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História Million Reasons (Scorbus) - Into You


Escrita por: malefiswent

Notas do Autor


Is this gonna happen?
Been waiting and waiting for you to make a move
Before I make a move

Capítulo 6 - Into You


Albus franziu o cenho e piscou várias vezes, confuso.

- Por que ela diria isso? - perguntou, tentando conter sua revolta. - Por que deveríamos nos afastar? Ela não pode fazer isso de novo. Ela não tem o direito!

- Foi só uma sugestão, Al - o loiro disse, tocando o ombro do amigo. - Uma sugestão que eu não vou seguir. Relaxe. Ela queria ajudar, e disse que nós parecemos colocar peso emocional demais um no outro. Mas Madame Pomfrey discorda. Ela acha que eu preciso fortalecer meus laços mais do que nunca.

Albus assentiu.

- E o que você acha? - indagou, apreensivo.

Scorpius ergueu as sobrancelhas.

- Eu acho que ficar sem você não é uma possibilidade - respondeu, e o coração de Albus se aqueceu em um alívio inexplicável. - Por isso preciso que você me prometa que isso não vai acontecer.

- É claro que não vai! - Albus disse, rindo baixinho. - Você já sabe. No que depender de mim, ninguém vai nos desgrudar.

- É sério, Albus - Scorpius insistiu, com uma expressão preocupada. - Às vezes, quando alguém de quem gostamos está sofrendo, nós fazemos de tudo para tentar amenizar a sua dor, e acreditamos em qualquer coisa que represente uma possibilidade de que ela melhore. Mas eu te garanto que ficar sem você nunca vai ser bom pra mim. Você tem que me prometer que nunca vai acreditar nisso.

O loiro apertou as duas mãos do amigo, e eles se encararam.

- Eu prometo - disse Albus, com firmeza. - Nunca vou me afastar de você a não ser que você mesmo queira. Enquanto você precisar de mim, eu estarei aqui, Scorp. Como você pode achar que eu não estaria?

- Eu só tenho medo - ele explicou, suspirando. - Como eu disse, é fácil fazer algo estúpido quando alguém próximo de nós está sofrendo.

- Não a este ponto - Albus insistiu, apertando as mãos do loiro com ainda mais força. - Eu sempre vou estar do seu lado. Sempre têm sido eu e você e sempre vai ser. Mas eu também preciso que você me prometa algo.

O loiro ergueu as sobrancelhas, e Albus suspirou.

- Eu preciso saber que você não vai mais fugir quando as coisas ficarem ruins. Você não precisa, Scorp. Eu sei que posso não ser tudo o que você precisa, mas… Eu sou capaz de virar esse castelo do avesso se você precisar. Se você quiser fugir, ou se esconder… Pode ao menos ser comigo? Porque a Madame Pomfrey tem razão. Ficar sozinho não vai te ajudar. Nunca ajuda ninguém. E eu preciso que você fique bem. Eu preciso… Eu preciso de você.

Ele respirou fundo ao terminar, a testa enrugada, esfregando os dedos das mãos de Scorpius nos seus.

- Eu prometo - o loiro assentiu. - Eu não quero mais ficar sozinho. Na Sala Precisa… Parecia que era o que eu precisava, mas foi assustador. Eu estava confuso. Mas eu não vou mais agir sem pensar. Pode confiar em mim. E você está errado em uma coisa, Albus. Você é tudo o que eu preciso.

Dizendo aquilo, Scorpius se aproximou ainda mais para abraçá-lo. Albus abraçou de volta, esfregando as mãos nas costas do loiro gentilmente.

- Nós temos nos abraçado muito mais do que costumávamos, não é? - ele notou, rindo.

- É. Por quê? - perguntou Scorpius, desvencilhando-se do abraço com uma expressão preocupada. - Você não gosta?

- Não! Na verdade, é exatamente o contrário - Albus respondeu, vermelho. - Eu não estou reclamando. Não mesmo.

O outro garoto sorriu, e eles continuaram se encarando por mais alguns momentos, em silêncio, suas mãos ainda juntas. Uma das melhores coisas que ele tinha com Scorpius, pensou Albus, eram aqueles silêncios longos e agradáveis, apenas se olhando e aproveitando a companhia um do outro, sem precisar dizer uma palavra. Era realmente difícil encontrar alguém com quem os momentos de silêncio não fossem desconfortáveis, e aquele era um problema que os dois definitivamente não tinham.

