A luz mal entra. O chão frio. Não posso ficar aqui, mas tenho que aguentar já que fui um peso para eles. Não posso ser frágil nem fraca beste momento, permanece quieta, joelhos no queixo. O barulho disso se torna cada vez mais torturante, é sombrio.
- Eles vem aqui a cada meia hora.
Não me viro, não respondo, simplesmente o evito. Alguns minutos surgem dois homens abrindo a cela.
- Venha conosco.
Olho para trás.
- Não perca a cabeça.
Sigo com os homens. Cada corredor, cada grito, cada barulho, cada surto. Estar preso tem matado cada um deles. Lágrimas vem a beira de meus olhos por ver a situação destas pessoas porém as contenho. Andamos uns três minutos para poder passar da sala de diretoria. Pra onde estão me levando?
Sou largada em uma sala cheia de cartazes e livros de psicologia e psiquiatria. Flores ao canto, não é escuro. Uma mulher entra na sala, seus cabelos lisos e castanhos vão até sua cintura.. Uma bela mulher.
- Olá Liss, sente-se. - Obedeço. - Como se sente?
Como eu me sinto? A essa altura esta seria a ultima pergunta que queria ouvir. Estou totalmente destruída, vim parar em um puro inferno onde as pessoas enlouquecem ainda mais aqui e a única pergunta que ela pode fazer é como eu me sinto.
- Importa? - Meu tom frio me assombra.
- Sim.
- Tem pessoas merrendo do lado de fora desta porta, pessoas enlouquecendo cada vez mais e a única pergunta que você consegue fazer é como eu me sinto?
- Sei que é difícil Liss...
- Ah você sabe. Eu daria tudo para trancar você na droga daquela cela fria, imunda, escura, entregada ao mofo. Eu quero ir embora .
- Como quiser. Jorge.
Saio dali. E vou em direção a minha cela. Dois homens me acompanham. Me sinto vazia, sem pensamento algum. Não ouço mais as vozes. Somente caminho. É como se tudo tivesse sumido um completo silêncio estivesse na minha mente.
∆∆∆
Sento-me. Estou cansada. Meus olhos pesam.
- Você precisa dormir um pouco. Tem um colchão no canto.
Sinto até o canto e me deito.
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