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História Minha Cura - História que se repete.


Escrita por: AmorzinhaMP

Notas do Autor


Oiiiiiiiiiiiiiiiiii minna!! Olha quem apareceu com um capítulo enorme que acabou de sair do forno? *-* Eu! huehue!
Bom, a única coisa que tenho a dizer sobre esse capítulo é que tem FORTES emoções, eu garanto!

Queria agradecer aos comentários do capítulo, muito obrigado mesmo! Leitores novos, sejam muito bem-vindos e espero poder saber a opinião de vocês ♥

Vamos ao capítulo que eu já demorei demais >< Boa leitura ♥

Capítulo 30 - História que se repete.


A segunda-feira chegou dublada, o dia estava feio como Rin denominou, e tudo o que ela queria era não ter que sair de sua cama para ir à faculdade. Mas o final do semestre estava sendo puxado e tudo girava em torno de seu TCC.

O despertador ainda soava por todo o quarto, fazia um grande esforço para ignora-lo e permanecer na mesma posição em que acordou debaixo das cobertas macias e quentes. Entretanto, o seu próprio esforço lhe irritava, e o som extravagante entrava em seus ouvidos fazendo com que seus nervos ficassem a flor da pele.

— Mas que diabos! — Esbravejou enquanto desligava o causador de sua irritação.

Jogou suas cobertas para o lado, sentindo aquele ar frio se chocar contra sua pele aquecida, era extremamente desagradável.

Mas desagradável ainda era pensar em que teria que seguir com a sua rotina semanal como se sua mãe não ainda permanecesse internada na UTI. Não sabia dá onde estava tirando forças para sair daquela cama às 7 horas da manhã e seguir para o seu banho, para que quando chegasse a faculdade estive com uma aparência muito melhor.

Mas ela fez, se arrastando, Rin fez toda a sua rotina de higiene e se vestiu. Antes de sair do quarto verificou seu material na bolsa e desceu para o café da manhã.

Seu pai e seus irmãos ainda estavam fazendo o desjejum, o que ela não esperava pois acreditava que já estariam indo para a empresa.

— Bom dia. — Disse o se sentar seu lugar na mesa.

— Bom dia Rin. — Seu pai foi o primeiro a cumprimenta-la.

— Acredito que você não chegará a tempo da primeira aula se enrolar muito. — A voz de Sasuke chegou aos seus ouvidos, mas demorou para entender o que ele estava dizendo.

— Sim, mas só vou fazer meu desjejum e já estou indo.

Todos estavam com uma aparência melhor se comparada à que apresentavam no fim de semana, mas ainda sim qualquer um saberia que aquela família não estava bem. Ninguém conversava, cada um em seu silêncio guardava o que passa dentro de si. E pensando dessa maneira, Rin terminou seu rápido café se despediu e partiu para a faculdade em seu carro.

Como de costume passou pela a casa da Hyuuga, ao buzinar em frente à casa, Hinata saiu pela a porta da frente tão agasalhada que Rin soube apenas ao olha-la que estava resfriada.

— Estamos quase atrasadas Rin-chan. — A morena dos olhos claros disse sem ao menos esperar para se acomodar no banco do passageiro e colocar o sinto de segurança.

— Eu sei, me desculpe. Não dormi muito bem essa noite. — Rin colocou o carro em movimento, estavam realmente quase atrasadas, precisava se apressar.

Rin estava cansada, seu corpo estava pesado naquela manhã e sentia muito sono. Para se distrair e não deixar o sono amentar, começou a contar a Hinata a conversa que teve com seu pai na noite anterior quando chegou do hospital. A surpresa de sua melhor amiga era mais que perceptível, era quase palpável e foi exatamente o que Rin esperava, ninguém não ficaria surpreso ao descobrir os verdadeiros sentimentos de Uchiha Fugaku.

— Rin isso parece mentira. — Foi a única coisa que Hinata conseguiu responder a sua amiga, afinal, estão juntas desde o primário e Fugaku sempre foi muito rude com Rin desde então, ela via tudo o que Rin sofria com os próprios olhos. Ter que o imaginar sendo amoroso e gentil, era uma tarefa que Hinata não conseguia fazer.

 — Eu sei que parece. Depois, quando eu deitei na minha cama e comecei a pensar nisso eu fiquei tão descrente quanto você.

