Bete sobe até quarto de Guto com uma certa rapidez.
Bete viu Guto dormindo como um anjo, mas precisava acordar ele.
– Filho eu preciso falar com você. - disse Bete.
Guto acordou meio sonolento.
– Mãe o que aconteceu? - indagou Guto..
– Eu preciso do telefone da mãe da Benê você pode passar? - disse Bete.
– Mãe eu até posso dar mas a Josefina não sabe que eu e a Benê voltamos, então por favor, não conta. - disse Guto.
– Meu filho fica calmo eu não vou contar não, só quero conversar com ela um assunto de amiga. - disse Bete.
– O número dela é esse aqui mãe. - disse Guto entregando o papel a sua mãe.
Bete pegou o número e ligou pra Josefina, precisava saber se Benê tinha de fato o que ela havia pesquisado.
Ligação on •
– Alô, quem fala? - Josefina.
– Olá Josefina, aqui é Bete, mãe do Guto. - Bete.
– Ah, oi Bete! Tudo bem? - Josefina.
– Tudo sim, é... Eu precisava conversar com você, mas, tem que ser pessoalmente. - Bete.
– Tá, claro, pode ser na lanchonete do Roney? - Josefina.
– Claro, claro, pode ser sim, vou às 16h tudo ok? - Bete.
– Claro, tudo ok sim. Te espero lá. - Josefina.
– Ok, obrigada Josefina, tchau. - Bete.
– De nada Bete, tchau. - despediu-se Josefina.
Ligação off •
– O que será que ela tem pra falar comigo? - indagou Josefina pra si mesma.
O período de aula já havia acabado, Benê e Ellen seguiram para a lanchonete e começaram a trabalhar, o movimento tava intenso.
– Benê leva esse lanche na mesa 4. - disse Ellen.
– Tá bom. - disse Benê.
– Hoje o movimento tá bom. - disse Ellen.
– Mas é só agora no horário de almoço, depois não tem quase ninguém. - disse Benê.
Benê tava um pouco preocupada com Guto e com a Samantha já que ela queria ver o garoto.
Benê sentou em uma das cadeiras do balcão pra descansar um pouco, ela e Ellen já estavam cansadas mas tinham que continuar porque o expediente não tinha acabado.
Já era 16h, Guto já estava um pouco melhor dos hematomas na barriga, e conseguia se levantar.
– Mãe? - chamou ele.
– Ela saiu. - disse para si mesmo.
Enquanto isso, Josefina chegou na lanchonete.
Benê viu sua mãe chegar e estranhou.
– Oi filha, oi Ellen. - disse Josefina.
– Oi tia Jô! - disse Ellen sorrindo.
– Oi mãe, o que tá fazendo aqui? - indagou Benê.
– Marquei uma conversa com uma amiga minha. - disse Josefina.
– Ah, mas que amiga? A Doris? - indagou Benê.
– Ah, ela chegou! - disse Josefina sorrindo.
Bete entrou no local e sorriu para as três: Benê, Josefina e Ellen.
– Mãe, o que a Bete tá fazendo aqui? - indagou Benê.
– Vamos conversar, isso não é confortável pra você? - disse Josefina.
– Porque ser... Ah, não não. - disse Benê disfarçando.
– Bom, eu vou lá. - disse Josefina indo até Bete e se sentando a mesa com ela.
– Benê, isso tá esquisito. - disse Ellen.
– E muito. - concordou Benê.
Enquanto isso, Bete e Josefina conversavam.
– Quanto tempo! - disse Bete.
– Eu que o diga, desde o hospital né? - disse Josefina sorrindo.
– Sim, ah, eu espero que não esteja incomodando você. - disse Bete.
– Claro que não, mas, o que aconteceu? Quer conversar sobre o Guto e minha filha? Você deve ter estranhado não é? Mas eu pedi para o Guto ficar afastado da Benê por um tempo, porque a minha filha não é acostumada com o amor, ela sempre foi tão fechada, não consegue entender o que sente direito, as emoções... - dizia Josefina interrompida por Bete.
