História Meus amigos não me amam como você. - Eu não sou sua propriedade

POV: Lety

 

Anteriormente…

 

Michael e eu acabamos de sair de um encontro duplo com Maegi e Henry, céus, foi constrangedor. No começo estava tudo bem mas de repente tudo desandou, desde a aparição daquela delegada loira, desde então Michael passou a agir totalmente diferente de antes.

Fizemos o caminho até meu apartamento todo em silêncio, até chegarmos e subirmos.

 

- Posso pegar um vinho? - ele perguntou assim que entramos.

- Claro, fica a vontade. - respondi, tirando meus saltos e colocando-os em um canto da sala. Em seguida, peguei duas taças e sentei no sofá, ele sentou ao meu lado, já com a garrafa de vinho aberta.

- Eu… - ele encheu nossas taças e colocou a garrafa na mesa de centro - Eu peço desculpas, Letícia, pelo meu comportamento ainda a pouco.

- Não tem problema. - ergui minha taça para brindarmos, brindamos e tomamos um gole do vinho - Mas o que houve? É algo que eu possa ajudar?

- Não, Letícia, não… - ele acariciou minha bochecha direita, fazendo-me sorrir. Faz tempo que um homem não me trata assim, com tanto respeito. - Você é tão bonita, como não está namorando?

- Ninguém nunca conseguiu chegar até meu coração. - com exceção daquele ruivo idiota, perai, por que eu tô pensando nele?

- É uma pena. - ele pegou minha taça e a colocou na mesa de centro, junto da sua.

 

Michael colocou uma mão em minha coxa e aproximou seu rosto do meu, unindo nossos lábios em seguida.

Começou com um beijo calmo. Seus lábios são confortáveis, quentes e macios. Puxei-o para mais perto e deitei no sofá com ele por cima de mim, entre minhas pernas. Nosso beijo se intensificou e quando me dei conta, já havia retirado o terno dele e agora estou desabotoando sua camisa. Ao retirá-la, ele levanta e me põe em seu colo, assim como nos filmes, e me carrega até meu quarto, ao entrarmos ele me colocou em pé e começou a abrir o fecho do meu vestido, deixando-me apenas de lingerie em sua frente. Senti suas mãos em minha cintura e seus lábios em meus ombros, beijando-os com fervor. Virei para ele e o beijei, abrindo o fecho de sua calça, deixando-o apenas com sua boxer branca em minha frente. Assim, ele me deitou em minha cama e continuamos com nossas carícias.

 

No dia seguinte...

 

Acordei, olhei as horas em meu celular e são por volta de 11h, estendi meu braço para o lado e senti a cama vazia, será que tudo aquilo foi um sonho? Levantei meu lençol e vi que estou nua, como isso é possível? Levantei, fiz minha higiene matinal e vesti uma bermuda e uma blusa vermelha. Fui até minha sala e vi a garrafa de vinho e as duas taças ainda sobre a mesa de centro, ok, não foi um sonho. Ao lado da garrafa, havia um papel.

 

“Foi uma noite maravilhosa, mas tive que ir. Abraços, Michael.”

 

Sério isso?

Bufei, entediada e amassei o bilhete, jogando-o no sofá. Guardei a garrafa de vinho e lavei as taças. Peguei um pouco de suco que havia na minha geladeira e duas torradas, quando acabei de comer, voltei para o meu quarto e comecei a mexer em meu celular.

Acessei todas as minhas redes sociais até meu celular vibrar com uma ligação da Leona.

 

- Oi amiga! - falei ao antender.

- Olá! Quer passear?

- Aonde e com quem?

- Kentin, você e eu. Juro que não vai segurar vela! Sentimos sua falta.

- Certo. Se eu começar a segurar vela eu juro que…

- Não jura nada, deixa de ser chata! - nós rimos - Já podemos te buscar? Podemos aproveitar e fazer umas comprinhas…

- Tá bom, vou me vestir.

- Ok, até mais.

- Ate mais.

 

Desliguei o telefone e fui tomar banho, ao sair, escolhi uma calça jeans preta skinny, e uma blusa também preta. Coloquei meus saltos prediletos e esperei minha carona.