Ao longo dos dias seguintes, as coisas se tornaram um pouco mais amenas e pareceram melhorar para Scorpius. Na sexta-feira, durante o jantar no Salão Principal, McGonagall pediu a atenção de todos para discursar brevemente sobre como era inaceitável julgar as pessoas com base em boatos infundados e que não aceitaria que seus alunos passassem por qualquer tipo de difamação. Ela não citou nomes, mas é claro que todos sabiam que ela estava se referindo a Scorpius, o que fez com que o garoto passasse a ser seguido por olhares ainda mais penetrantes aonde quer que fosse; entretanto, o discurso da diretora pareceu ser útil, pois ao menos aos provocações e comentários maldosos cessaram. Além disso, o garoto parecia estar se estressando menos com o que as outras pessoas achavam dele. Era notável que ele estava mais relaxado desde que começara suas sessões com Madame Pomfrey, e Albus não poderia estar mais satisfeito.

Após as aulas diárias e detenções juntos na sala de Slughorn, Scorpius se dirigia a suas consultas com Madame Pomfrey e Albus ia para o Salão Principal, onde ficava conversando com Archie e Aideen até que o amigo voltasse. A garota continuava investindo em Albus, e Archie até chegou a comentar com ele, em particular, que sua amiga era louca para “agarrá-lo como um gnomo de jardim”. Ela era bonita e simpática, mas Albus simplesmente não conseguia retribuir o interesse dela, por qualquer motivo que fosse.

Na terça-feira, quando suas detenções já haviam acabado, Scorpius decidiu começar algo radicalmente novo, que tomou Albus de surpresa. Em uma das consultas, Madame Pomfrey havia sugerido que seria bom para ele iniciar alguma nova atividade, especialmente se envolvesse esforço físico. Sendo assim, o loiro resolvera investir em algo pelo qual sempre tinha se interessado, mas que nunca tivera coragem de sair de sua confortável invisibilidade para experimentar: Quadribol.

Os testes para o time da Sonserina daquele ano começariam na quarta, e o loiro tinha esperança de conseguir uma vaga como artilheiro - quando era criança, ele costumava jogar uma espécie improvisada de quadribol com o pai pelo quintal, ou com Teddy, nas raras ocasiões em que o primo visitava a mansão dos Malfoy, e tentar marcar gols sempre era o que ele mais gostava e no que se saía melhor.

Sendo assim, na quarta-feira, depois das aulas e de ver Madame Pomfrey, ele e Albus se dirigiram ao campo de quadribol do colégio, sob o céu nublado de outono, para a avaliação com Archie. Enquanto ele estava em sua consulta, os outros candidatos haviam terminado seus testes, de modo que o loiro vestiu apressadamente o uniforme e os acessórios protetores nos vestiários e correu para o campo com sua Nimbus 2010 - que nunca havia usado antes - sob o braço, onde Archie esperava por ele, em pé sobre a grama, e Albus acenava das arquibancadas. Junto com Archie, estavam Finn e Duncan, um aluno do sexto ano, segurando um taco de madeira e uma caixa lacrada, respectivamente.

A avaliação consistia no seguinte: Scorpius teria que tentar marcar quinze gols enquanto Archie tentava tomar a Goles dele, Finn tentava defender os aros e Duncan tentava acertá-lo com um balaço. Scorpius engoliu em seco, nervoso; não era novidade para ninguém que Archie era um artilheiro extraordinário, e o corpulento Duncan na posição de batedor também não era algo muito tranquilizante. Além disso, não era como se ele tivesse muito treinamento.

O loiro fechou os olhos e respirou fundo, tentando se acalmar. Ele tinha que encarar aquilo como uma simples tentativa. Se não desse certo, ele arranjaria uma forma de lidar. Ele estava apenas experimentado algo novo. Sem pressões. Olhou para Albus da arquibancada e o outro garoto sorriu para ele; aquele foi o impulso necessário para que ele finalmente decolasse do chão ao mesmo tempo em que os outros três garotos, a goles em suas mãos - Archie havia sido bonzinho o bastante para permitir que ele começasse o jogo com a bola.

