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História Minha Carta De Adeus - XIV


Escrita por: Sabrinaferry

Capítulo 14 - XIV


Fanfic / Fanfiction Minha Carta De Adeus - XIV

Acordo-me com o corpo dolorido, observo o teto por alguns segundos antes de colocar meu corpo para fora da cama. Um banho rápido e desço. Esperava acordar no café da manhã mas já estava na hora do almoço, agradecida por não ser manhã..

- Algumas pessoas surtariam por ter perdido a escola.. 

Minha mãe estava na cozinha cortando alguns pimentões, nunca perde o costume de fazer almoço em cima da hora .

- Não estou nem um pouco animada para ir. 

- Já era esperado.. Precisamos conversar.

- Bom dia Liss.

Nicholas surge atravessando a cozinha indo em direção a geladeira..

- Bom dia Nicholas.

- Liss, eu sei que a perda do Simon destruiu você mas isso está realmente afetabdo seu psicológico e os seus irmãos estão de volta.

- É, eu sei. Vou me controlar.

Saio dali e subo de volta para meu quarto. Acordei de mal humor e isso não é algo bom no estado que me encontro no momento. Talvez eu só esteja piorando com algumas coisas ultimamente mas não descarto o fato de estar diferente.. É estranho estar assim, é como se fosse a morte, e você não podesse mais sentir dor alguma em sua alma, como se você estivesse sendo esmagado mas não sente a dor, incapaz de sentir dor, mesmo que viva com ela algo morreu dentro de si, e eu acho que esse algo foi eu. Sentir a falta do Simon já não faz tanto sentido, virou um tormento.. A verdade é que todos nós estamos morrendo, descendo devagar de uma montanha, caindo lentamente esperando chegar ao chão e ser esmagado pela sua própria dor. Alguns clamam antes de chegar ao chão, outros preferem o torturador silêncio, sofrendo em sua própria alma.  E você? Como estar sua dor? Algumas descansadas, outras sendo atormentadas ou em estado alarmante, algumas desfarçadas por de baixo de seu sorriso, ou talvez ela esteja estampada e ninguém perceba.. Para alguns o amor cura a dor e eu particularmente não acho que o ser o humano tenha essa capacidade de amar verdadeiramente nos tempo de hoje..

O tempo lá fora está agradável e eu em quatro paredes pensando em dor, amor, pensamentos aleatórios. Porém estou perplexa com a forma de não sentir nada por minutos, é confortável mas ao mesmo tempo torturante ..

- Liss..

A porta se abre, é o Nicholas .

- Sim ?

- Não vai comer?

- Estou sem fome.

- Entendo.. Parece entediante...

O interrompo ..

- Olha como é bom o  silêncio.. Não existe mais dor. O silêncio que rodeia sua alma por trás de todos os seus pensamentos.. - Ele se deita ao meu lado e fecha os olhos.. - Intimidador, calmo, talvez uma tortura para quem é acostumado a nunca ter paz ou até um alivio. Pessoas não se vão, elas só descansam.

O silêncio que nos rodeia é confortável. Calmo. Torturante. Aliviador.. Sempre estive acostumada com a dor até encontrar meu ponto de descanso..

- Mente em silêncio, confortável e vazio. Um pleno vazio e triste, como o som do violoncelo na música  Say Something.

- É, um completo vazio..

Em alguns momentos me imagino livre disso viajando pelo mundo e vivendo intensamente como uma adolescente rebelde, mas minhas responsabilidades sempre estarão no meu caminho e incrivelmente eu consigo sobreviver a cada tapa da vida. E cada uma me afunda ainda mais. Estou em uma areia movediça afundando, afundando e causando total confusão em quem pode ouvir meus pensamentos, até em mim mesma.. Minha mente se torna um precipício a cada dia e é difícil se controlar para não pular.. É difícil estar aqui dentro, é difícil viver oque  eu vivo, mas minha responsabilidade é aguentar, cada dia aguentar ..



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