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História Millennium - Lazzari


Escrita por: Wondernautas

Capítulo 11 - Lazzari


– Leona Lazzari? – pergunta Natsu, confuso.

O local é a sala da casa dos Swords. Assentados em um sofá, da direita para a esquerda, estão Nicole, Natsu e Mansakiuy – e Silver de pé ao lado do móvel. Assentados em outro sofá, de frente ao anterior, da direita para a esquerda, estão Ren, Lanaly e Windany.

– Sim, o sobrenome de Leona é Lazzari. – garante Lanaly.

– Vocês poderiam explicar toda essa história melhor? – pede Silver, tão confuso e perdido quanto Natsu, Nicole e Mansakiuy.

Há pouco, os três “convidados” falaram algumas coisas para o grupo. A história contada por Windany, Ren e Lanaly é de que Leona é descendente do vencedor da última Guerra Milenar. Graças ao seu Espírito de Duelo e ao seu item milenar, Windany conseguiu encontrar pistas sobre o sujeito em questão, e diretamente, chegar à Leona.

– Eu vi Leona apenas uma vez, mas foi o suficiente para sentir uma vibração estranha vindo da Balança do Milênio, o item que eu possuo. – articula Windany, séria, alterando seu olhar entre Natsu, Nicole, Silver e Mansakiuy. – Se a nossa hipótese estiver correta, e acredito que está, o que a Balança reconheceu não foi Leona em si, mas a linhagem sanguínea dela.

– Por isso estamos aqui. – Ren toma a vez, usando sua mão direita para indicar a Chave do Milênio em seu pescoço. – A minha Relíquia do Milênio me permite entrar na mente das pessoas e encontrar segredos nelas ocultos. Segredos que, talvez, até mesmo o próprio investigado desconheça. Acredito que a ligação entre Leona e o vencedor da última Guerra Milenar possa ser uma peça importante para o desfecho do conflito em que estamos.

– Como assim? – Nicole, por sua vez. – Por acaso, estão me dizendo que descobrir a verdade sobre Leona pode dar um fim a esta guerra?

– Não apenas a esta, como a todas que possam vir a ocorrer. – garante Lanaly, atraindo o olhar de todos os presentes para si. – Nicole, Natsu... – e altera seu olhar entre os dois citados, mantendo uma tranquila expressão. – Vocês, por acaso, desejam vencer esta guerra reunindo as sete Relíquias do Milênio?

– Não, claro que não. – nega Natsu, entrecerrando suas sobrancelhas em total discordância.

– De modo algum. – acrescenta Nicole, suspirando de leve logo após sua afirmação.

– E vocês? – Ren, outra vez, lançando seu olhar para Silver e Mansakiuy.

– Para dizer a verdade, eu nem mesmo sei o que quero... – articula Mansakiuy, dando de ombros enquanto abaixa o seu rosto, um tanto quanto pensativo no meio desta situação. – Talvez, eu queira apenas o Enigma do Milênio e tudo o que ele me representa...

O jovem, então, leva suas duas mãos ao objeto em seu pescoço, envolvendo-o com seus dedos como se perde-lo fosse perder parte de si mesmo. Alguns instantes depois, o dono do Enigma do Milênio reergue sua face, direcionando-a para Ren. E diz:

– Eu quero o Enigma do Milênio, e isso é tudo.

– Eu também não sei dizer, ao certo. – Silver se manifesta, cruzando os braços e revirando os olhos, como se tentasse pensar em algo melhor para ser dito. – Se for pensar bem... Acho que cada um que foi escolhido por uma Relíquia do Milênio deveria se contentar apenas com a sua e respeitar os outros que foram selecionados. Afinal, são itens mágicos de milhares de anos. – e, em suspiro, leva seu foco para Lanaly, Ren e Windany. – Talvez tenham mais “sabedoria” do que nós, não acham?

– Sim, é o que achamos. – afirma Lanaly. – Se alguém é escolhido pela Relíquia do Milênio, não é exatamente para que o mesmo tome para si as outras, mas para que ele cumpra algum papel especial. O mesmo pode ser dito dos Espíritos de Duelo.

– Quem cria e entra em conflito somos nós, humanos, que sempre interpretamos errado as coisas ao nosso redor. – afirma Windany, fitando Silver firmemente. – Se tem algo que eu desejo nesta guerra é dar um fim ao conflito.

– Justamente. – acrescenta Ren. – Nós três não buscamos as Relíquias do Milênio propriamente ditas, mas toda a verdade que elas ocultam.

– Poderia ser mais claro? – solicita Nicole.

