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História Mi angél de la guarda - A morte de uma pessoa especial


Escrita por: luari

Notas do Autor


Desculpa a demora lovinhos <3
Mas aqui está mais um capítulo pra vcs

Capítulo 5 - A morte de uma pessoa especial


Fanfic / Fanfiction Mi angél de la guarda - A morte de uma pessoa especial

 Matteo já havia completado 10 anos.  
Em uma bela tarde, Matteo e sua mãe brincavam no quintal de sua casa. O dia estava ensolarado, e a grama do quintal estava mais verde do que nunca. Lara vestia um vestido de estampa floral rodado, feito com um tecido leve. As gargalhadas se misturavam com o som da brisa que batia nas árvores que se encontravam ali perto. 
—Meu filho a mamãe precisa descansar. — Diz se assentando, em um banco branco de madeira que estava a alguns centímetros dela.  
—Ah mamãe, vamos brincar mais um  pouco, por favor. — Pede o garoto sentando ao lado da mãe que tentava recuperar o fôlego.  
Tive uma impressão ruim sobre aquela situação. Me aproximei lentamente dos dois, a  aquela sensação ruim só aumentou. Lara estava com sua respiração pesada, e aquilo me preocupou muito. Olho para a casa, e consigo através da janela do escritório, o pai de Matteo. Penso em uma maneira de chamar sua atenção para o quintal. Olho em volta e vejo algumas pedrinhas no canteiro do jardim. Discretamente apanho uma das pedrinhas e lanço na janela do escritório.  
Em um tiro certeiro a pedra acerta a janela do escritório. O mesmo se levanta e abre a janela, avistando Lara ofegante no banco do quintal. O pai de Matteo parecia ter ficado aflito, e não demorou a ir até ela. Matteo, com sua inocência pergunta o pra sua mãe se ele estava bem, a resposta era óbvia, mas Lara não lhe falaria seu real estado, não queria causar preocupação em seu filho.  
O pai de Matteo, se aproxima dos dois, Lara apenas olha pra ele, e seu marido parecia ter entendido aquele olhar, mas eu não entendi, e aquilo despertou em mim uma curiosidade imensa. Lara acompanha seu marido para dentro de casa, Matteo os segue e eu consequentemente viu junto a eles. Lara se encaminhou para seu quarto, enquanto seu marido discava o número do Doutor Lee. Fiquei preocupada, a coisa parecia ser mais séria do que imaginava.  
Matteo não entendia nada o que estava acontecendo, mas insistia em perguntar.  
—Mamãe, o que você tem? — Pergunta o garoto, entrando no quarto de sua mãe, na qual se encontrava deitada na cama, mal conseguindo ficar de olhos abertos. 
—Nada meu amorzinho, já vai passar. — Responde após um longo suspiro.  
—Tem certeza? Quer que eu pegue um remédio pra você? — Insiste o garoto. Sua mãe nega, e diz que vai ficar tudo bem, mas algo me dizia que não. Não que eu estivesse sendo pessimista, ou algo do tipo, mas algo estava me dizendo que alguma coisa de  ruim.   
Doutor Lee chegou no final da tarde, e a essa altura, Lara estava queimando em febre.  
—Perdão a demora, estava atendendo outros pacientes. — Diz e o pai de Matteo o guia até onde se encontrava Lara. —O que ela tem? — Fala enquanto ajustava o estetoscópio nos ouvidos. 

—Bem eu não sei ao certo doutor, me diga você. — Falou o pai de Mate, tentando disfarçar ao máximo o medo que tinha de descobrir o que sua mulher tinha. 

—O que sente Lara? — Indagou enquanto pressionava o estetoscópio contra seu peito, checando seus batimentos cardíacos.  

 —Bem, febre tontura, e muita dor de cabeça. E quando estava brincado com meu pequeno lá em baixo, senti uma falta de equilíbrio e a sensação que a minha  cabeça estava girando, bem essa sensação ainda continua. — Falou enquanto levava uma de suas mãos até a testa. 

