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História Million Reasons - Capítulo Único


Escrita por: singlullabies

Notas do Autor


Olá, pessoas bonitas! Como estão? Essa é minha primeira aventura por Supergirl, então espero realmente cumprir as expectativas de quem ler. Por algum motivo, fiquei fixada em Kara e Lena e não pude descansar até ter isso tudo escrito para vocês.
Quero dedicar essa one para minhas duas companheiras de sessões de Supergirl, Carol e Jess e para minha autora favorita e shipper SuperCorp, Graci. Espero que gostem, meninas.

Boa leitura, folks.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Kara não estava preparada para muitas coisas quando fora mandada para a Terra depois da explosão de Krypton – sua única missão era proteger seu primo Kal-El. Mas tudo saiu de controle quando acabou passando vinte e quatro anos na Zona Fantasma, não podendo fazer a única coisa que lhe confiaram. 

Depois disso, Kara teve de reaprender a encontrar seu propósito. E principalmente, aprender a viver em um planeta que não era seu, com poderes que ninguém além de seu primo tinha e conviver com pessoas que nunca havia visto na vida. Kara precisou se adaptar. 

Foi preciso de muito esforço, mas a última filha de Krypton acabou encontrando seu lugar naquela família humana que lhe acolheu de braços abertos. Eles se tornaram tão importantes quanto sua família em sua terra natal. E quando tornou-se Supergirl, Kara pode finalmente unir seus dois mundos; pode finalmente ser Kara Zor-El, algo que não era há muitos anos. 

Era difícil conciliar seus dois mundos, mas Kara aprendeu a viver suas duas identidades – tinha apoio incondicional nos dois lados. Sua vida finalmente estava entrando no balanço que queria e precisava. 

Até uma morena cruzar seu caminho e abalar tudo que julgava saber. 

Lena Luthor era tudo que Kara não podia querer – CEO de uma grande companhia, figura pública e influente em National City, com um ar levemente perigoso e extremamente sedutor. Era quase tão intimidadora quanto Cat Grant. Mas o que a impedia de tentar ter qualquer coisa com a mulher era seu sobrenome. 

Uma maldição para os Super, Lena era uma Luthor – irmã do homem que tentara matar seu primo e inúmeras outras pessoas. E era essa barreira que Kara não via como transpassar. Como deixar seu coração aberto para alguém cuja família tinha a capacidade de destruir tudo que Kara valorizava e amava na Terra? Não via uma forma de superar aquilo, mesmo que seu corpo inteiro tremesse cada momento que dividia o espaço com Lena.

Era praticamente uma tortura não reagir a cada flerte da morena.

— Você anda distraída, Kara.

Suspirou quando ouviu a voz de sua irmã. Quase esquecera da presença de Alex. A morena a olhava com curiosidade – uma das mãos segurando a cabeça pendida e os olhos castanhos cheios de perguntas.

— O que está acontecendo?

— Lena. — foi a única coisa que escapou de seus lábios.

— Você ainda não falou com ela? — Alex perguntou franzindo o cenho.

— Não. — admitiu. — Eu não sei como. Eu só... eu não sei como fazer isso, Alex.

— Não existe um jeito certo, Kara. — murmurou esticando a mão livre e pegando a de Kara que repousava na mesa. — Qualquer um pode dar muito errado ou muito certo, mas você não vai saber se não tentar. Você precisa tomar uma chance e arriscar.

Kara sabia daquilo.

— Porque você está sendo tão compreensiva, Alex?

— O que você quer dizer? — a morena tornou a franzir o cenho.

— Ela é uma Luthor.

— Eu sei.

— Então? — a loira deixou a pergunta morrer. Aquilo era algo que a confundia desde o dia que contara sobre seu interesse na CEO.

— Kara. — começou. — Você é grandinha o bastante para saber com quem se envolver. E se seu coração bate por ela, não vejo porque você não pode se dar uma chance. Você merece ser feliz, Supergirl... E se Lena Luthor for a responsável por te fazer sorrir, eu não posso ser contra isso. — Alex falava com tanta sinceridade que Kara sentiu as lágrimas querendo cair de seus olhos. — Ela não deu nenhum motivo para que você não tente e eu e você sabemos que ela não é o Lex. Tenho certeza que Lena faria de tudo para não te machucar.

— Eu sei disso. — suspirou em derrota.

E Kara sabia. Sabia no fundo de seu coração que Lena jamais a machucaria de propósito. A mulher provara ser digna de confiança nos meses que se conheciam. E ela parecia gostar de Kara por ser Kara Danvers. E ainda assim, Kara relutava em corresponder a qualquer tentativa da morena.

— Então qual o problema?

