POV: Maegi
Anna: Amiga, amanhã é meu aniversário, passe lá no meu apartamento, leve o Henry. 18 horas.
Maegi: Certo, estarei lá! Henry está em Londres com o pai :(
Anna: Que pena, mas conto com você lá!
Maegi: Certo!
Paris, 20 de Outubro de 2021, 18h.
Estacionei em frente ao prédio da Anna e do Lys, estou com Lety. Falamos com o porteiro e ele nos mostrou onde os elevadores ficam. O prédio dela é daqueles que o elevador para direto no apartamento. Ou seja, prédio de rico.
Saímos do elevador e colocamos os presentes em uma mesa que havia do lado esquerdo, encostada em um espelho.
- Oh, vocês vieram! - Anna surgiu sei lá daonde e nos abraçou.
- Claro que sim! - falei - Feliz aniversário!
- Obrigada! Venham, o pessoal já chegou. Estão lá na varanda.
Seguimos para a grande porta que ela nos apontou, uma varanda extensa, com parapeito de vidro e bem iluminada, com uma piscina ao fundo. Perto da porta, há várias mesas com alguns convidados, entre as mesas e a piscina, há uma mesa de buffet e um bar, onde há um Barman servindo as bebidas.
Avistamos Castiel e Armin em uma mesa e fomos cumprimentá-los.
- Olá! - acenamos e sentamos.
- Olá! - Armin sorriu ao me olhar.
- E ai, meninas? - Castiel falou com um sorriso malicioso no rosto.
- Chegaram há muito tempo?
- Chegamos juntos, Debrah fez questão de vir com sua nova amiga Iris, e ela arrastou o Armin junto. Ai! - ele se contorceu de dor.
- Iris? - perguntei, confusa.
- Falando de mim? - vi Iris chegando e passando os braços ao redor do pescoço do Armin, que parece um pouco desconfortável. - Espero que não estejam falando mal. - ela o beijou na bochecha e sentou ao lado dele. - Maegi, você está ótima. - Apenas pisquei, ainda estou processando a informação. Eu dei um sorriso falso e me virei para Lety, que olhava para Castiel, que agora estava conversando com uma mulher de cabelo castanhos.
- Esta aqui é a Debrah, minha namorada. - ele disse. - Essas são Maegi e Lety.
- Olá. - falamos juntas. - Lety, quer ir ao banheiro? - falei e pisquei para ela.
- Claro, vamos.
Saímos da varanda e fomos para o corredor do banheiro.
- Dá pra acreditar? - perguntei. Encostando minhas costas na parede.
- Eu que pergunto! Viu o jeito como ele me olha? Viu que ele nos apresentou a NAMORADA dele? Que safado!
- O que?
- Castiel e Debrah. - ela fez voz de deboche ao falar da menina.
- Ah sim. Mas Lety, eu já ouvi falar que isso é apenas contrato. Apenas para a mídia.
- Duvido. - ela fez bico. - E aquela cenoura ralada estragada? Odiei ela. Tal de Iris.
- Lembra da amiga do Armin, da faculdade, que eu disse que gostava dele? - ela assentiu - Era ela. Eu não sabia que eles estavam juntos.
- O que? - ela arregalou os olhos - Deus, que safado! E ele tentou te beijar!
- Sim. E ele nunca mencionou ela nesses últimos tempos. - ficamos um tempo em silêncio e eu suspirei - Vamos voltar para a festa. Vamos curtir.
- Tá certa. Vamos.
Voltamos para a varanda e Nathaniel, Kentin, Emma e Leona já estavam sentados à mesa.
- Cadê o Henry? - Leona perguntou.
- Ele está em Londres. Com o pai.
- Poxa, que pena. - olhei para o Armin por um segundo e ele estava me encarando, como se estivesse decifrando algum enigma, e a ruiva estava ao seu lado, fazendo carinho em seus braços.
- Olá! - Lys apareceu, cumprimentando a todos. - Desculpem a demora! Estão gostando da festa? - não.
- Sim. - falamos em uníssono.
- Que bom, vou cumprimentar os outros convidados. - assentimos.
Após a saída do Lys, voltei minha atenção para a Lety. Somos as únicas “sozinhas” na festa, todos os nossos outros amigos estão acompanhados. Resolvemos ir para o bar, e lá ficamos por vários minutos, apenas bebendo vodka e whisky.
