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História Million Reasons (Scorbus) - Do I Wanna Know?


Escrita por: malefiswent

Notas do Autor


Maybe I'm too busy being yours to fall for somebody new
Now I've thought it through
Crawling back to you

Capítulo 7 - Do I Wanna Know?


- Ela me puxou, Scorp! Eu juro! - exclamava um nervoso Albus enquanto adentrava a Sala Comunal da Sonserina com Scorpius. - Os lábios dela estavam nos meus antes que eu pudesse fazer qualquer coisa!

- Está tudo bem, Albus - bufou o loiro, sentando-se no sofá verde e abrindo as pernas. - Você já me disse isso, não precisa ficar repetindo. E, de qualquer jeito, não importa se você a beijou ou não. Você não tem que me dar explicações.

- Eu não beijei… Não tenho? - indagou Albus, enrugando a testa. Scorpius deu uma risada nervosa.

- É claro que não! - respondeu, tentando soar descontraído e não denunciar sua insatisfação. - Você tem o direito de beijar qualquer garota que quiser… Certo?

Albus abriu a boca e hesitou. Por que diabos ele esperava outra reação do amigo?

- Certo - respondeu, desconcertado. - Mas… Eu não quero que você pense que estou… Te substituindo ou… Sabe, você precisa de mim agora…

- Isso não quer dizer que você não possa se relacionar com outras pessoas - Scorpius respondeu baixinho, sem olhar para o amigo, enquanto acariciava Jack em seu colo. - Eu não ligo, Albus.

Albus suspirou e assentiu. É claro que Scorpius não se importava. Porque se importaria? Havia algo de errado com ele, concluiu. Porque, ao perceber que Scorpius tinha visto o beijo, ele se sentira culpado. E também tivera certeza, por algum motivo, de que o amigo reagiria de forma ruim. A primeira coisa que havia pensado era “Droga, ele não devia ter visto isso”.

E agora, ali estava Scorpius, dizendo que não ligava para quem tinha iniciado o beijo. Dizendo que não ligava para o fato de que Aideen gostava dele. Por alguma razão, Albus se sentiu desapontado. Não que ele quisesse ver o amigo chateado, mas aquela completa indiferença ao fato de que havia uma garota tentando conquistá-lo… Não era o que ele esperava. Não era o que ele queria. Ele queria que Scorpius se importasse. Não sabia porque, mas queria. Aquilo não fazia sentido, principalmente considerando o fato de que, um ano antes, quando o loiro convidara Rose para sair, ele não havia se incomodado. Porque, então, esperava que Scorpius se incomodasse com as investidas de Aideen?

O que ele não sabia, entretanto, é que, afundado no sofá, perdido em seus pensamentos com a doninha em seu colo, Scorpius se importava. Se importava muito. Ele dava graças mentalmente pelo fato de que Albus não havia iniciado o beijo, mas, no fundo de seu ser, perguntava-se se o amigo não estaria mentindo. E, principalmente, sentia-se incomodado e ameaçado em saber que Aideen estava investindo nele. Scorpius não queria aquilo. Não queria sequer imaginar a possibilidade de a garota conseguir o que queria. Mas ele não podia ser egoísta; sendo assim, fez de tudo para que Albus não percebesse que ele se importava. Afinal, o amigo era livre, e Scorpius também não queria que ele abrisse mão de nada por sua causa. Seria injusto e cruel, e ele não conseguiria ser cruel ou injusto com Albus. Ele precisava ser forte e fingir. Talvez, depois de um tempo, ele até se acostumasse com a ideia de ver o amigo com alguém. Por mais difícil que fosse.

Scorpius lembrou-se do ano anterior, quando havia chamado Rose para sair - apenas porque tinha se chateado com Delphi dando em cima do amigo. Se ele era livre para sair com garotas - ou pelo menos tentar -, Albus também era. E, naquela ocasião, Albus não havia se incomodado nem um pouco - porque, então, ele se sentia tão aflito com a possibilidade do amigo arranjar um relacionamento? Ou talvez, pensou, Albus tivesse se incomodado, mas simplesmente escondera, como ele estava fazendo naquele momento. Scorpius afastou aqueles pensamentos de sua cabeça. Não. O que quer que ele estivesse sentindo não era recíproco, e ele não devia alimentar esperanças do contrário.