— Eu tenho medo, Alex. — admitiu, sua voz saindo tão baixa que Alex teve de se esforçar para ouvir. — Nunca senti por ninguém o que sinto cada vez que estou na mesma sala que Lena. É como se meu mundo parasse de girar e tudo que eu posso ver são seus olhos me seguindo. E isso me aterroriza.

— Ter medo faz de você humana, Kara. E ser humana não te torna fraca. Ter medo te faz apreciar mais as coisas.

— Foi assim que você se sentiu com Maggie?

Foi a vez de Alex suspirar. — Foi. Eu estava aterrorizada. Aqueles sentimentos começaram a romper minhas barreiras e eu nunca tive tanto medo em toda minha vida. Mas eu nunca escolheria ter feito as coisas diferentes.

— Mesmo significando que você teve seu coração quebrado no processo?

— Mesmo significando isso. — Alex concordou. — Porque valeu a pena, Kara. As lágrimas de tristeza se tornaram lágrimas felizes depois. Aquilo me fez crescer e aprender sobre quem eu sou. Foi difícil para nós duas, você lembra bem disso. Mas Maggie estava certa naquele momento – nenhuma de nós estava pronta para estar juntas.

— Mas agora vocês estão.

— Agora nós estamos. — Alex sorriu suavemente. — Mas isso só aconteceu porque eu tomei minha chance e arrisquei. Se não tivesse feito isso, nunca saberia que o que sinto por ela não era passageiro e nunca teria conseguido fazer Maggie acreditar em mim.

— Obrigada.

— Não precisa agradecer por isso, maninha. Eu só quero te ver feliz.

x~x

Kara pensa nas palavras de Alex durante dias depois da conversa – cada vez que precisa ir entrevistar Lena ou cada vez que propositalmente voava pelo escritório da CEO como Supergirl, o que a irmã disse ecoa no fundo de sua mente.

E mesmo assim aquela barreira de medo não era dissolvida.

Cada dia parecia tornar a confissão que tão desesperadamente queria fazer ainda mais difícil. Ficava pensando em todos os contras e esquecia de pensar nos prós; o medo do que aconteceria se admitisse o que sentia era maior do que a vontade de tentar ser feliz. Porque Kara sabia que estar com Lena significava que nenhuma delas estaria segura.

E Kara jamais se perdoaria se algo acontecesse com a morena por sua causa.

— Kara, — ouviu o chamado de Winn disparar por seu ouvido. — precisamos de você no DEO. Temos uma situação.

— Entendido.

Murmurou, mudando a direção que inconscientemente fazia durante seu voo; já conseguia avistar a torre da L-Corp a distância. Aquela era sua vida, aquilo era o que Kara conhecia. Enfrentar os bandidos, ser a heroína de National City – era com aquilo que estava confortável.

Enfrentar seus sentimentos era muito mais difícil.

x~x

Kara suspirou quando finalmente sentou no aconchego de seu sofá. Aquele tinha sido um dia longo, cansativo e extremamente desgastante. Sua mente estava muito perdida em pensamentos, o que fez a luta que teve com o meta-humano muito mais longa do que pretendia.

Havia sido atingida por duros golpes e Alex quase a prendera no DEO para que recuperasse sua energia em uma das camas de sol. Mas Kara estava cansada e a única coisa que queria era afundar em seu sofá e assistir qualquer programa na televisão – fora difícil convencer a irmã, mas com alguma dose de persuasão e a garantia de que não usaria mais seus poderes naquele resto de dia e passaria algumas horas no DEO no dia seguinte, Kara conseguira o direito de ir para seu apartamento.

Ela via a preocupação de Alex desenhada em seu rosto. Sua irmã a conhecia e sabia que não era só a luta que havia a desgastado – não, era algo bem mais profundo. Mas também sabia que Kara precisava resolver aquilo sozinha.

Já estava confortavelmente sentada quando uma batida rápida e sucessiva na porta a fez franzir o cenho. Não esperava ninguém, já que Alex iria sair com Maggie naquela noite. Usou a visão de raio-x e franziu mais ainda o cenho quando descobriu quem esperava fora de seu apartamento.

A causa de seus pensamentos desconexos, Lena Luthor.

— Um segundo. — gritou quando Lena bateu mais uma vez. — Já estou indo.

Passou a mão pelo cabelo desordenado e colocou os óculos no rosto antes de abrir a porta. Kara não estava preparada para a reação da mulher quando seus olhos claros caíram nela; Lena invadiu seu espaço pessoa com tanta rapidez que Kara precisou dar alguns passos para trás quase em super velocidade.