A alguns metros, das arquibancadas, Albus pôs-se a observar o treino, concentrado, levando as unhas à boca. Scorpius foi rápido em fazer uma investida em direção aos aros, prontamente vigiados por Finn, mas Archie, igualmente ágil, o seguiu. Os dois lutaram pela goles pelo que pareceram vários minutos, voando de um lado para o outro; por alguns momentos, era impossível decidir qual deles era mais veloz e qual faria um gol primeiro. Neste meio-tempo, Duncan lançava, insistentemente, balaços na direção do loiro, mas ele se desviava com sucesso de todos; Albus não pôde conter seu deslumbre enquanto observava, hipnotizado, Scorpius mover-se de forma majestosa em sua vassoura como se ele fosse um domador e ela fosse um animal que ele vinha treinando há anos, sua testa enrugada e gotas de suor molhando seu cabelo loiro. Por algum motivo, Albus sentiu uma leve agitação no baixo ventre e seu rosto se aqueceu, o que ele ignorou. Ver aquilo deixou-o realmente feliz e torcendo ainda mais para que o amigo conquistasse um lugar no time, pois ele claramente gostava muito do esporte.

Nos próximos dez minutos, no entanto, a situação pareceu mudar radicalmente, como se algo ou alguém quisesse contrariá-lo; Scorpius tentava, mas não conseguia mais tomar a goles de Archie, e acabou ficando com cinco gols de desvantagem. Os dois garotos se entreolharam à distância, nervosos; o loiro continuava se desviando com sucesso de todos os balaços enviados por Duncan, mas Archie tinha se tornado ágil demais para ele.

Em certo momento, Scorpius finalmente conseguiu retomar a posse da bola, mas parou em sua vassoura e olhou para Archie com cara feia.

- Você não precisa pegar leve comigo - Albus pôde ouvi-lo dizer, e pôs-se em pé na arquibancada, preocupado. - Eu estou aqui para mostrar do que sou capaz.

Dizendo aquilo, o loiro jogou a goles de volta para o outro.

- Eu não estou pegando leve, cara - Archie riu, atirando a bola de volta para Scorpius. - Tenha mais fé em si mesmo.

Albus franziu o cenho, olhando enquanto Scorpius suspirava, parado no ar, e dizia:

- Eu preciso de um tempo.

Archie assentiu.

- OK. Vamos dar um intervalo de cinco minutos.

Ele sinalizou para os outros garotos, e todos voaram em direção ao chão, pousando suavemente. Albus correu até o campo, onde Scorpius já vinha andando em sua direção.

- O que foi, Scorp? - perguntou, entregando um cantil de água ao amigo, que apanhou-o e deu um longo gole. - Você estava indo tão bem...

- Sorte de principiante? - ele disse, fazendo uma careta. - Alguns minutos de jogo e eu percebi que talvez isso não tenha sido uma ideia tão boa.

- Do que você está falando? Você devia ter visto o jeito que estava no começo! Foi incrível! Coisa de profissional, Scorpius!

O loiro enrugou a testa.

- Talvez - disse, encarando o chão. - Mas não durou muito, então de que adianta?

Albus assumiu uma expressão tristonha.

- Você ficou nervoso?

Scorpius assentiu.

- É só que... Eu tenho medo de... - ele hesitou. - Eu não quero falhar com você assistindo.

Albus arqueou as sobrancelhas.

- Scorp... - disse, tocando os dois ombros do outro garoto com amigo. - Você não precisa ter medo de falhar na minha frente. Não tem problema nenhum.

-Bem, eu vi o quão animado você estava torcendo por mim - ele insistiu. - Você está mais empolgado com essa ideia do que eu mesmo! Eu não quero te decepcionar.

Albus suspirou.

- Eu estou animado porque você está tentando algo de que gosta - explicou. - Não importa o resultado. Nós sabemos que você está meio pra baixo ultimamente, então alguém precisa ficar com a parte da empolgação, certo? Mas eu não vou me decepcionar se você não passar, Scorp. Não com você, pelo menos. Você é incrível de mil formas diferentes e não há nada que vá me fazer mudar de ideia.

Scorpius sorriu, como ele esperava; um sorriso tímido, mas o suficiente para que ele se aliviasse em saber que ainda conseguia dizer as palavras certas para tirar as preocupações da cabeça do amigo.

- Mas... Isso é algo que eu quero muito, Al. E se eu não conseguir... Eu serei um perdedor ainda maior nesta escola. Eu não quero me sair mal, porque não é só você quem vai ficar sabendo.