– Mais uma vez, voltaremos à Leona. – Windany, novamente. – A minha Balança do Milênio é capaz de identificar a índole de um coração, se é justo ou corrupto. O coração de Leona foi medido como um coração justo e bom. A grande questão...

– A grande questão? – Silver insiste, mordendo seu lábio inferior em extrema agonia e curiosidade.

– Acreditamos, como já demos a entender, que Leona é uma peça muito importante nesta guerra. O fato dela ter sido escolhida pelo Colar do Milênio, um item muito especial mesmo entre as sete Relíquias do Milênio, não pode ser coincidência. – argumenta o possuidor da Chave do Milênio.

– Um item muito especial? Poderia explicar? – pede Mansakiuy, focando em Ren.

– O Colar do Milênio é um dos itens milenares que buscam a justiça. – acrescenta Ren. – Ele indica visões do passado e do futuro ao seu usuário para que a justiça seja defendida acima de tudo. Portanto, o escolhido do Colar do Milênio sempre é uma pessoa de boa índole. A questão de que estamos falando é que Leona, mesmo sendo uma pessoa justa, ela pouco sabe sobre toda a situação em que está envolvida, diferente do que se espera de uma escolhida do item dela.

– O que estamos querendo dizer é que os escolhidos pelo Colar do Milênio sempre são os mais instruídos na Guerra Milenar, pois adquirem informações do passado e do futuro. Se o mesmo não aconteceu agora... – em sua fala, Lanaly executa uma pausa, suspirando de modo suave e sereno enquanto busca as melhores palavras para completar seu discurso. – Talvez seja porque Leona tem medo do que pode descobrir.

– Medo? – Natsu, um tanto quanto surpreso ao ouvir isso.

– Exatamente. Medo. – confirma Windany. – Medo de encontrar a verdade sobre si mesma, medo de conhecer alguém do passado diferente do que ela é hoje, medo de descobrir um futuro ainda mais tenebroso e obscuro do que já é seu presente. Aliando tudo isso ao fato de que já sabemos que ela tem ligação com o vencedor da guerra anterior, não podemos ter dúvidas de que as verdades sobre a própria Leona podem mudar o rumo de tudo.

– Acho que entendi. – pontua Nicole, atraindo para si a atenção de todos os presentes. – Leona ainda não usa o potencial máximo do Colar do Milênio porque, de certo modo, ela o teme. Entretanto, quando ela perder esse medo, não apenas encontrará tudo sobre si mesma como poderá ser a chave para dar fim a todos os conflitos, afinal, ela é a descendente do vencedor da última guerra. Encontrar a verdade sobre si mesma é o mesmo que encontrar tudo sobre a Guerra Milenar propriamente dita.

– Bingo! – exclama Windany, sorrindo levemente. – Não pode ser coincidência o fato de um Lazzari estar em uma nova guerra, mas sem sequer conhecer sua verdadeira identidade. Acreditamos que há um propósito por trás de tudo isso.

– Devemos, então, nos encontrar com ela. – garante Lanaly. – Esse assunto deve ser tratado com Leona o quanto antes.

– Vocês esperam pelo retorno dela? – sugere Natsu. – Ela não deve demorar...

– Tudo bem, esperamos. – Ren, por sua vez. – Nada tem mais urgência do que resolver isto.

Nicole, por sua vez, visualiza em silêncio as expressões de Ren, Windany e Lanaly. Abaixando seu rosto, a “esverdeada” tenta traçar alguma linha de raciocínio que conecte todas as informações recebidas com a sensação que se torna cada vez mais forte dentro de si. Afinal de contas, Nicole tem o forte sentimento de que ainda há algo passando despercebido por todos. Algo que, de esquecido, pode nem mesmo existir...

 

/--/--/

 

– Leona Lazzari... – reflete Krest, observando com atenção a enigmática expressão de sua colega de trabalho. – A Lua Cheia...?

Com um olhar perdido, mas ao mesmo tempo, extremamente focado na tábua diante de si, Leona leva ambas as mãos ao seu Colar do Milênio. Quando toca, o objeto começa a reluzir de modo bem perceptível. Notando isso, Krest desvia seu olhar para a Relíquia do Milênio, tendo a certeza de que algo fora do normal está acontecendo.

– Ágil e flexível deusa da dança e da música, Bastet. – pronuncia Leona, direcionando o Colar do Milênio à carta da Gata Dançarina Luzlunar. – Por favor, revele a mim a face oculta da Lua.

Em seguida, a funcionária do Midlucy Chief desvia seu objeto para a carta da Pantera Dançarina Luzlunar, articulando:

– Aterradora e veloz deusa da justiça, Mafdet. Por favor, revele a mim a face oculta da Lua.

