História Minha Carta De Adeus - VIII

Encarei aquela casa por uns minutos , de joelhos no chão. É incrível como tudo pode mudar em questão de segundos. Incrível a capacidade de um ser humano ser tão cruel.
Não sei o que fazer. Talvez me levantar, seguir friamente a vida e acatar todas as ordens daquele homem para que minha familia não morra, ou talvez me vingar . Mas como eu poderia me vingar? 
As possibilidades de contar a alguém se foram, até porque caso contasse, quem iria acreditar numa garota de apenas 14 anos, se a familia não ira poder confirmar nada,  pois não sabem da história?
Talvez esse fosse meu destino.Talvez não fosse. Não sei .
Mas sei que o melhor jeito de viver agora é sendo fria, obedecendo ordens para que ninguém mais morra.
Lenvanto-me .

- Você está bem? - essa é a primeira vez que vejo o Nicholas depois que ele me defendeu a algum tempo atrás .

Eu não estou bem. Eu queria dizer essas palavras , mas de alguma forma não sou capaz. Só foi mais uma perda dentre varias outras, me acostumar talvez fosse melhor .

- Só foi mais um perda.

Meu tom de voz frio me preocupa. Olho para o Jeff, fisicamente esta tudo bem , então saiu caminhando .

- Tem certeza Liss?

- Poderia ter sido qualquer um de nós Jeff, acostume-se.

Por dentro estou morta, desabando e gritando cada vez mais alto por socorro mas por fora estou uma pedra.

- Quem é você?  - Sinto um mão me pegar pelo ombro virando-me para frente. - Ele matou seu amigo e sua prima, e é só mais uma perda? Não, isso não é só mais uma perda, isso foi culpa sua e espero que saiba disso .

E o que me dói é ele está certo.
Eu sei que foi minha culpa, tudo o que vai acontecer será minha culpa e terei que viver com isso ...
Vejo o Nicholas andando em nossa frente .

- Ele é assim as vezes .

- Ele está certo.

Começo a andar novamente...

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Chegamos em casa.

- Fique a vontade.

Ando em direção ao quarto onde estavam as coisas do Simon. Lágrimas chegam à beirada dos meos olhos, tenho contê-las porém não tenho sucesso.
Isso dói. Como dói.
Derramo-me em lágrimas. Grito derrubando todas as coisas ao meu redor. Me sento ao chão aos prantos, aos berros.
O Jeff entra correndo no quarto.

- Calma.

- Pessoas morreram, Jeff.  - As palavras mal saem da minha boca...

- Não foi porque você quis, calma.

Choro cada vez mais.
Em pouco tempo me sinto tão cansada e adormeço.