— Bom, se essa é a sua decisão, eu a apoio. — Hinata sorriu daquela maneira que somente ela conseguia, um sorriso meigo e aconchegante que faria qualquer se apaixonar por ela. Rin se sentia uma irmã de Hinata, e sortuda pôr a ter nessa fase tão difícil.

Ao chegarem na faculdade, Rin se despediu de sua amiga e se apressou para sua sala de aula. Mas as escadarias não pareciam ter fim, e seu corpo protestava tanto que demorou mais que o normal. Ao chegar na sala, o professor ainda não havia chego então soltou um suspiro de alivio, foi para seu lugar ao lado de Miroku que dormia descaradamente sobre a mesa.

— Miroku, acorde. — Disse ao cutuca-lo levemente, e o mesmo começou a despertar.  

— Bom dia Rin. — Ele a cumprimentou ainda sonolento. — Achei que não viria para a aula.

— Não posso me dar ao luxo de ficar em casa. — Disse enquanto apoiava o rosto sobre seu punho fechado.

— Estudar faz bem para você, sempre foi assim desde que entrou na faculdade. Então vamos nos esforçar hoje. — Disse animado e jogou seu braço para o alto como se estivesse preste a entrar em um jogo de futebol.

— Sim. — Rin respondeu com um sorriso no rosto, mas fez carreta no segundo seguinte em que Miroku voltou a deitar sobre a mesa e fechar os olhos. — É isso o que você chama de se esforçar? Seu pervertido!

Ele não respondeu, provavelmente já estaria dormindo novamente.

— Tsc!

(...)

As aulas estavam cansativas, e estava difícil de se manter acordada, Rin realmente estava com muito sono, e não seria capaz de dirigir de volta para casa. No final, quando estava liberada para voltar para casa, tentou encontrar Hinata mas não a encontrava, tentou o celular mas o mesmo estava desligado.

— Que merda de dia. — Rin disse para si mesma, enquanto se odiava por ter saído da cama essa manhã. Quem ela queria enganar? Nada estava bem, e não voltariam a ficar por um bom tempo, ela tinha certeza disso.

Desistiu de tentar achar sua amiga e foi para o estacionamento, seu carro não estava tão longe, então não demorou para chegar até ele e se acomodar dentro dele.

Seu celular vibrou dentro da bolsa, ao apanha-lo notou que era Sesshoumaru que estava ligando.

— Alô.

Rin, acabou sua aula?

— Sim Sesshy, eu estou voltando para casa. Preciso muito dormir, meu corpo todo está doendo. — Sua voz saiu arrastada, qualquer um que a visse saberia que ela necessitava descansar.

Não dormiu essa noite? — Ele perguntou, extremamente preocupado. Ele sentia algo estranho dentro de si. — Quer que eu vá te buscar?

— Não é necessário, eu dormi pouco, apenas isso. Quando chegar em casa eu te ligo, até Sesshy.

Colocou o celular sobre o banco do passageiro e colocou a chave na injeção, escutou o motor a começar a trabalhar quando virou a chave. Rin foi sincera consigo mesma quando percebeu que não estava em condições em levar o carro, ela acabaria dormindo no volante e sofreria um acidente, que poderia custar a vida de alguém.

Pegou seu celular novamente, ligou novamente para Hinata e dessa vez foi atendida e a mesma lhe disse que estava a caminho. Então, Rin saiu e deu a volta no carro e se jogou no banco do passageiro e esperou até que Hinata chegasse e a levasse para casa.

— Cara, você está péssima. — Hinata disse assim que colocou seus olhos claros em sua amiga. Rin apenas assentiu e finalmente pode fechar os olhos e esperar parar poder dormir em sua cama.

(...)

Acordou com alguém a chamando e cutucando, sentia sua cabeça extremamente pesada e não queria ter acordado. E quando foi retomando seus sentidos devagar, pode ver Itachi a chamando, ele já não estava com suas roupas sociais costumeiras, o que a fez questionar o quanto teria dormindo. Se lembrava apenas que depois de almoçar sozinha, subiu para o quarto e deitou na cama.

Chichi, que horas são? — Perguntei enquanto coçava os olhos.

— Está na hora do jantar. Yumi disse que você não saiu do quarto desde o almoço, você está bem? — Rin olhou na escuridão dos olhos de Itachi, sentia que havia algo diferente nele, algo bom.

— Sim... Só estou cansada. — Respondeu, mas ainda estava curiosa para saber o porquê de achar que Itachi estava diferente. — Descobriu quando poderemos ver a mamãe?

Itachi suspirou cansado e se sentou sobre a cama de Rin, a encarando com pesar.

