Zlatan se manteve calado e foi para o quarto. Lidar com a minha desobediência não é algo que ele tenha se acostumado, afinal, todo mundo faz o que ele quer, menos eu.
Fico com uma dualidade de sentimentos, será que estou fazendo a coisa certa ou estou me equivocando? Então resolvo ligar para minha mãe.
- Como foi na consulta? – ela já atende o telefone assim.
Dou risada.
- Oi, calma. Foi tudo bem... Isabella disse que na próxima consulta já podemos tentar descobrir o sexo. – digo.
- Ai meu Deus... eu estou ansiosa! – ela diz animada.
Meus pais estavam felizes com minha gravidez, os pais de Zlatan estavam do jeito deles mais acho que estavam também.
- Nós também. – digo.
- Hum... mais pelo o que eu te conheço, você não me ligaria só para falar da consulta. – ela diz.
Sorrio. Mães nos conhecem até a quilômetros de distancia.
- É que... eu e Zlatan estamos num impasse, na verdade acabamos de nos desentender. – começo.
- Isso não é bom para a gravidez, você precisa de tranquilidade. – ela fala.
- Eu sei e por isso estou te ligando. Eu quero uma opinião sua. – digo.
- Hum... fale.
- Lembra do plano inicial? De Zlatan ir para a Inglaterra e eu ficar? – pergunto.
- Lembro e concordei com você. – ela fala.
- Eu quero continuar com ele, mas Zlatan não quer... ele quer que eu largue tudo e siga o sonho dele. – falo.
- Espera um minuto. Ele não quer que você siga o sonho dele, eu acho que tudo isso é zelo... ele aceitou essa ideia inicialmente, concordou que você ficasse em Paris, enquanto ele iria para a Inglaterra, só que agora a situação é outra. – ela fala.
- Mãe... eu não quero ir para Manchester, eu me sinto bem aqui em Paris, me sinto em casa aqui. – argumento.
- Eu sei disso, mais agora não é só você que estar bem... você tem uma criança dentro da sua barriga, tem o pai dessa criança que quer cuidar de vocês, que quer acompanhar vocês. – ela fala.
Suspiro.
- Eu estou errada, não é? – pergunto mesmo sabendo a resposta.
- Sim, não digo que completamente, mais você está. – ela diz.
- É que... tudo sempre foi difícil... larga tudo assim... – ela me interrompe.
- Você sempre fala bem do seu chefe, então converse com ele, talvez ele consiga encontrar uma solução para isso... talvez você possa trabalhar a distancia...
- Eu irei fazer...
- Agora desligue esse telefone e vá conversar com o seu marido.
- Obrigada.
- Sou sua mãe, não precisa agradecer. – ela diz.
Desligo o telefone e vou até o quarto.
Zlatan estava deitado e mantinha os olhos fechados. Me dirijo até a cama e me sento ao seu lado.
Mesmo sentindo minha presença, ele não move um músculo.
- Zlatan... – chamo.
Ele continua sem se mover.
Esse é o jeito dele, ele se fecha.
- Eu conversei com minha mãe e ela me mostrou o caminho que eu devo seguir... – começo.
Ele se mexe um pouco.
- Eu reconheço o meu erro em querer ficar... mais eu também quero que você olhe pelo o meu ponto de vista. – peço.
Ele abre os olhos e me encara.
- Todos falam do meu egoísmo, mais quem está sendo egoísta é você. – ele solta.
Talvez ele não saiba o efeito que essas duras palavras causam em mim.
- Não é isso Zlatan... eu lutei para chegar até aqui, lutei muito. Eu sai do Brasil assim que terminei a escola, fiz vestibulares em varias universidades da Europa... fiz isso sem necessidade, porque meu pai tinha dinheiro e influencia para me colocar em qualquer clube brasileiro. – começo.
Me machuca ser chamada de egoísta.
- Eu passei varias noites em claro, deixei de viajar, ir a festas e tudo isso porque eu queria traçar o meu próprio caminho. Quando eu insisto em ficar, não é só pensando em como eu estou bem aqui, é pensando no sonho daquela garota de dezessete anos que largou tudo no Brasil e veio em busca de um sonho. – digo sentindo meus olhos lacrimejarem.
Droga de hormônios.
- Eu confesso que pensei em mim, mais eu não hesitei em pensar em você também. Eu poderia ter te pedido para ficar e não fiz isso, mais você não vê isso, você só enxerga o meu erro.
Ele se senta na cama.
- Me desculpe... eu acabei não pesando minhas palavras. – ele diz.
- Eu vim aqui te dizer que vou conversar com Nasser, tentar entrar num acordo com ele para poder ir para a Inglaterra com você. – digo.
Ele fica alguns segundos apenas me encarando.
- Isso é sério? – ele pergunta.
- É Ibra. – digo.
Ele faz careta.
- Não me chama de Ibra. – ele pede.
Reviro os olhos.
- Chamo como eu quiser. – digo.
Ele ri.
- Não estou vendo motivo para a graça. – digo séria.
- Eu estou feliz que você vai comigo, estou feliz que vou poder acompanhar cada dia da sua gravidez. – ele diz.
Filho de uma mãe, ele sabe que me amolece quando usa as palavras certas.
- Vou tentar falar com Nasser amanhã. – digo.
- Podemos falar com ele hoje mesmo. – ele diz.
- Nem pensar. Pare de usar o poder do seu nome com ele. – peço e ele ri.
- O meu nome só tem poder com ele? – ele pergunta.
- Só. - Digo.
- Não estou fazendo o meu trabalho direito... – ele diz me puxando para perto.
- Nem vem. – digo.
Eu também queria ele, mais não ia ser assim de bandeja.
- O que a minha mulher quer que eu faça? – ele pergunta me puxando para dentro das suas pernas e me abraçando.
Cachorro.
- Em? Pede que eu falo. -ele diz e sua boca deixa beijos no meu pescoço.
Ele joga muito sujo.
- Para de ser mandão que já está de bom tamanho. – peço.
Ele ri e me morde.
- Você gosta. – ele diz.
- Só as vezes. – rebato.
- É? – ele pergunta enfiando a mão dentro da minha blusa.
- Zlatan... – gemo.
Eu estava com algumas partes do meu corpo sensíveis e ele sabendo disso estava se aproveitando.
Ele ri.
- Vamos nos exercitar... – ele diz.
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