POV: Armin
Chegamos em Paris por volta de 14h, nós quatro fomos para o meu apartamento. Chegando lá, sentamos em meu sofá e ficamos a nos encarar.
Maegi está ao meu lado e aperta minha mão, enquanto eu encaro meu irmão sem parar. Ainda não consigo acreditar que exista uma possibilidade de Louise ser nossa mãe. Ela é tão nova…
- Vocês acham mesmo que pode ser ela? - perguntei.
- Claro que sim, ela nos contou sua história quando estávamos na praia. Ela disse que teve gêmeos, mas que nunca pôde saber o sexo dos bebês. Tudo faz sentido! - Alexy respondeu, Maegi e JL permaneceram em silêncio.
- Precisamos falar com ela.
- Você tem o número? Vamos ligar pra ela agora. - peguei meu celular e o entreguei, ele buscou o numero na minha agenda e discou. - Alô? Louise? Oi! Aqui é o Alexy, não o Armin, peguei o celular dele pra te ligar. - ele pausou - é o seguinte… Queremos conversar com você. Temos algo muito importante pra falar. - pausou novamente - Nada grave. - mais uma pausa - Certo, mande o endereço por mensagem, daqui a pouco chegamos ai, levaremos Maegi e Jean Louis. Beijos. - e desligou. - Ela vai mandar o endereço por SMS, vamos para o carro. Você tem a foto ai?
- Tenho, está aqui no meu bolso. - peguei-a e mostrei.
- Certo. Vamos!
Recebi o endereço e seguimos até lá em silêncio. Não era muito longe do meu prédio, apenas algumas quadras. Depois de estacionar, falamos com o porteiro e entramos. Meus dedos trêmulos tocaram o botão do elevador e as portas do mesmo logo se abriram. Dentro dele, minhas pernas não paravam quietas, sentia meu corpo esquentar e ao mesmo tempo minhas mãos estão suando frio. Esperei por isso quase a minha vida inteira, parece que vou morrer de tanta ansiedade.
As portas do elevador se abriram novamente e nos dirigimos até o apartamento 1005, tocamos a campainha e fomos recebidos pela pequena Mharessa, que pulou em meu colo. Oh, minha querida irmãzinha. Abracei-a bem forte, acariciando seus cabelos, com meus olhos marejando.
- Tio Armin! Que bom te ver! - ela me apertou mais.
- Muito bom te ver também, pequena! - beijei sua bochecha.
- Olá! A que devo a honra! - Louise apareceu, abraçando a todos.
- Olá mã… Digo, Louise. - a abracei. Ela percebeu meu semblante sério e arqueou as sobrancelhas.
- Filha, por que você não vai brincar um pouco?
- Vamos brincar, Mharessa! Mostre-me sua coleção de brinquedos! - Maegi falou.
- Quero ir também! - Jean Louis completou.
- Oba! Vamos lá! - ela pegou nas mãos dos dois e os puxou até o corredor.
Alexy, Louise e eu nos encaramos por alguns segundos, em silêncio. Alexy parece envergonhado, tímido, sei lá. De certo deve estar tão nervoso quanto eu.
- Vamos até o sofá, sentem-se.
E assim o fizemos.
O apartamento dela é bem aconchegante, com paredes brancas e decoração cor de vinho, sentamos em seu sofá cor de grafite e nos encaramos novamente.
- Então, não vão falar nada? Estão me assustando. - ela perguntou. Olhei para o Alexy e fiz menção para que ele começasse a falar, ele engoliu seco e disse:
- Queremos conversar sobre… - respirou fundo - sobre seus filhos, os gêmeos.
- Oh, sim. O que tem eles?
- Bem, vamos começar pelo começo: Nós somos adotados.
- Oh… - e então eu falei:
- Alguns anos atrás, contratei um detetive particular, e ele achou o orfanato que fomos deixados quando bebês.
- Certo. - ela disse.
- Neste orfanato, eles possuíam um nome: Louise. - ela arqueou as sobrancelhas - E então aconteceram algumas coisas e eu parei a investigação. Mas decidimos retomá-la, e nosso detetive achou uma mulher: Lucrécia Borgia.
- Minha mãe… - ela quase sussurrou.
- Sim. Nós fomos até ela hoje de manhã. E ela nos deu essa foto. - peguei a foto em meu bolso e a entreguei, quando ela a pegou, seus olhos começaram a lagrimar. - Achamos que nossa mãe biológica é você, Louise.
Ela continuou a encarar a foto, ainda chorando, com uma mão e sua boca, como se estivesse tentando conter algo.
- Vocês… Vocês têm certeza disso?
- Cem por cento não. Mas queremos muito que seja verdade. - Alexy respondeu.
Alexy e eu nos encaramos e levantamos, nos posicionamos de frente pra ela. Ela nos olhou e levantou, e então eu comecei a chorar, e ela nos abraçou. Colocou cada braço em volta de nossa cintura e nos envolveu em um abraço triplo. Como somos mais altos que ela, colocamos nossos rostos em seu cabelo loiro e a apertamos contra nós. Permanecemos assim por minutos.
POV: Maegi
- Oba! Vamos lá! - ela pegou nas mãos dos dois e os puxou até o corredor.
E então, Jean Louis e eu seguimos até o quarto da pequena Mharessa. É espaçoso e aconchegante. Totalmente em tons de lilás e branco, com vários ursos e bonecas espalhados. Mharessa nos mostrou cada boneca e cada urso, estava muito feliz.
- Maegi, eu queria te falar uma coisa. - JL sussurrou em meu ouvido.
- Pode falar. O que houve?
- Estou pensando em pedir o Alexy em casamento… O que acha? - não pude evitar soltar um gritinho de alegria.
- Não acredito! Claro que acho uma ótima idéia! Que lindo! - bati umas palminhas. - Quando vai fazer isso?
- Assim que tivermos certeza sobre essa história toda da mãe biológica. Sabe, eu o amo. Quero fazê-lo feliz mais do que tudo nessa vida.
- Que lindo. Sei que ele te ama também, consigo ver o amor entre vocês. Fico muito feliz e faço votos de que serão muito felizes juntos. - nos abraçamos.
- Obrigada.
- Tia Maegi, tio Jean, vamos voltar lá pra sala. - ela nos puxou de volta.
Na sala, encontramos Armin, Alexy e Louise abraçados, claramente os gêmeos estavam chorando.
POV: Armin
- O que houve, mamãe? - ouvimos a voz da pequena Mharessa e nos separamos, enxugando nossas lágrimas.
- Oi, filha. - ela se agachou, abrindo os braços e Mharessa correu até ela - Estávamos apenas nos abraçando, filha.
- Mas você está chorando. A gente só chora quando fica triste.
- Não, filha, nós podemos chorar também quando estamos muito felizes. E eu estou muito feliz, minha filha. - ela levantou com a pequena no colo e encarou a mim e meu irmão. Ela abriu um de seus braços e nós a abraçamos novamente.
E, em apenas um dia, não ganhei apenas uma mãe, ganhei também uma irmãzinha.
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