Uma semana e meia depois:
Pov. Joana Ibrahimovic:
Minha chega a Madrid foi destaque nas revistas esportivas e a minha partida foi manchete da imprensa cor de rosa. O alvoroço foi criado porque fotografaram Cristiano pegando na minha barriga. O estagiário que cuidava do Snapchat do clube fotografou o momento e acho que seria apenas mais uma foto, mas ele estava muito enganado.
Como todos já suspeitavam da minha volta para Paris, a foto de Cristiano tocando minha barriga foi um prato cheio para eles cravarem minha separação e afirmarem que eu já tinha um novo amor. Para completar, Zlatan teve problemas disciplinares nos últimos dois jogos, em um do campeonato inglês que ele chutou a cabeça do adversário e na liga Europa que ele segurou o adversário pelo pescoço e teve que ser afastado por Mourinho.
Madri começou sendo um refugio pacifico e findou sendo quase que uma zona de guerra graças ao meu ex-marido que fez questão de dizer que Cristiano era um jogador criado e de movimentos robóticos.
Em uma semana e meia minha vida foi bem agitada. Tratei do pulso de Cristiano, massageie aquelas pernas para lá de musculosas, acompanhei os passos de Karim, literalmente. O trabalho com ele foi um pouco mais difícil que o esperado, ele sentiu algumas dores ao usar a nova palmilha, mas ao aprender uma nova forma para correr e com o passar dos dias ele foi se acostumando a tudo.
Meu trabalho em Madri foi finalizado com sucesso, foram dias de trabalho pesado, mas valeu a pena. Alguns zeros foram inseridos na minha conta e uma proposta para lá de tentadora me foi feita, mas apesar de tudo eu a recusei, dinheiro não é tudo. Eu tenho minha filha que nascerá daqui a alguns meses, preciso de amigos por perto, além do mais Nasser é o melhor chefe que eu poderia ter.
- Senhora Joana Ibrahimovic. – a recepcionista chama.
Era a minha vez.
Assim que me levanto para seguir para a sala de Isabella, ganho uma companhia que me deixa para lá de surpresa.
- Cheguei na hora exata. – Zlatan fala.
- O que você está fazendo aqui? – pergunto surpresa.
- Eu não iria perder a consulta da minha filha. – ele diz.
Dou um pouco de risada.
- Você não fez o mesmo sacrifício no mês passado, mas agora isso não faz diferença. – digo e continuo a caminhar.
Ele suspira, mas caminha ao meu lado.
Assim que entramos na sala, Isabella se levanta para nos cumprimentar.
- Me desculpem por ter adiantado a consulta de vocês... é que eu irei precisar me afastar durante alguns dias para resolver problemas pessoas. – ela já vai se explicando.
- Tudo bem Bella. – digo.
- E essa garotinha, como está? – ela pergunta pegando na minha barriga.
- Enorme e chutando que é uma beleza. – digo e sorrio por me lembrar o quanto ela estava agitada.
- Vamos ver o quão grande ela está? – ela pergunta.
- Vamos. – confirmo.
Tiro minha blusa e me deito na maca. Ela passa aquele gel gelado na minha barriga, enquanto Zlatan estava em pé ao meu lado. Poucos segundos depois ela já começa a mostrar nossa filha na tela.
- Wow... acho que a filha de vocês vai ser uma gigante. – ela fala e rimos.
- Está tão grande assim? – pergunto.
- Já, já eu te dou a medida exata, mas só de olhar já consigo perceber que ela está maior que o normal. Eu estava pensando que o aumento da sua barriga era das suas escapadas da dieta, mas pelo o que vejo... – ela diz.
Dou risada.
Eu escapei um pouco da dieta, mas foi com moderação.
Ficamos em silencio enquanto ela vai observando nossa filha.
- Você já está na vigésima terceira semana e ela está com... vinte e quatro centímetros e está pesando quase seiscentos gramas. Vocês terão uma meninona. – ela fala.
Ela cresceu muito da ultima consulta para hoje.
- E qual é a média normal? – pergunto curiosa.
- Vinte e dois centímetros é a média. Não tem nada de errado com ela, é que vocês dois são altos, então o tamanho dela está condizente com a estatura de vocês. – ela fala.
- Mais o tamanho dela vai influenciar na hora do parto? – Zlatan pergunta.
- Bom... se ela continuar crescendo desse jeito é provável que ela chegue um pouco antes de completar os nove meses, mas nas próximas consultas iremos observar o eixo da sua esposa, ver se ela vai ter mesmo condições de fazer o parto humanizado. – ela fala.
- Parto o que? – ela pergunta.
Minha decisão foi tomada essa semana e eu ainda não o comuniquei sobre isso.
- Parto humanizado... é como se fosse o parto normal, mas no humanizado a criança vem no tempo dela... normalmente ele acontece em casa e é coisa de instinto. – ela começa a explicar.
Eu li bastante sobre isso e por isso da minha vontade.
- É como se voltássemos no tempo, onde as mulheres tinham seus filhos em casa, na hora deles, no lugar escolhido por eles. Voltamos a nossa essência animal. – ela fala.
- Ela vai sentir dor o dia inteiro? – ela pergunta.
- Pode ser que sim, pode ser que não... mas caso ela fique o dia inteiro em trabalho de parto o próprio corpo dela irá liberando toxinas que irá amenizar a dor sentida. – ela fala.
Ele balança a cabeça negativamente.
- Ibra, eu como obstetra venho indicando muito essa forma de parto. É bom para o bebe, que já nasce e vai para os braços da mãe, é bom para mãe que além do contato direto com o seu filho, a recuperação dela é melhor e mais rápida. Você também pode participar desse momento... pode massagear ela, conversar com o bebê. Vocês tem muito mais liberdade no parto humanizado.
Ele parece se convencer de que o parto humanizado é a melhor opção.
- Você estará lá, não é? Quer dizer, teremos médicos a disposição, não é?
- Sim, eu estarei lá e a minha equipe também... pode ficar tranquilo. – ela fala.
Ele olha para mim e tenta segurar minha mão, mas eu recuo.
- Ah... e agora os ouvidos dela estão bem atentos, então podem conversar bastante com ela. – ela fala.
- Então é por isso que ela está agitada, não é? – pergunto.
- É... ela está ouvido tudo o que é falado e a forma de dizer, eu ouvi isso, é com os chutes que ela dá.
Limpo minha barriga e ela esclarece mais algumas duvidas que vão surgindo.
- Até a próxima consulta... ah... e eu espero já poder chama-la pelo nome. – ela diz e ri um pouco.
Damos risada.
- Pode deixar que na próxima consulta você irá chama-la pelo nome. – afirmo.
Nos despedimos e vamos saindo da clinica.
- Eu vou passar o dia aqui em Paris... queria passar o dia com os meus filhos. – ele fala.
Entendi o que ele quis dizer.
- Tenha um bom dia de garotos. – me esquivo.
- Por favor... eles também te adoram... – ele fala.
Aqueles olhos negros, me pedindo por favor.
- Tudo bem, mas não se empolgue. Tudo continuará igual. – digo.
Ele suspira, mas não questiona ou fala qualquer coisa.
[...]
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.