Um instituto no meio da floresta, longe de todos e de tudo, visto por fora você diria que é um museu no meio do nada, visto por dentro diria que é um local onde se grava filmes de terror, ou, em outras salas mais modernas, uma instituição onde se abrigava seres poderosos. Abrigava não é a palavra certa quando não se deixa ir embora os seus moradores. Prendiam, essa é a palavra, um instituto, um internato, uma prisão de seres poderosos. Superhumanos, ou SH como chamavam os 7 amigos que ali eram mantidos. SH os superhumanos, normais os que não tinham poderes.
Nesse internato os poderosos eram obrigados o tempo todo a fazer testes, testes de inteligencia, habilidades, reflexos, DNA, entre vários outros. Nesta prisão já estiveram pouco mais de 40 meta-humanos, um grande grupo conseguiu fugir, porém deixando 16 para trás, que não tiveram sorte e ficaram para sofrer as consequências. Agora só restavam 10, os outros 6 foram mortos por matarem ou por rebeldia. Há o boato de que os que fugiram vivem escondidos entre os humanos, mas quem garante? Os chefes e os obedeços (nome que deram aos guardas) nunca falam nada sobre o que acontece lá fora, só deixam bem claro que os normais odeiam meta-humanos.
Há três tipo de SH: os que foram deixados pelos pais que procuraram o governo, os que já nasceram no instituto e os que foram roubados dos pais.
Ladson foi abandonado pelos pais, ele sabe disso, porém ele não se lembra, era muito pequeno quando chegou no internato, não se lembra do rosto de seus pais, porém um dia espera encontrá-los, mesmo sabendo que o deixaram. Na época não tinha muitos poderesos no instituto que foi criado pelos governos mais poderosos do mundo, tinha passado 2 anos desde aparição dos primeiros superhumanos e o governo teve que tomar uma decisão a favor do povo. Porém o instituto acabou se tornando independente e cuida sozinho dos seus moradores. Quando alguém quer denunciar um superhumano, deve ir as autoridades, e na maioria das vezes são os próprios pais que entregam os filhos.
Ladson não se inturmou com ninguém por um bom tempo, porém formou um grupo de amigos que se tornaram inseparáveis, Nicolly, Peter, Leo, Lola, Lydia e Rita, todos com 14 anos, apenas Nicolly tinha 13.
Lydia também foi abandonada pelos pais, foi a última a entrar no grupo já com 9 anos. Ruiva com os cabelos compridos, pele clara e olhos verdes, podia ser considerada muito bonita e chamativa, foi bem aceitada pelo grupo.
Quando a maioria dos presos fugiram, os 16 que ficaram foram divididos em 2 grupos e colocados em quartos separados. Porém de tempo em tempo todos foram morrendo, por rebeldia ou matarem um dos guardas ou líderes importantes. Sobraram os sete companheiros de quarto e seus 2 inimigos que tem quarto separados atenção extra por serem obedientes e puxar saco da Srta. Marceline que tomou o lugar do Sr. Carlos.
A qualquer momento iria tocar o sinal que os mandava ir dormir, mas enquanto isso não acontecia eles liam um livro, Leonardo lia na verdade, eles se revesavam para ler, e estava na sua vez, Leo gostava de ler, era uma de suas horas preferidas do dia, ler com os amigos. E o livro era interessante, até Peter prestava atenção deitado em sua cama. Peter era um garoto diferente do grupo, pálido, cabelos castanhos em um estilo charmoso, mas o seu jeito de ser que era diferente. Ladson e Leo eram mais amigáveis e legais com os amigos, Peter parecia não ligar para nada e ninguém, mas quando rolava briga com Luke e Lara, ele era o primeiro a defender o grupo. Mesmo sendo solitário, ele fazia parte daquela família, o que mais gostava de fazer era perturbar Nicolly.
Quando Leo leu algo sobre jacarés, Peter disse:
- Uai Nicolly! Até no livro você tá!?
Aquilo provocou risadas.
Nicolly ,como reação, projetou uma pequena bola de água com a mão direita, e jogou em sua cara, que não teve tempo de se desviar.
- Ô sua maluca! - ele disse com o susto - Você molhou minha cama!
- Foi mal, seu corajoso solitário. - ela respondeu.
- Chega vocês dois! - disse Ladson - Todos os dias vocês atrapalham por um instante a nossa leitura.