— Por enquanto só o pai pode entrar, pois ela ainda permanece na UTI. Quando for transferida para o quarto, o que deve ocorrer nos próximos dias, poderemos vê-la. Mas o Doutor disse que ela está bem e está reagindo as medicações.

Rin sentia-se aliviada por saber que sua mãe estava melhorando aos poucos, mas também era difícil passar por tudo aquilo e não ser permitida de ver sua mãe. Entretanto, não sabia se seria capaz de ver sua mãe em uma cama de hospital com tantos equipamentos envolta dela.

A cena seria horrível demais para esquecer.

— Vamos jantar? Acho que o Pai está apenas te esperando...

Rin sorriu ao imaginar que seu pai estava a esperando para começar o jantar. Se sentia mais tranquila e até um pouco mais feliz ao pensar que não poderia o deixar esperando.

Se espreguiçou e levantou em um pulo.

— Vamos, e depois eu tenho que te contar uma coisa importante que aconteceu hoje.

— Ultimamente anda acontecendo muitas coisas com os Uchiha.

Rin sorriu e saiu do quarto sendo acompanhada por seu irmão. A sala de jantar estava silenciosa como nos últimos dias, quando o jantar foi servido e apenas se escutava os barulhos das louças. Mas para eles tudo bem, era o jeito em que eles lidavam com a situação.

Após o jantar, Rin e Itachi ficaram na cozinha e prepararam chá para ajudar a descansarem, ambos estavam exaustos. E assim, Rin encontrou o momento perfeito para contar a Itachi tudo o que havia acontecido na noite passada quando chegou em casa.

Diferente de Hinata, seu irmão não parecia exatamente surpreso, ele parecia estar com raiva ao mesmo tempo que tentava não demonstrar, afinal Rin estava feliz, deveria ficar também. Entretanto, não estava conseguindo.

Itachi estava com raiva, muita raiva por seu pai ter sido tão estúpido por um medo idiota. Rin nunca seria igual a ele, isso seria impossível uma vez que Rin tinha ele ao seu lado. Rin tinha um irmão mais velho que nunca a abandonaria e nunca deixaria que ela estragasse a própria vida como Fugaku tanto temia.

E a prova disso foi as diversas vezes em que Itachi esteve ao lado de seus irmãos, sempre cuidando e os protegendo como todo irmão mais velho tem o dever de fazer.

Fugaku fez sua irmã diversas noites perder o sono chorando por que ele não queria que Rin se tornasse como ele? Que idiota! Queria muito bater na cara de seu pai. Mas não faria. Deixar com que ele pague pelos seus próprios erros era muito mais satisfatório.

E se Rin escolheu perdoa-lo, não iria interferir. Na verdade, Itachi não esperava menos de sua irmã caçula.

Rin poderia ter todos os defeitos do mundo e ter herdado o gênio do pai, mas definitivamente ela era uma boa pessoa que sempre está disposta a ajudar seus amigos e nunca os trairia. Rin era esplêndida em vários aspectos, Itachi sabia melhor que qualquer um.

Chichi, aconteceu alguma coisa com você? — A pergunta o pegou de surpresa e o tirou de seus devaneios. — Você me parece um pouco diferente.

Sua irmã percebia tudo, além de tudo era uma Uchiha muito observadora.

— O que diria se dissesse que Sakamoto Hana retornou da Alemanha?

Oh não! Rin sabia muito bem quem era Sakamoto Hana, também sabia que Itachi nunca gostou tanto de uma mulher como gostou de Hana. Lembrava-se com muita clareza de quando seu irmão mais velho se dedicava a conquista-la, mas que no fim não deu certo já que a mesma fugiu para a Alemanha com a família.

Itachi dizia não ter notícias dela a pelo menos 5 anos, desde que terminará a faculdade.

— Como sabe que ela retornou? Ela te procurou? — Rin estava surpresa, mas animada pela a chance de poder ver seu irmão mis uma vez ao lado de Hana. 

— Não exatamente, nos cruzamos no centro da cidade. — Itachi olhou para o chão e cruzou os braços, sua irmã notou quando um sorriso no canto de seus lábios surgiu. — Ela estava incrivelmente linda.

Rin também sorriu, desejando do fundo de seu coração que Itachi fosse feliz.

 

 

Os dias estavam péssimos. Era ruim ter que voltar a rotina sem que Mikoto fizesse parte dela, nisso todos concordavam. Além disso, os últimos dias do verão estava chegando ao fim, e os dias estavam cada vez mais frios e de aparência triste.

