História Mind - I hope you don't mind.

A reunião foi um tanto tranquila para aqueles três amantes da música. Alessia e Sonny logo se deram bem, na verdade, mais rápido do que ela esperava. Alessia nunca foi de fazer amizade assim tão rápido, mas Sonny era um sujeito divertido e vez ou outra arrancava uma gargalhada contida da moça. E Wesley na maioria das vezes se manteve sério, não sério do tipo rabugento-pé-no-saco, ele até participava das bobices do amigo, mas sempre deixava esse trabalho de ser piadista para Sonny.

Não que Diplo não fosse divertido, por vezes agia como uma criança de sete anos, só que naquele momento a ansiedade de produzir aquela música e o fato de que ele percebera que ainda sentia uma atração pela cantora – que iria novamente fazer uma parceria com ele – fazia com que ele se mantivesse daquele jeito sério. ­­­­

Ficaram naquele coffe shop um bom tempo resolvendo assuntos daquela colaboração, tanto em relação a música quanto ao vídeo que também seria lançado no YouTube. Para Kai a música era até boa, mas sentia que faltava algo, só não falou algo pois sentia-se um pouco insegura ao expressar sua opinião logo na primeira reunião, no entanto deixou para fazer isso na gravadora onde eles iriam se encontrar naquela mesma semana para fechar o contrato  – que não era algo grande pois era apenas uma colaboração  – e começar a produzir a música. Era notável que todos os três estavam ansiosos para começar a trabalhar naquela música, não porque sabiam que a música iria bombar, longe disso... mas razão de toda aquela inquietação era porque eles simplesmente amavam o que faziam.

[...]

Diplo p.o.v  

 Lazer e Lockett, foi a primeira coisa que pensei ao acordar. Sentia falta dos meus dois lindos filhos, era difícil  morar longe deles e ainda ter uma carreira que requer viagens pelo mundo a fora, mas eu tentava recompensar todo tempo perdido quando eu os encontrava. Ontem a noite eu liguei para Kathryn para saber como os dois estavam e se ela precisava de algo para que eu pudesse ajuda-la, afinal criar dois filhos não era uma tarefa nada fácil.

Pelo o que ela disse estava tudo ocorrendo bem, porém quando ela disse que os dois andavam perguntando por mim frequentemente fez o meu coração partir, eles eram os únicos que conseguiam me fazer ficar assim... tão frágil. Eu sei que não sou o melhor pai do mundo, sei que eu deveria passar mais tempo com os meus filhos, porém tudo o que eu fiz, tudo o que eu faço, todo esforço que eu coloco na minha carreira, tudo isso é por eles, faço tudo pensando neles, pois ambos são as coisas mais preciosas no mundo para mim. Nenhuma mulher, nenhum dinheiro no mundo poderia substituir a felicidade que eles me proporcionam.

Minha vida como produtor estava indo as alturas, nesses últimos anos estive fazendo parcerias com grandes estrelas da indústria da música. E isso fez com que sonhasse mais alto, fez com que percebesse que eu poderia ir muito mais além do eu realmente pensava que poderia ir. Claro que sendo um integrante do Major Lazer e Jack Ü e com eles fazendo muito sucesso no mundo inteiro fez com que meu trabalho como produtor fosse cada vez mais conhecido e assim chamando atenção de vários jornais e gravadoras muito importantes. Não que eu me importasse com a fama que eu ganhava ou o quão popular eu ficava entre as celebridades, mas eu ficava animado quando as pessoas importantes nesse ramo se interessavam pelo meu trabalho e isso me fez querer conhecer novas pessoas, e fazer parcerias com elas.

Certamente, ao conhecer muitas pessoas ao longo da minha carreira resultou em muitos relacionamentos com mulheres que eu conhecia através das viagens, shows, ou até mesmo com figurantes e dançarinas que faziam parte dos clipes músicas das músicas que eu produzia. Mas nada era especial ou algo sério, era apenas diversão que durava uma noite. Depois do fim do meu  relacionamento sério com M.I.A – que durou cinco anos – eu nunca pensei em ter um algo parecido com alguém. Até que Alessia apareceu, de início eu pretendia que aquilo fosse nada além de uma simples diversão mas acabou não dando certo.

Nesse momento me encontrava sentado no sofá daquela luxuosa gravadora, a espera de Alessia, como sempre atrasada. Hoje finalmente iriamos colocar nosso trabalho em prática, e eu fiquei feliz comigo mesmo por ter escolhido Alessia para cantar aquela música, a voz dela é excepcional para esse tipo de música.

– Posso entrar? – Meus pensamentos foram interrompidos assim que meus ouvidos identificaram a dona daquela voz.

– Oi Alessia, claro que pode! – disse andando em direção a porta para cumprimenta-la – Fique a vontade. – Sorri ao vê-la tirando a jaqueta e observando cada canto do estúdio com uma certa curiosidade.

– Nossa! Esse lugar está fantástico. – ela disse olhando para mim finalmente. – Bem diferente de quando fomos gravar Revolution. – disse ela divertida me fazendo sorrir.

– Pois é, agora está tudo mais luxuoso do que antes.

– E onde está o Sonny? – perguntou olhando em volta a procura dele.

– Não se preocupe, ele está a caminho. – a informei abrindo a pequena geladeira que tinha ali – Aceita algo para beber? Temos água e suco de laranja. ­­­– disse me virando para ela.

– Não obrigada, estou bem. – ela disse mexendo na bolsa – Aliás, preciso falar algo com você e espero não parecer intrometida. – disse ela sorrindo tirando de sua bolsa um pedaço de papel.

– Pode falar.

– Bom, eu andei lendo e relendo a música e tomei a liberdade de adicionar mais alguns versos. – ela me entregava o papel enquanto falava. Achei ousado da parte dela em incluir algo a mais na música, porém quando eu comecei a ler os versos que ela tinha escrito, fiquei impressionado. – Não é nada demais, tive algumas ideias e decidi unir elas com a sua parte, mas se quiser você pode tira-las sem problema algum...

– Uau! Ficou ótimo Alessia, estou impressionado! –disse olhando para ela admirado – Além de boa cantora você é uma compositora incrível!– olhei novamente para o papel e não demorei muito para retornar a falar. – Claro, isso vai mudar um pouco no arranjo que eu já tinha começado a fazer, mas eu seria louco se eu não aceitasse suas ideias!

 – Agradeço os elogios Wes, só espero que isso não seja um problema para o Sonny – ao morder os lábios inferiores, pude perceber que ela estava  um pouco receosa.

– Fica tranquila, tenho certeza que o Sonny vai adorar essa música ainda mais, assim como eu. – disse dando-lhe uma piscadela e com isso fazendo ela corar, adorava vê-la assim era impossível não sorrir quando isso acontecia. – Então.. Tem alguma ideia para o nome da música também?

–Na verdade tenho. – disse ela com os olhos brilhantes – O que acha de “Mind’’?

– Perfeito!