POV: Armin
Arrastei Iris pra fora da festa, entramos no carro e voltamos para o meu apartamento. Ela resmungava coisas sobre eu ter fugido com a Maegi, falava mal da Lety, da Leona, falou mal até da Debrah que ela diz ser amiga.
No meio do caminho, tentei lembra-me de cada detalhe daquele dia em que Maegi e eu terminamos. Ela foi embora, eu quase destruí o meu quarto, dormi no chão, acordei e fui tomar uma xícara de café... Hum... E então a Iris chegou... Com as correspondencias...
Essa não... Foi a Iris que roubou a carta.
Chegamos no meu apartamento e ela deitou no sofá, super bêbada enquanto eu fui até as coisas dela e comecei a revirar gaveta por gaveta, procurando por algum indício da carta.
- O que está fazendo? - ela perguntou, cambaleando até o quarto. - Ei, essas são as minhas coisas!
- Estou procurando a carta! Cadê a Carta, Iris? - seus olhos arregalaram-se e num instante ela ficou sóbria.
- Que carta? Você tá doido? - ela riu, cínica.
- A CARTA QUE A MAEGI ESCREVEU PRA MIM, EM LOS ANGELES. EU SEI QUE VOCÊ ROUBOU! - gritei enquanto bagunçava a gaveta dela.
- Armin, eu não sei de carta nenhuma! - ela se aproximou e me afastou de suas gavetas. - Sai, não bagunça as minhas coisas!
- Eu estou na MINHA CASA, eu faço o que eu quiser nela!
- Para de ser idiota! Eu não sei de carta nenhuma. - ficamos em silencio - Afinal, pra que tanto interesse nisso agora? Depois de 4 anos.
- Você sabe que eu nunca perdi o interesse por ela.
- Por que, Armin? Por que? - ela começou a me socar no peito. - Eu estive aqui. EU! Por mais de quatro anos! FUI EU! Ela largou a Inglaterra pra ficar com você? NÃO! Ela deixou de viver por sua causa? NÃO! Inclusive, está até noiva, não é?
- Cala a boca. - falei com os punhos cerrados.
- Não! Agora você vai me ouvir! Acorda, Armin! Você acha mesmo que ela vai largar tudo o que ela tem agora pra ficar contigo? Sério mesmo? - ela soltou uma gargalhada - Armin. Eu te amo. Desde a primeira vez que eu coloquei meus olhos em ti. - ela se aproximou, jogando seu corpo pra cima de mim. - Esquece essa Maegi. Fica comigo. - ela colocou os braço ao redor do meu pescoço e aproximou nossos lábios.
- Chega! Sai daqui! - a empurrei e ela quase caiu. - Iris, eu te quero fora desse apartamento. AGORA!
Peguei a mala dela, que estava em cima do armário, abri a gaveta dela e peguei todas as suas roupas e coloquei dentro da mala.
- Sai daqui. Eu não quero mais te ver na minha frente. Quando vier buscar o resto das tuas coisas, é melhor que me avise, não quero estar aqui. - abri a porta do quarto e apontei para fora.
- Eu não acredito nisso. - ela me encarou, com raiva, e caminhou até mim com a mala - você vai se arrepender, Armin Soft. Escute bem o que eu digo.
- Não tenho medo de você.
- Pois deveria. Eu sei fazer muito mais do que esconder cartas.
Quando eu estava prestes a responder, ela andou rapidamente até a saída do apartamento e bateu a porta.
Então quer dizer que ela escondeu a carta?
Mas onde ela teria escondido?
Suspirei, irritado, despi-me e fui tomar banho. Em seguida, apenas encarei meu quarto bagunçado e deitei na cama.
E agora? E se eu nunca achar essa carta?
Preciso falar com alguém. Castiel a essa hora deve estar mais bêbado do que outra coisa... Hum... Claro, vou ligar para o meu irmão.
- Alô? - ouvi ele responder.
- Alexy? Atrapalho?
- Não. Que milagre é esse, irmão?
- Não fale assim. Eu... Eu preciso conversar. Preciso do meu irmão.
- Oh... - ele ficou em silêncio.
- Sei que tá tarde, mas eu posso dormir ai hoje?
- Claro, mamãe vai adorar a sua visita. Acho que ela ainda ta acordada.
- Certo, estou indo.
Desligamos e eu rapidamente vesti uma bermuda jeans e uma camisa preta. Peguei o carro e dirigi até o apartamento dos meus pais. Passei direto pela portaria e fui para o apartamento. Girei a chave na fechadura e vi meus pais sentados na sala, assistindo televisão.
- Filho! Que surpresa! - minha mão falou, levantando e indo me abraçar.
- Desculpa vir assim sem avisar.
- Você pode vir a hora que quiser.
- E o Alexy? Cadê?
- No quarto dele. Vá lá.
Fui para o corredor e bati duas vezes na porta do quarto do meu irmão, ele exclamou "entre" e assim o fiz. Encontrei-o, de pijama, sentado em sua cama lendo uma revista.