Havia se passado semanas desde que a cirurgia de Mikoto ocorrera, a mesma já estava em um quarto muito mais agradável e confortável do que a ala da UTI. A Senhora Uchiha estava se recuperando aos poucos, porém o tratamento era agressivo e apesar de se seu quadro estar em melhora, os efeitos colaterais a fazia querer desistir.

Entretanto, não desistia. Mikoto entendeu assim que recebeu a visita de seus filhos, que ela já não luta por si e sim por todos aqueles que ama. O sentimento de gratidão e amor reciproco eram maiores do que os danos da quimioterapia.

O fim de tarde estava mais frio naquela sexta-feira, era um dia de chuva moderada que estava durando o dia todo, e o incomodo aumentava a cada gosta de cai do céu deixando as ruas encharcadas.

Rin estava dirigindo em direção ao hospital, iria pegar o último horário de visita. Seu pai estava passando alguns dias com sua mãe para não a deixar sozinha, então estava aproveitando para levar as coisas que ambos pediram. Mikoto sentia falta de ler, então Rin escolheu os livros favoritos de sua mãe, já para seu pai, estava apenas levando coisas de higiene e roupas limpas.

Apesar de toda a situação difícil que é ter a mãe no hospital, ela estava contente por seu pai ter tomado a decisão de ficar ao lado de Mikoto no hospital desde que a mesma foi transferida para o quarto. Além disso, Rin via sua mãe sorrindo enquanto ficava ao lado do esposo, sempre dizendo que “ele torna esse quarto mais aconchegante”.

Ao chegar em frente ao quarto de sua mãe bateu duas vezes antes de entrar, assim que escutou um “entre”, colocou-se para dentro do quarto.

— Cheguei. — Disse assim que fechou a porta e colocou as coisas que trouxera em cima do sofá, e foi se direcionando a cama de sua mãe. — Como se sente?

— Estou a poucos dias de fazer a segunda sessão de quimioterapia, então me sinto péssima. — Mikoto sorriu, como se acabasse de dizer algo engraçado, mas era quase trágico. — Pensei que viria mais cedo, querida.

— Não deu, a faculdade está cada vez mais corrida. — Rin sentou-se sobre a ponta da cama de sua mãe, lhe fazendo carinhos nas longas madeixas negras. — Trouxe seus livros favoritos, acho que vai ler apenas Romeu e Julieta, mas trouxe outros também.

Mikoto sorriu para sua filha e a pegou pela a mão, sua mão aos poucos ia retomando se calor, e quando Rin sentia isso sem sua pele se sentia um pouco mais aliviada e esperançosa.

— Seu pai prometeu que ia ler para mim, então apenas irei escutar. — Disse tranquilamente com um sorriso no rosto ao se lembra da promessa. — Mas me diga, como está Sesshoumaru? Eu não o vejo já alguns dias.

— Eu também. — Respondeu com pesar. — Segunda-feira em que ele me acompanhou aqui foi a última vez que o vi, ele está cheio de trabalho e eu ando muito ocupada, então ficamos apenas nas trocas de mensagens.

— Aproveite que é sexta, passe o no escritório dele.

Rin olhou nos olhos negros de sua mãe, ela sempre lhe aconselhava muito bem. Mas dessa vez segui-lo tinha um gosto diferente, era como se fosse a deixar mais feliz. Então Rin se resolveu.

— Farei isso assim que sair daqui. — Disse com um sorriso, por ter sido contagiada por sua mãe.

A porta se abriu novamente, e por ela entrou Fugaku com um copo da cafeteria do hospital, ao ver Rin ele se aproximou e beijou a testa de sua filha e foi ver o que a mesma trouxe para ele. Mas ao abrir a bolsa e ver apenas camisetas e nenhuma camisa, soltou um suspiro por se imaginar andando pelos os corredores de camiseta e bermuda.

— Serio que me fará vestir isso? — Perguntou enquanto seu rosto se contorcia em careta.

— Não fui eu que separei, foi o Sasuke. — Disse, defensivamente, mas acompanhou a careta de seu pai quando viu as roupas dentro da bolsa.

Rin verificou as horas em seu relógio de pulso, já estava quase dando 18horas, seu tempo de visita estava terminando. Olhou novamente para sua mãe que se divertia com o aborrecimento de Fugaku em relação as roupas, sentia que aos poucos estava tendo sua mãe de volta, sentia-se ansiosa em vê-la em casa novamente.

