História Mine - Capitulo 30

- E o nosso casamento? – ele pergunta ainda surpreso com o que eu disse.

- Não se preocupe que eu peço para meus pais entrarem com o pedido de divorcio.

Ele parece não acreditar no que ouviu.

- Não se preocupe, eu não quero o seu dinheiro, eu tenho o meu. – digo antes que ele fale mais alguma besteira.

- Eu não estou preocupado com a merda do dinheiro. – ele grita.

Me assusto um pouco, mas não me intimido.

- Então o que te preocupa? Eu estou fazendo o que deveríamos ter feito antes. – digo.

- É isso o que você pensa? – ele pergunta e se aproxima um pouco.

- É, é isso o que eu penso. – digo firme.

Ele parece ficar me analisando.

- Você já está ciente do que irá acontecer, prometo que amanhã antes de você voltar do treino eu já estarei fora do seu apartamento. – digo.

- Você tem certeza do que quer fazer? – ele pergunta me olhando atentamente.

- Tenho.

E eu realmente tinha. Eu não queria mais continuar nisso, não queria que doesse mais do que já está doendo.

- Então vai ser assim?

Suspiro.

- O que você quer Zlatan? – pergunto.

- Você ainda pergunta? – ele fala.

Dou risada do quão grotesco foi ouvir isso.

- Eu cansei Zlatan, cansei de ficar cedendo, cansei de fazer tudo por você e ver que para você tanto faz, cansei de abdicar de mim e de tudo o que me faz feliz. – começo.

Ele apenas me olhava.

- Eu não nasci para viver essa merda de vida. Eu sempre sonhei em ser uma mulher independente, uma mulher livre e tudo o que eu me tornei foi uma submissa a você e suas vontades. – despejo.

Ele arregala os olhos surpreso com o que eu disse.

- Hoje eu estou me sentindo um lixo. Eu nunca fui tão humilhada em toda a minha vida. Eu entrei em casa e vi o meu marido com outra, na cabeça dele isso foi apenas um deslize idiota, mas para mim foi o erro que culminou na nossa ruína. Além de ver outra na casa que era minha, eu ainda fui compara a sua ex-mulher e você ainda tem coragem de me perguntar se eu tenho certeza se é isso o que eu quero? – despejo e sinto um certo alivio dentro de mim.

Ele parece ter perdido a fala.

- Eu não nasci para isso, eu não cresci para isso e nem vou viver para isso. Como você me disse na nossa ultima briga, é melhor você ir atrás da nova Helena, porque eu não me submeto a esse tipo de coisa... na verdade eu cheguei a me submeter, mas agora chega. Você nunca foi um rei ou uma lenda para mim, você era o homem que eu amava e admirava por tantos motivos, mas agora você se limitará a ser o pai da minha filha.

Ele parecia não acreditar no que eu estava falando.

- Dizem que o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, mas esse discurso não irá se aplicar a mim. Eu não irei mais sofrer, eu não irei mais acreditar, eu não irei mais te esperar e muito menos suportar tudo isso. Sabe por que? – pergunto a ele.

Ele continua calado.

- Porque eu fiz tudo isso durante um longo tempo. Eu achava fofo o seu ciúme, me sentia protegida com as suas ordens, mas agora eu percebo o que tudo isso sempre foi. Você é um merda de um machista que acha que a mulher tem que aguentar tudo, que se a relação vai mal a culpa é dela, que ela tem por obrigação viver em prol do marido.

- Eu não sou... – o interrompo.

- Você é, mas agora isso não tem mais importância. Agora eu estou te deixando livre para você encontrar a substituta da Helena, para encontrar a Amélia que irá viver por você e para você. – finalizo.

Deixo ele parado na sala e me enfio no quarto de hospedes.

Pov. Zlatan Ibrahimovic:

Ela não pode acabar tudo assim, ela não pode me deixar desse jeito.

Cada palavra que ela disse me afetou, me fez lembrar de cada merda que eu fiz, de cada vez que eu subestimei a mulher ao meu lado e acreditei que ela iria aguentar tudo.

Eu não vou deixar nosso casamento acabar assim.

Vou atrás dela no quarto de hospedes e quando chego na porta do quarto escuto ela chorando. Encosto minha testa na porta e sinto a culpa me consumir.

- Mãe, por favor... vem ficar comigo. – escuto abafado.

Engulo a seco.

- Não, ele não encostou em mim... eu... eu... eu vou voltar para Paris. – ela fala chorando.

Eu abro a porta do quarto e ela se assusta ao me ver entrando.

- Sai daqui. – ela pede.

- Joana, vamos conversar... eu admito que eu errei. – digo e vou até ela.

Eu não vou bancar o supremo com ela, não é hora disso.

- Mãe, vai para Paris, amanhã eu estou indo para lá. – Joana fala e desliga o telefone.

- Não, nós vamos nos acertar. – digo.

Eu estava sentindo um medo enorme, como nunca havia sentido antes.

- Nos acertar, Zlatan? Agora você quer se acertar? Agora quem não quer sou eu. Eu não vou me contentar com isso, eu não vou deixar minha filha crescer nesse meio conturbado. – ela fala.

- Eu faço o que você quiser. – digo sentindo o desespero tomar conta de mim.

- Agora que você já destruiu tudo? – ela pergunta e tenta secar as lagrimas.

Ela não parecia que ia ceder.

- O que você quer que eu faça? Quer que eu rasgue o contrato? Eu faço, eu pago a multa, eu mando demitir a Britta. Pronto, decidido, voltamos para Paris. – digo.

Ela balança a cabeça negativamente.

- Agora não precisa fazer tudo isso... agora quem quer que você vá em busca de um novo desafio sou eu. Fica aqui com a sua vida, que eu estarei em Paris seguindo com a minha. – ela fala me olhando nos olhos.

Vejo em seus olhos a sua decepção e o seu sofrimento.