Às vezes, o loiro pegava-se questionando se a verdadeira razão para os dois serem tão próximos não seria o fato de que eles eram tudo o que tinham. Eles haviam se conhecido no Expresso no primeiro ano, e haviam sido o primeiro e último amigo em Hogwarts um do outro; Scorpius temia que, se Albus conhecesse outras pessoas que também o entendessem e se dessem bem com ele, os dois perderiam o laço que tinham. Mas, ao mesmo tempo em que temia aquela possibilidade, ele temia muito mais que chegasse o dia em que percebesse que Albus só continuava ao lado dele por obrigação. E aquilo era tudo o que menos queria; sentir que o amigo estava preso a ele por falta de escolha. Então, concluiu, talvez o melhor fosse que Albus “explorasse outras águas” por um tempo - não se afastar dele, como McGonagall havia sugerido, mas passar mais tempo com outras amizades. Talvez isso levasse Albus a concluir que o que os dois tinham seria sempre o mais especial, como acontecera com Scorpius quando ele fez amizade com Bhamina e Lorcan. E, se fosse o caso, o loiro não teria mais motivos para se sentir inseguro. Só assim ele saberia que a relação dos dois não era uma obrigação para Albus.

Os dois, entretanto, ignoraram seus sentimentos e pensamentos inquietos, permanecendo calados enquanto Albus sentava-se ao lado dele e pegava Jack para acariciá-lo. Pela primeira vez, o silêncio entre eles se tornou desconfortável.

- Hoje é dia 29 - comentou Albus aleatoriamente, rompendo o momento de incômodo. - Sabe o que isso significa?

Scorpius olhou para ele e fez que não com a cabeça.

- Seu aniversário é em oito dias! - exclamou, abrindo os braços com empolgação. - E vai cair numa sexta-feira, senhor sortudo! Exige uma comemoração especial.

Scorpius sorriu timidamente, tentando focar na alegria do amigo para esquecer o desconforto. Com a cabeça tão cheia de coisas nos últimos dias, ele acabara se esquecendo completamente do próprio aniversário.

- E o que seria isso para você? Deixe-me adivinhar. Uma surpresa? - perguntou, descontraído.

Albus ergueu as sobrancelhas, abismado.

- Ora, ora - respondeu. - Parece que temos um Sherlock Holmes aqui?

Os dois riram, e Albus agradeceu mentalmente pelo ambiente estar leve de novo.

- Não preciso ser um Sherlock Holmes - explicou Scorpius. - Eu consigo ler você como um livro, Albus.

Albus sorriu. Ele esperava que aquilo não fosse totalmente verdade, pois realmente não gostaria que Scorpius lesse sua confusão de sentimentos naquele momento.

- Você não perde por esperar - falou, sua mente voando entre mil possibilidades sobre o que poderia fazer para surpreender o loiro em seu aniversário.

- Tenho certeza - Scorpius concordou, seu coração se aquecendo ao lembrar-se, pela milésima vez, de que tinha o melhor amigo do mundo. - Mas tem algo pelo qual estou mais ansioso.

Albus franziu a testa, e Scorpius suspirou. Jack pulou de seu colo e dirigiu-se à lata de carne dentro de sua mochila.

- Enquanto você estava… Conversando com Aideen - começou a falar, e os dois tentaram, mais uma vez, disfarçar o desconforto. - Archie veio até mim para me dar uma notícia. Houve uma confusão com o calendário de provas, e os jogos tiveram que ser reagendados também. Os treinos agora serão às segundas e quartas e… Nosso primeiro jogo é na próxima quinta. Contra a Corvinal.

Albus abriu a boca, surpreso.

- Uau - respondeu. - Isso é… Perto.

