- Começamos os tratamentos hoje? – Florentino pergunta ansioso.
Sorrio um pouco.
- Podemos começar agora. – digo.
Sinto minha filha mexer na minha barriga e eu sei que ela também está feliz pela minha volta aos trabalhos.
Todos se levantam apressados.
- O que você irá precisar para trabalhar? – Florentino pergunto.
- Bom, vou dar uma olhada no pulso de Cristiano e queria a ajuda dos médicos do clube na analise dos passos de Benzema. – digo.
Não posso chegar roubando o espaço do pessoal.
- Claro. – Florentino fala.
Os médicos ficam agitados, meio sem saber o que fazer.
- Eu irei me ausentar enquanto você começa a trabalhar com eles. – Florentino diz.
- Tudo bem. – digo e sorrio para ele.
- Obrigado pela competência. – ele diz.
- Apenas fazendo o meu trabalho. – digo.
Ele se retira da sala e eu fico acompanhada dos meus dois pacientes e de parte do corpo medico do clube.
- Vou começar a examinar o pulso de Cristiano e vocês vão analisando o caminhar de Benzema e veem se concordam comigo. – digo o que eles devem fazer.
Eles não questionam nada, apenas fazem o que eu digo.
Vou até Cristiano e me sento ao seu lado.
- Com licença. – digo pegando o braço esquerdo dele.
Ele apenas fica observando.
- Pode ir me dizendo se doí e o quanto doí? – pergunto a ele.
- Claro. – ele concorda.
Movimento seu pulso para frente e para trás.
- Doí um pouco. – ele comenta.
Forço mais um pouco e ele acaba puxando a mão.
- Desculpe. Quando você dirige você sente dor? – pergunto.
- Ás vezes.
- Vamos ter que fazer um exame para saber exatamente o que é isso, mas por hora eu irei imobilizar sua mão. – digo.
Me levanto para buscar o material para imobilizar a mão dele.
- Com licença, eu irei precisar imobilizar a mão de Cristiano. – falo com um dos médicos.
- Ah, claro. Ali está o material. – ele aponta.
Fui até o lugar indicado e procurei pela tala imobilizadora de pulso. Encontrei de varias cores.
- Tem preferencia de cor? – pergunto ao português.
Ele se levanta e vem até mim. Ele observa as opções.
- Preta mesmo, combina com tudo. – ele fala.
Vaidoso até na hora de escolher a cor da tala.
Pego a tala preta.
- A mão por favor. – peço.
Ele estica a mão esquerda e eu começo a imobilizar o punho e parte da mão.
- Você vai ficar com isso até os resultados dos exames, só vai tirar para tomar banho. – digo a ele.
Ele balança com a cabeça positivamente.
- Eu irei escrever qual exame você terá que fazer e o clube irá te encaminhar. – falo.
- Muito obrigado. Obrigado por solucionar o meu problema tão rápido. – ele fala.
- Imagina, só fiz o meu trabalho. – digo e sorrio para ele.
Ele fica me olhando por alguns segundos e retribui o meu sorriso com uma bela exibição do seu conjunto dentário perfeitamente alinhado.
- Bom, irei passar o seu exame e vou cuidar do Benzema. – aviso a ele.
Vou até minha pasta e pego um papel para anotar o exame que ele deveria fazer e em seguida entreguei a um dos médicos para que ele encaminhasse Cristiano.
- Você está liberado para fazer um treino leve, mas tome cuidado com a mão. – aviso Cristiano.
- Tomarei cuidado. – ele garante.
Libero ele e vou me juntar aos outros médicos para resolver o caso Benzema.
- Conseguiram perceber o mesmo que eu? – pergunto aos meus colegas.
- Realmente, ele está pisando do jeito errado. – o chefe do departamento concorda comigo.
- Como é que eu piso? – Benzema pergunta.
- Você pisa com o pé todo, quando deveria pisar com o calcanhar para que seu corpo sofresse menos impacto. Pisando com o pé todo você sobrecarrega seus tornozelos, joelhos e coluna... por isso das lesões emendadas. – explico a ele.