 

Ao chegarmos no shopping, Leona e eu deixamos Kentin para trás e começamos a andar pelas lojas de roupas e de maquiagem, compramos algumas coisas e depois fomos até Kentin, que está em uma loja de artigos esportivos. Chegando lá, vimos ele conversando com um cara alto, de capuz. Leona e eu trocamos olhares confusos e nos aproximamos.

 

- Amor, Lety! - ele acenou para nós e chegamos mais perto. - Olha só quem tá aqui - ele sussurrou, apontando para o cara alto.

- Oi! - Leona o abraçou, e então olhei em seu rosto e vi Castiel.

- Oi. - falei, acenando.

- Olá. - ele sorriu ainda me olhando.

- Então, o que faz aqui com esse capuz cafona?

- Não quero ser reconhecido. - ele riu - Sinto falta de poder andar livremente sem uma chuva de flashs atrás de mim.

- Sim, eu sei como é. - Kentin falou. - Quer lanchar com a gente? - por favor diz que não.

- Claro, vamos lá. - ele me olhou novamente.

 

Por sorte, a praça de alimentação não fica muito longe da loja que estávamos, assim não preciso ficar muito tempo perto dele.

Mesmo andando com pelo menos um metro de distância entre nós, sinto o peso do olhar dele sobre mim, e mesmo que tente ao máximo não olhar pra ele, algo me puxa, ou me empurra, pra perto dele. E ele também não me ajuda! Continua fazendo jogos com a minha cabeça, mesmo estando com outra, outra muito mais famosa e bonita que eu.

Ok, não estou com ciúmes. Agora tenho Michael, mesmo que ele tenha ido embora sem se despedir de mim, deixando apenas um bilhete, mas tudo bem, eu tenho a ele.

Sentamos em uma mesa redonda, fiquei entre Castiel e Kentin,  decidimos o que iríamos comer.

 

- Pizza? - perguntei.

- Nada saudável, senhora nutricionista. - Castiel respondeu.

- Não perguntei se é saudável ou não, perguntei se concordam. - respondi, calando o ruivo.

- Por mim, tudo bem. - Leona respondeu.

- Pra mim também. - Kentin respondeu e Castiel permaneceu calado.

- Ótimo, vou fazer o pedido, qual sabor?

- Calabresa! - o casal falou junto, na maior empolgação!

- Certo! - respondi rindo.

 

Levantei e fui até a pizzaria, haviam algumas pessoas na fila, então tive que esperar um pouco. Peguei meu celular em meu bolso e comecei a jogar um jogo de corrida, acho que isso é influência da Maegi…

 

- Acho que jogos de surf são melhores que jogos de corrida. - ouvi alguém falar ao meu lado. Olhei para a pessoa e vi Dake.

- Dake?! - tentei não parecer surpresa mas acho que não funcionou.

- Surpresa? - ele abriu o sorriso.

- Não. - voltei a me concentrar em meu jogo.

- Estou indo para a praia agora, surfar um pouco.

- Legal, vai lá.

- Lety, como você tá bon… - ele foi interrompido.

- Algum problema? - ouvi a voz do Castiel. - Dake. - olhei para ele e sua expressão era séria, olhei para sua mão e uma delas já estava fechada quase indo em direção ao rosto do Dake. Sem pensar duas vezes, coloquei minhas mãos em cima da sua, fazendo-o parar. - O que foi?

- Aqui não, você vai chamar atenção. - me virei para o Dake - Você não disse que ia embora? Tá esperando o que?

- Certo. Até mais, Lety. - ele falou, levantando as duas mãos em sinal de paz e virando-se em seguida.

- O que ele queria? - Castiel perguntou.

- Não sei, só veio pra me perturbar mesmo.

- Achei que era seu namorado, não o reconheci de primeira.

- Não tenho namorado. - por enquanto.

- Nunca terá, se depender de mim.

- O que quis dizer com isso? - me virei para ele e avançamos um passo na fila.

- Que você será sempre minha.

- Sabe, Castiel, eu não consigo te entender. Eu não sou sua propriedade. Você decidiu terminar, anos atrás. Você seguiu sua vida. E eu segui a minha. Tenho tanto direito quanto você. Deixa de ser babaca, acho melhor você ir embora. - a fila avançou e agora é minha vez de fazer o pedido.