- Eu sei! Eu só tenho uma semana e dois treinos com o time para me preparar! Estou tão nervoso, Albus…

- OK, calma - disse ele, tocando a mão do loiro. - Você consegue. É só treinar bastante. Você é incrível, e tem um talento único. Vai dar tudo certo. Apenas respire fundo.

Scorpius assentiu, e fez como o amigo instruiu, sentindo o ar adentrar e deixar seus pulmões e tentando não se desesperar. Inspira, espira. Ele iria conseguir. Ele era um bom artilheiro. Inspira, espira. A mão de Albus na sua. Os dedos curtos e macios do amigo se entrelaçando nos seus de maneira tão perfeita e confortável. Inspira, espira. Ele conseguiria. Inspira, espira. O cheiro de Albus. Inspira, espira. Albus e Aideen. Nada era o mesmo. Não. Inspira, espira. Tudo ficaria bem…

Droga.

***

Ao longo daqueles sete dias, tudo o que Scorpius fazia era tentar manter a calma e não surtar - o que, entre os pensamentos inquietos e quase paranoicos sobre sua relação com Albus, as constantes aparições incômodas de Aideen e Archie pressionando-o sobre o jogo o tempo todo, não foi tão fácil assim.

O loiro se saiu bem nos treinos, entretanto, e continuava surpreendendo Archie, que tinha plena confiança de que eles venceriam a Corvinal se continuassem assim. O otimismo do capitão o tranquilizava um pouco, mas, por outro lado, também o assustava; se Scorpius se saísse mal em seu primeiro jogo, Archie certamente se decepcionaria muito.

Apesar do receio de Scorpius - ou, talvez, por causa dele - a quinta-feira pela qual ele tanto temia chegou em um piscar de olhos. Quando acordou, de olhos pesados - dormira muito pouco na noite anterior, e só conseguira pregar os olhos por algumas breves horas graças a uma técnica de respiração ensinada por Madame Pomfrey - Albus já estava de pé entre alguns outros colegas que ainda dormiam, esperando por ele em um suéter verde claro, jeans surrados e sorriso amigável. O loiro desejou que o resto da manhã pudesse ser tão agradável quanto aquela primeira visão.

- Hoje é o grande dia! - ele disse, sentando-se na beirada da cama de Scorpius. - Pronto para chutar o traseiro dos corvinos?

O outro garoto riu, tentando conter o nervosismo que já se manifestava através de uma sensação desconfortável no abdômen.

- Pelo som que sua barriga acabou de fazer, presumo que esteja um pouco nervoso? Acalme-se, Scorp - disse Albus, pousando sua mão sobre o ventre do amigo. Por um momento, aquele toque transformou o desconforto na região em algo como borboletas no estômago de Scorpius; mas não demorou muito para que aquilo também o deixasse nervoso e a sensação gostosa virasse um embrulho ainda mais intenso.

- Eu vou me acalmar - respondeu o loiro, sentando-se e respirando fundo algumas vezes. - É só que… Vai ter tantas pessoas assistindo. Eu nem vou conseguir fingir que somos só nós dois, como da última vez.

Albus franziu o cenho.

- Tem alguma coisa que eu possa fazer para te ajudar? - perguntou.

Scorpius olhou para ele, pensativo.

- Acho que não. A única coisa que me acalmaria seria… Sei lá, se você pudesse montar na vassoura comigo. Mas não acho que seja possível.

Houve um momento de silêncio antes que o amigo respondesse:

- Ou talvez seja.

O loiro riu, e antes que pudesse perguntar o que aquilo significava, Albus andou até a própria cama e arrancou a colcha de seu travesseiro.

- Você sabe o quanto eu amo esta colcha, certo? - perguntou, ao que Scorpius assentiu. - A vovó fez quando eu tinha uns cinco anos e eu não consigo dormir sem ela. Acho que pode-se dizer que é um pedaço de mim.

Dizendo aquilo, ele atirou a colcha ao amigo.

- Guarde-a no bolso do seu uniforme. Se precisar de mim, eu estarei na vassoura com você.

