Eu até tentaria fazer alguma coisa porém eu estava paralisada. O que o Allan estaria pensando? Não consigo acreditar até agora não que tinha acabado de acontecer. Juro que tentei falar alguma coisa ou até mesmo me mexer mas era impossível. Só vi o Allan com os olhos lacrimejando e virando em direção a própria casa, porém assim como eu estava impossibilitado de se mexer.
- Quer que eu fale com ele? - O Vítor sussurrou em meu ouvido e neguei com a cabeça, finalmente conseguindo racionar e mexer o meu corpo, fui até o Allan que estava parado na direção contrária à minha.
- Allan, eu posso explicar - Tentei parecer calma e não gaguejar, por algum motivo estava aflita sobre o que ele iria pensar. Eu realmente me importava com a opinião dele.
- Não tem que me dar explicação alguma Alícia, eu não sou seu namorado - Ele se virou olhando em meus olhos - Aliás, quem é o seu namorado? O Vítor? Deve ser, olha, realmente, você tem um péssimo gosto Alícia.
- Allan Carter, você abaixa o tom de voz para falar comigo está me ouvindo? Para de ser criança e ficar assim, você é importante pra mim cara, então para de ser grosso sem motivo - Cruzei os braços, odiava quando ele ficava alterado.
Ficamos um tempo assim em silêncio, olhando para o outro, até que ele suspirou e me puxou bruscamente para ele, me abraçou e agora deixava cair as lágrimas que tanto lutou para que não saíssem de seus olhos.
- Allan, você está com tpm? - Brinquei o fazendo soltar um riso abafado - Por que está chorando?
- Porque me importo com você, não quero que ele te machuque pequena - Ele disse me apertando mais ainda. Eu até poderia reclamar do "pequena" mas o momento não era apropriado para começar uma discussão sobre eu nem ser tão baixa comparado à ele.
- Eu não vou me machucar Allan, e ele só me pediu ajuda, se quiser te conto o porquê.
- Não precisa, enfim...Você sabe que essa ajuda te custou... O seu primeiro beijo? - Ele disse e agora que havia me tocado.
- Verdade, e pensando bem até que não foi tão ruim - Disse rindo o fazendo revirar os olhos - Bom, vai voltar ou quer ir pra sua casa?
- Nós vamos ir pra minha casa você quer dizer - Ele disse pegando na minha mão e me puxando.
- Ué, por que? - Disse o acompanhando.
- Porque pra minha família você é minha namorada esqueceu? E eu tenho que chegar acompanhado por você.
- Tenho nada, de onde tirou isso? - Perguntei e ele sorriu.
- Tirei do mesmo lugar que foi aonde eu decidi que não fico sem você pequena Ali - Ele disse.
Continuamos o caminho até chegar a esquina de nossas casas. Ele parou e observou os avós na porta da casa dele nos esperando.
- Viu Alícia? E se eu estivesse sozinho? - O Allan me perguntou finalmente soltando a minha mão.
- Ué, você dialogava com eles - Falei rindo.
- Como eu iria falar com eles sem você Alícia?
- Falando, eu não sou sua boca e você não é mudo Allan - Falei e o mesmo revirou os olhos.
- Você vai se arrepender destas respostas pequena - Ele sorriu e então eu comecei a correr em direção a casa dele, no intuito de me esconder atrás dos avós dele, porém quando cheguei em frente a casa dele, ele me abraçou por trás fazendo cócegas em mim e eu me contorcia - Pede desculpas ou vai ser punida mais ainda.
- E como eu vou ser punida Allan? - Sorri virando para ele, o desafiando e ele balançou a cabeça.
- Você não deveria ter me perguntado isso, mas já que quer saber como... - Ele disse e então me puxou para perto colocando suas mãos em minha cintura selando nossos lábios iniciando um beijo inesperado, porém calmo.
Eu havia sido beijada duas vezes hoje e desta vez eu estava imensamente feliz por aquilo, meu coração batia acelerado e senti algo como um incômodo na minha barriga. Talvez aquilo seja a tal sensação que se sente quando está apaixonado...Espera, como assim? Eu não podia estar apaixonada por ele, mesmo assim era uma hipótese. Ignorei esse fato e direcionei minhas mãos para o seu pescoço aprofundando o beijo.
Quando o beijo cessou ouvimos aplausos dos avós do Allan, e então me lembrei que ele só me beijou por eles... Por algum motivo, fiquei mal por isso.
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