Algum tempo depois, Lysandre começou a cantar algumas músicas para a Anna, depois Castiel cantou e Debrah também, mas confesso, essa menina canta MUITO MAL. Não sei qual talento viram nela, sério.
Iris estava fazendo questão de esfregar sua relação com Armin na minha cara, e ele parece bastante incomodado com a situação, apenas me olha e eu reviro os olhos em resposta. Se eu contar quantas vezes já fiz isso apenas essa noite, não existirá número exato.
Na festa há alguns famosos, aproveitei também para tietar. Tirei foto com alguns meninos da banda One Direction, com a cantora P!nk e com a Ariana Grande e postei nas minhas redes sociais e enviei também para o Henry.
Depois fomos todos nós para uma parte da varanda que estava próximo ao palco que fora montado para a banda. Algumas músicas eletrônicas estavam tocando ali. Começamos a dançar.
Dancei bastante com a Lety e batemos mais fotos. Leona logo nos acompanhou e nós três dançamos juntas.
Enquanto dançamos, não sei se foi efeito da bebida ou sei lá, mas eu não conseguia tirar meus olhos dos olhos do Armin. Nossos olhares estão conectados. Enquanto a ruiva dança com ele, ele apenas olha pra mim e eu apenas olho para ele. Até que a cenoura fora de validade o puxou para um beijo, que ele correspondeu.
Aí já é demais.
Dei as costas e fui em direção a saída da varanda, depois segui novamente para o banheiro, mas exitei em abrir a porta, encostando minha testa na madeira.
- Maegi? - suspirei. Era a voz do Armin.
- Oi.
- Aconteceu alguma coisa?
- Não. - abri a porta e quando eu ia fechá-la, ele não deixa e abre-a de novo, entrando no banheiro junto comigo. Em seguida, ele tranca a porta. - Armin, dá licença?
- Não. Não até você me dizer o que tá acontecendo? - suspirei e me dei por vencida.
- Desde quando vocês estão juntos? - ele me encarou confuso. - Você e a ruiva.
- Ah, sim… Isso não é nada sério.
- Não parece, Armin. - cruzei meus braços e ele sorriu.
- Ah é? - ele se aproximou, ainda sorrindo - E por que você se importa com isso? Nós somos apenas amigos, não? - merda.
- Claro que somos. - respondi, dando de ombros. - Eu apenas não gosto dela. E nem ela de mim. - ele se aproximou, fazendo-me recuar.
- Bem. - ele se aproximou ainda mais, fazendo-me encostar na parede fria. - Ela é apenas um caso.
- Um caso que POR ACASO mora com você, não é? - bufei - Armin, me poupe né. Você tentou me beijar! E tentou isso estando com ela. - dei socos leves em seu peitoral.
- Eu não estou com ela! - ele segurou meus pulsos. - Eu apenas a aguento. Eu não a amo. - nos encaramos e ficamos em silêncio. - Você sabe quem eu amo.
Ele aproximou seus lábios dos meus. Pude sentir sua respiração em minha pele, o ar quente saindo dele me fazendo corar. Senti suas mãos em minha cintura, apertando-me contra si. E então sua boca foi em direção ao meu pescoço, tocando-o, fazendo-me arrepiar por inteiro. Era o mesmo toque macio de antes, mas com uma malícia a mais. Senti seus dentes morderem o lóbulo da minha orelha esquerda, fazendo-me soltar um gemido abafado…
- Armin… - falei entre os gemidos - Armin, não podemos. Não. - Ao mesmo tempo que eu quero afastá-lo, eu quero que ele continue. - E-eu nã-ão que-quero.
- Não parece que você não quer. - ele disse enquanto aperta meu quadril.
- É sério. Eu não posso fazer isso com o Henry. - ele me largou instantaneamente assim que eu disse o nome do meu noivo.
- Argh! De novo esse cara! - ele bufou.
- Claro! Ele é meu noivo, Armin! - ele se virou, passando as mãos no cabelo.
- Você não sabe o quanto eu tô me segurando pra não te agarrar aqui e agora! E você vem me falar do seu noivo? Maegi! Você não o ama!
- Quem você pensa que é pra me dizer se eu o amo ou não? - ele ficou em silêncio.
- Sou aquele que desperta os teus desejos mais secretos. - ele se aproximou de novo. - Vamos, Maegi. Me responde.
