História Mine - Capitulo 31

Pov. Zlatan Ibrahimovic:

Me revirei na enorme cama boa parte da noite, ainda não conseguia acreditar que ela havia dito aquelas coisas, que ela estava certa de que a separação era o melhor para nós.

Acordei antes do esperado, na verdade me levantei antes do horário. Me arrumei para ir para o treino, mas antes de parti fui até o quarto que agora parecia ser dela e a observei dormi.

Suas roupas de ontem e sua mão em seu ventre denunciavam o quanto cansada ela estava e mais uma vez a culpa me consumiu. Aquilo era a minha culpa, por mim que ela estava daquele jeito, por um ato completamente imaturo eu coloquei o meu casamento nesse ponto.

Saio dali e fui para a garagem. Encontro alguns vizinhos, fãs, mas não dou muita importância para eles. Sigo para a padaria mais próxima e tento me alimentar, mesmo estando sem apetite, logo depois vou para o CT.

Horas depois:

Pov. Joana Ibrahimovic:

Eu dormi como uma pedra, o cansaço me fez apagar. Confesso que antes de abrir meus olhos eu cogitei que tudo tinha sido um sonho ruim, mas ao olhar em volta e ver que estava no quarto de hospedes me fez acordar para a vida.

Tomei um longo banho morno e depois vesti uma roupa confortável para uma viagem. Me olhei no espelho e vi olheiras rodeando os meus olhos.

- Eu não sou assim. – digo encarando o meu reflexo.

Eu cheguei a Manchester como uma deusa e não vou sair daqui como uma derrotada. Troquei de roupa e coloquei algo mais para o meu estilo e cobri minhas olheiras com toneladas de maquiagem.

Me sinto satisfeita ao ver que pelo menos por fora eu estava parecendo com a mulher que eu sempre fui.

Comecei a arrumar uma mala grande para ir para Paris, mas muita coisa ainda havia ficado de fora.

- Droga. – digo ao ver tanta coisa ainda por ali.

Olhei para o relógio e vi quanto tempo eu perdi. Não queria encontrar com Zlatan novamente, ainda mais depois das ofertas de ontem. Eu não podia ceder, não podia me curvar para as vontades dele e perder mais um pouco da minha vida.

Me contentei com apenas aquela mala e sai arrastando ela para fora do quarto. Peguei um bloquinho de notas e anotei.

Muitas coisas ainda ficaram, mas eu irei tira-las todas daqui o mais rápido possível.

Te mandarei noticias de nossa filha e os relatórios das consultas.

Deixei as chaves do apartamento em cima do bilhete e sai arrastando minha enorme mala até o elevador.

Tudo a partir dali pareceu seguir em câmera lenta. Desde os passar de andares, até o breve aceno que eu dei ao porteiro. O táxi já me esperava na calçada do prédio e assim que eu entrei no carro, eu evitei olhar para aquele imponente edifício.

Respirei fundo e disse.

- Segue para o aeroporto, por favor. – peço ao taxista.

Ele assente e dá partida.

Recosto minha cabeça na janela e vejo a paisagem familiar começar a se afastar de mim.

Ao chegarmos ao aeroporto, eu uso a minha influencia e fama para conseguir uma passagem para Paris de ultima hora e consigo. Atraso o voo, mas consigo embarcar e partir daquele lugar.

Ao levantar voo eu percebi que não havia mais volta. Eu não iria mais voltar para aquela cidade, não iria mais voltar para aquele casamento falido.

Encosto minha cabeça na poltrona e mesmo estando com toda a armadura da Joana de anos atrás, eu me deixei levar pela dor de saber que o único homem que eu amei, não era mais meu.

Quando já começávamos a sobrevoar Paris, a senhora que estava ao meu lado tentava disfarçar os olhares curiosos que dirigia a mim, mas falhava miseravelmente. Quando eu a encarei ela apenas soltou.

- Não tenho nada a ver com a sua vida, não sei quem você é, mas sei que tem idade para ser minha filha. As vezes a juventude é um enorme problema na nossa vida, não somos maduros os suficientes para saber lidar com certos problemas, principalmente se tiver outra pessoa envolvida. – ela começa.

Como ela...

- O tempo é o melhor remédio para tudo e se as coisas não saírem como você quer, talvez você esteja errada no que deseja. Todo mundo tem problemas, todo mundo se decepciona quando encontra algum, mas cabe a você decidir se vai encara-lo de frente ou se vai fugir. – ela diz.

- Como a senhora sabe que eu estou passando por algum problema? – pergunto.

- Sua linguagem corporal. Suas caricias a sua barriga são como se você dissesse “somos só nós duas”, a sua expressão cansada apesar da perfeita maquiagem e a sua quietude. Não é normal alguém ficar parado o voo inteiro. – ela completa.

Fico encarando ela bestificada.

- Apenas reflita. – ela diz e olha para frente.

O nosso voo faz um pouso tranquilo e na hora do desembarque eu acabo me perdendo da senhora misteriosa. Pego minha bagagem e depois pego um táxi até o meu apartamento.

Agradeço a minha mãe por ela ter me convencido a não me desfazer dele, porque caso eu tivesse me desfeito agora eu estaria sem marido e sem teto.

O porteiro do prédio vem me ajudar com minha mala e estranha ao me ver, mas sua discrição e profissionalismo não o permitem que ele me questione sobre algo.

Meu apartamento estava empoeirado e com cheiro de velho, então eu logo fui abrir as janelas.

- De volta para o lugar de onde eu nunca deveria ter saído. – digo para mim mesma olhando ao redor.

Pov. Zlatan Ibrahimovic:

Fiz um treino de merda hoje, não estava concentrado e fui chamado a atenção varias vezes por Mourinho, que acabou por me liberar mais cedo para que eu tentasse me recompor.

Quando cheguei ao edifício onde morava, senti algo estranho. Talvez eu tivesse ficado tempo demais na companhia de David no PSG e agora estou cheio dessas coisas estranhas.

Assim que entro em casa, o silencio do ambiente me faz perceber que as coisas realmente não estão certas por aqui.

Deixo minha mochila em cima do sofá e vejo um bilhete e chaves. Pego o papel e leio.

Ela realmente foi embora.