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História Minha Carta De Adeus - IX


Escrita por: Sabrinaferry

Capítulo 9 - IX


Acordo-me atordoada. Mais o um dia nessa droga de vida. Meu corpo dói como nunca, forço-me para fora da cama porém acabo pisando em um caco de vidro. Retiro e vou em direção a cozinha. O Nicholas está de pé, cortando maçãs, resmungando. O olho de longe, encostada na parede escutando seus resmungados infantis.

- Ela bem que poderia acordar e  fazer o café da manhã. Mas até entendo, uma perda daquelas também me destruiria, mas não é motivo pra não vim fazer sua própria comida. Ela dorme muito minha nossa... Eu quero minha casa mas deixar ela aqui não vou.

- Obrigada.   

Saio do canto da parede e sigo mancando até a bancada.

- Pelo o que?

- Não me deixar sozinha.

- Não me agradeça, agora coma. Sua mãe tagarelou o tempo todo achando que estávamos namorando. O que houve com seu pé?

- Pisei em cacos.

- Também você destruiu aquele quarto. Vou dar um jeito nisso, come.

Um sorriso curto surge em seu rosto. A sua curta forma de jubilação me causa uma breve desopressão, tirando o pesar de minhas costas por alguns poucos segundos.

- Devia sorrir mais.

- Não sou muito acostumado.

- Percebo.

- Como se sente?

- Perturbada, acho que isso tudo afetou meu psicológico.

- Sinto muito.

- Não sinta, isso me faz ser fraca. Obrigada por dar um jeito nisso. 

- Disponha.

Eu estava me desconhecendo. Enlouquecendo. Vendo coisas. Sonhando e tentando aceitar que os parentes de minha "prima", nunca vão saber o motivo de sua morte, nem que eu causei isso. Na minha mente aquilo nunca passa, e isso só está por começar. Onde irá parar? Quando eu morrer? Ou quando não sobrar mais ninguém? Só perguntas sem nenhuma resposta.

Pensei em reagir a isso sendo o mais forte possível, mas ta sendo difícil. É ruim saber que no final das contas você não tem com quem contar. Irmãos, amigos.. Ninguém vai poder te ajudar. As decisões se tornam cada vez mais  difíceis, que quando você se der conta de que quanto mais pensar mais tempo irá perder, quanto mais sentimento colocar mais confuso e torturane irá ficar, tudo aquilo, que estava ali nas suas mãos já terá passado, por que a escolha no final sempre será sua. 

Somos feitos de escolhas, isto é fato, e o que acaba com você é o peso de talvez ter feito a errada. Eu paro pra pensar e se eu não tivesse ido salvar o Simon, ele ainda estaria vivo? Obviamente não. E Esses poucos minutos já são torturantes.

- Cheguei. 

Minha mãe. Esta feliz e estressada ao mesmo tempo, como sempre foi, mas algo diferente tem com ela, parece forçar toda essa alegria . Agora é o momento de ser forte, olhar pra ela e dizer " Estou bem"  sem estar.

- Olá.  - Falo com um breve e forçado sorriso.

- Como se sente? 

- Estou bem.

- Que bom. Trouxe frutas e cereais. Coma, estou lhe achando frágil e desidratada.

- OK.

- Não me disse que estava namorando.

- É...

- Eu sei querida, essa coisas são complicadas.

Ela sobe as escadas e vai cantarolando.

- Eu disse que o Simon foi para casa.

- Obrigado.

Continuamos ali por alguns minutos. 

Não consigo encarar tal fato. Realmente preciso de alguém pra desabafar mas não posso além de me mesma. Eu sei que tem pessoas comigo, mas eles já correm riscos demais, desabafar só seria mais um problema e trazer mais problemas seria malfazejo. 



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