— Eu já vou indo. — Anunciou, estava triste por ter que deixar seus pais no hospital, mas sentia-se aliviada por acompanhar a melhora, não só de Mikoto, mas a de Fugaku também. Afinal, os dois estavam se salvando juntos. Rin amava ver isso.

— Certo, só não se esqueça de fazer o que lhe falei. — Mikoto deu uma pisca para sua filha, que retribui.

— Farei imediatamente. — Rin beijou a testa de sua mãe, e se despediu de seu pai rapidamente e segui seu caminho.

Ela definitivamente não gostava de hospitais, especialmente aquele, afinal, passou dias nesse mesmo hospital quando sofrera seu acidente de carro quando ainda era aluna do ensino médio. Aquele lugar lhe trazia lembranças nada agradáveis, mas agora encarar seu passado era realmente mais fácil, pois ela já não era a mesma.

Andando pelos os últimos corredores até chegar ao estacionamento, pensou o quanto realmente não queria ter que deixar sua mãe naquele tipo de lugar. Era desagradável, a comida não possuía o sabor agradável, tudo era excessivamente claro e deixava seus olhos sempre doloridos.

Assim que colocou seu pé no estacionamento descoberto que era disponível apenas para os visitantes dos internos, a chuva que antes estava fina apertou e um vento forte passou por ela, fazendo com que o guarda-chuva que segurasse balançasse e quase saiu voando de suas mãos. Apertou seus passos e assim que chegou até sua BMW entrou e jogou seu guarda-chuva no banco de trás.

Olhou-se no espelho para ver se o vento forte e a chuva deixaram suas madeixas muitos desalinhadas, e após arruma-las colocou seu sinto de segurança e deu partida.

Com a chuva se intensificando, demoraria mais do que o normal para chegar ao escritório dos Taishou, o que significava que talvez apenas estaria Sesshoumaru no mesmo. A ideia era perfeita, não ter que se preocupar se outros iriam vê-la entrando na sala dele, se tranquilizava.

Após 30 minutos de um transito intenso, Rin estacionou em frente ao prédio, apanhou novamente seu guarda-chuva e saiu de seu veículo já ativando o alarme. Entrou rapidamente, afinal, não queria ficar toda ensopada. Colocou seu guarda-chuva no suporte para deixa-lo secar, foi quando reparou que as mulheres da recepção já não estavam lá, apenas pessoas que aparentavam ser seguranças se encontravam no local.

— Boa tarde, Sesshoumaru ainda está no escritório? — Perguntou ao se aproximar do belo rapaz loiro de traços tão viris e que tinha uma aura estranha, como se fosse atacá-la qualquer momento.

— Sim Uchiha-Sama, pode pegar o elevador. Devo avisa-lo? — Sua ironia era excessiva até mesmo para Rin suportar.

Mas não era uma surpresa que ele soubesse quem ela era, assim como não era inesperado que ele soubesse sobre o seu relacionamento com Sesshoumaru.

— Não, é uma surpresa. — Disse calmamente e entrou no elevador que já estava no térreo.

As portas foram fechadas, mas o olhar verdeado do rapaz que ela nem sabia o nome pareceu ter mexido consigo, e ela me sentia levemente apavora e ansiosa por estar cada vez mais longe dele apesar de sua beleza ser tão interessante. Se sentiu completamente ameaçada.

O elevador subiu rapidamente, em questão de 2 minutos estava no último andar onde sabia que ficava apenas as salas de Sesshoumaru e de Inu-Sama. As portas foram abertas e o silêncio perturbador a atingiu, as secretárias não estavam ali, o que a faz pensar que tivessem sido dispensadas.

Seguiu a passos leves em direção a sala de Sesshoumaru, enquanto se aproximava percebeu que a porta estava entreaberta, e quando sua mão encaixou na maçaneta para emburra-la, Sesshoumaru estava nos braços de outra mulher.

Seus olhos se arregalaram, seu coração bateu freneticamente vendo seu amado sendo beijando intensamente por outra mulher. Ela viu, o rosto dele não tinha a mesma expressão de entrega quando a beijava, não, ele parecia irritado. Mas sabia, se Sesshoumaru não queria, ele tinha forças o suficiente para se manter afastado daquela mulher de cabelo negros preço em um coque desfiado.  Se não quisesse, não se permitiria fazer algo assim.