- E quanto tempo eu vou levar para pisar certo? – ele questiona.
- Bom, agora com o problema já desvendado, nós vamos mandar confeccionar uma palmilha que te obrigue a pisar com o calcanhar, para você ir se acostumando. Nos primeiros dias você vai estranhar e pode até sentir um pouco de dor, mas depois você irá se acostumar. – digo.
Ele me ouvia atentamente.
- Já temos que agilizar isso para que ele volte a jogar o mais rápido possível. – comento com meus colegas.
Eles concordam.
- Nós iremos entrar em contato com o fornecedor das palmilhas dos atletas e faremos o molde da de Karim o mais rápido possível.
Benzema parece mais aliviado.
- Trabalharemos também a sua postura na hora da corrida, para que você se adapte logo as palmilhas e a nova forma de pisar. – aviso a ele.
Eu estava me sentindo em casa, dando ordens a todo o momento.
- Bom... por enquanto é isso. – finalizo.
Batidas na porta interrompe a nossa conversa.
- Com licença, o senhor Perez convidou a senhora Ibrahimovic para assistir o treino que começara em alguns minutos. – um jovem rapaz fala.
- Muito obrigado. – agradeço a ele pelo recado.
- Estou liberado? – Karim pergunto.
- Sim, por hora. – digo.
- Estou indo assistir ao treino, se quiser posso te acompanhar até lá. – ele fala gentil.
- Irei aceitar. – digo.
Cumprimento cada colega de profissão e depois vou junto do atleta francês para o campo. Lá encontramos Cristiano sentado no banco de reservas conversando com Marcelo.
- Olha a doutora. – Marcelo fala quando nos aproximamos deles.
- Vim ver se você joga tudo isso que falam. – digo a ele.
Ele ri.
- Querida, eu só perco para o Roberto Carlos. – ele diz e passa a mão nos cabelos.
Dou risada.
- Quero só ver. – digo.
- Já soube que está sendo tratada como rainha. – ele comenta.
Encolho os ombros.
- Ela merece, já encaminhou a solução dos nossos problemas. – Cristiano se intromete.
O egocêntrico português disse que eu mereço? Olha a minha moral.
- Nem passa pela sua cabeça trabalhar aqui? -Marcelo pergunta.
- Sinceramente... eu estou voltando a minha rotina profissional agora e em quatro meses minha filha nasce... não sei se mais uma mudança é o indicado. – digo.
Eu ainda não recebi uma proposta do clube, mas por toda recepção e tudo mais eu sei que ela virá, mas eu não posso só pensar em mim.
- É mesmo, daqui a pouco a princesinha nasce. – Marcelo concorda.
- Vai ganhar um belo presente de natal, em? – Cristiano fala.
- O melhor presente que eu poderia ganhar. – digo e acaricio minha barriga.
Ela chuta forte.
- Wow, eu vi daqui. – Cristiano exclama.
- Ai, eu quero pegar. – Marcelo fala.
Coisas de brasileiros, intimidade nível máximo.
- Pode pegar. – digo.
Não tenho essas besteiras de não querer ninguém tocando na minha barriga.
Ele pega e ela continua mexendo.
- Ela vai jogar futebol. – ele comenta rindo.
Dou risada.
- Cristiano, sente isso. – ele pega a mão do português e coloca na minha barriga.
Vejo Cristiano meio sem graça e eu tento controlar a minha expressão de surpresa com o toque dele.
- Antes ela era preguiçosa, agora não para quieta. – comento.
- Deve ser incrível sentir isso... sentir o desenvolvimento dela. – o português fala.
- Vem aquecer Marcelo. – alguém grita com o brasileiro.
- Até depois. – o lateral fala e sai correndo.
Me sento junto de Cristiano e Karim e começamos a ver o pessoal aquecendo. Minha filha não parava quieta e por vezes o movimento da minha barriga chamava a atenção deles, que chegaram a pegar outras vezes na minha barriga, mas tudo de forma respeitosa.
Se o pai dela fica sabendo de uma coisa dessas... ah, que se foda aquele idiota e o que ele irá pensar.
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