- Oi, irmão.
- Oi, maninho. - ele respondeu. - senta aqui. - ele apontou o espaço livre ao lado dele e eu sentei. - O que houve?
- Alexy, eu... Eu expulsei a Iris do meu apartamento.
- Ah, graças a Deus! Odeio essa menina. - ele riu e me olhou e viu que eu nao estou rindo. - Desculpa. Continua.
- Eu descobri que ela esconde uma carta.
- Carta?
- Uma carta que, se eu tivesse lido, eu poderia ter tido uma segunda chance com a Maegi.
- Certo. E ela confessou ter escondido a carta?
- Depois de falar várias coisas, sim.
- O que mais ela disse?
- Basicamente disse que a Maegi não me merece. Que ela não largou a Inglaterra por mim, que ela seguiu em frente. Que eu deveria esquecê-la, etc. E eu não sei o que pensar sobre isso. O que você acha? É verdade?
- Você quer realmente que eu seja sincero? - ele ficou de frente pra mim, sentado com as pernas cruzadas [N/A: Ou perna de índio, para alguns].
- Sim.
- Certo. - ele engoliu seco e encarou suas mãos - Você disse que a Maegi te escreveu uma carta, que poderia ter dado uma segunda chance pra você, certo? - assenti - E você não leu a carta e achou que ela tinha ido embora de vez, certo? - assenti - E ela foi embora pensando que você tinha lido a carta mas que a tinha ignorado, certo? - assenti. - Então, Armin, como você queria que ela largasse a Inglaterra por você? Como você queria que ela adivinhasse que você tinha se arrependido? Outra coisa, você sabe que Psicologia em Cambridge era o que ela mais queria, como ela largaria uma bolsa de estudos assim? Era o futuro dela, você não pode julgá-la.
- Eu sei... - limpei algumas lágrimas que caíram em meu rosto. - Mas e quanto ao Henry? Se ela me amasse, não estaria com ele!
- Armin, que absurdo! - ele quase gritou - Ela achou que tu tinhas chutado ela! Você queria que ela não seguisse em frente? Que ela ficasse ali sempre deprimida, sozinha, esperando sem saber se você ia voltar? A Maegi não faz esse tipo de mulher. Ela encontrou a chance de ser feliz com o Henry, apesar de que eu sei que ela ainda te ama. Eu vejo nos olhos de vocês que vocês ainda se amam. - não consegui conter mais minhas lágrimas e me joguei no colo dele e chorei. - Chora, pode chorar. Chorar faz bem, eu tô aqui com você.
- Eu tô tão confuso. - falei entre os soluços - Eu quero tanto ela de volta, tanto...
- Vocês já conversaram sobre isso?
- Tivemos uma breve discussão hoje no aniversário da Anna, onde ela me disse da carta, mas ela disse pra conversarmos outra hora.
- Então dê um tempo a ela. - ele afagou meu cabelo. - Ela deve estar tão confusa quanto você, agora que ela sabe que você não sabia da carta.
Fiquei em silêncio.
Continuamos abraçados e só então percebi o quanto fui negligente com meu irmão, o quanto eu não liguei pra ele, o quanto fui egoísta.
- Alexy? - levantei do seu colo e o encarei.
- Diga, mano.
- Me perdoa?
- Pelo quê?
- Por nunca ter sido um irmão bacana. Por não ter estado com você assim desse jeito antes.
- Armin, não tem nada.
- Eu te amo, irmãozinho. - abri meus braços.
- Eu te amo, irmãozão. - nos abraçamos.
Depois do abraço, mamãe nos chamou e comemos pizza na sala, depois fui para o meu antigo quarto, que está idêntico ao que era antes, e dormi.
No dia seguinte, acordei e fiquei pensativo.
Enquanto eu dou um tempo para a Maegi, eu poderia aproveitar para resolver outro problema da minha vida que eu deixei pra trás: meus pais biológicos.
Levantei, tomei banho, escovei os dentes e fui até o quarto do Alexy.
Conversamos outra vez e então eu propus a ele a ideia de contratarmos um novo detetive para acharmos nossos pais, ele ficou meio relutante, mas concordou.
Tomamos café em família e peguei meu celular, nele havia uma SMS da Iris, dizendo que ia buscar suas coisas no meu apartamento, enrolei mais um tempo com meus pais e quando recebi outra mensagem dela dizendo que já havia acabado, peguei meu carro e voltei para casa.
Peguei o contato de um detetive particular que presta serviço para a delegacia e marquei hora com ele e Alexy.
Nos encontramos com ele em um restaurante, eu apresentei aqueles dados que consegui há anos naquela viagem com a Maegi, eu os estava guardando para quando esse momento chegasse. O detetive concordou e acertamos o preço. Agora meu irmão parece mais empolgado com a ideia.
E agora, tenho um bom pressentimento.
Sinto que conhecerei meus pais biológicos o mais rápido possível.
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