Por fim, a filha adotiva dos Swords direciona o Colar do Milênio para a terceira carta, a da Leoa Dançarina Luzlunar. E pronuncia:

– Senhora suprema da guerra e da vingança, Sekhmet. Por favor, revele a mim a fa...

Gritos. Correria. Desespero. Um cenário de caos, agora, se faz ativo em todo o local, interrompendo as palavras de Leona. Enquanto Krest olha para todos os lados, vendo pessoas correndo para todos os lados aos berros, o Colar do Milênio de Leona para de brilhar. Sequencialmente, como se saísse de um transe, a jovem fecha suas pálpebras, balançando sua cabeça levemente. Reabrindo-as, desvia-se para seu colega de trabalho, perguntando:

– O que houve?

– E-eu não sei... – responde ele, encarando-a com uma certa surpresa, notando que a mesma já está “normal”.

Algumas das pessoas que correm em desespero caem ao chão, em prantos de pura agonia. Outras continuam a correr sem direção exata, em círculos. E ainda há aquelas que apenas permanecem em determinados pontos gritando ao máximo que são capazes. Tanto Leona quanto Krest procuram entender o que está acontecendo, mas apenas ficam perdidos, sem saber o que podem fazer.

– Pelo visto, você acertou quando pensou que dois escolhidos não seriam afetados, não é Kazuya? – articula um homem, caminhando em direção à dupla. – Sim, Kazuya.

Quando percebem a aproximação do estranho sujeito, Leona e Krest focam seus olhares nele. É quando, perplexa, a prima de Silver o reconhece:

– Kazuya Fubuki!?

Com seu cotidiano tapa-olho direito, o homem de aparência um tanto quanto “sinistra” se aproxima o suficiente dos dois até se colocar a alguns poucos metros. Ele parece ignorar por completo todo o caos instalado nesta região do museu.

– Você o conhece? – Krest, surpreso, desviando seu olhar para Leona.

– Sim. Ele é o meu vizinho, aquele da casa que foi “estranhamente” destruída... – define ela, tentando esconder a verdade por trás daquele evento, acreditando que Krest não tem ligação alguma com a Guerra Milenar. – Kazuya... – e suspira, dirigindo a palavra para o sujeito em questão. – O que houve com você? Por qual motivo sumiu, e...

Trajando um paletó negro, o sujeito se apresenta aqui com a mão esquerda no bolso da calça e a mão direita por dentro do seu paletó. Contudo, antes que Leona seja capaz de concluir a própria fala, ele retira uma carta de sua vestimenta, exibindo-a para a jovem com sua mão direita.

– Pumpking, o Rei dos Fantasmas. – pontua o sujeito, exibindo sua carta sem nenhum “pudor”, mantendo em seu rosto um largo sorriso. – Não é isso mesmo, Kazuya? – e, liberando uma leve risada, responde a si mesmo: – Sim, Kazuya!

– Você... – Leona tenta dizer algo lúcido, mas o êxtase do momento parece impedir: pessoas em pura loucura para todos os lados e uma pessoa que, até então estava desaparecida, surgir bem diante dos seus olhos com uma carta de um Espírito de Duelo.

– Leona, é ele quem está causando tudo isto. – afirma Krest, focando no “esquisito sujeito” e usando sua mão direita para colocar perante o corpo de sua colega de trabalho, tentando afastá-la de Kazuya.

Ao ouvir tais dizeres do seu amigo, a prima de Silver lhe lança um olhar ainda mais impactado. Sequer desconfiava de que Krest tinha conhecimento sobre a Guerra Milenar, mas tem a total certeza de que ele não agiria desta maneira sem ter o mínimo de conhecimento prévio sobre a mesma.

– Kazuya, responda à pergunta da sua amiguinha. – pontua o sujeito, suspirando em seguida. – Sim, irei responder...

Curvando-se em total reverência à Leona, Kazuya suspira. Ao reassumir uma posição ereta, determina:

– Querida Leona, eu sumi por ter sido atacado por um fantoche de Valquíria Helkin, uma pivetinha que irei eliminar muito em breve.

Ao ouvir o nome “Valquíria Helkin”, Krest arregala os olhos, mas tenta manter a discrição. É quando, demonstrando uma inusitada surpresa, Kazuya desvia seu olhar para o companheiro de Leona.

– Oh, que surpresa! Então quer dizer que você é aliado daquela bandidinha mirim?

Tentando disfarçar, Krest apenas exibe uma expressão de pura estranheza, notando que Leona, agora, lhe encara bem confusa. Para todos os efeitos, é melhor fingir não ter ideia do que Kazuya está falando.

