Marinette
Eu me pergunto todos os dias, tentando refletir sobre ela, entendê-la, o destino todo santo dia me trás desgraça, me pergunto porquê eu existo? Pra trazer tristezas para as pessoas, tentando consolalas com minha própria desgraça
Pois é isso que eu sinto de mim
Um pedaço velho, opaco e vazio. Um lixo
Eu não tenho um objetivo na vida, nem nada em mente. Eu trabalho muito, só pra encher meu bolso inconformada por não deixar minha herança pra ninguém
Por quê eu existo?
Por quê?!
Provar minha existência para vida
É uma coisa sem sentido...
Desde que perdi meus pais minha vida não tem mais sentido, ficou preto e branco. E meu maior defeito é achar que todos tem culpa por isso
Minha máscara fora quebrado pelas lágrimas que agora molham o ombro de Adrien. Seu corpo colado ao meu me trazia conforto, um porto seguro
Uma coisa que a maior parte da vida tinha perdido
E lá estava eu
... Ajoelhada no chão com Adrien me abraçando, vendo de perto meu papel de idiota
– Ei, você não pode está se culpando – ele me soltou de seus braços me fitando enquanto eu ainda não tinha coragem de encará-lo – Olhe pra mim
– Não posso – minha voz saiu rasgando minha garganta, ele suspirou
– Por quê fez aquilo ontem? – fechei a cara com a pergunta – Roubar um shopping, onde estava com a cabeça!
– Eu não ia roubar o shopping – ele arqueou as sombrancelhas – Pra que eu ia querer mais dinheiro?
– Então?!
–....
– Responda – falou arrogante e o encarei
– Queria ver o pavor das pessoas
Ficamos em silêncio, me separei deitando na cama e tentei fechar os olhos. Mas estou sem sono, resmunguei sentindo a dor de cabeça voltar com pontadas fortes
– Vá tomar banho, depois venha comer – falou estranhamente ríspido saindo do quarto
Resolvi obedece-lo, melhor me acostumar com as mudanças de humor do loiro. Até porque ele estará responsável por mim o mês todo, e isso quer dizer que irei dar muita dor de cabeça pra ele
(...)
Liliam
– Você entendeu? – disse o loiro grosso
– Sim – digo mal-humorada o vendo dar as costas para mim e suspirei aliviada
Revirei os olhos reprovando a atitude de Gabriel, claro, eu tinha que concordar com aquela besteira de fazer a Marinette respirar melhor
Eu também precisava daquilo
Talvez não fosse tão ruim ver o desespero estampado no rosto de cada pessoa. Foi... Abominável e terrivelmente bom
Um prazer indescritível
– Liliam! – me assustei com a voz e ergui meu olhar – O que está fazendo?
Vi que estava riscando os papéis que ele tinha me entregado agora pouco
Joguei aqueles papéis na mesa revoltada, eu não sabia o que estava acontecendo comigo, uma onda elétrica subiu minha nuca me dando arrepios
– Desculpe Gabriel – minha voz esganiçada soou pelo cômodo fechado – Mas isso não é pra mim
Sai daquele lugar a passos largos e tentei abrir a porta
Trancado
O olhei de saláio, ele não tinha nenhuma expressão, tentei abrir as janelas mas pareciam enterradas. Olhei com as sombrancelhas arqueadas e segui até ele, parando bem na sua frente de braços cruzados
– Abra a porta
– Não
– Por quê?
– Porque não
– Para de graça Gabriel, eu quero embora desse lugar
– Não
– Para de dizer não!
– Não
Uma veia saltou da minha testa, nervosa mordisquei meu lábio inferior. COMO ESSE HOMEM É CHATO!
– Pumft idiota!
Com passos pesados me sentei na cadeira, com cabelo em pé
– Comece a fazer seu trabalho
– Você não manda em mim – virei o rosto para o lado bufando
Senti a cadeira girar brutalmente me deparando com o rosto de Gabriel bem perto do meu
– Você é muito Marrenta – revirou os olhos – Apenas me obedeça
– Não – falei sarcástica, o peguei de surpresa, só não esperava o sorriso irônico escapar de seus lábios
– Tudo bem! – me puxou colando nossos corpos – Só que se demorar mais... Vai ficar sozinha aqui
Me largou indo para o escritório dele
Se pensa que me intimidou. Ele está muito enganado
– Ah, E SE APRESSE – gritou – EU NÃO TENHO O DIA TODO
– SE LASCA!
(...)