Os olhos verdes a encaravam num misto de emoções tão grandes que a alienígena precisou se esforçar para entender – eram assustados, brilhantes no que pareciam ser lágrimas não derramadas e carregando um pesar tão profundo que Kara sentiu uma vontade incontrolável de a consolar.

— Kara...

Sua voz perdeu-se em um sussurro, quase como se não acreditasse estar vendo a loira em sua frente e aquilo confundiu Kara.

— Lena, ei. — ofereceu o melhor sorriso que poderia reunir. — O que houve?

Você está aqui... — levantou a mão tremula, como se quisesse tocar no rosto de Kara.

— Eu moro aqui. — Kara respondeu confusa.

Lena deu mais um passo à frente, olhos selvagens tentando ler por entre os muros da loira. — Eu pensei... Como?

— Lena, você não está fazendo sentido. — pontuou mexendo nos óculos. — Entre e eu vou buscar uma água para você.

Pegou a morena atordoada pela mão e a levou até o sofá, tentando ignorar o calor que instalara-se em seu corpo assim que as duas tocaram-se. Era uma energia nervosa que tentava escapar e Kara fazia de tudo para a conter, mesmo querendo desesperadamente puxar Lena para seus braços.

Poucos segundos depois, volta com uma garrafa de água e entrega para uma ainda trêmula morena.

— Você está bem? Aconteceu alguma coisa? Você está machucada?

Kara lança perguntas rapidamente, preocupação transparecendo em sua voz.

— Eu... não. Eu estou bem.

— Então o que aconteceu?

— Eu vi a luta pela televisão. — Lena murmurou baixinho, os olhos encarando tudo menos o rosto de Kara. — Eu vi ele te acertando e você voando para aquele prédio. Eu vi...

— Lena, você viu Supergirl. — Kara engoliu em seco. — Eu não sou...

— Não minta para mim, Kara. — a morena a corta de forma feroz, agora sustentando seu olhar com determinação. — Eu sei que era você. Sei há meses que você é ela. Não subestime minha inteligência.

Kara arregala os olhos, tentando buscar alguma desculpa em sua mente.

Kara. — Lena adverte antes que a loira possa falar qualquer coisa.

— J’onn vai me matar. — é a primeira coisa que fala, e Lena arqueai a sobrancelha em confusão. — Certo. — suspira por fim, quando nota a tristeza ainda banhando os olhos da morena. — Você está certa. Kara Danvers e Supergirl são a mesma pessoa. Eu.

Ela não sabe o que Lena está pensando. A morena propositalmente vira seus olhos para a janela para que Kara não possa os ler – aquilo a deixa insegura. Lena saber seu segredo é diferente do que Kara saber que ela sabe. Não tem ideia do que a morena achava daquilo.

Uma parte sua sabia que sua admissão não mudaria o modo como a outra reagia ao seu redor. Aparentemente, Lena sabia de tudo há meses e mesmo assim continuara agindo da mesma forma que a primeira vez que se conheceram; os flertes, os toques, os olhares e sorrisos estavam todos lá.

Mas tinha aquela parte de Kara que ainda tinha medo. Tanto medo. E o silêncio da Luthor mais nova não estava ajudando a loira a acalmar seus nervos.

— Eu fiquei com tanto medo quando você foi atingida. — falou suavemente depois de agonizantes minutos em silêncio, os olhos ainda encarando a janela e as mãos torcendo nervosamente no colo. — Sei que é estúpido, mas não pude evitar. Cada vez que ele te acertava era como se uma faca cravasse fundo no meu coração. Eu não conseguia respirar. E quando você finalmente ganhou, eu pude finalmente respirar. E então você caiu aos pés da sua irmã e todos os agentes correram para você. — Lena finalmente virou e Kara percebeu que ela chorava. — Eu pensei que você tinha morrido, Kara. Quando eles desapareceram com você, eu pensei que você tinha morrido.

— Eu sinto muito, Lena. — Kara murmurou arrependida, tomando a mão pálida e quente entre as duas. — Eu realmente sinto muito.

— Você não pode me deixar, Kara. Eu não vou aguentar se você morrer.

— Eu não vou, eu prometo.

Kara esquece qualquer contra que possa estar em sua mente e puxa Lena para seus braços – ela cai suavemente e se enrola no calor que a loira oferece. Kara sente as lágrimas de Lena em sua roupa e suas próprias começam a cair. Aquilo era o que temia e a impedia de confessar o que sentia pela morena – saber o que ser Supergirl traria de fardo para Lena.

E Kara não poderia colocar a CEO naquela situação. Não era justo com ninguém. Já sentia-se culpada por colocar Alex e seus amigos naquela berlinda. Não poderia colocar Lena também.

— Eu sinto muito. — Lena gemeu poucos minutos depois, limpando as lágrimas que manchavam seu rosto. — Arruinei toda a sua roupa.