Scorpius olhou da colcha para Albus, e riu - um riso da mais pura e simples satisfação e carinho.

- Parece que nós somos uma mãe e seu bebê - comentou, rindo mais ainda.

Albus revirou os olhos.

- Cale a boca! Estou tentando ser fofo aqui!

Os dois puseram-se a gargalhar, despertando alguns de seus colegas.

- Me desculpe, eu não resisti. Mas, hã, você nem precisa tentar, Albus. Isso é muito fofo. Você é fofo. Hã, quer dizer… Obrigado - falou o loiro, sentindo seu rosto esquentar, mas sem ligar para o fato de que estava provavelmente vermelho.

- Agora vamos - chamou Albus. - Vamos tomar um café reforçado para que você mostre ao pessoal da Corvinal com quantas vassouras se faz uma vitória, e amanhã vamos comemorar o seu dia do jeito que você merece.



Albus levantou-se do banco de madeira, apertado entre a multidão de colegas vestindo os mesmos tons de verde e dourado, e pôs-se a observar com atenção quando os dois balaços e o pomo de ouro deixaram o chão e alçaram voo. Em seguida, a goles foi atirada ao alto por Archie, e todos os catorze jogadores também decolaram.

O coração de Albus pulou quando Scorpius foi o primeiro a apanhá-la; no entanto, ela logo foi tomada de suas mãos por Bhamina, que se esquivou com sucesso de Archie e do terceiro artilheiro da Sonserina, Aaron, e marcou o primeiro gol da partida. Do outro lado, a multidão de alunos em vestimentas azuis foi ao delírio, enquanto a garota comemorava, e Albus e seus colegas rosnavam de insatisfação. O garoto olhou para o loiro que, montado em sua vassoura, assumiu uma expressão de nervosismo ainda maior, e tentou sinalizar para que ele ficasse tranquilo.

Quarenta minutos depois, entretanto, até mesmo Albus estava tendo dificuldades em manter a tranquilidade; o time da Sonserina jogava bem, mas a Corvinal era inacreditável, e estavam com quarenta pontos contra zero. “É só um jogo, Scorp” pensou, repetindo mentalmente o que diria para acalmar o amigo e impedi-lo de se chatear caso perdessem “E é só o primeiro. Você vai ter outras chances. Uma derrota não significa o fim.” O loiro, por sua vez, suava frio do alto do campo. “Isso é tudo minha culpa” pensou “Não pudemos treinar direito por que eu estava muito ansioso e tirei o foco de todos”. Ele respirou fundo, tentando se acalmar enquanto seguia atrás de Babcock, artilheiro da Corvinal, que estava com a goles naquele momento. Este não é o momento para pensamentos de culpa, pensou consigo mesmo. Na verdade, não é o momento de pensar em nada além do jogo. Era isso. Ele precisava acalmar a bagunça de pensamentos que estava para jogar bem. Foi então que o loiro lembrou-se de algo.

Scorpius levou a mão ao bolso interior de seu uniforme de quadribol enquanto continuava voando em zigue-zague atrás dos oponentes e acariciou a colcha do travesseiro de Albus, sentindo a textura macia e agradável. “Se precisar de mim, estarei na vassoura com você”, a voz do amigo disse em sua cabeça. Enrugando a testa, o loiro mergulhou em direção a um balaço direcionado a Archie e permitiu que ele o atingisse, tentando ignorar a dor aguda que preencheu seu braço direito. O plano deu certo; Archie não foi atingido e conseguiu tomar a goles de Babcock. Bhamina e o garoto ruivo da Corvinal tentaram impedi-lo, mas Scorpius pôs-se no caminho deles e atrapalhou-os; gol da Sonserina.