Alya
– Está tudo bem senhores – suspirei aliviada por saber que meu baby está bem
– E sabe qual é o sexo? – perguntou Nino visivelmente nervoso
– Deixe-me ver – ela mecheu o aparelho pela minha barriga inchada – Não, ainda é muito cedo – ouve-se o suspiro irritado dele
– Pelo menos não são gêmeos né doutora
– Não – ela riu – Vou passar algumas recomendações de saúde para você Alya
– Obrigada – dei um sorriso
– Obrigada – Nino ironizou – Quase mata nosso filho com a idéia maluca que pode roubar um shopping
– Pônha-se no seu lugar, você não é ninguém pra me dar lição de moral seu escroto – esbravejei furiosa
– Senhores! – pigarrou a doutora – Alya você não pode ter estresse Ok
Acenti mandando um olhar irritado para o moreno que só desviou o olhar
Eu paguei a medicação e fomos pra saída daquele lugar. Ontem à noite tive um sangramento e fiquei tão apavorada que liguei para o Nino. Foi uma atitude desesperada e o nome desse traidor foi que me veio em mente. Mas graças a Deus está tudo bem com meu baby
– Alya – Nino que estava do meu lado sussurrou – Vamos conversar?
– Não temos nada pra conversar – digo calma com meus olhos fixados na rua na porta do hospital – Obrigado por ter vindo comigo Nino, graças a Deus meu filho está bem
– Nosso filho – o fitei mas desviei, ele não parava de me olhar – Alya me dá uma segunda chance! – implorou juntando as mãos com aquele pateticamente típico olhos de cachorro sem dono
Suspirei vencida
– Se você me magoar de novo, você vai se arrepender de ter nasci- – ele me puxou pra um selinho demorado logo depois me abraçando com toda força
– Obrigado meu amor, obrigado mesmo
Sorri, sei que posso me magoar, mas quem não risca não petisca
– Tudo bem Nino, desgruda – digo, mais ele me puxou pra mais um beijo demorado, mas logo me separei sentindo minhas bochechas arderem por estar naquele lugar
– EU VOU SER PAPAI – gritou subindo na pequena mesa e eu só fingir que não o conhecia – E VOU TER MEU PRIMEIRO FILHO COM A MULHER DA MINHA VIDA – coisa fofa, só que eu já estava muito longe dali
Peguei um táxi e entrei, o Nino veio correndo e entrou também. Passei as mãos pela minha barriga sentindo Nino passar seu braço pelo meu ombro me abraçando carinhosamente, me dando um singelo beijo no rosto
– Eu te amo minha Marrenta
(...)
– Como assim? – Marinette perguntou calma sentindo sua cabeça latejar
– Senhorita Dupan-Cheng – o juiz suspirou – Você não será condenada pois não matou nenhum cidadão, exceto os vigias, por causatura banal ficará em responsabilidade de Adrien Agreste
– Só por isso? – pôs as mãos sobre a mesa – O senhor meritíssimo deve reabrir um novo debate, um mês é demais e você sabe disso
– É isso, ou uma semana na prisão! – disse quando ia dar por encerrado
– Meritíssimo! – Nathanael interferiu – Suponho que deve-se haver uma causa mais justa pra esse ocorrido – o juiz lhe deu a palavra – E acho que essa não é a melhor opção
– Você está dizendo que do modo como resolvo meus casos judiciais não serve pra julgar, sendo eu o juiz, meu trabalho e meu tribunal de justiça? Está interferindo sendo advogado Nathanael? – o juiz estreitou os olhos
– Não Meritíssimo – se ajeitou na cadeira – Como disse anteriormente, que esse condenamento superficial não precisaria ser realizado
– Então o que sugere? Suponho que tenha algo em mente, já que tanto interfere nesse julgamento
– Bom – olhou para Marinette – Um dia inteiro na cadeia
A mesma bateu na mesa chamando atenção de todos
– Nem morta ficarei em uma cela imunda – se levantou – É como se fosse viver no inferno. Eu me recuso!
– Entã-
– Espere! – a azulada voltou ao seu lugar olhando para o juiz – Eu não posso passar um dia inteiro em total responsabilidade de Adrien Agreste? – o ruivo trincou os dentes
– Estou à favor – comentou o juiz – Você concorda advogado Nathanael?
– Eu... – engoliu em seco – Também estou à favor – um sorriso surgiu em Marinette
– Muito bem, Marinette Dupan-Cheng ficará sobre a responsabilidade de Adrien Agreste por um dia – suspirou cansado – Declaro por encerrado
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