2012:
Aquela mulher realmente era um demônio enviado para me enlouquecer. Ela teve coragem de me rejeitar e ainda por cima agiu como se nada tivesse acontecido quando a encontrei hoje no clube.
Ontem eu tive que lidar com o meu desejo reprimido sozinho e eu odeio fazer isso e pela manhã encontrei com Helena durante o café da manhã e toda a sua tranquilidade me deixou mais irritado do que eu já estava.
- Cara, acorda. – Thiago diz sacudindo meu ombro.
Olho para ele.
Thiago era um dos poucos que não se intimidava comigo, mais o brasileiro sempre me respeitou e talvez esse seja um dos motivos que me fez ficar amigo dele.
- Eu estou falando a um tempão que os meninos se comportaram bem, não deram trabalho e você está viajando na fisioterapeuta? Cuidado Ibra. – ele diz.
Ouço a risada de Max.
- A qualquer hora essa mulher some de tanto que você seca ela. – Max diz divertido.
Encaro ele e os dois riem.
- Qual a graça? – questiono sem paciência.
- Você que tem que dizer, já que é você que está vidrado na nossa conterrânea. – Thiago diz.
- Eu não estava olhando para ela. – digo.
- Não... – eles estendem a sonoridade da palavra em ironia.
- Ela é um demônio. – digo.
Eles soltam uma gargalhada.
- Por que não te deu mole? Cara, esquece ela, essa mulher é profissional demais para ficar dando brecha para os jogadores. – Max comenta.
Balela.
- Eu acho que ela quis me usar como menino de recado quando me pediu para avisar aos jogadores para não tentarem nada com ela. – Thiago diz parecendo se recordar do momento.
- Ela te pediu isso? – pergunto.
- Eu estava falando com ela sobre algumas brincadeiras que os rapazes estavam fazendo e a perguntei se ela queria que eu desse um jeito nisso e ela soltou essa. Ela disse que não foi fácil para ela chegar aqui e que não vai ser um jogador que vai acabar com tudo. – ele diz.
- Já vi tudo, essa é bem do jeito que ele gosta. – Max diz apontando para mim.
- Cara, você tem a Helena. – Thiago em avisa.
Dou risada.
- E ela não dá a mínima para as minhas escapadas. – digo.
Os dois riem.
- Ai, ai... Belle arranca meu couro e faz de tapete se algum dia eu trair ela. – Thiago diz e rimos.
- A Gigi faz o mesmo. – Max concorda.
- Helena me deu carta branca ontem, me mandou acabar com o meu tesão reprimido. – digo.
Eles ficam boquiabertos.
- Se Belle me dissesse isso, eu me separava. Um casamento que traições são necessárias é uma união de interesses. – o capitão fala.
Fico observando ele. Será que ele está certo?
- O que eu tenho com a Gi é sagrado e eu não sou homem para ficar enganando ela... se bem que no seu caso é tudo consentido. – Max complementa.
- Já chega dessa conversa, eu preciso ir na sala da fisioterapeuta. – digo me levantando.
Thiago ri.
- Quero só ver o que vai acontecer. – o capitão fala.
Saio caminhando em direção a doutora. Ela estava conversando com Louis, o chefe da equipe, e eles pareciam animados.
- Com licença. – digo para interromper a conversa deles.
- Grande Ibra. – Louis fala animado.
Joana apenas me olha.
- Eu estou com um pequeno incomodo e queria que a doutora me examinasse para ver se é algo que eu deva me preocupar. – digo.
- Venha, eu mesmo posso fazer isso. – Louis diz.
Nem pensar.
- Não Louis, eu sei que você tem que coordenar e verificar todos os exames, eu acredito que a senhorita Joana pode fazer isso. – digo tranquilo.
- É, de fato eu tenho muita coisa para fazer. Joana é uma ótima profissional, você estará em boas mãos. – ele diz.
Balanço a cabeça positivamente.
E como eu quero sentir essas mãos.
- Me acompanhe senhor Ibrahimovic. – Joana diz.
- Até mais Joana... me procure quando terminar de examinar ele, precisamos terminar nossa conversa. – Louis diz e ela assente.
Saímos andando para a sala dela e ela não dá sequer uma palavra. Assim que entramos na sala ela me questiona.
- Em que local está o incomodo? – ela pergunta.
Fico com uma imensa vontade de dizer de onde vem, mais me controlo, apenas aponto para a coxa esquerda. Eu e Thiago trombamos no treino e não era uma mentira que eu estava com um incomodo.
- O senhor pode se deitar na maca? – ela diz apontando para a mesma.
Confesso que assim que me ajeitei na maca comecei a imaginar ela em cima de mim.
- Onde está doendo? – ela pergunta enquanto veste luvas.
Não queria luvas atrapalhando o nosso contato.
Levanto o calção até minha virilha e aponto para o local vermelho. Thiago me acertou em cheio, apesar de não está doendo muito.
Ela primeiro observa o local e depois o toca delicadamente.
- Doí? – ela questiona.
- Não.
Ela aperta mais um pouco e só um incomodo surgi.
- E agora?
- Bem pouco. – digo.
- É só fazer uma compressa de gelo, está tudo ok, mas se sentir mais alguma coisa você tem que nos comunicar. – ela diz profissional.
- Até quando vai fingir que está tudo bem? – a pergunto perdendo a paciência.
Ela arqueia a sobrancelha.
- Mais está tudo bem. – ela diz.
- Não para mim. Ontem eu estava tentando entrar em suas calças e hoje você me trata normalmente? – a questiono.
Ela ri.
- Eu já te disse o que queria, apenas siga em frente. Você tem uma mulher elegante e aparentemente educada, vá acertar suas coisas com ela. – ela diz calmamente.
Outra Helena? Elas são mais parecidas do que eu poderia imaginar.
- Ibra, sua insistência não vai adiantar de nada. Eu não fico com homens comprometidos e eu não me submeto a isso porque sei como é estar do outro lado. Cuide melhor do seu casamento, porque um dia pode ser tarde demais. – ela me aconselha.
Dou risada.
- Não me diga o que fazer. Eu não vou desistir de ter você em minha cama. – digo firme.
Ela ri e passa a mão nos cabelos presos em rabo de cavalo.
- O tempo é seu, se quer perde-lo eu não tenho nada a ver com isso. – ela diz dando de ombros.
Que mulher petulante.
Me levanto e chego perto dela. Ao contrario do que eu pensei, ela não se abalou ou moveu qualquer parte do corpo. Ela me encara com aquelas orbitas azuis e em resposta a isso eu sinto meu amigo lá em baixo pulsar.
- Eu vou fazer você implorar. – digo.
Ela sorri sem mostrar os dentes.
- Todos podem te tratar e te venerar como se você fosse um deus, mais entenda uma coisa. Eu. Não. Sou. Todo. Mundo. Para mim você é mais um homem que só porque está sendo rejeitando está insistindo, mais uma hora ou outra você vai ver que perdeu o seu tempo. – ela diz calmamente.
Eu nem liguei para o que ela falou estava concentrado demais na boca dela, principalmente quando ela falou pausadamente.
- Vamos ver até quando você resiste. – digo seguro.
Ela meneia com a cabeça e ri.
Deixo ela sozinha na sala e antes de ir para o refeitório eu dou uma passada no banheiro. Ela vai me deixar maluco.
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