A lagrima rolou de seu rosto, ela não queria mais ver aquilo. Já tinha visto o suficiente.

Tomando cuidado para não fazer nenhum barulho, Rin soltou a maçaneta e voltou para o elevador. Escutou a voz de Sesshoumaru assim que as portas se fecharam, e ele não dizia seu nome ou “espere”, ele dizia “Kagura”.

Sabia quem era Kagura, afinal tivera uma crise de ciúmes por causa da mesma. Outra lagrima percorreu seu rosto, afinal, parece que tinha razão para ter desconfiado.

Foi duro ter visto aquela cena, aos poucos ela caia mais e mais em seu próprio choro que já não fazia questão de segurar, seu coração foi quebrado mais uma vez. Não aguentou se manter de pé e caiu sobre o chão do elevador, e escondeu seu rosto com suas mãos.

Depois de anos decidiu confiar novamente, decidiu entregar-se e a história se repetiu e de uma maneira tão pior quanto a primeira.

Sesshoumaru quebrou todo o amor que deu a ele, os pedaços que ele prometeu consertar terminou de destruí-los. Se sentia humilhada e a pessoa mais inocente desse mundo, sempre soube que não nasceu para o amor, mas mesmo assim quis se envolver com outra pessoa. E isso estava lhe custando muito caro. Estava cansada de pagar pelo o erro dos outros, porque afinal, a única que sempre sai machucada era ela.

O mundo era injusto, e ela queria poder simplesmente fugir para onde ninguém iria encontrá-la.

Um grito saiu de sua garganta, o que fez com que ela começasse a doer e ficar extremamente seca. O nó se tornava cada vez pior em sua garganta, tanto que ela poderia morrer naquele momento de insuficiência respiratória.

Sentiu uma mão em seu braço ao ser puxado e seu corpo ser levantado. Sua vista precisou de dois segundos para conseguir identificar que a pessoa que estava ali era o segurança de antes. Ele segurava sua bolsa, e seu olhar já não a deixava atormentada, muito pelo o contrário, ao vê-lo Rin sentiu sua vulnerabilidade aumentar e deixou que fosse apoiada pelo o rapaz que estava disposto ajuda-la.

— Você está bem? — Rin apenas balanço a cabeça em sinal negativo, se apoiando no rapaz, enquanto saíam do elevador. O mesmo pegou seu guarda-chuva e o abriu. — Vou leva-la até o seu carro.

— A... c-c-chave... está... na minha bolsa. — Disse tentando se acalmar.

O segurança, viu que o chaveiro da chave estava para fora e o puxou. Saíram juntos sob o guarda-chuva da recepção, o vento ainda estava mais forte que o normal, e a chuva ainda permanecia insistente. Quando viu a porta aberta, Rin se jogou para dentro de seu veículo e pegou sua bolsa e a chave da mão do rapaz.

— Pode dirigir? — Ele perguntou, Rin forçou um sim, e perguntou o nome de quem estava a ajudando. — Me chamo Shinji, Uchiha-Sama.

— Obrigada Shinji.

Rin fechou a porta e deu a partida, assim que seu carro entrou em movimento, ela viu o reflexo de Sesshoumaru na chuva através de seu espelho.

Suas lagrimas estavam voltando, mas ela não podia chorar naquele momento, estava dirigindo e precisava ao menos chegar em casa.

Seu pé apertou mais o acelerador, mas mal notava a real velocidade que estava, virou à esquerda para fugir do trânsito. Não tinha cabeça para ficar parada.

A cena de Sesshoumaru com outra entrou em sua cabeça, e não queria sair. Suas lagrimas estavam voltando e a pressão em sua cabeça estava aumentando. A chuva a fazia querer chorar ainda mais, ela não estava aguentando.

A dor estava a consumindo.

Seus olhos se fecharam, foi apenas 2 segundos, quando abriu novamente, ela apenas viu um vulto e instantaneamente ela fechou seus olhos esperando pelo o impacto da batida frontal com outro carro.

 

Seu corpo estava dolorido, ela não estava conseguindo se mexer. Seu pescoço e cabeça doíam ao ponto de ela querer gritar, mas sua boca não abria.

Água, a primeira coisa que viu foi a chuva cair, o resto estava tudo muito escuro, e não conseguia distinguir nada com certeza. Escutou um barulho ensurdecedor, e tudo pareceu ficar mais claro e mais molhado.

Viu o rosto de Shinji, ele gritou mais ela não escutou, então perdeu novamente os sentidos.

Shinji...”

