História Meu ursinho de pelúcia - Tentando te entender

Camila on

Acordei com desânimo mesmo assim eu teria que ir para o colégio, tomei um banho rápido e coloquei uma blusa azul escuro curta e uma calça legging preta e um tênis da mesma cor. Odiava roupas com cores chamativas, desci as escadas e não encontrei os meus pais provavelmente já teriam saído para algum lugar o que  não me surpreende em nada já que eles nunca me avisam e nem se importam com o que vou pensar.

Encarei o relógio e por um segundo pensei em faltar mas do que adiantaria? E também agora eu tinha uma amiga e não podia deixar ela sozinha, peguei meu celular  e encarei uma mensagem da mesma.

Alícia: Estou com problemas, por favor não falte.

Peguei as chaves enrolando elas em meus dedos e então ouvi a campainha. Quem seria aquela hora?

- Ah não, você não podia esperar na escola pra me atormentar? - Falei revirando os olhos observando aquele ser irritante em minha frente. 

- Você deveria ser mais agradecida já que está tendo o privilégio de ter eu te acompanhando Camila - Ele sussurrou meu nome com um sorriso e apertou uma das minhas bochechas - Sabe? Você calada seria mais fofa.

- Ninguém perguntou sua opinião e você nunca deve tocar em mim Vinícius - Disse sussurrando a última palavra assim como ele, após de pegar em seu pulso (retirando sua mão de meu rosto) apertando o mesmo com minha unhas -  Sabe? Você sentindo dor é uma cena agradável.

- Garota, você tem sorte que eu estou de bom humor - Ele soltou o próprio pulso de minhas mãos e pegou minha chave num movimento rápido - Tão bom humor que eu vou lhe conceder a minha companhia na volta também, e nem adianta negar, estou com suas chaves.

- Idiota - Bufei, que ódio.

- Linda - Ele sussurrou porém eu escutei, eu havia acabado de lhe ofender e ele diz isso, que retardado mental.

- Não gosto dos seus elogios - Comecei a andar em direção ao colégio e ele me acompanhou.

- Não gosto de responder garotas com palavras que podem machucar, sou cavalheiro - Ele se justificou e respirei fundo.

- Você cavalheiro? - Sorri cínica demonstrando o sarcasmo - Enfim, eu não sou frágil e sensível como as outras garotas.

- Eu sei, você é diferente - Ele sorriu olhando o chão, que garoto bipolar. Uma hora é grosso e outra é gentil, eu não consigo entender.

- Você é um enigma sabia? - Falei, ser educada não faria mal também.

- Você também é - Ele olhou nos meus olhos e voltou a olhar para onde andava - Eu ainda vou te descobrir, te entender sabe?

- Acho impossível,  mas se quiser tentar - Dei de ombros - Digo o mesmo em relação a você, ainda vou te entender. 

Seguimos o caminho em silêncio até chegarmos finalmente. E fui procurar  a Alícia  e eu a encontrei na companhia de dois rapazes. O Allan e... Alguém. 

Um garoto alto de cabelos negros e olhos  caramelos acinzentados. Provavelmente tinha músculos e um corpo... Lindo digamos, assim como ele. 

- Cuidado pra não babar Camila - O Vinícius  me encarava e encarava o garoto, tentando descobrir quem ele era. 

- Vai se fuder Vinícius, você não é nada meu - Olhei para ele e então me virei para o garoto - Vejamos que não nos conhecemos - Dei a minha  mão para o mesmo que beijou a minha mão - Sou Camila. 

- E eu sou o amor da sua vida - Ele sorriu, realmente ele era encantador mesmo que atirado, gostei do jeito dele. Virei meu rosto para olhar a Alícia e acabei vendo o Vinícius com raiva nos olhos, nos encarando - Brincadeiras à parte, sou o Vítor. 

- Belo nome, assim como você - Sorri. 

- Comigo você não é gentil,  já com ele - O Vinícius estava fazendo bico, eu não aguento. 

- Ué,  se eu sou gentil com ele... O problema é totalmente meu Vinícius - Mostrei língua. 

- O ódio está perto do amor - O Allan olhou para mim e para ele - Só não shippo você com esse... Cara, pq eu shippo você Camila com o Vinícius. 

-  Claro que não, nunca na minha vida - Falei o fazendo rir - Vinícius não é nem considerado uma opção por mim. 

- Não é a opção, é a sua escolha mesmo não é? - Disse a Alícia rindo - Mas até eu shippo vocês. 

- E eu me shippo com você Alícia - O Vítor sorriu olhando para ela, o Allan aparentemente odiou isso. 

- Ela merece coisa melhor - O Allan disse colocando a mão no ombro da mesma. 

- Eu sou o melhor pra ela - Revidou o Vítor. 

Alícia on

- Sem brigas garotos, você estão tendo atitude de crianças sabia?  - Tentei acalmá-los, já estava cansada desta rivalidade sem motivo. 

- Eu sei, ele começou - Disse o Vítor. 

- Na verdade foi ele Alícia - Disse o Allan. 

- Estou cansada de vocês - Suspirei - Tão cansada que nem sei como ainda consigo aguentar. 

Fui até fora da escola e me sentei na calçada, meus planos com certeza não seriam passar o meu dia ouvindo discussões bobas. 

- Me perdoa? - Senti meu pescoço ser inclinado pra trás, o Vítor estava aparentemente preocupado e me olhava como se estivesse arrependido - Odeio quando fica assim. 

- Tudo bem, já passou - Dei de ombros e ele se sentou ao meu lado - E sim, eu te perdôo. 

- Obrigado Alícia, você é importante pra mim e odeio quando fica mal comigo... Vai voltar pra dentro? 

- Acho que não. 

- Quer que eu te acompanhe até em casa? 

- Não precisa, sério, você acabou de voltar, precisa ficar e ver as mudanças que houveram desde que você foi embora - Falei vendo um carro parar em frente o colégio e dele desceram dois alunos, provavelmente novos pois nunca havia os visto.

- Eles aqui? - O Vítor me olhou aflito - Eles eram da minha escola, a que eu fiquei nesse ano, eles sempre me zuaram sabia? 

- Por que ? Aliás, por que deixou eles fazerem isso? Que motivo? - Olhei para ele o encarando. 

- Porque eles nunca me viram com uma garota, ficam fazendo piadas que nenhuma garota iria me querer. 

- Isso é uma piada Vítor, olha pra você, que garota não iria te querer? - Falei e observei que aqueles garotos se aproximavam. 

- Me ajuda com eles?  - Ele sussurrou e me abraçou sussurando em meu ouvido - Preciso que me perdoe por isso. 

- Perdoar do que Vítor? Eu te ajudo mas o que vai faze...? - Iria terminar a palavra porém ele me cortou com um beijo repentino, segurou em meu queixo com um mão e a outra estava em minha cintura, me puxando para ele. 

Quando o beijo terminou eu estava estática, não conseguia raciocinar direito aquilo. Tentei parecer normal e olhei em direção aos dois garotos... Mas na verdade, eram três nos olhando, pois o Allan também estava ali.