Albus assentiu, apertando o ombro do loiro enquanto olhava ao seu redor e pensava no que dizer.

- Então finja que é - ele respondeu.

- O quê? - Scorpius parecia confuso.

- Finja que ninguém vai saber sobre esse jogo além de mim. Quando se sentir pressionado, olhe para mim e finja que só eu estou assistindo. Imagine que isso é... Uma brincadeira entre nós. Você está tentando me provar que consegue fazer quinze gols. Só isso.

Scorpius o encarou, pensativo. À distância, Archie chamou ele e os outros para continuarem o jogo. O loiro deu mais um gole de água.

- Lembre-se! - Albus repetiu enquanto o amigo se afastava, dando-lhe uma piscadela.

Ele sentou-se novamente na arquibancada enquanto Scorpius e os outros três alçaram voo. Com a goles em mãos, o loiro arrancou uma expressão de surpresa de Albus quando desviou-se de um balaço e de três tentativas de tomada da bola por Archie, atirou-a com força em direção ao aro da esquerda, que Finn não foi rápido o suficiente para proteger, e marcou um gol.

- Isso foi um gol e tanto - Duncan comentou, enquanto Scorpius exprimia um pequeno sorriso e assentia. O loiro olhou para Albus ao longe. Ele acenou para o amigo, com um largo sorriso, e disse "Como a gente combinou" com os lábios.

Foi como se o combinado tivesse poder mágico; nos próximos minutos, Scorpius manteve-se com a bola na maior parte do tempo, e, mesmo quando falhava em uma tentativa de gol - Finn era realmente um goleiro ótimo -, não o fazia sem exigir dos outros jogadores que se esforçassem muito. Só foi atingido pelo balaço de Duncan uma vez, mas de raspão; a capacidade dele de se desviar era incrível, como o próprio Archie fez questão de pontuar.

Quando outros vinte minutos se passaram, Scorpius não havia marcado quinze gols - ainda faltavam dois para a meta estabelecida -, mas Archie parou no ar e sinalizou para que eles descessem, dizendo:

- Acho que vimos o suficiente.

Scorpius franziu o cenho.

- Mas você disse que eu precisava fazer quinze gols - falou, confuso, parado com sua vassoura apontando para o alto.

- Bem, não precisa mais. Já está escurecendo, é melhor pararmos por aqui antes que McGonagall nos dê uma bronca - o capitão insistiu, e todos eles desceram até o gramado. De seu banco, Albus observava, levemente nervoso.

Ele pôde ver Scorpius e Archie conversando em particular em um canto por alguns segundos, o loiro assentindo enquanto o outro sussurrava algo que Albus não conseguiu distinguir. Por fim, os dois trocaram um aperto de mãos e Scorpius pôs-se a andar em direção a Albus enquanto os outros três saíam do campo para os vestiários.

A expressão do loiro enquanto se aproximava dele era ilegível, e Albus engoliu em seco; apesar de tudo o que havia dito antes, Scorpius certamente ficaria chateado se não tivesse passado.

- Então? O que ele achou?

Scorpius olhou para baixo e suspirou. Albus arqueou as sobrancelhas.

- Scorp, eu sinto m-

- Ele adorou! Eu estou no time! - o amigo exclamou em um enorme sorriso que Albus já não via há algum tempo, e que achou mais bonito do que uma centena de galeões de ouro amontoados.

Scorpius abraçou Albus com força enquanto ria, incapaz de conter sua empolgação.

- Ele disse que, apesar de ter deslizado um pouco no começo, minha habilidade de desvio é impressionante e que, se eu continuar aprimorando-a, a taça de quadribol desse ano já é nossa! Os treinos serão todas as terças e quintas depois das aulas. Estou tão feliz, Albus!

Albus riu de volta enquanto retribuía o abraço do mais alto, acariciando suas costas suadas gentilmente.

- Eu também! - respondeu. - Isso é ótimo, Scorp! Você vai deixar todos de boca aberta este ano, eu tenho certeza.

- Muito obrigado, Al - ele disse, se desvencilhando do abraço para encará-lo com um sorriso. - O que você me disse para fazer... Funcionou. Eu só passei por sua causa. Porque eu olhava pra você, lembrava do que tinha me dito e me sentia menos pressionado.