- Não é culpa minha Ladson. - Nicolly respondeu - Você vê que sempre é ele que começa.
- Não são vocês que estão com o coxão molhado. - Peter disse
- Nem foi muita água.
Lydia, a ruiva de cabelos compridos e olhos verdes, disse:
- Tá, olha só, Leo, você consegue mudar a gravidade só ali na cama do Peter?
Leo olhou para a ruiva e para Peter com a cabeça baixa e o rosto tipo: "O quê eu tenho a ver com isso?". Fechou o livro marcando a página.
- Acho que sim, por quê? - ele disse calmo como sempre.
- Acho que não rola mais leitura hoje. - disse Lola que ainda guardava um pouco de sua tímidez de anos atrás quando se juntou a Ladson.
- Você levanta ele e a cama, - respondeu Lydia - e Lola seca a cama.
Leo não gostava de se exibir em nada, porém viu que Peter iria ficar com sua chatice se dormisse na cama molhada.
- Tudo bem.
- Peraí! - disse Peter - Se você tirar a gravidade eu não vou ficar sem ar?
- Não se preocupe. - disse Leo - Mesmo se ficasse, Lola poderia te encher seus pulmões.
- Tá com medo é? - perguntou Lydia, que até então não tinha medo de nada além de ficar sozinha pelo trauma de ser abandonada pelos pais.
- Claro que não, anda logo aí então. Vai ser até legal, como se estivesse no espaço.
Leo se levantou e olhou para os amigos esperando a ordem.
- Pode ir. - disse Lola já preparada.
Diferente de Peter, que criava e controlava o fogo e Nicolly que criava e contralava a água, Lola controlava todos os elementos - terra, fogo, ar e água - porém não os criava com as próprias mãos, ou mentes. Ar tem em todos os lugares, o que facilita as coisas para Lola.
Leo se concentrou e nem precisou levantar as mãos, só olhou para a cama e imaginou uma bolha gigante que guardava a cama, e ali usou seu poder e desligou a gravidade normal. Peter sentiu algo estranho e levou um susto quando a gravidade normal sumiu e seu corpo começou a subir lentamente. Junto com ele, as cobertas e lençol subiram juntos, a cama também, mas bem lentamente. Todos olhavam achando bem legal a sensação que Peter demonstrava.
- Se o espaço não fosse tão pequeno eu entrava ali junto. - Rita, que até aquele momento estava quieta, disse acompanhando Peter.
- Vai Lola, seca logo a coberta dele, acho que ele não merece muita diversão.
Leo continuou segurando a gravidade, sorrindo vendo como Peter zombava de Nicolly por estar se divertindo e ela não. Lola usou o ar do recinto e secou as cobertas como um secador de cabelo.
Depois de 1 minuto, Lola diz que já pode soltá-lo.
Leo obedecendo Lola e desobedecendo Nicolly, que havia dito para ele desligar a gravidade de uma vez, foi acabando com aquilo lentamente. Depois foi para sua cama e deitou lá de barriga para cima. Odiava a exibição, mesmo ninguém o parabenizando ele não gostava de se expor ao exibicionismo.
- É, realmente acabou a leitura. - disse Rita e acertou o alvo com o arco e flecha que gostava que tivessem.
Cada um deitou em sua cama, todos eles dormiam naquele quarto, havia dez camas, apenas sete tinha donos, ali havia um banheiro, mas era apenas para caso alguém quisesse usar durante a noite, pois havia os outros banheiros para garotos e garotas com chuveiros com água morna e fria, sabonete e shampoo, mas ninguém podia sair do quarto em certas horas. Ali também havia três guarda-roupas pequenos que eles dividiam, sorte deles não terem que lavar as próprias roupas. Havia alguns criados-mudos com gavetas do lado de algunas camas e lá eles guardavam livros e coisas que não usavam mais.
- Falta um minuto para a meia noite. - disse Ladson olhando para o único relógio que eles possuiam e que estava pregado a parede.
- Alguém apaga a luz. - disse
Peter que ficava mais longe do interruptor.
- Deixa comigo. - Ladson se sentou - olhem isso.