Kara nem havia notado. — Oh, não é nada.

— Eu não deveria ter vindo aqui e feito essa bagunça toda.

— Não precisa se desculpar, Lena. De verdade.

— Eu provavelmente deveria ir indo. — Lena levanta do sofá, movendo-se desconfortavelmente. Um leve blush coloria suas bochechas; Kara não lembrava de ter visto a mulher corar antes. — Desculpe por incomodar.

— Lena...

— Não. É sério. — levanta a mão, alisando o vestido que usava. — Eu deveria ir.

Lena está a meio caminho para a porta quando Kara suspira profundamente e move-se rapidamente para sua frente. Olhos verdes a encaram em surpresa, não esperando aquilo da loira. Kara não sabia o que estava fazendo; reagira por instinto quando Lena começou a andar.        

E agora estava ali, em frente a bela morena que virou seu mundo, cogitando cuidadosamente seu próximo passo. A verdade era que estava morrendo para beijar aqueles lábios vermelhos e apagar a tristeza dos olhos lindos. Morrendo para saber qual era a sensação de segurar o corpo suave completamente apertado no seu.

Enquanto seu coração e cérebro estavam em conflito, Lena tomou uma decisão por ambas. Em duas batidas de coração, fechou a distância entre as duas e colocou os lábios nos da loira. Não estar preparada para o que sentiria era um eufemismo para o que acontecia com Kara – os lábios eram ainda mais suaves do que sonhara e o perfume de Lena parecia entorpecer todos os seus sentidos. As mãos quentes seguravam seu rosto e logo os braços de Kara puxavam o corpo macio contra o seu.

Beijar Lena era ainda melhor do que seus sonhos. Mas como todos, acabou cedo demais.

Wow.

Foi o que conseguiu gerir quando a morena deu um passo para trás, lábios inchados e a respiração ofegante. Kara sentia seu rosto corado.

— Me desculpe. — Lena murmurou, mas a loira sabia pelo seu tom que ela não sentia muito.

— Eu... isso... uau. — Kara gaguejou, vendo um sorriso formar-se nos lábios da outra. Respirou fundo então, tentando fazer sua respiração voltar ao normal. — Eu não esperava por isso.

— Eu estava morrendo de vontade de te beijar. — Lena confessou. — Mas não queria te deixar desconfortável.

— Oh, você não deixou. Eu estava pensando sobre isso há semanas.

— Você estava?

Kara assentiu. — Mas não tive coragem.

— Porque eu sou uma Luthor e você é Supergirl? — a loira conseguia ouvir a tristeza escondida na pergunta.

— Eu mentiria se dissesse que isso não era um dos motivos. — confessou e a expressão de Lena caiu. — Mas não era o principal. Eu estou com medo, Lena. Porque eu realmente gosto muito de você. E estar comigo é perigoso.

— Não mais do que ser uma Luthor, Kara.

— Eu não posso fazer isso com você, Lena. Te colocar nesse tipo de situação.

— Você não está fazendo nada. — olhos verdes a encaravam com sinceridade e de forma firme. — Eu gosto de você, Kara Danvers. Acredito que estou me apaixonando por você e eu quero nos dar essa chance. Não importa os riscos. Eu sei de todos e mesmo assim os assumo. Não mate o que pode ser um grande relacionamento por isso, por favor.

Kara absorveu as palavras de Lena – sabia estar sendo injusta com a morena por estar escolhendo não a deixar entrar completamente em sua vida por medo. Lena acabara de confessar acreditar estar apaixonada por ela, por Rao. E o que Kara mais queria era esquecer suas preocupações e beijar a morena até não aguentar. Ela própria sabia estar num caminho parecido.

Estar se apaixonando.

E aquilo era assustador e aterrorizante e tudo que Kara queria. Ela queria estar num relacionamento com Lena. Queria poder beijá-la sempre que quisesse. Queria poder acordar olhando aquele rosto belo todos os dias. Mesmo que aquilo significasse algumas preocupações a mais depois.

— Você quer mesmo dizer isso? Você estaria disposta a correr esse risco? Estar comigo, Kara Danvers e comigo Supergirl?

— Estou. — Lena sorriu suavemente, no seu olhar a confirmação do que falava. — É uma das coisas que mais tenho certeza. Eu quero nós duas, Kara. E você?

— Eu quero nós duas também.

O sorriso que Lena deu compensaria todos os temores que teriam no futuro. Porque ser o motivo da felicidade da morena era tudo que Kara precisava para ser feliz. Elas poderiam enfrentar o que viesse pela frente.

El mayara, pensou. Mais fortes juntas. E elas seriam.


Notas Finais




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