 

Quando a viu entrar na recepção do prédio, estava surpreso pois não imaginava ver a humana de Sesshoumaru naquele momento. Sabia que Sesshoumaru estava tratando de negócios com Kagura em sua sala, então a Uchiha não deveria estar ali.

Mulheres atrapalham as negociações.

Ao se aproximar dele, Rin o confundiu com um segurança e por esse motivo ele quis poder ensina-la a se colocar em seu lugar. Oras essa, como uma humana poderia o confundir com um segurança?

Lançou um olhar enraivecido para a mulher que entrava no elevador, mas ao menos tempo estava intrigado com o fato dela ter percebido e ter mexido tanto com a mesma.

Continuou sua conversa com seu amigo, iria esquecer o que tinha acontecido. Ele simplesmente não podia mexer com a humana de Sesshoumaru.

Mas após pouquíssimos minutos, ele escutou um grito do elevador e em seguida o mesmo abriu as portas. Seus olhos se voltaram para a figura que estava no chão chorando e cobrindo seu rosto com suas pequeninas mãos. Não pode ficar parado.

— Tsc, aquele desgraçado. — O seu ódio por Sesshoumaru aumentou.

Caminhou até a Uchiha, apanhou a bolsa dela e a levantou, fazendo com que ela se apoiasse em si.

A ajudou, não conseguia ignora-la, e a levou para a BMW estacionada que sabia pertencer a ela. Mas na verdade só conseguia pensar no porquê de Sesshoumaru se sujeitar a fazer algo assim com uma pessoa tão frágil.

Ele não mudava. Ele nunca mudaria. Sesshoumaru continuava o mesmo canalha de sempre.

Quando Rin deu partida em seu carro, Sesshoumaru apareceu atrás das costas de Shinji que não fazia questão em encara-lo.

— Pa-ra on-de ela foi Shinji? — Sua voz estava arrastada, parecia perturbado.

— Quem sabe...? — Disse apenas, vendo o carro de Rin ganhar velocidade e dobrar a esquerda, sumindo de sua visão.

— Kagura... Ela... Me deu algo.

Shinji se virou para Sesshoumaru que estava atordoado, sua respiração pesava e ele quase não conseguia ficar ereto.

— Não Sesshoumaru, foi você mesmo.

— O que está querendo dizer?

— Quem sabe...?

Shinji olhou em direção ao rumo da Uchiha, estava sentindo algo estranho e a chuva sobre si apertou ainda mais. Algo ruim iria acontecer, tinha certeza isso.

No mesmo momento em que se viu arrependido, decidiu ir atrás de Rin.

Correu em alta velocidade até sua moto que estava guardada dentro do estacionamento, quando subiu em cima de sua moto de luxo da BMW não se preocupou em colocar o capacete, apenas acelerou e foi atrás de Rin. Quando passou pela a entrada do prédio dos Taishou, Sesshoumaru já não estava mais lá.

A chuva estava deixando tudo pior, os carros andavam devagar e isso facilitava apenas para que ele passasse entre eles em alta velocidade. Para os motoristas, Shinji estava sendo apenas um vulto em cima de uma das motos mais rápida do mundo.

Entretanto, depois de quase 4 minutos a BMW azul entrou em seu campo de visão, chegou a tempo de ver a colisão frontal da BMW com o Civic.

O som do impacto foi estrondeante, fazendo com que todas as pessoas próximas se assustassem.

— Inferno!

Parou a sua moto ao lado da calçada, já estava começando um alvoroço, curiosos estavam surgindo de todos os cantos.

Correu até o carro de Rin, já sentindo receio do que iria ver. Com certeza o carro tinha dado perda total, o veículo favorito da Uchiha estava com a frente toda amassada e retorcida, como se tivessem virado uma coisa só.

A cena estava cruel, parecia um filme de terro, mas ao ver que todos os airbags tinham sidos acionados, Shinji se permitiu ter esperança de tira-la com vida.

Havia outras vítimas no Civic, um dos curiosos acionou o resgate informando o acidente e o número de vítimas. 4 pessoas estavam dentro no Civic, um casal e duas crianças.

Mas Shinji não poderia esperar, Rin não aguentaria. Os bombeiros teriam que cortar toda aquela lataria para conseguir retira-la, e tempo era algo que ela não tinha.

Concentrou um pouco de sua força no braço, e arrancou a porta do motorista da BMW.

Rin pareceu abrir os olhos.

— Ei, Uchiha! Consegui me ouvir?

