História Meu verdadeiro eu - Piadas

Sentei em meu lugar não me importando com os idiotas que estavam fazendo piada. Não demorou muito mais para ouvir alguns cochichos de mau gosto.

– O que aconteceu com ele? – ouvi duas garotas conversando, elas estavam atrás de mim, era inevitável não ouvir. – Não sei você, mas nunca imaginei algo assim.

– Eu também não, ele era tão certinho. – a outra garota falou surpresa. – Mas não posso mentir, ele está lindo. Acho que até mais do que eu.

Não pude evitar de dar uma leve risada com o comentário, não imaginava ouvir algo assim.

– Realmente. – notei um tom meio triste em sua voz.

Virei-me para as garotas que estava falando e simplesmente disse.

– Não querendo me intrometer na conversa, mas obrigado. – sorri sincero. – Vocês foram as únicas pessoas que falaram isso desde que entrei na escola hoje. E não pense negativo, as duas são lindas, não se comparem com outras pessoas, cada um tem uma beleza diferente.

Elas ficaram constrangidas, não esperava que eu tivesse ouvido a conversa, mas sorriram pelo elogio e falaram um simples “obrigada” baixinho. Acho que não há nada melhor do que ver as pessoas sorrindo por causa de um elogio.

Parece que o “cochicho de mau gosto” não era o que eu imaginava, elas só queria comentar o que achavam, talvez outras pessoas além deles também pensassem da mesma forma, mas não queria ser ofendidos ou até agredidos pelos que realmente não gostaram.

Logo o professor entrou na sala, olhou em minha direção como sempre fazia, mas se surpreendeu com o que estava na sua frente. Isso já aconteceu quantas vezes hoje mesmo? Acho que já perdi as contas.

Ele não ligou muito para mim, apenas ignorou e deu início a sua aula. O professor terminou de passar a matéria eu copiei e respondi tudo, não deixaria de estudar como antes, isso seria única coisa que não iria mudar, afinal isso não era apenas para impressionar o meu “pai”, mas sim para o meu bom futuro. Estudar nunca é demais.

Bateu o sinal para a troca de aula e vi Castiel finalmente chegando na sala, deveria estar matando aula fumando por aí, mas isso não era mais uma obrigação minha, afinal não sou mais representante do grêmio estudantil, o novo que se vire com os problemas com o Castiel.

Agora era matemática, então ele veio para nada, na verdade ele sempre vem na escola a toa, ele nunca faz nada, ou ele está matando aula ou está dormindo na sala. A maioria das minhas aulas eram com ele, então podia muito bem afirmar isso. Ah, agora que me lembrei, as aulas de matemática também faço com a Lynn.

E falando do demônio, estava lá ela entrando na sala com o seu típico sorriso no rosto. Quando ela me viu saiu correndo até mim.

– Meu Deus, Nath! – ela falou impressionada. – Você está lindo. – sorri para ela.

Lynn sempre está me apoiando em tudo que eu faço, ela é a única que eu posso contar a todos os momentos.

– Haha, obrigada. – dei uma olhada na roupa que ela usava. – Mas não posso dizer o mesmo de você. – falei brincando com a cara dela.

Ela fez um bico e fingiu estar indignada. Estava fazendo a sua típica ceninha de drama.

– QUE? Nathaniel você é a pior pessoa do mundo. – ela me mostrou a língua.

Levantei-me da cadeira e dei um abraço da morena. Nesse momento muitos olhares se voltaram para nós.

– É claro que eu só estava brincando com você sua idiota. – ri da cara dela. – Eu te amo morena.

– Eu sei. – ela falou convencida. – só queria que se sentisse culpado. – agora ela estava rindo da minha cara. – Eu também… me amo.

– Quem vê alguém acredita nesse seu draminha fajuto. – mostrei a língua para ela. – Ei! Espera! Você não me respondeu o meu “Te amo”?

– Não! E nem vou responder mesmo. – respondeu. – Afinal, quem amaria um loiro oxigenado que nem você?

– Hunf. Ok então. Nunca mais fale comigo. – virei a cara e voltei a sentar na cadeira onde estava antes.

– É MENTIRA NATH, EU TE AMO! – ela gritou chamando a atenção da sala inteira.

Fiquei corado por causa disso, não esperava que ela fosse falar tão alto assim.

– Olha. A bicha tem uma namorada, achei que ele não gostasse dessa fruta. – um garoto gritou para a sala que começou a rir.

– Achei que ele fosse do tipo que gostasse de dar a bunda. – outro garoto também caçoou.

– Ei. Vocês, otário! – Lynn ia ‘pra cima deles, mas eu a segurei.

– Lynn, não vale a pena. – falei tentando parecer não me importar, mas era inevitável ver a tristeza em meus olhos. – ela me olhou brava.

– Nathaniel, eu não vou deixar eles falarem assim com você. – ela respondeu séria.

– Haha, que hilário, o viadinho precisa que a namorada o defenda. – o primeiro garoto voltou a falar aproveitando que a morena ao meu lado havia me defendido.

Acho que eles realmente pensam que está sendo engraçado.

– Cala boca, idiota. – dessa vez não consegui segura-la e ela foi para cima deles. Levantei para conseguir a segurar, mas não adiantou. – Olha aqui seus otário se voc…

Quando estava passando por um dos dois garotos engraçadinhos ele levantou a minha saia, me expondo para a sala. Corei e fiquei estático. Não conseguia me mexer e meus olhos começavam a marejar.

Em um piscar de olhos o garoto estava caído no chão. Ele havia recebido um soco no nariz, que agora estava sangrando.

Quando me virei para ver quem era, vi que era Kentin. Atrás dele estava Alexy com uma expressão de puro ódio e a Kentin não estava muito diferente.

Lynn ao notar o que aconteceu e ver que estava prestes a desabar ali mesmo, me puxou para fora da sala, me levando para o clube de jardinagem onde poderíamos ficar sozinhos. Sem menos eu notar as lágrimas já molhavam o meu rosto. Lynn me abraçou, me acolhendo em seus braços. As minhas lágrimas agora já molhavam a sua blusa.