Nos minutos seguintes, o loiro - bem como o resto do time - parecia ter tomado uma injeção de confiança que não se esgotou mais. Scorpius e seus colegas sonserinos deslizavam pelo ar em suas vassouras com maestria, jogando a goles um para o outro e desviando-se de balaços e dos oponentes como se eles nem existissem. Em cerca de cinquenta minutos emocionantes, Finn conseguiu defender os aros de todas as tentativas de gols da Corvinal, e o placar virou de forma extraordinária; Archie conseguiu marcar seis gols, Aaron outros seis e, Scorpius, por sua vez, marcou oito. Duzentos a quarenta para a Sonserina.

Scorpius estava em êxtase, e Albus gritava seu nome com entusiasmo a cada gol que ele marcava. Era como se o loiro fosse a cola que mantinha o time em sintonia; assim que ele adquiriu mais confiança, os outros também começaram a jogar melhor. Em uma equipe, Scorpius notou, todos precisavam estar sincronizados.

No entanto, o time da Corvinal não era ruim, e eles começavam a reconquistar o controle pouco a pouco. Se o jogo se estendesse por muito mais tempo, não era possível saber se a Sonserina conseguiria manter-se por cima. Scorpius olhou para Archie e viu ele dizendo algo com os lábios para Clarke, o apanhador deles; “deixe ele pegar”. É claro, o loiro pensou. Eles estavam com muita vantagem; se o pomo fosse pego pela Corvinal, eles ainda estariam com menos pontos, o jogo acabaria e a Sonserina venceria. Mas como conseguiriam fazer com que o apanhador do outro time capturasse o pomo? Ele também estava ciente da pontuação.

Scorpius olhou para o esguio apanhador de uniforme azul, que estava parado no ar à distância, completamente tranquilo. Droga, pensou o loiro, enquanto se esquivava de mais oponentes e tentava impedi-los de tomar a goles. O que eles fariam?

Scorpius voou até onde Duncan estava, com seu bastão de madeira em mãos, e cutucou-o.

- Deixe os balaços por conta do Dalton - instruiu ao colega, que franziu suas feições brutas. - Tente encontrar o pomo. Se avistá-lo, golpeie-o em direção ao apanhador deles. Ele está parado e distraído porque sabe que não podem capturá-lo agora, então nem vai perceber. Finja que vai tentar atingir um balaço para disfarçar, mas faça com que o pomo chegue até ele e ele o capture, nem que seja engolindo-o. O jogo termina e nós ganhamos.

Duncan pareceu hesitar, mas assentiu. Scorpius voltou sua concentração para os artilheiros da Corvinal e olhou, ao longe, Duncan se dirigir a Dalton para sussurrar-lhe o plano.

- O que está fazendo, Scorpius? - indagou-lhe Archie atrás dele.

- Não se preocupe. Eu tenho tudo sob controle - respondeu, enxugando o suor da testa.

- AAAAAAAAAI!! - foi o que todos ouviram segundos depois, e pararam para olhar na direção do barulho, assustados. Alguns metros abaixo, o apanhador da Corvinal gemia com as duas mãos sobre a barriga. Abaixo delas, eles puderam ver o pomo de ouro, afundado sobre o ventre do garoto. Nas arquibancadas, a Sonserina vibrou. O narrador anunciou o fim da partida. Os corvinos reclamaram, revoltados, que Duncan havia feito algo contra as regras, mas McGonagall foi até o microfone para esclarecer que a forma com que o apanhador capturava o pomo não importava; ele estava capturado, e portanto, o jogo estava encerrado. Duzentos a cento e noventa. Vitória da Sonserina.

***

Scorpius tentava falar em meio aos gritos enquanto era carregado por sonserinos enlouquecidos até a Sala Comunal nas masmorras. Olhando abaixo de si, entre os vários alunos que o levantavam na multidão, ele viu Albus.

- ESSE É MEU SCORPIUS! - ele gritava, o rosto vermelho de tanta euforia. - MEU MELHOR AMIGO! ELE É O MELHOR!

Eles adentraram a sala aos gritos, pessoas se apertando para passar na estreita entrada enquanto o loiro era levado até um monte de poltronas e almofadas amontoadas rapidamente. Ele foi colocado no topo delas como um rei em seu trono, e logo Albus subiu para juntar-se a ele.