 Pude notar um longo suspiro vindo do Doutor Lee, aquilo me deu uma aperto no coração. Matteo pegou no sono, e dormia em seu quarto, o que me deixava mais aliviada, porém ainda me preocupava com o estado de saúde de Lara. 

—Vamos ter que encaminha-la para o hospital, para poder fazer alguns exames. Tenho suspeitas do que pode ser, mas não vamos nos precipitar. Vou ligar para a ambulância, para levá-la. — Diz o Doutor retirando seu celular do bolso, e discando o número de emergência. 

 Eu realmente estava confusa, e o médico sendo misterioso daquele jeito não me ajudava em nada. Decidi ir ver Matteo, cheguei no quarto e comecei a admirá-lo, me aproximei lentamente do pequenino que parecia estar no quinto sono. Posicionei-me em sua frente, e me asas relaxaram cobrindo minhas costas, me ajoelhei ao pé da cama, meu rosto ficou na mesma altura que o dele, afastei uma mexa de cabelo que estava sobre sua testa, e um sorriso brota em seus rosto. 

—Mamãe, eu te amo. — Aquele pequeno sussurro, ecoou em minha mente, e a bagunçou tudo, assim como um abalo sísmico. Segurei suas pequenas mãos e depositei um pequeno beijo nas mesmas.  

—Eu também te amo... — Aquelas palavras saíram involuntariamente de minha boca, não sabia ao certo porque, e no mesmo instante em minha mente surgiu a imagem daquele rapaz novamente, ele se declarava pra uma menina, que eu não consegui identificar mas tive a impressão de conhecê-la. De seus lábios se formou a frase "Te amarei por mil anos mais'', e os dois  trocam um beijo apaixonado e um clarão encerra aquela espécie de visão que eu tive. Beijei-lhe na testa, sabia que aquilo ia contra as normas, que eu deveria seguir para o bem de todos, mas ele estava dormindo, nem lembraria disso, certo? 

 Voltei a sala, e pude escutar a voz do Doutor Lee dizendo, ''Farei o possível para salvá-los". Fiquei mais confusa do que já estava, porque ele estava falando no plural?  

 Matteo foi deixado na casa de sua tia Mary, sei que deveria cuidar dele, mais sei que estava seguro lá. Ao chegarem no hospital, Lara foi encaminhada para uma sala na qual faria os exames para diagnosticar o que ela tem. Passado algumas horas, Doutor Lee chama o esposo de Lara e o mesmo adentra o quarto na qual Lara se encontrava. O doutor olha para o dois com o semblante triste, e começa a falar os resultados dos exames feitos. 

—Bom, não existe uma maneira de amenizar essa notícia. — Fala enquanto começa a ler a prancheta em que suas mão segurava. —  Esses sintomas  estão relacionadas com o labirinto, uma estrutura localizada no ouvido interno que está relacionada à audição e equilíbrio. Para ser mais específico, a labirintite é uma doença do ouvido que afeta o labirinto e suas estruturas responsáveis pela audição (cóclea) e pelo equilíbrio (vestíbulo). As pessoas costumam chamar qualquer distúrbio na região do ouvido interno de labirintite. O termo correto é labirintopatia, sendo labirintite uma delas. As causas da labirintite ainda não são claras. Mas sabe-se, porém, que infecções e inflamações sejam as principais causas para a doença, como a otite média e o resfriado. Outros fatores, ainda que com menos frequência, também podem provocar labirintite, a exemplo de tumores, doenças neurológicas, compressões mecânicas, alterações genéticas, alergias e o uso de medicamentos perigosos para a saúde do ouvido interno. Na labirintite, as áreas do ouvido interno ficam inflamadas e irritadas, fazendo os nervos do vestíbulo enviarem sinais incorretos ao cérebro como se o corpo estivesse se movendo. No entanto, outros sentidos, como a visão, não detectam esse movimento, causando uma confusão entre os sinais recebidos pelo cérebro e, consequentemente, a perda das noções de equilíbrio.  