– Quem é Valquíria Helkin? – pergunta a usuária do Colar do Milênio, desviando seu olhar de Krest para Kazuya.

– A usuária do Anel do Milênio. – responde o sujeito, guardando sua carta de volta em seu paletó. – Você é a usuária do Colar do Milênio. Enquanto o Kazuya...

Após guardar a carta, ele leva sua mão direita rumo ao seu tapa-olho, arrancando-o e atirando-o ao chão. Desta vez, tanto Krest quanto Leona são incapazes de esconder o espanto. No lugar do olho, Kazuya possui um objeto esférico dourado que se assemelha a um olho humano.

– Bem, qual o nome do seu item mesmo, Kazuya? – se pergunta o sujeito, franzindo a testa.

Entre leves risadas, o homem demonstra uma expressão de alegria, como se acabasse de se lembrar do nome de algo que havia esquecido.

– Isso, isso! Olho do Milênio, Kazuya!! – exclama, conversando consigo mesmo. – E com ele, Krest Alexander Adamas Leonhart, eu posso ler a mente de qualquer pessoa. Por sorte, a Habilidade Passiva do Pumpking projeta ilusões – e abre seus braços, indicando o cenário de caos que ainda se faz real no momento. – E afeta a noção de realidade de humanos, causando todo o alvoroço que estão vendo agora...

Leona e Krest, então, voltam a olhar para cada uma das pessoas presentes. Só há desespero, impregnado em cada uma delas. É como se os piores medos dessas pessoas estivessem devorando-as de dentro para fora.

– O Olho do Milênio, por ler a mente das pessoas e ter contato direto com a psíque humana, amplifica o Ilusões das Trevas do Pumpking, permitindo que eu simplesmente destrua a mente dos meus alvos. – explica Kazuya, colocando ambas as mãos em sua cintura enquanto solta leves risadas. – Você deveria fazer isso, Kazuya? Talvez, talvez...

– Não posso acreditar... – articula Leona, encarando-o. – O que você está fazendo? E por quê?

– Estamos em uma guerra, querida Leo. – afirma o sujeito, mantendo seu olhar sobre a funcionária de Midlucy Chief. – Eu, na verdade, ontem tive a oportunidade de atacar o usuário do Enigma do Milênio enquanto você estava fora. Entretanto, mudei de ideia quando pensei que atacar um aliado seu sem lhe atacar primeiro seria tolice. Afinal de contas, o Colar do Milênio pode me levar a todos os outros itens, correto?

Mais que depressa, a garota leva sua mão direita para o seu item, apertando-o com força enquanto assume um olhar firme, diferente do confuso e perdido que utilizou até o presente momento. Diante da ação dela, Kazuya apenas ri, prosseguindo com as suas palavras:

– Kazuya, você tem a sorte grande! Logo a pessoa com a Relíquia do Milênio ideal para vencer esta guerra não está usando todo o poder da mesma. Não chega a ser cômica a sua sorte!? Sim, é claro, Kazuya!

Em seguida, o sujeito fecha os olhos cai em gargalhadas. Irritando-se, Leona se manifesta:

– Pare com isso já.

Ao ouvir a ordem dela, o sujeito cessa as gargalhadas, reabrindo suas pálpebras, tornando-se sério e devolvendo seu olhar para Leona. Encarando-a, pergunta:

– Com isso o que?

– Com esse circo de horrores que você montou. Basta!

– Leona... – Krest, por sua vez, tentando acalmá-la.

Retirando a mão direita do seu Colar do Milênio e levando-a para o pulso de Krest, ela abaixa o braço do mesmo. Em seguida, toma passos o suficiente para se colocar à frente do seu colega de trabalho e ainda mais perto de Kazuya.

– Eu não tenho medo de você. – garante, encarando-o diretamente, abrindo seus braços. – Se quer tanto o Colar do Milênio, estou aqui!

– Ela tem coragem, não é, Kazuya? – se pergunta o sujeito, voltando a sorrir. – Ou tolice, quem sabe...

É quando, com sua mão direita, ele rapidamente tira uma carta do seu paletó: Mundo Zumbi. Deste modo, declama:

– Magia de campo, ativar!

Um jogo de luz e sombras envolve todo o local. Quando Leona e Krest se dão conta, o cenário já é outro: um terreno completamente sombrio, com árvores e plantas mortas, além de cadáveres em decomposição por todos os lados.

– Pumpking, Rei dos Fantasmas, eu te invoco! – declama o sujeito, exibindo agora a primeira carta que havia mostrado para a dupla, levando-a bem ao alto com sua mão direita. – Espero que esteja preparada, querida Leo! O verdadeiro circo de horrores começa agora...

 



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