- Três vivas para o Malfoy! - exclamou ele, pegando o braço do amigo e levantando-o.

- É isso aí! - exclamou Archie. - Ele não apenas fez a maioria dos gols que nos salvaram de perder para a Corvinal, como também os atrapalhou a fazer vários, inspirou confiança na equipe, e desenvolveu uma estratégia brilhante de forma extremamente rápida! Esse garoto vai nos dar a taça, anotem o que estou falando!

Scorpius tentou falar que ele não tinha feito tudo isso e que os outros também haviam sido fundamentais na vitória, mas Albus o cutucou, e sussurrou-lhe:

- Ei, deixe-se ser apreciado um pouco. Você merece, Scorp.

- HIP-HIP, MALFOY! HIP-HIP, MALFOY! HIP-HIP, MALFOY!

O loiro sorriu, e, seguindo a sugestão do amigo, permitiu-se ser apreciado. Era uma sensação boa, ele teve que admitir. Principalmente depois do esforço que tinha feito para ganhar. Ele sentia-se ótimo em finalmente estar sendo visto de forma positiva, e ter Albus sentado ao seu lado naquele trono de poltronas e almofadas era um bônus incrível. Naquele momento, eles não eram mais perdedores.

As pessoas começaram a se dispersar aos poucos, bebendo copos de refresco trazidos sabe-se lá por quem e dançando ao som de uma música vinda sabe-se lá de onde.

- Estou muito orgulhoso de você - disse Albus, tocando a mão de Scorpius e apertando seus dedos calorosamente. - Eu sempre soube que você iria longe.

Os dois sorriram e se encararam por alguns instantes, se afundando nos olhos um do outro. Mergulhando no verde claro dos olhos de Albus, Scorpius nem conseguia se lembrar de qualquer tensão ou desconforto pela qual tivessem passado nos últimos dias. Era apenas ele e Albus celebrando uma vitória juntos; nada poderia estragar aquele momento.

- Ei, Al! - ouviram uma voz aguda e desconfortavelmente familiar dizer perto deles. Olhando para a frente, deram de cara com Aideen sorrindo para eles. Seria possível que aquela garota fosse onipresente?

- Aideen? - indagou Albus. - O que você está fazendo aqui? Como entrou na nossa Sala Comunal?

- Eu tenho muitos amigos na Sonserina - ela explicou, empolgada. - Eles me convidaram para a festa e eu entrei com eles. Passei para parabenizar Scorpius e falar um pouco com você.

- Obrigado - disse o loiro, desconcertado.

A garota aproximou-se para tocar a mão livre de Albus, mas ele a afastou.

- Eu realmente acho que você devia voltar para a sua Sala Comunal, Aideen - falou, e Scorpius se esforçou para conter um sorriso. - Você pode arranjar uma encrenca por estar aqui. Além disso, o pessoal da sua casa vai ter a impressão de que você é uma traidora, não acha?

O sorriso de Aideen sumiu, e Albus deu uma leve risada para tentar aliviar a tensão que surgiu de repente.

- Eu só… Queria festejar com você - ela disse, olhando para baixo.

- Eu sei - Albus respondeu, da forma mais suave que conseguia. - É só que eu queria comemorar com Scorpius hoje, sabe? Só eu e ele e os nossos colegas da Sonserina. Ele se esforçou muito por essa vitória.

Aideen franziu o cenho, e ele acrescentou:

- Mas amanhã é o aniversário do Scorpius e todos os nossos amigos estão convidados para algo especial que eu vou fazer. Se quiser dar uma passada na Sala Precisa no fim do dia...

- OK! - ela exclamou, voltando a sorrir. - Vejo vocês amanhã. Vou arranjar algo legal para você, Scorp! Boa festa.

Os dois observaram enquanto ela virava-se e se afastava em direção à saída da Sala Comunal, outras pessoas olhando com estranheza enquanto ela passava. Scorpius respirou aliviado, mas tentou disfarçar.

