POV: Maegi.
Passei a noite péssima. Permaneci imóvel por horas, apenas encarando o escuro ao meu lado.
Agora estou no carro com Henry, Alexy e Jean Louis, estamos na estrada indo para a praia, passar o dia lá.
Passamos algumas horas na estrada e enfim chegamos, Alexy e eu arrumamos nossas coisas, estendemos toalhas e eu tirei meu vestido, ficando apenas de biquini e ele ficou apenas de sunga, Henry e Jean Louis fizeram o mesmo.
Henry e JL seguiram em direção a água, deixando apenas Alexy e eu na areia, observando-os conversar.
- Como estão as coisas entre vocês? - Alexy perguntou enquanto deitava em sua toalha para tomar um bronzeado.
- Péssimas… - deitei também.
- Posso adivinhar o motivo? - assenti - Armin.
- Tinha esquecido que você é uma bicha vidente.
- Eu não precisei prever nada, ele mesmo me contou.
- O que? O que ele disse?
- Ele me contou sobre a conversa no banheiro. - coloquei minhas mãos em meu rosto, morrendo de vergonha. - Ei, não precisa se envergonhar. Adivinha o que ele fez depois?!
- O que?
- Expulsou a cenoura estragada do apartamento dele.
- O que? - gritei e me debrucei em sua direção.
- Isso mesmo que você ouviu. Agora meu irmão está morando mais do que sozinho. - ele sorriu malicioso e eu sorri de maneira fraca - Ei, o que foi?
- Henry… Eu não sei o que fazer com ele.
- Que tal terminar? - ele perguntou, irônico.
- Você fala como se fosse fácil e ninguém fosse sair machucado.
- Eu sei, desculpa. - ele suspirou - Já experimentou conversar com ele?
- Ainda não, estou tentando criar coragem.
- Então crie-a, quero te ver feliz e sei que não é assim que você está agora. - ele levantou e pegou duas cervejas na bolsa que trouxemos. - Toma. - ele me entregou e eu peguei. - Mudando de assunto, tenho uma novidade pra contar.
- Tá grávido? - tomei um gole da minha cerveja.
- Não, sua chata! Armin e eu voltamos a procurar nossos pais biológicos.
- Sério? Que legal. Alguma novidade?
- Ainda não, falamos com o detetive há alguns dias, ele vai nos ligar assim que tiver novidades. - tomamos mais um pouco de cerveja - Estou tão empolgado, e o Armin está tão esperançoso… Fico com medo d’ele se decepcionar de novo.
- Não vai, dessa vez vai ser diferente, tenha fé. - peguei na mão dele e entrelaçamos nossas mãos.
Acabamos nossas cervejas e ficamos em silêncio observando Henry e JL voltarem da água, pela empolgação do Henry, devem estar falando de futebol, com certeza! Eles sentaram ao nosso lado e continuaram a conversar, por um momento até esqueci de tudo e me entreti com a conversa sobre o campeonato europeu.
- Tia Maegi! - ouvi uma voz fina me chamar, e então percebi ser Mharessa, correndo em minha direção, ajoelhei-me e a abracei.
- Mharessa! Que surpresa! - senti seus bracinhos apertarem meu pescoço.
- Tio Armin! - ela abraçou Alexy, que ria da menina.
- Oi docinho, eu não sou o tio Armin, sou o tio Alexy, irmão dele!
- Nossa mas vocês são iguais! - ela exclamou, confusa.
- Somos gêmeos.
- Mharessa! Não me mata de susto! - ouvimos a voz da Louise de longe, gritando pela filha, ela veio correndo na nossa direção. - Olá, Maegi!
- Olá! Gente, essa é a Louise, mão da Mharessa e delegada em Paris. Lou, estes são Henry, meu - engoli seco - noivo, Alexy, meu melhor amigo, e Jean Louis, seu namorado.
- Muito prazer! Que coincidência, não?
- Demais! Fica aqui com a gente!
- Por favor, mamãe, me deixa ficar aqui com a tia Maegi.
- Certo… - ela colocou sua bolsa próxima da minha e estendeu sua toalha ao meu lado.
- Então, Mharessa, quer brincar de que? - Henry perguntou.
- Não quero nada.
- Tem certeza? Eu sei construir castelos de areia! - JL falou.
- Hum… - ela fez cara de pensativa. - Ok, vamos! - ela correu para os braços dele e ele a levou para perto da água, Henry os seguiu.
- Que linda a sua filha, Louise. - Alexy falou.
- Obrigada. Então você é irmão gêmeo do Armin? Que legal. Isso me traz muitas lembranças...
- Que tipo de lembranças? - Alexy pegou mais três garrafas de cerveja e serviu para nós duas.
- Ah, história de gente velha, vocês não querem saber.
- Então tá. - tomei um gole da minha cerveja - Me conta que clima estranho foi aquele ontem. Você conhece o Michael?
- Sim. E você o conhece de onde?
- Ele foi meu professor e hoje é meu chefe. De onde conhece ele?
- Nós só namoramos, há muitos anos. - ela bebeu sua cerveja.
- Não parece que só namoraram.
- Por incrível que pareça, as duas histórias estão conectadas. Minha história com ele e a lembrança que acabei de falar.
- Ora, então nos conte, abra seu coração, Louise, estamos entre amigos. - Alexy falou.
- Certo. - todos tomamos mais um pouco de cerveja - Ele foi meu primeiro namorado, em um intercâmbio que fiz em Londres, quando tinha 16 anos. Sabe como é paixão adolescente, né? Aí eu voltei, grávida. Soube apenas quando já estava aqui.
- Puxa, e como está o seu filho? - Alexy perguntou.
- Eram gêmeos. Eu não sei como eles estão, minha família me fez entregá-los a um orfanato assim que nasceram. Nem o sexo dos bebês eu pude saber.
- Nossa, que horror. - Falei. - Você nunca foi atrás pra saber sobre eles?
- Não, eu nem saberia por onde começar. - vi uma lágrima escorrer de seu rosto. - Queria tanto saber como eles, elas, sei lá… Gostaria de tê-los conhecido.
- Ah, mona… Não fique assim. - Alexy a abraçou - Tenho certeza que um dia vocês vão se encontrar.
Sem mais nem menos, eles se abraçaram e permaneceram assim por minutos, quando dei por mim, Alexy também estava chorando. Acho que ele vê nela a mãe biológica que ele gostaria de ter.
Eles se largaram e se entreolharam, rindo envergonhados, e depois me encararam, rindo.
- Somos duas manteigas derretidas, não somos? - Alexy falou, enxugando suas lágrimas.
- São sim! - respondi, sorrindo.
Passei a encarar o trio construindo um castelo na areia, JL e Mharessa estão se dando bem e Henry parece estar implorando a atenção da criança, ela pareceu não gostar dele, sempre que ele se aproxima, ela foge.
Decidimos ir até a água, primeiro fui até Mharessa e lhe dei um beijo e depois mergulhei na água, com Louise, Alexy permaneceu com o trio.
Louise voltou para perto da filha e eu permaneci na água, dessa vez sentando na beira deixando a água bater apenas em meus pés, avistei um grupo de surfistas a alguns metros e passei a fitá-los.
- Maegi? Que surpresa!
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