História Mine - Capitulo 22

A few days later:

Pov. Zlatan Ibrahimovic:

A cidade de Manchester estava preparada para me receber, logo no aeroporto um grande outdoor estampava o meu rosto e durante todo o caminho para o hotel não foi diferente.

O clube abriu as portas para todos os jornalistas do mundo e eu assinei o contrato, recebi a camisa nove das mãos de Mourinho e do presidente do clube e respondi algumas perguntas. Depois de toda recepção, eu fui apresentado as dependências do clube e confesso que não me surpreendi, estava acostumado com clubes grandes e o United não decepcionou no quesito estrutura.

Agora eu estava na China, acompanhando o time na pré-temporada. Cheguei a cogitar trazer Joana mais acabei desistindo, seria cansativo demais para ela lidar com o fuso horário e com a longa viagem, além do mais ela teria uma consulta.

- Cuidado Ibra, não exibe muito. – Mourinho diz e ri.

Fico sem entender.

- Eu nem me aqueci. – digo.

Ele me abraça de lado.

- A fisioterapeuta ali, tá doidinha no sueco. – ele diz e cai na gargalhada.

Reviro os olhos.

- Não me importo. – me limito a dizer.

- A qual é Zlatan, cá entre nós... ela é bem gostosa. – Mourinho diz.

Dou risada e balanço a cabeça negativamente.

- Então fica para você. – digo.

Ele solta o ar pela boca.

- Matilde me proibiu de pensar em chegar perto da Britta... se ela sonhar... – ele diz.

Solto uma gargalhada.

- Eu dispenso a Britta, estou satisfeito com a minha mulher. – digo.

- Quem te viu, quem te vê... onde está o Ibrahimovic que trabalhou comigo na Internazionale? – ele me questiona divertido.

Ele me encobriu diversas vezes enquanto eu tentava ser discreto e não deixar Helena saber das minhas escapadas.

- Não faço mais isso, minha mulher me satisfaz completamente. – confesso.

A maior verdade de todos os tempos. Aquela brasileira, cujo eu já apelidei de demônio, me satisfazia como ninguém, apesar de me deixar na mãos algumas vezes.

- Então tá... – ele diz e ri.

Ele olha no relógio.

- Correndo, correndo. – ele fala.

Começo a dar minhas voltas no campo e mesmo sem querer tomo conhecimento dos olhares descarados da fisioterapeuta do clube, também percebo que a intimidade dela com quase toda equipe é grande demais. Ela brincava a todo tempo com o pessoal e não era brincadeira igual as que Joana participava, era algo sempre de duplo sentindo.

- Não querendo me meter mais já me metendo, cuidado com ela... já passei por isso e ela me colocou em situações nem um pouco agradáveis. – Bastian fala enquanto começamos a alongar lado a lado.

Olho para ele.

- Está falando da fisioterapeuta? – questiono.

- É, o problema dos homens casados. – ele responde.

Dou risada.

- Ela não me atrai em nada, pode ser bonita mais é vulgar. – comento.

Ele ri.

- Vai por mim, cara, você pode não querer ela mais ela vai ficar no seu pé até conseguir o que quer... ou gerar um grande problema para você. – ele me avisa.

- E ela conseguiu o que queria com você? – pergunto curioso.

- De jeito nenhum. – ele responde rápido.

Realmente, ele não tinha cara de quem traia.

- Qual o problema que ela gerou? – questiono curioso.

- Me fez casar. – ele diz e ri.

O acompanho no riso.

- Brincadeira, ela me fez brigar com a Ana varias vezes e... foi terrível. – ele explica.

- Irei parar ela antes que ela pense em se movimentar. Minha mulher está gravida, já tem coisas demais para se preocupar. – falo.

- Faz isso mesmo.

Eu e ele estávamos fazendo recondicionamento físico e eu confesso que gostei de conversar com ele, ele me pareceu uma boa pessoa.

Ao fim do treino, seguimos para o vestiário do estádio que estava a nossa disposição e tomamos uma ducha para seguir de volta para o hotel.