Albus sentiu-se incrivelmente satisfeito em ouvir aquilo, mas disse:

- Não seja modesto. Você passou porque tem talento.

- Não, você é quem está sendo modesto - o loiro insistiu. - Meu talento não adiantaria de nada se o meu nervosismo me atrapalhasse. E você nunca falha em me deixar mais tranquilo. McGonagall não poderia estar mais errada.

Albus sentiu-se levemente incomodado ao se lembrar daquilo, mas, olhando para o sorriso de Scorpius, seus olhos claros brilhando sob o pôr do sol e seu cabelo loiro grudado sobre a testa após suar por algo que gostava e no qual tinha talento, nenhuma lembrança desagradável poderia impedi-lo de se sentir nas nuvens.

***

- Você está cheirando hortelã - Albus notou, olhando para Scorpius, que fazia o dever de casa sentado sobre seus pés do outro lado do sofá.

- Você sabe que é o meu xampu preferido - ele respondeu, passando a mão nos cabelos loiros, enquanto Albus o olhava, hipnotizado, incapaz de tirar os olhos dele por qualquer motivo que fosse. Desde o treino mais cedo, o brilho não deixara a face de Scorpius, que tinha voltado a sorrir e conversar descontroladamente o tempo todo. Ter aquilo de volta era tão bom que Albus poderia chorar.

- Você ficou sabendo do que Hagrid trouxe à cabana dele para as próximas aulas de Trato das Criaturas Mágicas? - perguntou, mudando de assunto.

Scorpius fez que não com a cabeça, sem tirar os olhos de seu dever de casa.

- Mini-pufes - Albus completou. - Parece que ele comprou um monte deles em gaiolas da loja do tio George. Estão no quintal dele, vigiados pela Canina.

O loiro largou sua pena, olhando boquiaberto para o amigo.

- Sem chances! - ele exclamou. - Eu amo estes bichos!

- Eu sei! - Albus respondeu, sorrindo. - São umas gracinhas mesmo, e muito dóceis. O tio George já me deu alguns quando eu era menor. Nós devíamos ir até lá vê-los, não acha?

Scorpius uniu as sobrancelhas.

- Você quer dizer amanhã? No intervalo entre as aulas?

Albus mordeu o lábio.

- Na verdade... Eu estava pensando em irmos hoje à noite. Do "nosso jeito". Só nos dois, sem ninguém por perto.

Scorpius semi cerrou os olhos em censura,  mas sorriu e disse:

- É, acho que seria ótimo.

Albus arqueou as sobrancelhas, surpreso, mas não disse mais nada.

Mais tarde, quando todos já dormiam, os dois garotos cobriram-se na capa de invisibilidade e dirigiram-se à cabana de Hagrid, andando calmamente para não o acordarem e nem chamarem a atenção de Canina. Felizmente, a cadela já dormia profundamente - "Se Canina der um rosnado sequer nós damos meia-volta e vamos embora", Scorpius dissera antes de saírem - e as gaiolas cheias de mini-pufes nas mais diversas cores estavam desprotegidas.

As criaturas redondas com pêlo espesso e colorido também dormiam, eles sentaram-se no chão para tocá-las entre as grades das gaiolas. Eles eram realmente fofos, e quando um deles abriu os olhos para interagir com os meninos, Albus pensou que poderia sufocá-los por serem tão adoráveis, se não se controlasse.

Os dois passaram cerca de uma hora - ou talvez mais - interagindo e brincando com os mini-pufes, mantendo suas risadas o mais baixo possível, mas ainda assim se divertindo muito sob o céu estrelado. Eles começaram até a dar nomes às criaturas; Albus chamou um mini-pufe de pêlos amarelos de Scorpius, e o loiro chamou um levemente menor do que os outros de Albus, O Baixinho.

Em certo momento, no entanto, aconteceu algo um pouco inesperado, e que deixou os pensamentos de Albus inquietos e aflitos; os dois se aproximaram de um mini-pufe que olhava para eles da gaiola, ambos com a intenção de depositar um pequeno beijo sobre a cabeça da criatura, e seus narizes se tocaram, seus lábios a centímetros de distância. Os dois se encararam por vários segundos sem mover um músculo, ambos com uma expressão séria e respiração pesada; Albus sentia o hálito quente de Scorpius atingir sua boca, e por algum motivo aquilo o embriagou. O que estava acontecendo? Por que, de repente, era como se ele estivesse esperando algo de Scorpius que não conseguia identificar? Por que, sentindo-o tão próximo de si, começava a ficar nervoso e ao mesmo tempo ansiando por algo que não sabia o que era? Aquilo era incomum e muito estranho.