 

Realizei o pedido e quando me virei, Castiel não estava mais ao meu lado, e nem na mesa com Kentin e Leona. Finalmente ele resolveu me escutar sobre alguma coisa. Voltei para a mesa e esperamos a pizza ficar pronta.

O resto do dia foi tranquilo, quando cheguei em casa, apenas guardei minhas compras e fiquei assistindo séries na Netflix até adormecer.

 

No dia seguinte, 8h.

 

Acordei com meu despertador do celular tocando, levantei rapidamente e fui tomar banho. Hoje é segunda-feira, então não tem treino, ou seja, não tenho trabalho hoje. Resolvi deixar o dia produtivo e comecei a fazer faxina.

Coloquei algumas músicas pra tocar e comecei a varrer, passar pano, e também joguei algumas coisas que não uso mais fora.

Ao terminar, me joguei em minha cama e acabei cochilando. Quando acordei, olhei meu celular e vi que são 16h, tomei banho e coloquei uma bermuda jeans e uma blusa preta. O que farei agora?

Resolvi passear um pouco.

Peguei meus óculos escuros, minha bolsa, coloquei minha sandália e sai. Passei por algumas ruas, apenas observando a paisagem. Vi uma barraquinha de sorvete perto de um restaurante e resolvi me aproximar, ao fazer isso, percebi alguns flashs, e então notei duas mulheres conversando na varanda do restaurante, os flashs iam em sua direção.

Passei a observar melhor e reconheci uma delas, era Debrah. Agora tudo faz sentido. Comprei meu sorvete e me aproximei mais para tentar ver quem era a outra mulher. Meu Deus, Lety, deixa de ser fofoqueira!

Aproximei-me lentamente vi Dake sentar na mesma mesa que ela. Dake? Novamente Dake? Com Debrah ainda por cima? Isso não tá me cheirando bem. A outra mulher soltou seus cabelos, revelando um ruivo fantástico, e tirou seus óculos de sol, revelando seus olhos azuis. Iris. É Iris.

Iris, Debrah e Dake na mesma mesa? Isso não tá me cheirando bem.

 

Resolvi parar de ser fofoqueira e voltei para casa. Ao chegar, o porteiro me avisa que tem alguém me esperando. Será Michael? Fui até o elevador correndo e apertei o botão para o meu andar, assim que as portas abriram, corri até minha porta e vi alguém que jamais esperaria ver assim, na minha porta.

 

Castiel estava jogado, com uma garrafa de whisky e alguns cigarros no chão, ao lado da minha porta.

 

- Castiel, o que houve? Meu Deus. - ajoelhei-me ao seu lado, checando sua temperatura e seu pulso.

- Lety… Eu…

- Não fala nada, vamos, levanta. Eu te ajudo. - ele se apoiou em meus ombros e eu abri a porta.

 

O coloquei em minha cama e liguei o chuveiro em uma temperatura bem gelada. O despi, deixando-o apenas com sua boxer e o levei para debaixo do chuveiro.

 

- Gelado… - ele sussurra.

- Eu sei, mas só assim você vai melhorar.

 

Senti suas mãos segurando minha cintura, levando-me para debaixo do chuveiro também.

 

- Castiel, não faz isso.

- Lety, fica comigo.

- Castiel, eu estou aqui com você. Agora me deixa te dar banho.

- Não vai embora, não me deixa.

- Não vou te deixar, agora por favor me deixa ter dar banho.

 

Ele enfim se deu por vencido e eu passei sabonete em seu corpo. Depois coloquei seu rosto embaixo d’água e massageei suas têmporas.

Castiel me puxou novamente para debaixo do chuveiro e colou nossos corpos em um abraço.

 

- Obrigado… - ele beijou meu pescoço, fazendo-me arrepiar.

 

Não respondi nada, apenas dei a ele um roupão, para ele não dormir nu e coloquei sua boxer para secar.

Quando voltei para o quarto, ele já estava debaixo das minhas cobertas, dormindo. Continua abusado mesmo com o passar dos anos, incrível. Não pude evitar sorrir ao vê-lo assim tão vulnerável, tão sereno.

Fui vencida pelo cansaço e troquei de roupa, colocando um pijama confortável, e deitei ao seu lado, adormecendo em seguida.