Eu fui um dos últimos a sair e assim que cruzei a porta do vestiário, dei de cara com Britta encostada na parede do lado de fora. Eu iria passar por ela ignorando-a, mas ela falou comigo.

- Oi Zlatan. – ela fala e sorri para mim.

Odeio que pessoas sem a minha autorização se refira a mim pelo meu primeiro nome.

- Ibra. – corrijo.

Ela arqueia a sobrancelha.

- Tudo bem, me desculpe Ibra. Eu acho que não fomos apresentados corretamente. Eu sou Britta, sua fisioterapeuta. – ela fala.

- Ok. Já havia visto a lista do corpo médico do clube. – digo sem me importar muito e saio caminhando.

Ela veio atrás de mim e começou a caminhar ao meu lado.

- Olha, Britta. – digo e paro de andar.

Ela faz o mesmo.

- Já entendi o seu jogo e já tomei conhecimento da sua fama. Não insista, eu não quero você. – digo direto.

O sorriso que ela tinha, sumiu.

- Eu acho que você me entendeu mal... – ela já ia se fazendo de vitima, mais eu a interrompi.

- Poupe o seu tempo e o meu, já te disse o que queria dizer. – digo e deixo ela para trás.

Sigo para o ônibus e me sento ao lado de Bastian.

Fomos falando sobre algumas coisas da cidade de Manchester e ele se ofereceu para me ajudar, além de sugerir um jantar para apresentarmos nossas mulheres.

Quando chegamos ao hotel, tínhamos algum tempo livre até nossa refeição, então eu aproveitei para fazer uma chamada de vídeo com Joana.

- Oi amor! – ela diz animada.

Ela me chamou de amor? São raras as vezes que ela me chama assim.

- Está tudo bem por ai? – pergunto.

- Tudo ótimo, já fui para a consulta... – ela fala.

Acho que essa consulta era a mais esperada, saber o sexo do bebê.

- E...? –

Ela ri.

- Acho que quando você voltar... – nem deixo ela terminar.

- Nem pense em fazer isso comigo. – digo.

Ela ri mais.

- Vai chegar uma coisa ai no seu quarto... por agora. – ela diz.

Ela sempre me surpreende.

- Vai atender a porta e volta para cá. – ela diz.

Deixo o notebook em cima da cama e vou abrir a porta, assim que abro a porta dou de cara com Mourinho com uma caixa na mão.

- Não sei o que é, o pessoal do hotel repassou a ligação da sua mulher e ela me pediu para entregar isso a você. – ele diz e me entrega.

- Obrigado. – digo pegando a caixa e já batendo a porta.

Volto para a cama.

- Tá, vou abrir. – digo já desfazendo o laço.

Pela cor da caixa não dava para saber, era neutra.

- Cuidado, o que tem dentro é um pouco delicado. – Joana avisa.

Tiro a tampa da caixa e dou de cara com brigadeiros.

- Você está de sacanagem, né? – pergunto.

- Pega um e morde. – ela fala.

Olho para a tela.

- A resposta está dentro deles. – ela fala.

Pego um e rapidamente mordo, além do gosto de chocolate, sinto um sabor leve de iogurte e logo ligo os pontos.

- Menina? – pergunto.

Ela abre um sorriso enorme.

- Sim Zlatan... agora você terá duas de mim. – ela diz e solta uma gargalhada.

Não consigo conter o sorriso.

- Irei trabalhar bastante para ela não puxar a você e já irei começar a fazer o meu arsenal de armas. – falo.

- Que horror! – ela diz rindo.

- Garotos só depois dos trinta. – falo.

Não vou querer ninguém perto da minha garotinha.

- Você gostou? – ela pergunta.

- Claro, como não gostar? – pergunto.

- Eu já comprei algumas coisinhas... – ela fala.

Dou risada.

- Imagino...

Ela começa a falar sobre as coisas do bebê e eu fico ouvindo tudo atentamente.