Mas ela não respondeu, e seus olhos se fecharam novamente.

— Caralho, não morre!

Shinji arrebentou o sinto de segurança que prendia o corpo de Rin, pegou aquele corpo pequeno e frágil em seus braços. Se ele não poderia leva-la na moto, a levaria pelo os céus. Não ia deixar que a chuva lhe impedisse.

Levantou voo sem se importar com os olhares curiosos, o hospital não estava longe.

Rin tinha ferimentos por todo o corpo, mas eram todos leves a olho nu, o único preocupante era o da sua coxa, que estava a fazendo perder muito sangue. Se ela não recebesse atendimento médico nos próximos minutos, iria perder a vida.

Sentia-se responsável, pois ele sabia que não deveria ter deixado que Rin dirigisse naquele estado. Humanos são frágeis e se quebram, era por isso que não se envolvia com nenhum.

O hospital estava mais próximo e quando enxergou a entra de emergência, desceu para o chão com cuidado para que o corpo de Rin não sentisse outro impacto. Tinha médicos e enfermeiros posicionados a entrada, colocou Rin sobre uma maca e os profissionais se mobilizaram na mesma hora, colocando um aparelho de respirador manual, que um enfermeiro começou a bombear.

— Ela sofreu uma colisão frontal com outro motorista, tem um machucado profundo na perna que estava a fazendo perder muito sangue. — Informou ao médico que parecia ser o chefe.

— Vamos entrar com ela. — Um enfermeiro começou a emburrar a maca de leito enquanto o médico começava a checar os batimentos cardíacos que estavam rápido, porém fracos. — Está entrando em estado de hipotensão, a pressão está caindo drasticamente. E a respiração dela é muito artificial.

— As pupilas estão dilatas, ela está muito pálida. Ela está com indícios de uma hemorragia interna.

— SALA DE CURURGIA AGORA! CHAMEM O DOUTOR KABUTO. — O médico entrou em alarde, assim que o residente em neurologia confirmou suas suspeitas.

— Senhor, preciso que me dê todas as informações sobre a paciente. Me acompanhe por favor.

Shinji não queria continuar se envolvendo ainda mais naquilo, era como comprar briga com Sesshoumaru, mas de maneira alguma poderia deixar que Rin dê-se entrada em um hospital sem identificação alguma. Além do mais, precisava arrumar alguma maneira de avisar a família dela sem ter que usar Sesshoumaru como ponte.

— É tudo culpa dele. — Resmungou enquanto seguia os passos da enfermeira em direção oposta da que Rin estava sendo levada.

Foi encaminhado para a sala de espera, estava próximo a recepção quando a enfermeira começo a interroga-lo.

— Qual o nome da vítima?

— Uchiha Rin.

— Idade?

— 23 Anos, eu acho.

— É parente dela?

— Não, eu a conheci essa noite. — Shinji não estava contente, acabou fazendo algo que iria contra todos os seus conceitos. Salvar uma humana? Ele não era bom para fazer algo assim.

— Preciso de um número para entrar em contato com os familiares de Uchiha Rin, poderia...

A voz da enfermeira foi interrompida quando o som de algo se quebrando contra o chão ecoou pela a sala. Shinji olhou sobre o ombro, atrás de si estava Uchiha Fugaku, completamente paralisado. Apenas depois de alguns segundos ele conseguiu se mexer e andou em direção a Shinji e a enfermeira.

— R-R-Rin? O qu-e...?

— Você é parente de Uchiha Rin?

— Sou o pai dela.

— A Uchiha sofreu um acidente de carro, foi uma colisão frontal, o estado dela é grave. — Shinji disse calmamente, pois havia sido ele que viu o acidente.

O coração de Fugaku apertou em seu coração, sentiu quando seus olhos se encheu de lagrimas rapidamente e o desespero de perder sua filha estava o deixando atordoado. Ele já sentiu isso, anos há atrás, quando sua menininha ainda era uma estudante do colegial.

 

— De novo não...


Notas Finais


Bom, eu disse que teria fortes emoções! G.G Espero que ninguém esteja querendo me bater, vocês não tem noção como esse tipo de coisa doí no meu coração ç.ç

O que acharam? Estão gostando? Dúvidas? Comentem!!! ♥ Ainda hoje prometo responder os comentários, apenas dei uma escapadinha para postar o capítulo. Ainda permaneço sem meu computar, sorry :(

Logo estarei de volta! Xoxo :******


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