– Calma Josefina, calma, eu sei disso sim, mas não é sobre isso que vim falar com você. - disse Bete.
– Então é sobre o que? - perguntou Josefina.
– É sobre a Benê. - disse Bete
– Sobre minha filha? - indagou Josefina.
– Sim eu sou médica psicóloga e trabalho com casos de autismo, hiperatividade e dislexia, o que eu vou falar pra você pode assustar um pouco mas com a ajuda das amigas e se você permitir eu peço que você também deixe a Benê ficar com meu filho, bom, a Benê tem suspeita de ter um nível mais baixo do autismo, ela pode ter a síndrome chamada Asperger, o Asperger faz a pessoa ter esse tipo de reação, mas a Benê já está se acostumando com o toque. - disse Bete.
– Como assim Bete? Como você chegou a isso? Minha filha pode ser considerada uma doente? - indagou Josefina.
- Eu andei reparando as atitudes da Benê, Guto uma vez me disse que ela não gostava muito de abraços e certa aproximação, ela não é doente, ela é normal como todo mundo, apesar de algumas pessoas chamarem ela de esquisita e falarem que ela é diferente o que há? Todo mundo é diferente. E outra a Benê é mega inteligente, ela precisa entender algumas emoções, ela já identifica o que sente pelo meu filho, o que mostra o progresso dela.
Se você permitir eu posso ajudar você com isso, eu e meu filho. - disse Bete.
– Nossa, Bete eu tô muito surpresa, a notícia veio como um baque, eu ainda tô tentando, assimilar. E, a Benê fala muito do Guto, eu até tentei afastar, mas ela ama o seu filho. - disse Josefina.
– O Guto também gosta muito dela, eu nunca vi o meu filho assim, tenho certeza de que ele a ama de verdade, e ele também aprendeu muito com ela, antes, ele era meio arrogante e orgulhoso, hoje meu filho é outra pessoa e mudou pra melhor! - disse Bete sorrindo.
– Benê também era muito fechada como eu disse, quando ela fez essas amigas e começou a namorar o Guto ela, ela se abriu muito mais pro mundo, ela evoluiu, está mais crescida. - disse Josefina sorrindo de lado.
– Oi mãe, oi Bete vocês vão querer alguma coisa? - indagou Benê.
– Filha não quero nada não, obrigada. - disse Josefina.
– Eu quero que você vá visitar o Guto ele já ta morrendo de saudades. - disse Bete.
Benê olhou pra mãe como se tivesse pedindo pra ir, e Josefina entendeu o recado.
– Sim filha você pode ir ver o Guto, depois que acabar o seu expediente você pode ir. - disse Josefina.
– Obrigada mãe. - disse Benê sorrindo de lado.
– Vou fazer um lanche bem gostoso pra você! - disse Bete.
– Ah não precisa se incomodar Bete, que isso. - disse Benê.
– Eu insisto, você e seu filho também estão convidados Josefina. - disse Bete sorrindo.
– Ah que legal mas, não vai ser muito tarde? - indagou Josefina.
– Claro que não menina, é só eu e o Guto mesmo então, não tem problema. - disse Bete.
– Ah então vou aceitar o convite! - disse Josefina sorrindo.
– Que bom, conto com vocês! Gosto bastante quando alguém vai lá em casa, eu e Guto ficamos muito sozinhos naquele lugar, quando a Benê foi lá pela primeira vez foi uma alegria! Ah e eu já gostei dela de cara, Guto tava rindo a toa e tava todo bobo conversando com ela ao telefone. - disse Bete rindo.
– Essa aqui também, tava distante com o pensamento nas nuvens, dispersa, na hora de jantar deixava a comida no prato e ficava pensando e pensando. - disse Josefina rindo.