—Mas achei que a labirintite tivesse cura Doutor. — Diz o marido, meio confuso. 

—E tem, porém... — O doutor respira fundo antes de prosseguir sua fala. — Bem, nos exames foi detectado um crescimento anormal e fora de controle das células, e antes que me perguntem sim ela está com câncer. Mas o problema que esse tipo de câncer é novo, e não temos nenhum registro desse tipo em nossos arquivos, ou seja, ele não tem cura... e não se sabe ao certo quanto tempo de vida ela tem. E sobre a vida do bebê, bem é provável que ele não resista, sinto muito. 

 Fiquei tão chocada quantos eles, e pela segunda vez na minha vida, chorei, não só por Lara, mas também por Mateo, além de perder sua mãe, perderiam um irmão (a). Lara e seus marido se debulharam em lágrimas, sabia que aquilo seria muito dolorido para a família e pessoas próximos. 

 O marido de Lara, foi buscar o seu filho. Ela queria vê-lo e curti-lo o máximo possível antes de sua ida. Essa notícia seria um choque para ele, e ele era apenas uma criança. Sentia muita pena de meu protegido, queria estar ao seu lado, mas não como um anjo da guarda que não pode ser notado, mas sim como uma humana, que pudesse confortá-lo. Uau, pela primeira vez em minha vida desejava ser humana, desejava ser mortal. Como pode isso? Pra mim isso faz todo sentido, e pelo meu protegido vale a pena. Se Ângelo soubesse disso, cortaria minhas asas sem dó nem piedade, ele consegue ser bem sinistro quando quer.  

Fui tirada de meus pensamentos, quando a porta do quarto se abre, e o pequeno Matteo entra acompanhado de seu pai, sem a menor noção do que fazia, pula na maca onde se encontrava sua mãe, já abatida e fraca por conta da tristeza e angustia que sentia, em ter que falar aquilo para seu próprio filho. Sempre prezou para que ele não passasse por esses momentos, mas daquela vez era inevitável. O semblante de Matteo muda ao ver que lágrimas escorriam pelo seu rosto pálido. 

—O que houve mamãe? — Indaga o  garoto confuso. 

—Vai ser meio difícil de te explicar isso meu amor, mas a mamãe não está nada bem. —Explica entre os soluços. Ver aquela cena estava partindo meu coração. — A mamãe quer que você prometa uma coisa, tudo bem?  

—Claro, tudo o que você quiser mamãe. — Responde colocando a mão no rosto de sua mãe. 

—Não importa o que aconteça, sempre seja corajoso e bondoso, não deixe que nada nesse mundo tire isso de você... e mesmo que eu não esteja aqui com você, sempre terá a companhia de seu anjo da guarda, ela sim nunca te abandonará. Me perdoe meu amor.  

 Assim que ela terminou de dizer isso, Matteo começou a chorar desesperadamente, como se estivesse entendido o que sua mãe realmente queria dizer. Amparado pelo o abraço materno, o choro de Matteo é abafado e seu pai se aproxima, envolvendo os dois em seus braços protetores. Eu queria muito participar daquele momento, que aparentava ser muito confortante. Qual será a sensação de ser envolvida por calor humano? Sacudi a cabeça em negação e voltei minha atenção para a família. 

 Lara morreu uma semana depois, junto com seu feto, que a Matteo nem sonhava que existia. Matteo ficará muito triste e mal saia de seu quarto, e seu pai tentava ser forte, mas toda noite se afogava em sua próprias lágrimas, relembrando os momentos felizes que tivera ao lado de sua falecida amada e seu filho. Todos estavam de luto, inclusive eu, uma ser imortal que não deveria ter esse tipo de sentimento.



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