Nicolly, Leonardo, Lola Lydia e até Zarita se sentaram para observar. Ladson então tocou o dedo na parede onde estava encostada sua cama e de lá surgiu gelo, um gelo de cor bonita, então ele começou a fazer um caminho em ziguezague até o teto, e quando chegou até ele, continuou fazendo um caminho em direção ao "liga/desliga". Ladson colocou a palma da mão na parede e se concentrou mais no gelo. Todos observaram o gelo ganhar a forma de uma pequena mãozinha e fazer o caminho com seu longo braço chegar na outra parede do quarto. A mão de gelo chegou ao "negocio" e pressionou o botão desligando a luz. Então, com sua vontade, , o gelo se estraçalhou e caiu no chão.
- Tudo isso só para apagar a luz. - reclamou Peter
Foi aí que eles ouviram passos vindo do corredor atrás da porta. Todos ficaram quietos esperando para ver quem era. Então o ser passou na frente da porta, que tinha um vidro para poderem vigiá-los, e puderam ver a sombra do guarda passando - souberam que era um deles por causa de um boné que fazia parte do uniforme.
- É só um obedeço. - disse Rita se colocando em baixo das cobertas.
Eles chamavam os guardas de obedeços apenas por que pareciam só obedecer ordens.
O sino tocou, era meia noite, hora de deitar e dormir.
- Um dia iremos sair daqui. - Disse Leo - E aí não precisaremos seguir nenhum horário obrigatório.
Todos ficaram com os olhos abertos ouvindo-o.
- Iremos dormir a hora que quisermos, - continuou Leo - seja mais tarde ou mais cedo.
- Poderemos seguir nossos sonhos. - disse Ladson
- Ficaremos longe do Luke e da Lara. - Nicolly lembrou
- Poderemos acordar na hora que quisermos - até Rita participou
- Faremos o que quisermos com nossos poderes. - disse Lydia
- Vai ser muito bom. - completou Lola e o silêncio voltou.
- Cante Ladson, - disse todos juntos, não existia timidez ou diferenças quando iam dormir, ou quando pensavam na vida juntos, às vezes a calma voz de Ladson era o suficiente para acalmá-los, o seu sonho era ser cantor quando saísse dali, e se dependesse do seu talento, o cargo já estava garantido.
Todos riram com o pedido uníssono.
- Qual música vocês querem? - perguntou
Eles pensaram.
- Precisa ser algo calmo, sem ser muito animado, ou triste. - disse Lola.
- Cidade da meia noite. - disse Rita
- Isso. - concordou Ladson, Cidade da meia noite.
A letra era simples.
Esperando no carro
Esperando por um passeio no escuro
A noite a cidade cresce
Olhe para o brilho no horizonte
Esperando no carro
Esperando por um passeio no escuro
Bebendo nas luzes
Seguindo os sinais de néon
Esperendo por uma palavra
Olhando para o horizonte da mutação
A cidade é a minha igreja
Ela me envolve em seu ofuscante crepúsculo
Esperando no carro
Esperando por um passeio no escuro
Esperando no carro
Esperando por um passeio no escuro
Esperando no carro
Esperando por um passeio no escuro
Esperando no carro
Esperando por um passeio no escuro
Esperando no carro
Esperando por um passeio no escuro
Era uma simples letra, mas era a música deles, uma música que parecia ser feita para eles.
Alguns adormeceram, mas outros queriam ouvir mais, porém Ladson não cantaria mais, não naquela noite. Rita teve tempo de dizer:
- Por algum motivo essa música me lembra o Steve.
- Me lembra também. - Disse Nicolly
- Pois é, - respondeu Ladson - Isso é esquisito, é como se ele estivesse nos esperando em um carro. Nos esperando por um passeio no escuro.
Os três acordados sorriram.
- Se pelo menos ele souber da nossa existência. - Disse Nicolly
- Se pelo menos o nome dele for Steve. - disse Rita
- Talvez seja. - riu Ladson - Se não for o primeiro nome talvez seja o seja o segundo.
Steve era um garoto que nenhum dos 7 haviam visto, por algum motivo ele era separado do resto dos SH (superhumanos), até mesmo do Luke e da Lara que eram os "especiais" - favoritos - da Sr. Marceline. Porém os dois, Luke e Lara, afirmaram que ele é um garoto, e que ele tinha nome e sobrenome, diferente de todos os que moravam lá que não tinham informação sobre uma coisa tão delicada quanto o sobrenome.
Não sabendo seu nome, os 7 amigos resolveram o chamar de Steve.
Steve, Luke, Lara, Ladson, Leo, Rita, Lola, Lydia, Peter e Nicilly. 10 superhumanos que eram mantidos presos naquele instituto para uma missão em que a maioria não queria participar.
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