– Mãe! - repreendeu Benê.
– O que foi filha? É verdade. - disse Josefina sorrindo.
– Ah Benê não fica assim, quando alguém se apaixona é assim mesmo. - disse Bete sorrindo.
Deu 17h e Bete foi embora para preparar algo pra Benê e a família dela, Josefina também seguiu pra casa.
18h.
O expediente de Ellen e Benê havia acabado, e como combinado Samantha chegou a lanchonete.
– Oi Benê. - disse Samantha.
– Oi Samantha. - disse Benê.
Ellen continuou ajeitando suas coisas sem olhar na cara de Samantha.
– Oi pra você também. - disse Samantha.
Ellen forçou um sorriso amarelo e depois revirou os olhos.
– Tchau Benê. - disse Ellen saindo da lanchonete.
Benê arrumou suas coisas.
– Eu não vou poder demorar lá Benê, só vou ver como o Guto tá. - disse Samantha.
– Tá, vamos? - disse Benê.
– Vamo. - disse Samantha.
Enquanto isso na casa de Guto.
Guto saiu do quarto, sentiu um aroma bom e foi até a cozinha.
– Hummm. - disse o mesmo.
– Filho, já consegue se levantar? Que bom! - disse Bete.
– Já tô conseguindo de pouco a pouco, o que cê tá fazendo? - disse Guto.
– Um nhoque, Benê e a família vão jantar aqui. - disse Bete.
– O quê? - indagou Guto.
– Calma filho, eu conversei com a Josefina e ela permitiu que você e Benê voltem a se relacionar apesar de que vocês dois não estavam obedecendo nada. - disse Bete.
– Não estávamos mesmo. - disse Guto sorrindo
Benê não trocou uma palavra com a Samantha durante o caminho.
Chegaram no condomínio.
Quem abriu a porta foi o Guto.
– Oi Guto, o que foi isso? Se meteu em briga? - indagou Samantha assustada.
– Oi Sam, quando a poeira baixar eu te explico. - disse Guto.
– Entrem vocês duas. - disse Guto.
Samantha entrou e Guto pegou na mão de Benê.
– Você faltou hoje, vim ver se estava bem. - disse Samantha.
– Eu to mais ou menos, mas como eu disse outra hora explico isso a você. - disse Guto.
Benê não tava se sentindo muito confortável com Samantha, mas teve que ficar calma.
Depois de uns 20 minutos conversando.
– Eu já vou indo gente, é, tchau Guto, tchau Benê, e fica bem hein pianista. - Disse Samantha sorrindo um pouco e indo embora.
Guto sorri fraco.
– Você tá bem? - perguntou Guto olhando pra Benê.
– Sim e você? - disse Benê dando um selinho no namorado.
– Eu senti sua falta.- disse Guto.
– E eu a sua. - disse Benê.
– Benê olá! - disse Bete sorrindo ao ver Benê.
– Oi Bete. - disse Benê sorrindo.
– E sua mãe? - perguntou.
– Deve vir daqui a pouco. - disse Benê sorrindo de lado.
– Espero que ela venha. - disse Bete.
– Vai vir sim. - disse Benê.
Guto e Benê foram até o quarto do mesmo, Benê sentou na cama encostada em almofadas e Guto deitou em seu colo.
– Espero que se recupere logo. - disse Benê fazendo um carinho nos cabelos de Guto.
– Eu vou, mas você vai me fazer dormir. - disse Guto sorrindo.
– É bom que descansa mais. - disse Benê sorrindo de lado e beijando a parte da buchecha de Guto que não estava machucada.
– Tô ficando mal acostumado com seu cafuné, ele faz uma falta quando você não tá aqui. - disse Guto sorrindo.
– Então só meu cafuné faz falta? - indagou Benê.
– Claro que não amor, você também faz. - disse Guto olhando a namorada e dando um selinho na mesma.
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