo no hospital e depois ele se mandou da cidade, me deixando pra trás sem uma palavra.

O último erro foi o que podemos chamar de a gota-d'água. É o motivo pelo qual eu acredito que amor verdadeiro é uma coisa criada pelas empresas que vendem cartões e por pessoas que escrevem livros sentimentais e roteiros de comédia romântica. Ele se chamava Austin, mais seu nome deveria ser lúcifer. Era um executivo de fala mansa. "Executivo" é bondade minha, na verdade ele era um agiota. O mesmo que emprestou ao meu pai mais dinheiro do que ele poderia pagar. Primeiro ele mirou em mim, depois no meu pai. Naquela época, eu achava que o nosso amor era de contos de fadas. Austin me prometeu o mundo e me deu o inferno na terra.