- Responder o que?
- Me diga se você não está com vontade de transar aqui e agora, comigo? Negue, Maegi. Negue.
- Armin…
- Está vendo?
- Armin, para com isso! - passei as mãos em minha testa - Caramba! Eu… Eu não sei, tá?
- Maegi, Maegi… Apenas veja, apenas olhe pra trás, olhe pra nós dois! A gente se ama! Não demos certo no passado, mas no futuro podemos dar certo! Apenas no dê uma chance!
- Eu nos dei essa chance! Com aquela carta! Quatro anos atrás!
- Carta? Que carta? - ele arregalou os olhos.
- A carta que eu dei ao porteiro do prédio que vocês moravam, em Los Angeles. Eu a escrevi e enviei naquela mesma noite. E fiquei esperando a resposta até a hora que embarquei para Londres.
- Que carta, Maegi? - ele se aproximou e me balançou pelos ombros.
- A CARTA - gritei. - A carta em que eu pedi uma segunda chance pra nós dois! Aquela carta, Armin. Não me faça falar de novo! - ele se distanciou, passando a mão nos cabelos novamente.
- Eu não sei de nenhuma carta, Maegi.
- Eu enviei. Sei apenas disso.
- Merda…- ele socou um azulejo.
- Ei, não precisa quebrar o banheiro da Anna! - segurei seu pulso.
- Quer dizer que eu tive uma chance de te ter de volta? - ele colocou as mãos em meu rosto e me encarou.
- Teve.
- Me perdoa. - ele encostou nossas testas.
- Armin. Eu não tenho que perdoar. - me afastei - Se você diz que não sabia da carta, então eu não tenho como te culpar de algo.
- Maegi, eu… Me da uma… - coloquei meu dedo indicador em seus lábios, interrompendo-o.
- Armin, vamos voltar para a festa. Conversamos sobre isso em outro momento. Deixe-me pensar, ok?
- Ok. - ele pegou minha mão e a beijou.
Saímos juntos do banheiro, arrancando olhares de algumas pessoas que estavam no hall de entrada, ignorei-os e segui para a varanda, dando de cara com uma cena nada agradável:
Lety, mega bêbada, e Debrah, quase indo aos tapas.
Castiel está segurando Debrah enquanto Kentin e Leona seguram Lety.
- O que tá acontecendo aqui? - perguntei.
- Elas começaram a discutir e de repente quase começar a se bater. Sorte que impedimos. - Kentin respondeu.
- E você, Castiel? - apontei para o ruivo - aposto que você foi o pivô da discussão! Ao menos controle sua namorada! Pare de ser malicioso com a Lety! Assim você evita confusões pro seu lado, certo? - ele me encarou em silêncio - E você - apontei para Debrah - Não se meta com a minha amiga.
- A sua amiga começou a briga. - Iris falou, se metendo.
- A conversa ainda não chegou em você, Iris. Não se meta.
- Olha aqui, não fale assim comigo. Você não sabe com quem está se metendo. - ela ficou frente a frente comigo, me encarando nos olhos.
- Você que não sabe com quem está se metendo. - dei as costas para ela e peguei Lety, levando-a em direção ao elevador. Vou levá-la para o meu studio, já chega de festa.
Estacionei o carro na garagem do meu prédio e conduzi Lety até o elevador, e em seguida, até meu studio. Ela está muito bêbada. Ela fala coisas que eu não faço ideia do que seja.
A despi e coloquei-a embaixo do chuveiro, deixei a água na temperatura mais fria possível e fui ferver água para o chá. Voltei ao banheiro e tirei Lety de lá, vestindo-a com um pijama meu e a deixei na cama. Fui pegar o chá e servi duas xícaras para nós duas.
Ela agradeceu - eu acho - e tomou. Ficamos o tempo todo em silêncio.
Mas a minha cabeça está a mil. Céus…
A sensação dos lábios do Armin na minha pele foi maravilhosa e nostálgica ao mesmo tempo. E saber que ele nunca leu aquela carta me deixa confusa. O que será que aconteceu? Será que foi culpa do porteiro? Ou alguém pegou a carta? Não, não é possível que em quatro anos ele nunca tenha visto a carta pelo apartamento.
Envolvida com meus pensamentos e teorias, tomei meu chá e adormeci ao lado da Lety.
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