- Ela é uma garota legal - comentou Albus. - Só força um pouco a barra às vezes.

- É. Um pouco. Às vezes - o loiro concordou.

- Eu vou pegar umas bebidas para nós.

Quando Albus voltou, com dois copos plásticos em mãos, ele se surpreendeu ao ver duas garotas conversando com Scorpius.

-...e nós realmente gostaríamos de andar por aí com você um dia desses - uma delas falava, as duas rindo animadamente enquanto Scorpius sorria de forma simpática.

- É claro - Albus interrompeu, passando por elas de forma ríspida para se sentar ao lado de Scorpius. - Agora que ele é um jogador talentoso, vocês o acham interessante, não é? Vazem.

As duas pararam de rir e olharam para ele com desgosto.

- Deixa pra lá - uma disse, e elas se viraram para ir embora.

- O que diabos foi isso, Al?! - exclamou o loiro, confuso. - Por que essa grosseria?

- Eu não quero ver pessoas tentando se aproveitar da fama que você vai ter agora - ele explicou, com a testa enrugada. - Uma daquelas garotas é Michelle Green, que já me disse que eu devia parar de andar com você porque você não era confiável. Elas não estão interessadas em você de verdade, Scorp, só querem se tornar populares.

- Talvez - rebateu o loiro, com um pouco de raiva. - Mas não é o seu papel me dizer o que fazer! Talvez a outra garota realmente estivesse interessada em mim... Você não é o único que atrai a atenção delas, Albus.

Albus abriu a boca, perplexo, mas tentou se acalmar e entendeu o lado do amigo. Ele não devia agir como a mãe ou a babá do loiro. É só que ele tinha sentido um incômodo tão grande ao vê-las dando em cima dele... Um desconforto tomara conta de seu ser, como se elas estivessem fazendo algo absurdo. Como se estivessem mexendo em algo que não deveriam.

Albus suspirou.

- Me desculpe, Scorp. - ele disse. - Eu só... Me descontrolei quando vi a Michelle. Você tem razão. Quem tem que decidir essas coisas é você. Sinto muito.

Ele olhou para o outro garoto com o melhor olhar de cachorrinho triste que conseguiu, e Scorpius revirou os olhos.

- Está tudo bem - ele respondeu, rindo um pouco. - Eu entendi que você só quer me proteger. Mas talvez vá com mais calma da próxima vez, ok? Eu não sou burro, também. Eu sei quando alguém tem alguma intenção por trás.

Albus assentiu, e entregou o copo ao amigo. Os dois puseram-se a beber o refresco, enquanto ele pensava. As coisas estavam ficando um tanto complicadas e difíceis de entender, e Albus parecia não conseguir encontrar uma resposta; no entanto, ele estava com Scorpius, e aquilo era tudo o que precisava no momento. Ele e Scorpius. Por mais confusa que sua mente estivesse, aquilo lhe bastava.

***

- Albus! - Albus sentiu-se ser sacudido, seu sono profundo se esvaindo pouco a pouco enquanto ele percebia que tinha acordado e aquela voz sussurrada não vinha de um sonho. - Albus, acorde!

O garoto esfregou os olhos e abriu-os para se deparar com Scorpius encarando-lhe. Ele sorriu por um segundo ao dar de cara com o rosto do amigo, mas seu sorriso sumiu quando ele percebeu que lágrimas molhavam o rosto dele e uma expressão de desespero dominava seus olhos.

- Scorp! O que aconteceu? 


Notas Finais


Espero que gostemmmm :3 não sei se deu pra perceber mas eu meio que tentei umas coisas meio novas nesse capítulo, mais parágrafos descrevendo os sentimentos deles e tals, porque agora história tá entrando numa nova fase em que o que se passa no interior deles vai ser mais fundamental ainda. Essa fase nova também quer dizer coisas boas, apenas aguardem, vcs serão recompensados, nada mais será como antes entre esses dois 👀
não se esqueçam de comentar, por favor
e tenham um bom natal <3 capitulo será revisado em breve, por enquanto relevem erros e etc.


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