POV: Maegi
We're not, no we're not friends, nor have we ever been | Não somos, nós não somos amigos, e nunca fomos
We just try to keep those secrets in a lie | Nós só tentamos manter esse segredo em uma mentira
And if they find out, will it all go wrong? | E se eles descobrirem, será que vai dar tudo errado?
And heaven knows, no one wants it to | E só Deus sabe, ninguém quer que isso aconteça
“Cantora Debrah confessa participação e é presa pelo sequestro e tentativa de homicídio de Maegi Hills e Armin Soft.”
Esta era a manchete do jornal que um homem está lendo agora, aqui no hospital. Estou com Castiel, Alexy, Jean Louis, Lety, Louise, Michael, Arnaud, Vitória e meus pais na sala de espera, enquanto esperamos o resultado da cirurgia que Armin está passando.
São meia noite e ainda estou coberta com o sangue da Iris e a cada vez que fecho os olhos, escuto a arma sendo disparada por mim em sua direção. Ainda não acredito que a matei. Quanto a mim, não tive ferimentos fortes, apenas algumas escoriações e machucados em minhas mãos devido a corrente com a qual Dake me amarrou.
Quando Armin me empurrou para me livrar de ser atropelada por Dake, o loiro passou com o carro por cima da perna do meu noivo, por isso ele ainda está em cirurgia. O médico nos disse que foi grave…
So I could take the back road | Eu poderia escolher um caminho mais fácil
But your eyes'll lead me straight back home | Mas os seus olhos me guiam direto para casa
And if you know me like I know you | E se você me conhece, como eu te conheço
You should love me, you should know | Você deveria me amar, deveria saber
Durante a cirurgia, Armin teve sua perna amputada. Quando o médico nos avisou, nunca na vida me senti tão culpada. Praguejei mil vezes, pedindo para que todo o carma caísse em mim e não nele. Ele estava ali apenas para me salvar, eu que havia sido fraca em acreditar no que aqueles dois me disseram.
Os médicos disseram que irão implantar uma prótese, que meu noivo andará normalmente e nem notará que lhe falta um membro.
(...)
Os primeiros dias depois da cirurgia foram os piores. Armin dependia de todos nós para adaptar-se a sua nova realidade e eu conseguia perceber isso em sua feição. Diversas vezes, enquanto lhe preparava sua comida, o ouvi gritar ou bufar de raiva, as vezes ele até praguejava. Outras vezes, o peguei chorando, sozinho, e isso me fazia sentir mais culpada.
- Fiz um pouco de chá, você não que? - perguntei, entrando no quarto com uma bandeja em mãos.
- Não quero.
- Tem certeza, juro que tá gost… - ele me interrompeu.
- Não quero, Maegi. Por favor não insista.
Arqueei minhas sobrancelhas em resposta e dei meia volta. Deixei a bandeja na cozinha e corri até o lavabo, tranquei a porta e comecei a chorar. Chorei tanto que fiquei enjoada e vomitei.
Friends just sleep in another bed | Amigos dormem em camas separadas
And friends don't treat me like you do | E amigos não me tratam como você me trata
Well I know that there's a limit to everything | Bem, eu sei que há um limite para tudo
But my friends won't love me like you | Mas meus amigos não me amam como você
No, my friends won't love me like you | Não, meus amigos não me amam como você
Louise: Maegi, preciso falar com você.
Maegi: É urgente?
Louise: Um pouco. Venha até a delegacia.
Maegi: Estou indo
Assim que mandei a última mensagem, limpei minhas lágrimas, lavei meu rosto, peguei minha bolsa e fui até a delegacia. Lá, Louise me esperava já na recepção.
- O que houve? - perguntei.
- Venha cá. - ela me guiou pela cintura e fomos até a sala dela. - Durante a perícia, minha equipe achou isso aqui. - ela pegou um papel surrado de cima de sua mesa e me entregou. - Eu não li tudo, não se preocupe, mas sei que é seu.