Antes que seus pensamentos ficassem mais confusos, porém, Scorpius se afastou. Fez um comentário descontraído que Albus nem ouviu e prosseguiu para brincar com os mini-pufes de outra gaiola. No entanto, naquela noite, o loiro teve tanta dificuldade para dormir quanto o amigo, lembrando-se daquele breve momento e tentando encontrar uma resposta.

****

No dia seguinte, quando Albus e Scorpius almoçavam no Salão Principal, Aideen foi até a mesa da Sonserina e sentou-se ao lado do moreno.

- Olá - ela disse aos dois, animadamente. - Como vão?

- Estamos ótimos. - Albus respondeu enquanto mastigava um pedaço de bife. - Scorp aqui é o novo artilheiro da Sonserina, você sabia?

- É sério? - ela ergueu as sobrancelhas, sorrindo em uma animação forçada. - Bom, Scorpius, espero que esteja se preparando bem para enfrentar a Grifinória, porque o nosso time esse ano está simplesmente épico.

Scorpius deu um sorriso amarelo por trás de sua taça de suco de abóbora, incapaz de disfarçar sua insatisfação.

- Eu preciso falar com você, Albus. Em particular. - Aideen disse, olhando para ele. - Poderia vir comigo até o corredor?

Ele franziu o cenho.

- Está tudo bem? - perguntou entre mais garfadas. - Eu fiz algo?

- Não, bobo! - ela respondeu, rindo. - Não se preocupe. Vamos?

Ele abriu a boca e olhou para Scorpius.

- Ahhh... Eu já volto, Scorp - disse, enquanto era arrastado pelo braço por Aideen.

- É, nós já voltamos, Scorp - ela concordou, e arrastou Albus até o corredor fora do Salão Principal.

Chegando lá, Albus perguntou-lhe o que ela queria, mas a garota parecia estar mais interessada em jogar conversa fora antes de ir direto ao ponto; passou três minutos conversando com ele sobre as aulas, sobre Archie e sobre quadribol, enquanto ele tentava, desconcertadamente, responder de forma simpática.

- Aideen - ele finalmente disse. - Você não tinha algo específico que gostaria de falar? É que Scorpius ainda está esperando por mim, e eu realmente gostaria de comer mais um pouco...

Ela parou de falar e riu.

- Você é tão apressado! Tudo bem então.

Dizendo aquilo, ela fez algo que levou Albus a arregalar os olhos e ficar vermelho de vergonha; ela aproximou-se dele e o beijou. Nos lábios. No corredor. Em meio a todos que passavam.

- Nada de namorar nos corredores, Potter e Finnigan! - exclamou Filch.

Albus afastou-a da forma mais delicada que conseguiu e olhou para ela, boquiaberto e em um nível de desconforto que palavras não poderiam expressar.

- Hã... Isso... O que...

Enquanto ele balbuciava e Aideen ria, o garoto olhou para o lado e viu, a alguns metros de distância, Scorpius encarando-o com uma expressão de choque na entrada do corredor.

- Uau - ouviu o loiro dizer.

Albus engoliu em seco. Droga. Por algum motivo, aquela era a última coisa que ele queria que Scorpius visse, e agora estava incrivelmente incomodado.

  - Scorpius.


Notas Finais


antes de mais nada, me perdoem pelo hiatus!! eu tava de recuperação final em química e tive que me matar de estudar pra garantir meu terceiro ano sem dependencia, mas agora TÔ DE FÉRIAS!! e agora vai ter muito scorbus pra vcs até mais de uma vez por semana <3 (se eu ficar enrolado demais podem encher meu saco aqui ou no twitter pois agora não vou ter mais desculpa ahdlajdlsl)
segundo, comentem!!! eu amo os comentários de vcs e tento responder o máximo possivel, é o que me motiva a continuar escrevendo
terceiro, obrigadão à danielle defensemalfoy que fez uma capa nova pra essa fic, me ajudou nesse capítulo e se tornou minha amiga de recuperação de química 💕
e quarto, fora temer


beijossss


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