Peguei o papel e li seu conteúdo, é a carta que estava com Iris, a carta que escrevi antes de ir embora de Los Angeles. Por impulso, comecei a chorar ao reler cada palavra que escrevi ali, como se estivesse revivendo cada momento.
Louise se aproximou e me abraçou e então me permiti chorar em seu colo.
- Se ele tivesse recebido esta carta, nós nunca teríamos nos separado. Tudo aconteceu por conta disso. - falei.
- Já passou, querida. Vocês estão bem, estão vivos, estão juntos! É o que mais importa agora.
- Não estamos bem, Louise. Sei que Armin não está bem, e isso me faz me sentir culpada! Eu sou culpada de tudo isso.
- Não, você não é. Os únicos culpados de toda essa história estão mortos, e uma está presa. Maegi, não se martirize assim.
Ela afagou meus cabelos e senti meu estômago embrulhar. Peguei uma lixeira que havia embaixo da mesa de Louise e vomitei nela.
- Maegi, o que você comeu?
- Eu não comi nada desde cedo. Acho que estou doente.
- Doente? - assenti - Maegi, você está atrasada?
- Atrasada?
- Sua menstruação.
- Eu não sei, com tanta coisa que aconteceu, nunca mais reparei ou contei nada.
- Nós vamos ao médico agora.
- Não, Louise. Eu não estou grávida.
- Quem deve dizer isso é o médico, vamos.
Louise me conduziu até o hospital. Entramos na urgência e emergência e aguardamos o médico de plantão nos chamar.
Uma médica nos chamou e fomos até o consultório. Ela me examinou e passou o exame BETA HCG para eu fazer. Fui para a sala de exames e uma enfermeira retirou um pouco do meu sangue para a análise.
Esperamos alguns minutos até a médica de plantão nos chamar novamente.
But then again, if we're not friends | Mas então, nós não somos amigos
Someone else might love you too | Pode ser que outra pessoa também te ame
And then again, if we're not friends | E aí então, se não somos amigos
There'd be nothing I could do | Não há nada que eu possa fazer
- Parabéns, mocinha. Você vai ser mamãe. - a médica sorriu e me mostrou o resultado do exame.
- Eu o que?
- Isso mesmo, você está grávida de 9 semanas. Meus parabéns!
- Vou ser vovó! Nem acredito nisso! - Louise me abraçou enquanto eu ainda estava sem reação.
- Estou grávida? Perai, dois meses?
- Sim, dois meses, querida. Portanto, é necessário que você contate um médico o quanto antes para realizar o pré natal.
- Claro, muito obrigada.
Louise e eu saímos do hospital, a loira não parava de sorrir, parecia até que era ela quem estava grávida.
Ela me deu carona até em casa, passei pelo porteiro devagar, e fiquei a esperar o elevador. Depois, abri a porta do apartamento e Armin estava sentado no sofá, de cabeça baixa, com o rosto apioado em suas mãos e os cotovelos apoiados em seus joelhos.
- Onde você estava? Fiquei preocupado. - ele perguntou.
- Desculpe, era urgente.
- O que era tão urgente assim pra você sair sem me avisar?
- Isso. - peguei a carta em minha bolsa e o entreguei.
Ele a pegou e abriu. Passou os dedos em cima das letras e começou a chorar.
- “Meus amigos não me amam como você.” - ele riu em meio ao choro - Nunca li tanta verdade.
- Leia o verso. - e assim ele o fez.
Assim que leu a frase “você vai ser papai”, que eu escrevi no verso da carta, Armin levantou e me abraçou, depois beijou meu ventre.
- Um bebê, nós vamos ter um bebê. - ele me beijou.
- Sim, nós vamos ter um bebê!
- Anjo, me perdoa. Sei que não tem sido fácil pra você, tudo isso. - ele apontou para sua perna e eu coloquei meu dedo indicador na sua boca, interrompendo-o.
- Eu te amo, Armin.
- Eu te amo, anjo.
No, my friends won't love me like you do | Não, meus amigos não me amam como você me ama
Oh, my friends will never love me like you | Oh, meus amigos nunca me amarão como você
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